terça-feira, 30 de março de 2010

Gloriemo-nos também nós na Cruz do Senhor!

(Dos Sermões de Santo Agostinho, Bispo)
Gloriemo-nos também nós na Cruz do Senhor!
A paixão de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é para nós penhor de glória e exemplo de
paciência.
Haverá alguma coisa que não possam esperar da graça divina os corações dos fiéis, pelos quais o Filho unigênito de Deus, eterno como o Pai, não apenas quis nascer como homem entre os homens, mas quis também morrer pelas mãos dos homens que tinha criado?
Grandes coisas o Senhor nos promete no futuro! Mas o que ele fez por nós e agora celebramos é ainda muito maior. Onde estávamos ou quem éramos, quando Cristo morreu por nós pecadores? Quem pode duvidar que ele dará a vida aos seus fiéis, quando já lhes deu até a sua morte? Por que a fraqueza humana ainda hesita em acreditar que um dia os homens viverão em Deus?
Muito mais incrível é o que já aconteceu: Deus morreu pelos homens.
Quem é Cristo senão aquele que no princípio era a palavra, e a palavra estava com Deus, e a
palavra era Deus? (Jo 1,1). Essa palavra de Deus se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). Se não tivesse tomado da nossa natureza a carne mortal, Cristo não teria possibilidade de morrer por nós. Mas deste modo o imortal pôde morrer e dar sua vida aos mortais. Fez-se participante de nossa morte para nos tornar participantes de sua vida. De fato, assim como os homens, pela sua natureza, não tinham possibilidade alguma de alcançar a vida, também ele, pela sua natureza não tinha possibilidade alguma de sofrer a morte.
Por isso entrou, de modo admirável, em comunhão conosco: de nós assumiu a mortalidade, o que lhe possibilitou morrer; e dele recebemos a vida.
Portanto, de modo algum devemos envergonhar-nos da morte de nosso Deus e Senhor; pelo contrário, nela devemos confiar e gloriar-nos acima de tudo. Pois tomando sobre si a morte que em nós encontrou, garantiu com total fidelidade dar-nos a vida que não podíamos obter por nós mesmos.
Se ele tanto nos amou, a ponto de, sem pecado, sofrer por nós pecadores, como não dará o que merecemos por justiça, fruto da sua justificação? Como não dará a recompensa aos justos, ele que é fiel em suas promessas e, sem pecado suportou o castigo dos pecadores?
Reconheçamos corajosamente, irmãos, e proclamemos bem alto que Cristo foi crucificado por amor de nós; digamos não com temor, mas com alegria, não com vergonha, mas com santo orgulho.
O apóstolo Paulo compreendeu bem esse mistério e o proclamou como um título de glória. Ele, que teria muitas coisas grandiosas e divinas para recordar a respeito de Cristo, não disse que se gloriava dessas grandezas admiráveis – por exemplo, que sendo Cristo Deus como o Pai, criou o mundo; e, sendo homem como nós, manifestou o seu domínio sobre o mundo – mas afirmou: Quanto a mim, que eu me glorie somente na cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo (Gl 6,14).
(fonte:http://www.sociedadecatolica.com.br/modules/smartsection/category.php?categoryid=100)

terça-feira, 16 de março de 2010

Conosco está o Senhor do universo!

Prezados amigos e amigas,

A liturgia de hoje nos propoem o Salmo 45(46) que fala de nossa proteção diante do Senhor.
Jesus, ao orar, utilizava os salmos como fonte inspiradora para seus encontros com o Pai.
Quando de seu sofrimento, na cruz, ele utilizou as palavras dos salmos. Queria nos deixar o exemplo para que nós fizéssemos o mesmo.
Jesus sabia, e sentia, que o Senhor, Deus Pai Todo Poderoso, é o único refúgio que temos. Quando foi ao Getsâmani, para orar, em sua afliação, antes da morte, ele encontra em Deus o único refúgio para o seu sofrimento.
Diz o salmista: "O Senhor para nós é refúgio e vigor". Quando vivemos momentos de angústias, depressão, medos, tristezas colocamos no Senhor nossa confiança?
E continua o Salmista: "Sempre pronto, mostrou-se um socorro na angústia; assim não tememos se a terra estremece, se os montes desabam, caindo nos mares". As desgraças que nos abatem não podem ser maiores que a confiança no Senhor. Quando vivemos no turbilhão do furacão, parece que Deus se esqueceu de nós: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes". Essa é a pergunta que o próprio filho faz ao Pai.
O salmo termina afirmando que "Conosto está o Senhor do universo", que ele é o nosso refúgio. E nos conclama a contemplarmos os prodígios de Deus.
Queridos amigos e amigas, antes de olhar para aquilo que lhe causa sofrimento, contempla os prodígios que senhor fez em tua vida. Escape dos momentos de angústa, buscando aquilo que de bom Deus tem operado em sua vida.
Assim você poderá afirmar: Conosco está o Senhor do universo, o nosso refúgio é o Deus de Jacó".
Deus abençoe a todos e a todas.

domingo, 14 de março de 2010

"Este teu irmão estava morto, e voltou à vida!"

Prezados irmãos e irmãs,

Antigamente, chamava-se a leitura do evangelho de hoje, de O Filho pródigo. Hoje dizemos que é a parábola do Pai Misericordioso. Mas do que o retorno do filho mais novo, a atitude do pai deve ser destacada.
O Pai, ao dividir seus bens, também dividiu seu coração. Ficou com o coração partido, dividido. Gostaria de que o filho não fosse. Mas também aceitou o pedido, pois sabia que era preciso que o filho visse como as coisas acontecem. Já em seu coração sabia que o filho voltaria. E ele estaria ali, a sua espera.
O pai não esquece o filho. O filho quando partiu, deve ter saido da casa com roupas bonitas, cheirosas, engomadas. Ao regressar, parecia um maltrapilho. Alguém que havia perdido a dignidade. Esfomeado. Não se sentindo mais filho.
Mas o pai lhe vai ao encontro ao avistá-lo ainda na estrada. O pai estava sempre olhando para o fim da estrada a espera do filho. Sabia que uma dia ele voltaria.
O filho voltou. O pai lhe saiu ao encontro. Deu ao filho a dignidade que ele merecia. O pai não cobrou nada. Não jogou-lhe nada na cara. Apenas abraçou-o. Deu a ele a dignidade de filho: anel, snadália, roupas novas.
Assim Deus faz com a gente. Não importa nosso pecado. Não importa o que fizemos. Se nos arrependemos, Deus nos acolhe.
Para nossa refelxão: agimos como o Pai ou como o Filho mais Velho?

Partilha

Deixo registrado algums pontos rezados por mim durante o meu retiro canônico.
Foi uma excelente oportunidade para aprofundarmos a nossa oração da Liturgia das Horas. Podemos meditar os salmos, e descobrir as riquezas dessa oração.
Os salmos eram a oração de Jesus. Os salmos são a oração da Igreja. Os salmos devem ser a nossa oração.
Quem reza com e pelos salmos chega à ressurreição. Mas aprende que não há reino sem sofrimento. O Reino de Deus passa pela cruz, pelo calvário.
Quem vai à Igreja achando que vai parar de sofrer, engana-se. Aqueles que vão à Igreja, devem conscientizar-se de que o encontro com Deus ajuda-nos a compreender nossos sofrimentos e colocá-lo a serviço do próximo.
Isso é um pouco daquilo que rezei.
Agradeço a todos aqueles que se colocaram em oração por esse retiro.
Obrigado.