sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. 21,29-33

Naquele tempo, Jesus contou-lhes uma parábola: “Olhai a figueira e todas as árvores. Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto. Vós também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. Em verdade, eu vos digo: tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.

Reflexão
Aprender a olhar os sinais que estão ao nosso redor, eis a mensagem deixada por Jesus na liturgia de hoje.
Se sabemos olhar para a natureza e identificar as estações do ano através dos brotos das árvores, devemos olhar para nossa vida e ver os sinais que Deus vai produzindo.
Reclamamos da violência, da falta de educação, da não preocupação de uns com os outros. De egoísmo, do individualismo. E não percebemos que isso são sinais da falta de Deus em nossas vidas, e na vida de nossas famílias. Não frequentamos mais as casas uns dos outros. Nossos jovens preferem as redes sociais do que estarem juntos para conversar. Fugimos de dar nosso ponto de vista para não nos expormos. Não frequentamos os grupos pastorais e de caridade para não vermos o sofrimento alheio.
"Céu e terra passarão", ou seja o tempo passará, mas a palavra de Deus permanece atual. Mudam-se os costumes, as tecnologias, os relacionamentos sociais. Mas a Palavra de Deus continua iluminando nossa vida. Nossas relações sociais. Pois os pobres continuam pobres. Os miseráveis continuam existindo e tendo necessidades para sobrevivência. Os doentes e encarcerados precisam de nossa visita. Os nus, de roupa. E os peregrinos precisam de nossa acolhida.
As palavras de Jesus não foge àquilo que estamos meditando. Estamos nos preparando para a sua vinda (a segunda vida). Celebrar o Natal é fazer memória da volta de Jesus, gloriosa, que se deu no escondido da manjedoura.
Não deixe que a Palavra de Deus passe sem produzir fruto em sua vida.


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. 21,20-28

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, ficai sabendo que a sua destruição está próxima. Então, os que estiverem na Judeia, devem fugir para as montanhas; os que estiverem no meio da cidade, devem afastar-se; os que estiverem no campo, não entrem na cidade. Pois esses dias são de vingança, para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras. Infelizes das mulheres grávidas e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias, pois haverá uma grande calamidade na terra e ira contra este povo. Serão mortos pela espada e levados presos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete. Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas. Então eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”.


Reflexão.
Queridas amigas e amigos, um texto do gênero apocalíptico. Jesus fala de Jerusalém cercada. Dias de vingança. Pessoas sendo mortas. Nações angustiadas. Homens desmaiando de medo.
Um texto para o qual devemos olhar com muita oração. As situações colocadas por Jesus se referem aquilo que vai na vida humana e em nossos corações. Quantas vezes, vivemos uma situação de desespero? Quantas queremos "vingança"? Quantas vezes, parece que vamos perder os sentidos (desmaios) pelo que vemos?
A segunda vinda de Jesus será repleta de poder e glória. Enquanto que na sua primeira vinda, ele nasceu numa gruta da periferia do mundo. O seu retorno se dará em glória. O resgate dos justos será visto por todos, assim como a danação eterna. Aqueles e aquelas que estão preparados devem erguer a cabeça, pois sabem que a salvação se aproxima.
E como saber se está preparado? Ele próprio disse, "vinde benditos de meu pai, eu estava com fome e me destes de comer; estava com sede e me destes de beber; estava doente e festes me visitar; estava preso e fostes me ver; era nu e me vestistes; era peregrino e me acolhestes".
Assim, nada abalará nossa confiança diante da segunda vinda de Jesus. Não devemos temer. Devemos orar e viver a fraternidade com os irmãos que nada tem.
Viva conforme a vontade as dicas de Deus, e nada poderá te abalar.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. Lc 21,12-19

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Antes que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!”

Reflexão
O testemunho da fé é dado na tribulação. Presos, perseguidos, colocados diante dos juízes. É nesta ocasião que se deve professar a fé. Ser odiado pelo nome de Jesus. Devemos manter firma a fé para ganhar a vida.
Irmãs e irmãos, quanto concretude nas palavras de Jesus. Quanto realismo. Quanta profecia. A palavra de Deus exige testemunho com a vida. Não se deve professar a fé apenas com palavras. Jesus exige de nós um exemplo de vida. É o que temos de mais valor, a vida.
Na liturgia da missa, há um ato penitencial que diz: "Confesso a Deus todo poderoso, e a vós irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes, por pensamentos e palavras, ATOS e OMISSÕES..." (grifo meu).
Aprendamos com a palavra de hoje a darmos testemunho com a nossa vida. Defender a fé, Deus e Jesus em todos os lugares. Com argumentos, mas também com exemplos.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. 21,5-11

Naquele tempo, algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse: “Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. Mas eles perguntaram: “Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal de que estas coisas estão para acontecer?” Jesus respondeu: “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ E ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente! Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim”. E Jesus continuou: “Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país. Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu”.

Reflexão
Aonde colocamos a nossa fé, em Deus ou no Templo? Ontem, meditávamos sobre as pessoas que davam suas ofertas para o Templo. E Jesus exaltava a viúva que deu tudo o que tinha.
Nosso texto de hoje, ainda coloca Jesus no Templo. As pessoas elogiavam a beleza da construção e dos enfeites. Uma fé profundamente vazia, externa. Acreditavam que a esperança, e a vida religiosa, estavam no templo.
Jesus mostra que o templo é frágil, apesar de sua aparente força. Podemos olhar para nós mesmos, para nosso corpo, para nossa fragilidade. Tudo é perecível. Acaba. O que importa é a justiça que praticamos e a nossa fé. Nossa oração. Nosso vivência religiosa.
Grande parte das pessoas esperam pelo fim do mundo. E se esquecem de se preparar para isso. Não fiquemos presos às exterioridades. Façamos de nossa fé um impulso para encontrar o aquele que necessita de nossa ajuda. Recordando o domingo, aqueles que tem fome e sede, que estão doentes e encarcerados, que estão sem roupa, sem teto.
É a prática destas coisas que vão embelezar o nosso Templo espiritual. A prática da justiça e da caridade são as pedras que embelezam nosso fé. Fazer o bem sem olhar a quem. 
Vivamos a certeza de que o fim chega, mas não fiquemos parados. Ajamos como se esse fosse o último dia de nossas vidas.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas. 21,1-4

Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos e viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do Templo. Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas. Diante disso, ele disse: “Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos. Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver”.

Reflexão:

Um fato me chama atenção. "Jesus ergueu os olhos". Em outro momento, Jesus ergueu os olhos para louvar o Pai por ter revelado "essas coisas aos pequeninos".
Erguer os olhos é atitude de quem ora. De quem vê a vida com os olhos de Deus. É colocar nas mãos de Deus aquilo que se vive. Quem ergue os olhos vê os que sofrem. É capaz de enxergar como filho (a) de Deus os que passam fome e sede, os que estão nus, os que estão sem teto, os perambulam pelas cidades, os doentes e encarcerados. Os que erguem os olhos vão ao encontram dessas pessoas, pois veem nela a presença do próprio Cristo.
Em seguida, ele contempla a cena. "Viu pessoas ricas depositando ofertas no Tesouro do Templo, ou seja, pagando o dízimo. Interessante, todos vão ao templo, ricos e pobres. A diferença está naquilo que levam como oferta. Uns dão o que lhes sobra, outros, o que lhes faz falta. E Deus retribui com mais abundância aqueles(as) que dão o que lhes faz falta.
Dentre aquelas pessoas havia uma "pobre viúva", Dentre todos, uma em situação de pobreza dupla, além de pobre material, não tinha muito dinheiro, era uma pobre social, era viúva. Sem marido, para a sociedade da época, não tinha muitos recursos para se sustentar.
Ela só tinha duas moedas. E Jesus diz que ela ofertou tudo o que tinha para sobreviver.
É essa pergunta que devemos fazer, o que estamos dando para Deus? Damos o que nos sobra, ou entregamos a ele o que é necessário para a nossa vida? Ofertamos o tempo que não temos, ou damos o tempo que nos sobra, descontado o tempo de lazer?
A viúva deu o que tinha para viver. E eu, o que estou dando para Deus?

domingo, 23 de novembro de 2014

Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus. 25,31-46

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’. Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso e fomos te visitar?’ Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’ Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não me fostes visitar’. E responderão também eles: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?’ Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo: todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’ Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”.
Reflexão
"Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo!"
"Nem todo que me diz Senhor, Senhor entrará no Reino dos Céus". Esta frase sempre me chamou atenção. Pois os apóstolos haviam perguntado quem entraria no Reino dos Céus. Como fazer para habitar na morada preparada por Jesus no Reino de Deus? Crer na vida eterna é aquilo que vivemos e procuramos. Saber que não há uma finitude. Mas que ainda há muito para viver no Reino de Deus, esta é a nossa busca. "Senhor, eu sei que meu irmão ressuscitará no último dia", disse Marta a Jesus.
O Evangelho de hoje nos leva a um mundo diferente. A uma realidade que foge à nossa chamada racionalidade humana. Mas nos coloca em sintonia com o Reino de Deus. E neste reino, as pessoas tem mais valor do que as coisas. Deus pai, todo poderoso, tem um olhar especial para os pobres. Aqueles colocados à margem da sociedade. Que passam por necessidades extremas. Miséria. Falta de comida. Falta de cuidado (visitar doente e encarcerados). Sem teto. Sem terra. 
A ganância humana nos faz acumular riquezas. Imóveis. Comida. Dinheiro. E o nosso rei está ao lado daqueles que nada tem.
Olhemos para o evangelho de hoje com os olhos de quem quer estar no Reino de Deus, mas se esconde em seus grupos de Igreja. Em seus preconceitos. Em suas ideias. Em seus egoísmos. 
Jesus é bem claro hoje, e diz, tudo o que fizestes a um desses pequeninos foi a mim que fizestes, por tanto a vós foi dado o passe para entrar no Reino de Deus. 
Faça um exame de consciência: Dou de comer e de beber a quem está com fome e sede? Visto os nus? Visito dos doentes e encarcerados? Acolho os peregrinos? Ajo com misericórdia, ou sou implacável na imputação da Lei?

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. 19,1-10

Naquele tempo, Jesus tinha entrado em Jericó e estava atravessando a cidade. Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico. Zaqueu procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia, por causa da multidão, pois era muito baixo. Então ele correu à frente e subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali.
Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: “Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa”. Ele desceu depressa, e recebeu Jesus com alegria. Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: “Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!” Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais”. Jesus lhe disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”.

Reflexão
Jesus ainda está em Jericó (veja a meditação de ontem). Dois episódios distintos. Num, ele está na periferia da cidade. Encontra um rejeitado da sociedade. Um excluído. E opera na vida dele a salvação.
Hoje, encontramos Jesus dentro da cidade. Passou pela porta. Entrou. Jesus está atravessando a cidade. Andando.
Há um encontro. Agora com alguém que ocupa uma posição de prestígio. Homem de posses ("era muito rico"), em oposição ao mendigo de ontem. Zaqueu era um pecador público, pois era chefe dos cobradores de impostos. E estes não eram bem vistos pelo povo, pela sociedade.
Zaqueu ouvira falar de Jesus. Queria vê-lo, tal como o cego da periferia. A diferença é que um queria ser liberto do mal que o afligia (cego), o outro, só queria vê-lo.
Numa atitude desesperada de ver Jesus, agiu de forma ridícula para a posição que ocupava. Subiu numa árvore. Tudo para ver Jesus. Apenas ver.
A grande mudança. A conversão de Zaqueu. Sem dizer uma palavra, Jesus mudou o coração daquele homem. É possível imaginar que Zaqueu já conhecesse a pregação de Jesus. Deveria tê-lo ouvido em outros lugares e ambiantes.
Zaqueu ficou de pé. Cresceu. Fez o discurso da casa. Acolheu o visitante. Aquele encontro mudou a sua vida. "Eu dou a metade dos meus bens aos pobres". "Se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais". 
Vejam, bastou um encontro. Bastou uma hospedagem, estadia. Bastou um olhar. Bastou o sentar-se a mesa para a refeição. E a vida daquele homem mudou.
Quantas vezes, nos aproximamos da mesa da Eucaristia? Será que nossa vida muda? Quantas vezes, fazemos adorações ao Santíssimo Sacramento? Será que nossa vida muda? Quantas vezes, procuramos o sacramento da Reconciliação? Será que nossa vida muda? Quantas vezes, vamos a procura de orações de cura e libertação? Será que isso muda nossa vida? Quantas vezes nos encontramos em reuniões de restaurações? Será que nossa vida muda?
A narrativa termina com Jesus dizendo que a salvação entrou naquela casa. Salvação exige mudança de vida. Salvação exige conversão. E converter-se é pensar nos pobres, nos excluídos. E ajudá-los a ter vida. Ao cego, Jesus recuperou a visão física. E foi salvo. Zaqueu recuperou a visão espiritual, e assumiu para si a libertação dos pobres.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. 18,35-43

Quando Jesus se aproximava de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. Ouvindo a multidão passar, ele perguntou o que estava acontecendo. Disseram-lhe que Jesus Nazareno estava passando por ali. Então o cego gritou: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” As pessoas que iam na frente mandavam que ele ficasse calado. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!”. Jesus parou e mandou que levassem o cego até ele. Quando o cego chegou perto, Jesus perguntou: “Que queres que eu faça por ti?” O cego respondeu: “Senhor, eu quero enxergar de novo”. Jesus disse: “Enxerga, pois, de novo. A tua fé te salvou”. No mesmo instante, o cego começou a ver de novo e seguia Jesus, glorificando a Deus. Vendo isso, todo o povo deu louvores a Deus.

Reflexão
Jericó tem como significado "perfumado". Foi uma importante cidade da Palestina. Centro comercial. Fica a 240m abaixo do Mar Mediterrâneo. É chamada a Cidade das Palmeiras (Dt 34, 1b.3). Está intimamente ligada a libertação do Egito. Foi contemplada por Moisés antes de sua morte. Faz parte da Terra Prometida.
Jericó tem um significado muito grande para o imaginário hebraico. Não é por acaso que Jesus passa por ali. É sinal de libertação. É sinal de vida nova. É sinal de posse da terra. É sinal de um novo tempo na vida do povo.
De Jericó deverá exalar um novo odor. De Jericó deverá existir uma nova visão. De Jericó deve-se dar "louvores a Deus".
Jesus "se aproxima de Jericó". Não havia entrado na cidade. O cego está "sentado à beira do caminho". Está à margem. Destituído de sua dignidade. Sem poder trabalhar, pede esmolas. E alvo da caridade aleia. Sendo cego, aguça o sentido da audição. Ouvi o burburinho. Que saber o que está acontecendo. Pergunta. E recebe como resposta que Jesus Nazareno está passando por ali.
Muitas vezes, estamos à margem. Sentados. Sem enxergar o que está ao nosso redor. Não vemos. Mas também não ouvimos. O cego de Jericó nos ensina que devemos estar com os ouvidos atentos ao que acontece ao nosso lado. É Deus quem fala. É Deus quem passa. É o próprio Senhor que vem ao nosso encontro. E não podemos perder essa oportunidade.
É por isso que se deve gritar: "Jesus, tem piedade de mim!" É a única maneira de ser ouvido. O grito liberta. O grito faz o outro ouvir. O grito é o clamor daquele que busca a Deus com o coração sincero. Que quer mudar de vida. Não é somente um grito com a boca, mas um grito espiritual. É o mesmo grito dado por Jesus na cruz, "Abba!", movido pelo Espírito Santo.
A multidão atrapalha esse encontro. Quantas vezes agimos como afastadores de Deu? Quantas vezes não propiciamos o encontro das pessoas com Deus? Quantas vezes em nossas palavras, atos e omissões fazemos com que os "cegos" de hoje não se aproximem de Deus? Quantos nãos damos por dia?
Mas o ouvido de Deus é mais atento. Deus ouve o clamor de seu povo (Ex. 3,7-8) e vem em sue auxílio, socorro, libertá-lo. Por isso, devemos insistir no pedido. Não deixar que a multidão abafe nosso clamor.
Jesus vem ao encontro do cego. E pergunta o que ele quer que aconteça. Obviamente, ele responde, "que eu veja". Ele não duvidou de que Jesus poderia realizar tal prodígio. Foi firme. "Que eu veja". E assim foi feito. "Se tiveres fé como um grão de mostarda...". O cego é um exemplo dessa fé. Acreditou. E deu-se o milagre. Não apenas de recuperar a vista, mas de ser Salvo. "A tua fé te Salvou!" Mais do que enxergar, o cego garantiu a salvação. E por isso, começou a seguir Jesus. E por isso, começou a glorificar a Deus. Estava à margem, e agora voltou à vida. E quem recupera a vida glorifica a Deus.
Peçamos ao Pai que possamos ver o Filho. Peçamos ao Filho que nos mostre o Pai. E peçamos ao Espírito Santo a força necessária para a Missão. Amém.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Leitura da Segunda Carta de São João. (4-9)

"Muito me alegrei, Senhora, por ter encontrado alguns dos teus filhos que caminham conforme a verdade, segundo o mandamento que recebemos do Pai. E agora, Senhora, eu te peço – não que te esteja escrevendo a respeito de um novo mandamento, pois se trata daquele que temos desde o princípio: amemo-nos uns aos outros. E amar consiste no seguinte: em viver conforme os seus mandamentos. Este é o mandamento que ouvistes desde o início para guiar o vosso proceder. Acontece que se espalharam pelo mundo muitos sedutores, que não confessam a Jesus Cristo encarnado. Está aí o Sedutor, o Anticristo. Tomai cuidado, se não quereis perder o fruto do vosso trabalho, mas sim, receber a plena recompensa. Todo o que não permanece na doutrina de Cristo, mas passa além, não possui a Deus. Aquele que permanece na doutrina é o que possui o Pai e o Filho."

Reflexão
A Segunda Carta de João só tem um capítulo. Poderíamos dizer que era mais um bilhete, do que uma missiva.
Ele comenta sobre aqueles que negam a existência de Jesus e o seu mandamento do amor.
É fundamental para a comunidade cristã a vivência do amor. Somente ele poderá fazer suportar as dores da perseguição. As dores da vida. Foi o amor, pela humanidade e por sua salvação, que fez Jesus se entregar na cruz. O amor é o que nos dá a certeza da ressurreição. Sem amor, nada é bem feito.
O amor cristão deve superar toda perseguição, toda falta de fé. Somente o amor dá razões de nossa esperança, como diz Pedro em sua carta.
Irmãos e irmãs, nunca desistir do amor ao próximo. Perdoar até 70 vezes 7. Essa é nossa esperança e demonstração de amor.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Leitura da Carta de Paulo a Tito. 2,1-8.11-14

Caríssimo, o teu ensino seja conforme à sã doutrina. Os mais velhos sejam sóbrios, ponderados, prudentes, fortes na fé, na caridade, na paciência. Assim também as mulheres idosas observem uma conduta santa, não sejam caluniadoras nem escravas do vinho, mas mestras do bem. Saibam ensinar as jovens a amarem seus maridos, a cuidarem dos filhos, a serem prudentes, castas, boas donas de casa, dóceis para com os maridos, bondosas, para que a palavra de Deus não seja difamada. Exorta igualmente os jovens a serem moderados e mostra-te em tudo exemplo de boas obras, de integridade na doutrina, de ponderação, de palavra sã e irreversível, para que os adversários se confundam, não tendo nada de mal para dizer de nós. Pois a graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens. Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade, aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. Ele se entregou por nós, para nos resgatar de toda a maldade e purificar para si um povo que lhe pertença e que se dedique a praticar o bem.

Reflexão.
A Palavra de Deus exorta, instrui, anima e confirma na fé. O trecho de hoje é um modelo disso. Por si só ele fala. Apenas uma coisa, estamos sendo esse modelo para os jovens? Nos Transfiguramos num novo Jesus para aqueles que nos buscam? Uma bela oportunidade de exame de consciência para as confissões de preparação para o Natal. Anote num caderno (ou bloco de notas). Reflita pessoalmente diante do Santíssimo. E procure mudar de vida.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Início da Carta de São Paulo a Tito, 1,1-9

Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para levar os eleitos de Deus à fé e a conhecerem a verdade da piedade que se apoia na esperança da vida eterna. Deus, que não mente, havia prometido esta vida desde os tempos antigos, e, no tempo marcado, manifestou a sua palavra por meio do anúncio que me foi confiado por ordem de Deus nosso Salvador. A Tito, meu legítimo filho na fé comum, graça e paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo nosso Salvador. Eu deixei-te em Creta, para organizares o que ainda falta e constituíres presbíteros em cada cidade, conforme o que te ordenei: todo candidato deve ser irrepreensível, marido de uma só mulher, com filhos crentes, e não acusados de levianos e insubordinados. Porque é preciso que o epíscopo seja irrepreensível, como administrador posto por Deus. Não seja arrogante nem irascível nem dado ao vinho nem turbulento nem cobiçoso de lucros desonestos, mas hospitaleiro, amigo do bem, ponderado, justo, piedoso, continente, firmemente empenhado no ensino fiel da doutrina, de sorte que seja capaz de exortar com sã doutrina e refutar os contraditores.

Reflexão.
Paulo é apóstolo é para levar o eleitos à fé e a conhecerem a verdade da piedade.
Tito é um dos epíscopos deixados por Paulo para dar continuidade na igreja de Creta.
Para isso, ele instrui Tito nas qualidades que devem observadas na escolha daqueles que vão conduzir a Igreja. Passo a enumerá-las:
1. Ser irrepreensível;
2. Marido de uma só mulher;
3. Filhos com fé, nem levianos e insubordinados;
4. Não seja arrogante;
5. Não seja irascível;
6. Não seja dado ao vinho (beberrão);
7. Não seja turbulento;
8. Não seja cobiçoso de lucros desonestos.
9. Deve ser hospitaleiro;
10. Amigo do bem;
11. Ponderado;
12. Justo;
13. Piedoso;
14. Continente;
15. Empenhado no ensino fiel da doutrina;
16. Seja capaz de exortar com sã doutrina e refutar os contraditores.

É isto. Paulo deixa essas exigências para aqueles que se apresentam para serem os condutores da comunidade. E cada um de nós, hoje, em particular, devemos pegar essas recomendações e vive-las como se fossem para nós. Pois uma família deve ter pais com estas virtudes. Uma grupo da Igreja deve ter um líder ou coordenador com estas qualidades. E nossos pastores, Bispos, Padre e Diáconos devem viver isso fielmente, pois a quem muito foi dado, muito será cobrado.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 16,1-8

Naquele tempo: Jesus disse aos discípulos: 'Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens.  Ele o chamou e lhe disse: 'Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens'. O administrador então começou a refletir: 'O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. Ah! Já sei o que fazer, para que alguém me receba em sua casa quando eu for afastado da administração'. Então ele chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão. E perguntou ao primeiro: 'Quanto deves ao meu patrão?' Ele respondeu: 'Cem barris de óleo!' O administrador disse: 'Pega a tua conta, senta-te, depressa, e escreve cinqüenta!' Depois ele perguntou a outro: 'E tu, quanto deves?' Ele respondeu: 'Cem medidas de trigo'. O administrador disse: 'Pega tua conta e escreve oitenta'. E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz.

Reflexão.
Prezadas irmãs e irmãos,
Jesus era bom de conversa. O Reino de Deus não é uma filosofia de vida. O Reino de Deus não é um conceito abstrato. O Reino de Deus não é um estado de espírito.
O Reino de Deus é concreto. Se assim não fosse, Jesus nos teria dito.
Para falar da força deste Reino, Jesus procura falar através de imagens que possamos entender.
A parábola de hoje nos remete ao administrador infiel. Ao que nos parece, num primeiro momento, Jesus estaria elogiando a falta de decência daquele homem. Entretanto, este parábola não pode ser lida isoladamente, sem se associada a outras histórias comparativas feitas por Jesus.
Lembre-se de que Jesus nos pede para que nos esforcemos para entrar pela porta estreita. Em outra passagem, o Reino é colocado como uma pérola enterrada em um campo. Ou como uma moeda perdida que é encontrada pela dona de casa. Ou como a boa semente que produz frutos (mas o inimigo semeia o joio). Ou como a Samaritana que descobre o valor da pessoa de Jesus no encontro pessoal que faz com ele.
Dois pontos a destacar. Vamos lembrar que Paulo fala dos frutos do espírito em oposição aos frutos do mundo. Na carta aos Gálatas ele enumera muitas ações de como agem os filhos do mundo. E é o que fez Jesus. O maligno sabe muito bem como ludibriar. Como roubar. Como ser astuto.
E Jesus, no fim da parábola de hoje, no interroga sobre isso. Os maus sabem muito bem como agirem. São pessoas que provocam a "rivalidade", a "divisão", o "sectarismo", a "inveja", tem "espírito e instintos egoístas" (cf. Gal. 5,19-21a).
Por outro lado, ele nos convoca a sermos espertos não pela maldade do mundo, mas pelos frutos do Espírito que habita em nós: "amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, mansidão e domínio de si" (cf. Gal 5,22-25).
Uma parábola que nos faz pensar na nossa prática religiosa e de fé. Na nossa ação missionária. Em como estamos agindo diante do mundo: Como o  administrador infiel, filho das trevas; ou como os dispensadores da vontade divina?
Oremos:
"Deus de poder e misericórdia, afastai de nós todo obstáculo para que, inteiramente disponíveis, nos dediquemos ao vosso serviço. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".

Obs: peço desculpas por não ter tido tempo de fazer meu comentário sobre a liturgia de ontem, dia 06/11/2014. Estamos em processo eleitoral para a composição dos conselhos superiores da UERJ. Ontem foi o último dia de votação, e como o voto não é obrigatório, temos que fazer o trabalho de convencimento com os colegas para votarem. É muito bom desse jeito, pois temos que apresentar propostas concretas, conversar, debater, ouvir críticas e sugestões. Mas tudo correu bem.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 14,25-33

Naquele tempo, grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: “Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo. Com efeito: qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’ Ou ainda: Qual rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”.

Reflexão.
Queridas irmãs e irmãos, três pontos a destacar: 1º uma multidão seguia Jesus; 2º o desapego e a cruz; 3º renunciar.
Primeiro, uma multidão seguia Jesus. Pergunto, porque essa multidão estava seguindo Jesus? O que queriam? Não tinham nada para fazer? Desocupados da vida? Sem esperanças? Sofredores? Pecadores? Doentes? Famintos? Quem eram essas pessoas?
Estas perguntas não são fáceis de se responder. É preciso olhar bem. Quem são as pessoas hoje que estão no seguimento de Jesus? De que forma estão seguindo Jesus? Quais as intenções daqueles que seguem Jesus?
Segundo, vendo aquela multidão, Jesus faz uma afirmação, "se alguém não se desapega (...) não pode ser meu discípulo". Quantos apegos temos em nossas vidas. Estamos apegados afetivamente, financeiramente, psicologicamente. A primeira condição para estar no seguimento de Jesus é deixar de ser multidão. E largar o que me prende ainda nas coisas da terra. Não é desprezar. E desapegar-se. É saber que existe uma missão a ser cumprida, e que nada pode barrar essa missão. Não podemos colocar nossa família como desculpas. Nosso temor. "Nada pode nos afastar do amor de Cristo".
Terceiro, Renúncia. Deixar de lado as vontades próprias. Entender que existe uma missão discipular e que todos são chamados a vivê-la. Não somente consagrados e ordenados. O laicato é chamado a viver essa missão discipular. Todos somos Igreja. Renunciar aos apelos de nossos grupos pastorais. Renunciar aos nossos desejos de como gostaríamos que fosse a Igreja. Renunciar a tudo que causa desunião. Renunciar ao demônio, autor e princípio do pecado.
Renunciar! 
As palavras de hoje, do evangelho, servem para fazermos uma revisão de nossa vida espiritual e missionária. 

Oremos: 
Ó Deus de misericórdia, que concedei a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como deve, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses 2,5-11

Irmãos, tende entre vós o mesmo sentimento que existe em Cristo Jesus. Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor” para a glória de Deus Pai.

Reflexão.
A carta paulina de hoje nos faz pensar como deveria ser a comunidade de Felipos em relação a disputa pelo poder interno. Quem seria o mais importante? Que ocuparia "cargos" de direção. Esses são os sentimentos do mundo. Essas são as formas de relação social com o poder.
Paulo, ao perceber isso, afirma que, Jesus, mesmo tendo a condição divina, mesmo podendo reivindicar para a si essa condição, optou pelo silêncio. Esvaziou-se. Assumiu a humanidade. Tornou-se escravo, isto é, alguém sem direitos próprios. Igualou-se aos homens, ele que era superior a estes.
Não usou da sua condição divina para fugir da humilhação de sua morte. Obedeceu (ah! o quanto é difícil obedecer!). Entregou-se a morte (e quem de nós se entregaria a ela livremente?). E a morte mais excludente possível, a morte de cruz. Considerado um "des-graçado", ou seja, quem não possui a graça de Deus. Este foi Jesus na cruz. Um "sem-graça".
Mas a sua humilhação foi a condição para que seu nome fosse exaltado sobre toda a terra. Para que seu nome ficasse acima de todo nome. Mais do que aqueles que ocupam palácios. E para que toda língua proclame que "Jesus Cristo é o Senhor".
Sem ser humilhado, Jesus não pode ser exaltado. Estamos dispostos a nos vermos numa situação de humilhação? Procuramos mais os aplausos, ou falar daquilo que está nos Evangelhos? Aceitamos fazer a vontade de Deus ("seja feita a vossa vontade...") ou procuramos fazer a nossa vontade?

Oremos:
"Ó Deus, conservai no vosso povo o espírito que animava São Carlos Borromeu, para que a vossa Igreja, continuamente renovada e fiel ao Evangelho, possa mostrar ao mundo a verdadeira face de Cristo. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo".

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Da Carta de São Paulo aos Filipenses - 2,1-4

"Irmãos, se existe consolação na vida em Cristo, se existe alento no mútuo amor, se existe comunhão no Espírito, se existe ternura e compaixão, tornai então completa a minha alegria: aspirai à mesma coisa, unidos no mesmo amor; vivei em harmonia, procurando a unidade. Nada façais por competição ou vanglória, mas, com humildade, cada um julgue que o outro é mais importante, e não cuide somente do que é seu, mas também do que é do outro".

Reflexão
O trecho da Carta aos Filipense nos fala da Consolação em Cristo. Somente, Deus, em Jesus, por Jesus, com Jesus pode nos dar a consolação. A alegria extasiante da alma. Aquela que não passa mesmo diante do maior sofrimento que possamos viver, ou estar vivendo.
Então, Paulo destaca que essa Consolação leva ao "mútuo amor", à "comunhão no Espírito", à "ternura", à "compaixão", e à "alegria". A Consolação é tudo que Deus permite a alma do fiel viver que fortifica a sua fé.
Ele fala do fruto desta Consolação. Desejar a mesma coisa. Querer o que há de bom na vida do outro. Estar na mesma fé. Comungar do mesmo credo.
A Consolação une no amor. E o amor leva a fazer o bem. O amor tudo crê, tudo espera, tudo suporta, se alegra em fazer o bem. O amor dá de comer a tem quem fome; a de beber a quem tem sede; a vestir o nu; a visitar o doente e o encarcerado; acolher os peregrinos.
A Consolação busca a unidade harmoniosamente. Não disputa. Não se acha melhor. Vê o que há de bom no irmão ou irmã. Não busca diferenças. Mas o que os une. É solidário. 
A Consolação não busca a vanglória, pois a vanglória do cristão, do crente, é a cruz de Cristo. A consolação busca ver no outro suas qualidades, e destaca-a, anima-o, incentiva-o a colocar esses talentos a serviço da comunidade como um todo, não somente a comunidade eclesial.
E por último, a Consolação leva-nos a cuidar das coisas do outro, porque ele é mais importante. Não esperar que se peça ajuda, deve-se oferece-la logo. Colocar-se e, atitude de serviço sempre. O outro é mais importante do que eu. Nunca, jamais devemos ter a atitude de acharmos que estamos perdendo tempo com o outro.
Se vivemos nessa Consolação de Cristo, transmitida pelos apóstolos através da Pregação da Palavra, vivamos profundamente isso no dia-a-dia.
Oremos.
"Ó Deus de misericórdia, que concedei a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como deve, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".

Finados - 02/11/2014

Prezadas irmãs e irmãos, não postei ontem meu comentário devido a diversidade de opções de leituras para a Santa Missa.

sábado, 1 de novembro de 2014

Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 5,1-12a

Naquele tempo, vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se.
Os discípulos aproximaram-se, e Jesus começou a ensiná-los:
Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados.
Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus!
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim.
Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus.

Reflexão
Hoje celebramos a solenidade de Todos os Santos. Todos temos uma devoção. Cada um de nós nos identificamos com a vida de algum dos santos da Igreja. 
Esta solenidade nos faz meditar sobre o que é ser Santo? O evangelho proposto fala das Bem Aventuranças. Sempre achamos que os santos viveram uma vida tranquilha. Sem conflitos. Que eram amigos de todos. Ledo engano nosso. Foram mulheres e homens com intenso conflito, tanto interno como externo. Muitas vezes, tiveram que enfrentar os poderes constituído. 
O texto bíblico fala de perseguição e injuriam em nome de Jesus. Todos os santos viveram essa bem aventurança. E porque foram perseguidos e injuriados? Por que procuraram consolar os aflitos; tiveram fome e sede de justiça; porque foram misericordiosos; foram puros de coração e procuraram promover a paz. 
Isso tudo gera perseguição, pois as forças do mundo agem no sentido contrário. 
Devemos tomar cuidado para não vivermos essas perseguições dentro da própria Igreja.
Oremos:
"Deus eterno e todo poderoso, que nos dais celebrar numa só festa os méritos de todos os santos, concedei-nos, por intercessores tão numerosos, a plenitude da vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo."