domingo, 30 de dezembro de 2012

"Crescia em sabedoria, estatura e graça diante de Deus, e diante dos homens"

Queridas e queridos amigos,

Paulo não estava sempre com as comunidades que ele havia fundado. Portanto, utilizava as cartas para animá-las e fazer com que pudessem experimentar aquilo que Deus fazia na sua vida.
Hoje, utilizamos vários meios para isso. Os blogs são uma forma de partilharmos aquilo Deus fala ao nosso coração sobre a liturgia do dia de domingo.
O evangelho de hoje nos remete ao episódio em que Jesus é encontrado no templo pelos seus pais. Algumas observações.
Inicialmente, o relato se Lucas no fala que "três dias depois, o encontraram no Templo". Esse fato aconteceu após uma busca sem fim. Onde estaria o "garoto"?
Vejamos que três é um número de suma importância. Três foram os dias que Jesus passou no túmulo. Três são os mandamentos que falam da relação dos homens com Deus. Três são as pessoas da santíssima Trindade. Três são os apóstolos que Jesus chamava para experiências mais profundas: Pedro, Tiago e João. Três eram os membros da Sagrada Família: José, Maria e Jesus. Portanto, três é um número importante.
Se olharmos para a existência humana, três são as fases de nossa vida também. Além disso, três são os momentos do dia: manhã, tarde e noite.
Depois de três dias encontraram Jesus no Templo. Jesus é encontrado no espaço onde o povo judeu tinha uma profunda relação com Deus. E em Lucas, o templo é o centro da vida do povo. Muitos episódios das vida de Jesus se dará no Templo. Veremos isso ao longo deste ano.
Jesus está no templo. Aqui não me interessa a pergunta de seus pais, mas sim a resposta dada por Jesus: "Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?". O primeiro mistério a ser conhecido nesta leitura, o lugar de se encontrar Jesus é no templo. Mas que templo? Apenas o de pedra? Não. Jesus é encontrada no templo do coração de cada um de nós. Jesus é encontrado no templo que é o outro. Jesus deixa-se encontrar. Entretanto, ele não é encontrado aonde achamos que ele deva estar. Jesus é encontrado junto do Pai. Sem o Pai, Jesus deixa de ser quem ele é, o Cristo (que acabamos de celebrar no Natal). O exemplo de Jesus é para saibamos que o Filho só existe pelo Pai. Ele é "consubstancial ao Pai". Tem a mesma substância. A encarnação de Jesus nos tornou filhos de Deus. Pelo Filho, nos tornarmos herdeiros do Reino.
Irmãs e irmãos, busquemos o Reino. Busquemos as coisas do Pai. Estejamos próximos àquelas e àqueles e àquelas que necessitam de nossa ajuda. Deixemo-nos formar, crescer em "sabedoria, estatura e graça diante de Deus e diante dos homens".

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

"Eis que nasceu para vós um salvador, que é Cristo"

Queridas irmãs e irmãos,

Hoje celebramos a véspera do Natal de nosso Senhor Jesus Cristo. Estamos no ano litúrgico dedicado à meditação do evangelho de São Lucas. Este evangelista inicia o evangelho de hoje constatando um fato histórico. É algo que poderá ser comprovado historicamente. Lucas nos mostra que as coisas de Deus acontecem no dia-a-dia. Na história. A família de Jesus foi para Belém, pois de lá era José. A descendência davídica foi passado pelo pai terrestre de Jesus.
Ao chegar em Belém, Maria deu à luz. Aqui quero fazer minha primeira reflexão. Maria mostra a luz para aquele que ainda estava nas trevas da gestação. Na escuridão da formação humana e fetal. Dar a luz tem um duplo sentido. Ao nascer, ao ver a luz, Jesus se monstra que como luz de todos. Em seguida, Lucas fala de pastores, e que foram envoltos em luz. A luz indica o caminho.
Jesus é a luz de nossa vida. Ele nasce na escuridão e no esconderijo de Belém para iluminar a vida de cada um de nós.
Jesus é centro da vida. E os pastores são chamados a dar testemunho e reverenciar aquele que há de ser nosso pastor. Nos pastorear. Nos conduzir para o redil dos filhos de Deus: o Reino.

Irmãs e irmãos, hoje para nós nasceu "um Salvador, que é Cristo". Alegremo-nos e exultemos. Esse menino, que veio da parte de Deus, está envolto em faixas. Na insegurança da vida, Jesus é acolhido pela segurança das faixas e deitado num manjedoura. Lembremos que manjedoura é lugar onde se colocava a comida dos animais. Jesus já se colocava como alimento da humanidade na manjedoura. Ele é aquele que alimenta a cada um de nós. Por isso, somos pastores. Por isso não tememos. Por isso, a Paz reina para todos os homens que são amados por Deus.

Feliz Natal. Deus abençoe a cada um de vocês que no ano de 2012 acompanharam este blog e minhas reflexões.

Diácono Gayoso

domingo, 9 de dezembro de 2012

Aquele que começou em vós uma boa obra, há de levá-la à perfeição até o dia de Cristo Jesus

Irmãs e irmãos,
Assim nos fala são Paulo na carta aos Filipenses, capítulo 1: Irmãos: 4Sempre em todas as minhas orações rezo por vós, com alegria, 5por causa da vossa comunhão conosco na divulgação do Evangelho, desde o primeiro dia até agora. 6Tenho certeza de que, aquele que começou em vós uma boa obra, há de levá-la à perfeição até o dia de Cristo Jesus. 8Deus é testemunha de que tenho saudade de todos vós, com a ternura de Cristo Jesus. 9E isto eu peço a Deus: que o vosso amor cresça sempre mais, em todo o conhecimento e  experiência, 10para discernirdes o que é melhor. E assim ficareis puros e sem defeito para o dia de Cristo, 11cheios do fruto da justiça que nos vem por Jesus Cristo, para a glória e o louvor de Deus. 

Algumas observações:
1. Paulo diz que ora por cada um com alegria. A alegria que sente pelos que colocam sua vida a serviço do Evangelho.
2. Nos fala que Deus começou em nós uma boa obra. E que esta deve nos levar à perfeição em Jesus Cristo.
3. Paulo pede a Deus que o amor cresça sempre mais, para que se possa discernir o que é melhor.

Procuremos viver a esperança do Amor de Deus em nossas vidas e no nosso dia-a-dia.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Incentivo ao caminho da salvação

Início da Segunda Carta de São Pedro 1,1-11 - Incentivo ao caminho da salvação

1 Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco receberam a mesma fé, na justiça que vem de nosso Deus e salvador Jesus Cristo. 2Graça e paz vos sejam concedidas abundantemente, porque conheceis Deus e Jesus, nosso Senhor.
  3 O seu divino poder nos deu tudo o que contribui para a vida e para a piedade, mediante o conhecimento daquele que, pela sua própria glória e virtude, nos chamou. 4Por meio de tudo isso nos foram dadas as preciosas promessas, as maiores que há, a fim de que vos tornásseis participantes da natureza divina, depois de libertos da corrupção, da concupiscência no mundo. 5Por isso mesmo, dedicai todo o esforço em juntar à vossa fé a virtude, à virtude o conhecimento, 6ao conhecimento o autodomínio, ao autodomínio a perseverança, à perseverança a piedade, 7à piedade o amor fraterno e ao amor fraterno, a caridade. 8Se estas virtudes existirem e crescerem em vós, não vos deixarão vazios e estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. 9Mas quem delas carece é um míope, um cego: esqueceu-se da purificação de seus pecados de outrora. 10Por isso, irmãos, cuidai cada vez mais de confirmar a vossa vocação e eleição. Procedendo assim, jamais tropeçareis. 11Desta maneira vos será largamente proporcionado o acesso ao reino eterno de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.


Prezadas leitoras e leitores,
A Igreja é mestra em oração. Nela encontramos o depósito da Sagrada Escirtura, e a fielidade em sua transmissão, desde o tempo dos apóstolos. 
Orar não é apenas declamar, com palavras ou mentalmente, as orações que aprendemos quando crianças em nossa catequese. Orar é também meditar a palavra de Deus no nosso dia-a-dia.
Dentre as várias formas de oração que nos apresenta a Igreja Católica, a Liturgia das Horas - obrigatória aos clérigos e aos de vida consagrada, e facultada aos leigos - é um dos instrumentos de contato íntimo com Deus. Nossa Igreja diz que aqueles que não puderem participar da Santa Missa, rezem a Litrugia das Horas, fazendo comunhão com toda Igreja.
A Liturgia das Horas é divida entre a Salmodia (oração com os Salmos) e o Ofício das Leituras (intercala-se Salmos e leituras tiradas da Sagrada Escritura, da Patrísitica, dos Documentos da Igreja, ou dos escritos dos Santos).
A meditação da Palavra de Deus é uma das formas de nos fazermos semelhantes a Jesus, e de caminharmos para a perfeição da qual nos falou Jesus: "Sede perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito).
A leitura e meditação de hoje nos mostra como trilharmos esse caminho. Pois a perfeição não nos vem pronta. Ela é um processo de crescimento, com etapas definidas. lembremos que São Lucas nos narra dizendo que Jesus "crescia em estatura, graça e saberdoria, diante de Deus e dos homens".
São Pedro abre esta carta saudando a todas e a todos que, como ele, receberam a mesma fé em Jesus Cristo. Isto se realiza em nossos dias. Todas e todos batizados recebem a mesma fé. Fé que nos liga ao apóstolo. Isto porque, pela fé, pelo batismo nos é dado o conhecimento de "Deus e Jesus, nosso Senhor".
É de Deus que procede "tudo o que contribui para a vida e para a piedade".
Pedro insiste em que para sermos participantes da "natureza divina" nos foram dadas "preciosas promessas". E passa, então, a nos mostrar como fazermos para merecer estas promessas e natureza divinas. Nossa dedicação esforço são fundamentais. Vamos transformar em um pequeno esquema aquilo que nos é necessário para fazermos por onde merecer receber estas promessas. Vejamos.
1. Juntar à Fé a Virtude;
2. à Virtude o Conhecimento;
3. ao Conhecimento o Autodimínio;
4. ao Autodomínio a Perseverança;
5. à Perseverança a Piedade;
6. à Piedade o Amor Fraterno;
7. ao Amor Fraterno a Caridade.
Este é o nosso caminho para sermos dignos de recebermos as promessas divinas. Para sermos dignos de sermos chamados de Filhos de Deus. Para sermos Santos como nosso Pai celeste é Santo. Para dizermos que somos discípulos de Jesus. Para fazermos valer, como salvação, a nossa Comunhão do Corpo e Sangue do Senhor.
Releia o texto acima. Medite em seu coração. Veja em que estágio você se encontra. Perceba que isso é um caminho. É processo de conversão. Vai acontecendo aos poucos. São passos pequeno na nossa vida espiritua e humana.
"Por isso, irmãos, cuidai cada vez mais de confirmar a vossa vocação e eleição. Procedendo assim, jamais tropeçareis. Desta maneira vos será largamente proporcionado o acesso ao reino eterno de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo".

Oremos: "Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Como é doce ao paladar a vossa palavra, ó Senhor!

Diz o Salmo 119,105: "Tua palavra é luz para o meu caminho; lâmpada para meus pés!"

A palavra de Deus iliumina todos os instantes de nossa vida. Todos os momentos, sejam eles bons ou ruins. Por isso, Jesus retirava-se para orar em silêncio. Precisava estar sozinho com Deus. Ouvir o que o Pai tinha a lhe dizer. Jesus não multiplicava palavras. Simplesmente, ouvia.
O silêncio nos ajuda a fazer a vontade de Deus. Na meditação diária de sua palavra. Aprendamos a ouvir a palavra de Deus mais do que falarmos.

E continiua, o  mesmo salmo, dizendo: "Seguindo a vossa lei, me rejubilo, muito mais do que em todas as riquezas". E nos mostra o caminho da felicidade e da alegria: "Minha alegria é a vossa aliança,/ meus conselheiros são os vossos mandamentos".
E quando nos deparamos diante das riquezas? Nos lembra o Salmo 119: "A lei da vossa boca, para mim, vale mais do que milhões em ouro e prata". Ao ouvir estas palavras, remeto-me ao evangelho de Mateus, quando Jesus fora tentado pelo diabo, ele ouviu: "Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e suas riquezas. E lhe disse: Eu te darei tudo isso, se te ajoalhares diante de mim, para me adorar". Conhecemos a resposta de Jesus. Mas de onde tirou a inspiração para responder? Claro que daquilo que ele conhecia da Palavra, pois desde a juventude frequentava a sinagoga (Igreja) e se dispunha a ouvir a Palavra de Deus. E em outra passagem lemos: "onde está o seu tesouro, aí estará o seu coração (Mt 6,21). Colocamos nossas forças em riqueza para onde apontamos o nosso coração. É óbivo que se colocamos nosso coração nas coisas de Deus, é para Deus que vamos agir. Se colocamos nosso coração nas coisas do mundo, é para as coisas do mundo que vamos viver. Não podemos ter um coração dividido. Jesus mesmo nos diz: "Vocês não podem servir a Deus e às riquezas". E o que vemos hoje são tantos corações divididos. Dando para Deus apenas o tempo que lhes sobra. Ou simplesmente cumprindo preceitos.

Buscamos a felicidade. Todos queremos ser felizes. Mas onde está a felicidade? Afirma o salmo: "Vossa palavra é minha herança para sempre, porque ela é que me alegra o coração!" Queres ser feliz? Alimente-se e viva da Palavra de Deus. Deixa ela transformar sua sua vida. Disse Jesus no evangelho de João 4,34: "O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar as suas obras".

Queridas rimãs e irmãos, leiamos o salmo 119 (ou 118) sobre os efeitos da palavra de Deus em nossas vidas. Deixa-se modificar por esta palavra.
Deus vos abençoe.

domingo, 18 de novembro de 2012

"Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!"

Queridas irmãs e irmãos,

O Salmo responsorial da liturgia de hoje, é tirado do salmo 15 (16)
Minha reflexão na missa foi baseado neste salmo. Partilho com vcs aquilo que falei.

Iniciemos. O salmo começa com uma súplica: "Ó Senhor". Uma oração feita com aquilo que existe de mais profundo em em cada um de nós. A alma que clama ao senhor. Reconhece que somente o Senhor.
Em seguida, o salmistas, como cada um de nós, reconhece Deus como herança. Ou seja, aquilo que herdamos. Herdamos a centelha de Deus. Aquele pedaço de divindade colocado em cada ser humano, homem e mulher: "façamos o homem a nossa imagem e semelhança!". Quem reconhece que pertence ao Senhor, sente sua vida segura nas mãos de Deus: "meu destino está seguro em vossas mãos!"

Segundo, aquele que coloca o Senhor ante seus olhos, não "vacila". Ter Deus diante de nós é a forma de agirmos segundo a sua vontade. Antes de tomarmos uma decisão, de falarmos uma palavra, de agirmos, devemos ter diante de nós o Senhor. Assim, nossas palavras e ações serão aquilo que Deus quer que façamos. Além de não não cometermos erro: "não vacilo".

Assim, podemos ter um repouso tranquilo. Essa é a forma de avaliarmos nosso relacionamento com o Senhor. Ao ter um sono tranquilo, sabemos que nosso relacionamento com Deus anda bem, pois todos os problemas são colocados com para ele. Com ele. Por ele. E Nele.

Encerramos com a felicidade. Diz o salmista: "junto a vós felicidades sem limites". Aquele que caminha com o Senhor sempre mantem a felicidade, mesmo na adversidade. Mesmo nos momentos de grande sofrimento, estando com o Senhor, a felicidade é sem limite. Quem não quer ser feliz? Fomos criados para a felicidade. Mas o pecado nos afasta dela. Entretanto, a misericórdia de Deus nos faz retornar aos estado de graça original.

Irmãs e irmãos, lembrem-se de que os salmos eram a oração de Jesus. Ele fazia a experiência de Deus rezando os salmos. Conheceu seu Pai pela revelação feita nos salmos, São textos onde o Salmista coloca sua alma em sintonia com Deus.

Deus nos abençoe.

domingo, 11 de novembro de 2012

"O Senhor é fiel para sempre"!

Prezadas amigas e amigos,

"O Senhor é fiel para sempre"! A palavra fiel indica fidelidade. Manter a palavra, custe o que custar. A fidelidade é a garantia de que não se rompe a aliança feita. "O Senhor é fiel" porque mesmo diante do nosso pecado, ele mantem sua aliança de misericórdia. Mesmo quando viramos para ele as costas, ele está disposto a nos receber com braços abertos e coração em festa. A fidelidade do Senhor é a nossa garantia de salvação. A fidelidade do Senhor é a nossa garantia de perdão. Nós, muitas vezes somos infiéis ao amor que Deus tem para conosco. Mas ele é "fiel para sempre"! Nada pode abalar a fidelidade de nosso Deus para conosco. A cruz é a representação máxima desta fidelidade amorosa. Deus, o Senhor, é tão fiel, que foi capaz de se fazer vítima no altar da cruz por amor a cada um de nós.
Irmãs e irmãos, lembremos de que Deus sempre é fiel. E que ele nos deu o exemplo de amor fiel para que fossemos também fieis uns para com os outros.
A fidelidade de Deus está na moeda e na ovelha encontrada. A fidelidade de Deus é a alegria do reencontro. A fidelidade de Deus está em manter a palavra para a Mulher de Sarepta que, servindo o profeta, não lhe faltou o alimento para a vida.
Deus é fiel. Aprendamos a ser fieis, pois somos seus filhos e devemos ser como o pai.
Amém.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Dez conselhos do Papa Bento XVI aos jovens

Neste tempo de preparação dos jovens do mundo inteiro para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013), confira dez conselhos do Papa para a busca de uma amizade ainda mais profunda com Deus. Entre os tópicos estão: ir à Missa, buscar a santidade e conhecer a fé. Confira no Portal da Arquidiocese do Rio de Janeiro

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Matrimônio. bênção de Deus



Matrimônio: bênção de Deus

No dia 27 de outubro de 2012, no auditório do Edifício João Paulo II, ocorreu o Congresso Arquidiocesano da Pastoral Familiar.
A Dra. Sylma Braga, juíza do Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Niterói, proferiu palestra cujo tema foi: “O que é casar na Igreja Católica?”.
Dra. Sylma afirmou que “a nossa Igreja é a única igreja cristã que tem um código de leis, que deveria ser estudado pelos casais. No Código de Direito Canônico, é possível encontrar tudo o que a Igreja Católica fala sobre casamento”.
Nesta oportunidade, a palestrante “refletiu sobre a essência divina presente no Sacramento do Matrimônio”. Disse: “Quando Jesus foi convidado para as Bodas de Caná, Ele realizou o seu primeiro milagre, por intermédio de Maria. Cristo deu um valor e uma dignidade tão grande a esse ato social, que o transformou em um sacramento e, a partir daí, estabeleceu essa comunhão com a família. A Igreja Católica é a única que considera o casamento como um sacramento; as outras denominações cristãs não aceitam o matrimônio como um sacramento, mas sim como um contrato”.
“O que é preciso entender antes do Casamento?” A juíza destacou que “primeiro é necessário saber se existe a vocação ao matrimônio. Os noivos precisam se perguntar: ‘eu tenho vocação para fundar uma família?’. As pessoas que dizem que não gostam de crianças, com certeza não têm vocação para subir a um altar católico, porque não tem vocação para ser pai ou mãe”.
“Ela lembrou o Beato João Paulo II que disse: ‘a família é uma fundação de Deus e que Jesus amou tanto essa fundação, que quis nascer numa família’”. Disse que a “base dessa fundação são três pilares: Unidade, Indissolubilidade e Fidelidade. Se alguns desses pilares forem excluídos, o casamento não existe”.
Continuou, “a Unidade significa que a Igreja Católica só pode casar um homem com uma mulher, como diz a Sagrada Escritura: ‘O homem deixará seu pai e sua mãe, e se unirá a uma mulher’”.
A “indissolubilidade é a propriedade essencial do matrimônio, porque o casamento na Igreja Católica é para toda vida, não só até quando a pessoa quiser”.
E concluiu, “sem a fidelidade, o casamento também não acontece de verdade”.
Para terminar, disse que o “casal quando deixa a casa dos pais para se unir em matrimônio faz uma escolha pessoal por Deus, decide amar a Deus na pessoa do cônjuge. Tudo o que fizer para o outro é para Jesus que faz. Porque Jesus ‘se esconde’ atrás de cada ser humano, para saber até que ponto a pessoa O ama”.
Encerrando, a juíza deixou um exemplo sobre a união matrimonial. Usou a imagem do cordão umbilical. Disse que a criança está unida a mãe por este cordão. Em seguida, quando trás o filho(a) para o batismo, faz a religação com Deus, rompida no pecado original, através de um cordão umbilical, ao qual deu o nome de “fio de ouro”. Afirmou que esse cordão “não arrebenta, não quebra nem estraga, pois é de outro”.
Acrescentou que “todos os dias, Deus nos alimenta por esse ‘cordão umbilical’, chamado fio de ouro, enviando graças, bênçãos, sabedoria, proteção e amor. Toda vez que a pessoa ama, ela também envia amor para Deus”.
Concluiu, dizendo: “quando Deus une duas pessoas no matrimônio, Ele pega o fio de ouro do homem e o fio de ouro da mulher e une em um só. Temos um único fio de ouro para um casal, porque o homem e a mulher serão uma só alma e uma só carne. Então, no casamento da Igreja Católica, um único fio de ouro alimento os dois. Quando o casamento não existe como sacramento, não existe essa união porque o casal não foi unido por Deus”. (Adaptado do artigo publicado no Jornal Testemunho de Fé, número 769; edição semanal 613, de 4 a 10/11/2012, página 6, de autoria de Cláudia Brito e Raquel Araújo.)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

"Falar em Línguas"



Prezadas amigas e amigos,
O tema desta postagem é polêmico. Sempre que posso, reflito sobre ele. Para ajudar na nossa comunhão com a Igreja, estou postando uma artigo do Padre José Raimundo Vidigal, reitor da comunidade de Santo Afonso, na Tijuca. Este artigo foi publicado no informativo paroquial, chamado O Redentor.

FALAR EM LÍNGUAS
Jesus prometeu aos Apóstolos que eles falariam novas línguas e isto aconteceu no Pentecostes, quando peregrinos de várias nações entenderam cada qual em sua língua a pregação dos Doze (At 2,11).
A humanidade reencontrava a sua unidade perdida em Babel (Gn 11,9).
No livro dos Atos dos Apóstolos, por duas vezes a vinda do Espírito Santo é associada ao dom das línguas, também chamado de "glossolalia" (10,46 e 19,6).
Mas as línguas se tornaram um problema sério para são Paulo na igreja de Corinto. Por que?
Corinto era uma cidade cosmopolita de 500 mil habitantes, com dois portos, por onde entravam e saiam pessoas de todo o mundo mediterrâneo. Dominada pelas religiões pagãs, nela se veneravam, sobretudo Afrodite (Vênus), e os deuses egípcios Ísis e Osiris. Muitos desses cultos incluíam falas misteriosaspronunciadas em estado extáticosons incompreensíveis, que podiam ser tanto do bem como do mal, A situação se agravou quando isto foi introduzido nas assembleias dos Cristãos.
Eis o que diz a Bíblia de Aparecida, na pag. 1885; "Paulo determina regras rigorosas este carisma, que ele coloca em último lugar em sua lista (1 Cor 12,28). E diz que prefere a palavra compreensível, capaz de instruir, ao entusiasmo incomunicável (1Cor 14,19)". Explicando esse texto, diz a mesma Bíblia: "Esse carisma não se destina às assembleias. Não deveria efetivar-se em público. Paulo considera opressão impor a glossolalia à comunidade", Pode ser que o dom ainda exista hoje, mas cresce entre nós uma onda que parece forçar a vivência dele, como se possuí-lo ou não possuí-lo determinasse quem é cristão perfeito e quem não é. Chega-se ao absurdo de querer ensinar os outros a falar em línguas!  Ora, um dom não se ensina: não se pode ensinar a ter visões, a fazer curas etc...
Mas os entendidos insistem:
“Comece dizendo laira, laira, laira, depois você chegará a dizer frases como: 
Kandala batiriushiba neganda karuncunda yuri balaia shuman necat bariu kundt: barichá you baturi chamini katori " .
Depois disso confessam candidamente que nem eles sabem o que acabam de dizer.. Tais pessoas além de abusar de nossa inteligência, mostram que ignoram o capítulo 14 da Primeira Carta de Paulo aos Coríntios. Pois lá está no verso 9: "Se pela língua não proferis uma palavra clara, como se pode entender o que estais dizendo? Estaríeis de fato falando ao vento". Ora, Deus não nos dá carismas inúteis, mas o verdadeiro carisma é para o bem da comunidade. Há quem defenda as línguas dizendo que é uma oração secreta que o demônio não entende ... Quem garante isso? Aliás, pouco importa se ele entende ou não o que rezamos.
Se é uma oração ao menos quem ora deveria entendê-Ia, para que não seja como a voz de um papagaio.
Outros dizem que é a língua dos anjos. Isto não existe. Os anjos não emitem sons, pois não têm cordas vocais, são puro espírito; nem precisam de nosso tipo de linguagem, eles se comunicam pelo pensamento.
Se você quer orar com palavras inspiradas pelo próprio Deus, abra a sua Bíblia e reze os Salmos.
Não existe palavra nenhuma superior à Bíblia, por isso podemos dizer com certeza que nenhuma oração em línguas será mais elevada do que a Palavra de Deus que está nas Escrituras.
Agora, se você quer orar em línguas, exatamente como  Jesus ensinou a orar, com os mesmos sons por ele pronunciados, reze o "Pai Nosso" em aramaico: 
Avunan d'bishmaya yeticadash sh 'mach, tite malcutach, yehie  sevionach heicama.d'bishma; af bar'a. Hab lan lachma d'sunchananyaomana, u 'ashvuk lan hoveinanheicama d'afenan shbaknan Iichayoveinan, ula t'ilan linissiuna elapatsian mim bishta.
Amiyn.
Você já reparou que não existe nenhum documento da Igreja, nem de papas nem de bispos, incentivando ou elogiando o "falar em línguas"?
Conforme os Evangelhos, o próprio Jesus nunca falou nem orou em línguas. Temos, sim, uma orientação dos nossos Bispos sobre o "orar e falar em línguas", mas é uma restrição.  É o Documento 53 da CNBB sobre a RCC, que diz no nº 63:
 "O apóstolo Paulo ensina: Numa assembleia prefiro dizer cinco palavras com a minha inteligência para instruir também aos outros, a dizer dez mil palavras em línguas (1 Cor 14,19). Como é difícil discernir, na prática, entre inspiração do Espírito Santo e os apelos do animador do grupo reunido, não se incentive a chamada oração em línguas e nunca se fale em línguas sem que haja intérprete." (1Cor 14,27-28).
Bastante claro, não é?  Mas onde está este intérprete que nunca aparece?
Pe. José Raimuildo Vidigal, C.Ss.R.
 Tradutor e organizador da Bíblia de Aparecida
Atual reitor da Comunidade de Santo Afonso na Tijuca/ RJ
Extraído do Jornal “O Redentor” Ano X Nº 199 – Setembro de 2012
Jornal da Paróquia Santo Afonso






domingo, 28 de outubro de 2012

"Senhor que eu veja!"

A leitura do evangelho de hoje, dia 28 de outubro de 2012, meditamos sob re a passagem do cego Bartimeu. Este é um texto clássico dos evangelhos. Falamos de luz. Falamos de enxergar. Falamos do grito que o cego dá para ter a atenção de Jesus.
Entretanto, deixamos de lado alguns detalhes. Inicialmente, Jesus está acompanhado de uma multidão. Além de seus discípulos. Tanto a multidão, quanto os discípulos, escondem o cego de Jesus. Fica difícil ver o cego. Ouso dizer, que Jesus seria um cego para aquele homem, escondido no chão. Jogado na sarjeta.
Essa é nossa primeira meditação. Quantas "multidões" nos impedem de ver Jesus? O que te absorve no dia-a-dia que não te permite ver Jesus? Quais são suas preocupações?
Mas aquele que quer ter um encontro pessoal com Jesus não pode temer as multidões. A multidão não pode me impedir de fazer esse encontro. Jesus passa. E se alguma coisa me faz ficar afastado dele devemos gritar. Foi o que fez  cego. Ele queria ver Jesus. E por isso gritou.
O que nós fazemos. Gritamos?
Em seguida, para terminar, o cego, após voltar a enxergar, segue Jesus. Torna-se missionário. Mostra. Aponta. Indica quem pode nos tirar de nossa cegueira espiritual e nos fazermos mulheres e homens que indicam Jesus.
Oremos: Senhor que eu veja. Senhor, limpa minha cegueira.

sábado, 27 de outubro de 2012

Vicariato Norte e Nova Evangelização

Durante os dias 23, 24 e 25 de outubro de 2012, o clero do vicariato norte, Diáconos, Padres e Bispo se reuniram na casa dos Irmãos Maristas, em Mendes-RJ, para realizar sua Assembleia Vicarial anual.
Nesta oportunidade, além de fazermos a agenda do vicariato para o ano de 2013, aproveitamos a oportunidade para refletirmos sobre o instrumento de trabalho do sínodo dos bispos sobre a Nova Evangelização, cujo título é "Nova Evangelização para a Transmissão da Fé Cristã". 
Os palestrantes foram Pe. Ricardo Calvo, Pe. Marciano, Pe. Antonio José, Frei Paulo (Capuchinho) e Pe. Paulo Romão.
Pe. Ricardo destacou alguns pontos da Introdução e do Primeiro Capítulo. Neste capítulo, a instrução de trabalho desta "Jesus Cristo, Evangelho de Deus para o homem", como tema central. Ao seu redor, gravitam outras reflexões: "Jesus Cristo, o evangelizador"; "A Igreja, evangelizada e evangelizadora"; "O Evangelho, dom para cada homem"; "O dever de evangelizar"; e por último, "Evangelização e renovação da Igreja".
O segundo capítulo fora apresentado pelo Pe, Marciano (S. Domingos de Gusmão). Meditamos sobre o "Tempo de nova evangelização". Os subtemas foram: "A pergunta sobre a 'nova evangelização'"; "Os cenários da nova evangelização"; "As novas fronteiras do cenário comunicativo"; "As mudanças do cenário religioso"; "Viver com cristãos nestes cenários"; "Missio ad gentes", cuidado pastoral, nova evangelização"; "Transformação da paróquia e nova evangelização"; "Uma definição e o seu significado".
No segundo dia, após a Santa Missa e o café da manhã, iniciamos as atividades. Partimos para estudar os terceiro, quarto capítulos e a Conclusão.
O terceiro capítulo foi apresentado pelo Pe. Antônio José. "Como transmitir a fé" é o título deste capítulo. Os subtítulos versaram sobre: "O primado da fé"; "A Igreja transmite a fé que ela mesma vive"; "A pedagogia da fé"; "Os sujeitos da transmissão da fé"; "A família, lugar exemplar de evangelização"; "Chamados a evangelizar"; "Dar razões da própria fé"; "Os frutos da fé".
Em seguida, o Frei Paulo (Capuchinho), falou sobre o quarto capítulo: "Reavivar a ação pastoral". Os temas aprofundados foram: "A iniciação cristã, processo evangelizador"; "A exigência do primeiro anúncio"; "Transmitir a fé, educar o homem"; "Fé e conhecimento"; "O fundamento de toda a pastoral evangelizadora"; "A centralidade das vocações".
A Conclusão fora apresentada pelo Pe. Paulo Romão (Bom Pastor). Meditamos sobre "Jesus Cristo, Evangelho que dá esperança"; "A alegria de evangelizar".
Ao término desta manhã, fizemos um almoço de confraternização. Uma oportunidade para, numa conversa informal, falarmos sobre os temas discorridos e sobre as alegrias e esperanças de cada uma das nossas comunidades paroquiais.
No terceiro dia, aproveitamos para, em grupo, destacarmos aquilo que fora conversada e meditado nos dois dias anteriores. Os grupos de reflexão apresentaram propostas para que uma Nova Evangelização seja eficaz em nossas paróquias. É preciso evangelizar os já cristãos católicos. É preciso um processo de conversão de nosso clero. É preciso trabalhar em conjunto com os três graus da ordem, e valorizar o trabalho do laicato em nossas paróquias.
Forma três dias de intenso trabalho. Voltamos alegres e confiantes no trabalho de nossos bispos em roma no Sínodo sobre a Nova  Evangelização.

domingo, 21 de outubro de 2012

Semente do Ano da Fé

Ao proclamar o Ano da Fé, o Papa Bento XVI nos conclama a aprofundarmos nossa fé através do estudo do Catecismo da Igreja Católica e dos Documentos do Concílio Vaticano II.
Neste breve artigo, trazemos algumas considerações feitas pelo Beato João Paulo II na promulgação do Catecismo da Igreja Católica. Esperamos que seja motivador para a vivência e estudo de nossa opção de seguir Jesus Cristo em sua Igreja: Católica Apostólica Romana.
Em 1997, através da Carta Apostólica “Laetamur Magnopere”, João Paulo II aprovou a edição latina do Catecismo da Igreja Católica. Esta autorização de publicação deu-se cinco anos após a Constituição Apostólica Fidei Depositum, que publicou, originalmente, o Catecismo, após 30 anos da abertura do Concílio Vaticano II.
De vários lugares chegaram contribuições para o texto do Catecismo. Isto manifestou o “notável interesse que o Catecismo suscitou em todo o mundo”. Confirmou a finalidade do “Catecismo de se apresentar como uma exposição completa e integral da doutrina católica”. Levando seus leitores a conhecerem o que a “Igreja professa e celebra, vive e reza em seu cotidiano”. Espera a Igreja que o conteúdo do Catecismo, da fé cristã seja “exposta de forma mais adequada aos homens de nossos dias”.
A tradução típica latina torna-se um “válido e legítimo instrumento para a comunhão eclesial e uma norma segura para o ensino da fé, assim como um texto de referencia seguro e autêntico”.
Ainda lemos, “a catequese nesta exposição genuína e sistemática da fé e da doutrina católica um caminho plenamente seguro para apresentar o anúncio cristão, com renovado fervor, em todas e em cada uma de suas partes, aos homens de nosso tempo. Os professores de catequese terão neste volume uma ajuda sólida com a qual poderão comunicar, na Igreja local, o único e perpétuo depósito da fé. (...) A atividade catequética poderá experimentar um impulso novo e amplo junto ao povo de Deus, se souber utilizar e avaliar adequadamente este Catecismo”.
O Papa continua dizendo: “urge um empenho extraordinário de evangelização para que todos possam conhecer e acolher o anúncio e assim crescer ‘na medida da idade da plenitude de Cristo’”(Ef 4,13).
Concluindo sua carta, convoca o povo de Deus para que o Catecismo seja “conhecido e acolhido por todos para que a unidade na fé se fortaleça e se expanda até os limites da terra”.
Fidei Depositum – Depósito da Fé
Em outubro de 1992, através da Constituição Apostólica Fidei Depositum, João Paulo II fez publicar o Catecismo da igreja Católica.
Inicialmente, nos lembra João Paulo II que “Guardar o depósito da Fé é missão da Igreja. E que o Concílio Vaticano II “tinha como intenção e finalidade por em evidência a missão apostólica e pastoral da Igreja”.
Continua dizendo que “ao concílio coube apresentar melhor o precioso depósito da doutrina cristã”. E que deve o Concílio deveria “empenhar-se por mostrar serenamente a força e beleza da doutrina da fé”. Além de oferecer um “conjunto considerável de exposição doutrinais e de diretrizes pastorais oferecidas a toda a Igreja”.
É um momento oportuno para se ter “orientações para uma renovação de pensamentos, de atividades, de costumes e de força moral, de alegria e de esperança, que foi o objetivo do Concílio”. João Paulo II destaca que o Vaticano II foi ponto de referência de toda sua pastoral.
Em Janeiro de 1985 reuniu-se uma Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos com a “finalidade de celebrar as graças e os frutos espirituais do Concílio Vaticano II, aprofundar seu ensinamento para aderir melhorar a ele e promover sue conhecimento e sua aplicação”.
Os bispos reunidos no Sínodo “manifestaram o desejo de que a apresentação da doutrina” deveria ser “bíblica e litúrgica, oferecendo ao mesmo tempo uma doutrina sã e adaptada à vida atual dos cristãos”. Assim, tornaria-se o Catecismo um “texto de referência para uma catequese renovada nas fontes vivas da fé”. Fazendo com que este Catecismo se convertesse num “contributo muito importante àquela obra de renovação da vida eclesial inteira, querida e iniciada pelo Concílio Vaticano II”.
O Papa afirma que “este Catecismo é fruto de uma colaboração de todo o episcopado da Igreja Católica”. E que “reflete a natureza colegial do episcopado”.
“Um catecismo deve apresentar (...) o ensinamento da Sagrada Escritura, da Tradição e do Magistério. (...) Deve ter em conta as explicações da doutrina que o Espírito Santo sugeriu à Igrejá. É também necessário que ajude a iluminar, com a luz da fé, as novas situações e os problemas que ainda não tinham surgido no passado”.
Assim, o Catecismo “incluirá coisas novas e velhas (Mt. 13,52) porque a fé é sempre a mesma fonte de luzes sempre novas”.
O Catecismo apresenta o conteúdo em quatro partes: “O Credo; a Sagrada Liturgia; O agir cristão; e a oração”. De forma que o conteúdo seja “expresso de modo novo, para responder às interrogações de nossa época”.
“Lendo o Catecismo da Igreja Católica, pode-se captar a maravilhosa unidade do mistério de Deus”.
João Paulo II diz que “o Catecismo da Igreja Católica (...) é uma exposição da fé da Igreja e da doutrina católica”. E acrescenta afirmando que é “um instrumento válido e legítimo a serviço da comunhão eclesial e como uma norma segura para o ensino da fé. Sirva ele para a renovação, à qual o Espírito Santo chama incessantemente a Igreja de Deus, Corpo de Cristo, peregrina rumo à luz sem sombras do Reino!”.
Conclui pedindo aos “Pastores da Igreja e aos fiéis que acolham este Catecismo em espírito de comunhão e que o usem assiduamente ao cumprir sua missão de anunciar a fé e de convocar para a vida evangélica. (...) O Catecismo é oferecido a todo o homem que nos pergunte a razão de nossa esperança (1 Pd. 3,15) e queira conhecer aquilo em que a Igreja Católica crê”.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

"Ai de vós que pagais o dízimo (...) mas deixai de lado a justiça e o amor de Deus!"


A palavra dirigida por Jesus a nós, no dia de hoje, é dura. E é assim todo o evangelho. Infelizmente, corremos sempre a tentação de querermos buscar uma interpretação que amenize aquilo que Jesus quer nos dizer. Mas é claro que, em alguns textos, a fala é dura mesmo.
No caso de hoje, ele nos faz refletir sobre nossas práticas religiosas. Muitas vezes, vivemos uma fé de exterioridades: pagamos dízimo; doamos alimentos para cestas básicas; recolhemos recursos para as mais diversas obras de assistência; e fazemos muito mais. Até participamos da Missa, Confessamos, Comungamos, Rezamos o Terço.
Tudo isso é importante. Mas não é o principal. A prática da justiça e o temor (amor) de Deus ficam de lado. E isto tem tanto valor, ou até mais, do que as práticas materiais. E o que é a prática da justiça. Creio que o próprio Jesus nos responde. Mateus 25,34-40. “Tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era peregrino, e me hospedastes; andava nu e me vestistes. Estava doente, e me visitastes; estava preso, e me viestes ver”. Então, aqueles que fizeram estas coisas vão perguntar a Jesus quando isso se deu. E ele responderá: “Tudo o eu fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes”. Isto é praticar a Justiça. Incluímos nesta lista: lembrar dos hospitais em péssimo estado. Lembrar das escolas públicas que não tem condições de oferecer um ensino de qualidade. Acompanhar a atuação dos seus candidatos. Conferir de perto. Cobrar. Fazer valer a sua fé.
Assim, irmãs e irmãos, estaremos fazendo com que os frutos do Espírito Santo brotem de nós. E eles são, conforme Paulo diz: “Caridade; Alegria; Paz; Longanimidade; Bondade; Lealdade; Mansidão; Continência” (Gl 5,22-23a).
O salmo 1 nos diz que “feliz é todo aquele que (...) encontra seu prazer na lei de Deus, e a medita, dia e noite, sem cessar”. A este, tudo o que fizer prosperará, pois “Deus vigia o caminho dos eleitos”. E quando praticamos a Justiça e o Amor de Deus somos justos aos seus olhos. Quando nos propomos ao bem, não andando “conforme o conselho dos perversos”, não aceitando o “caminho dos malvados”, nem nos sentando “junto dos zombadores”, Deus vigia nossos caminhos. Deus se coloca ao nosso lado. E tudo o que fizermos, prosperará.
(Meditação dos textos de Lc. 11,42-46; Gl. 5,18-25; Salmo 1)