Mateus 7,15-20: Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 15Cuidado com os falsos profetas: Eles vêm até vós vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes. 16Vós os conhecereis pelos seus frutos. Por acaso se colhem uvas de espinheiros ou figos de urtigas? 17Assim, toda árvore boa produz frutos bons, e toda árvore má, produz frutos maus. 18Uma árvore boa não pode dar frutos maus, nem uma árvore má pode produzir frutos bons. 19Toda árvore que não dá bons frutos é cortada e jogada no fogo. 20Portanto, pelos seus frutos vós os conhecereis.
A pregação de Jesus começa com a frase: "Cuidado com os falsos profetas". E como podemos identificar os falsos profetas?
A própria palavra de Deus nos indica alguns dos frutos que os seguidores do Jesus devem dar.
Inicialmente, perdoar as ofensas que as pessoas cometem contra nós. O próprio São Mateus, no capítulo 6,14, logo em seguida à oração do Pai Nosso, ele acrescenta, "Pois se perdoais aos homens as ofensas, vosso Pai do céu vos perdoará". Esse é um dos frutos que devemos dar: Perdão, Misericórdia.
Segundo, ainda em Mateus, Jesus disse, "Vinde, benditos do meu Pai, para herdar o reino preparado para vós desde a criação do mundo"(...). Os justos lhes responderão: Senhor quando te vimos faminto e te alimentamos, sedento e te demos de beber, migrantes e te acolhemos, nu e te vestimos, quando te vimos enfermo ou encarcerado e fomos visitar-te"? Jesus, então diz, ""o que fizestes a um desses meus irmãos menores, a mim o fizestes". Frutos dado por aqueles que são, verdadeiramente, profetas de Deus, discípulos de Jesus.
Terceiro, ao escrever aos cristãos da comunidade aos Gálatas, São Paulo fala dos frutos do Espírito: "amor, alegria, fidelidade, modéstia, autodomínio". Todo aquele ou aquela que vive e ensina essas coisas, são os que dão bons frutos. E estão ligados a Deus.
Quarto, outro fruto é dar a vida. Em João 15,13, nos diz Jesus: "Ninguém tem amor maior de que aquele que dá a vida pelos amigos".
Quinto, direcionado aos Diáconos Permanentes, a CNBB, no documento 96, parágrafo 58, diz que "o diácono assume a opção preferencial pelos pobres, marginalizados e excluídos. Ele é apóstolo da caridade com os pobres, envolvido com a conquista de sua dignidade e de seus direitos econômicos, políticos e sociais".
E por último, a Conferência do CELAM em Aparecida, em 2007, destacou que "as maiores riquezas de nossos povos são a fé no Deus de amor e a tradição católica na vida e na cultura". E acrescentou que estas riquezas se expressa "na caridade que em qualquer lugar anima gestos, obras e caminhos de solidariedade para com os mais necessitados e desamparados". E mais, "está presente na consciência da dignidade da pessoa, na sabedoria diante da vida, na paixão pela justiça, na esperança contra toda esperança e na alegria de viver (...) ainda que em condições muito difíceis".
Hoje somos chamados a pensar nos frutos que estamos dando. Olhar para nós e pedir a Deus que nos coloque com seu filho. E a Maria que esteja ao nosso lado para que possamos ser discípulo missionários de Jesus verdadeiramente.
"Toda escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra". (II Tm 3,16-17). Acesse https://diaconiadapalavra.blogspot.com/. Comentários da liturgia diária.
quarta-feira, 28 de junho de 2017
segunda-feira, 26 de junho de 2017
"Não tenhais medo dos homens"!
Mateus 10,26-33.
A liturgia Católica desse 12º domingo do tempo comum, trabalha com imagens antagônicas, dialéticas, contrárias. "Encoberto-Revelado", "Escondido-Conhecido", "Escuridão-Luz". E "Medo".
O medo é definido por: "O medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente".
Assim, temos medo do "encoberto", do "escondido", da "escuridão".
Jesus, partindo dessas categorias, nos revela quem é Deus: "Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma! Pelo contrário, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno".
Deus, através de Jesus, e hoje, através dos cristãos, se revela ao mundo. Cabe a cada um de nós "revelar" o que está escondido. Denunciar as injustiças. Mostrar quais são as ações que nos afastam do projeto de Deus. Aquilo que não nos tornam irmãos, fraternos e solidários com os pobres e pequeninos. Revelar é denunciar.
Existe muita coisa escondida. Muitos ações de mal. E muitas vezes, vemos pessoas que se declaram cristãs, que procuram a refeição eucarística, que estão em nossas Igrejas, em diversas posições, que procuram fazer coisas escondidas. Não querem ser vistas, pois fazem coisas erradas. Tornai conhecida suas boas obras. Envergonhe-se daquilo que lhe afastou do amor de Deus. Tenha a coragem de mudar de vida, de converter-se, de voltar para o caminho, para a vida, para a Luz.
Escuridão e Luz. Diz um salmo que a palavra de Deus é luz para o meu caminho, lâmpada para meus pés. Entretanto, por outro lado, alguns crentes buscam viver na escuridão da não meditação da Palavra de Deus. Deixam-na de lado. Buscam outras fontes para justificar suas ações obscuras. Mesmo aproximando-se da luz, que é Jesus no pão eucarístico, tem ações das trevas. Vivem conforme as leis da carne e não do espírito.
Tudo isso, causa medo.
A segunda parte do evangelho, trata de cabelo e pardais. Deus controla tudo. "Tudo é do Pai". Tudo pertence a Deus. Não cai um fio de cabelo sem isso que não esteja programado. Não morre um pardal, quem que isso tenha estado no projeto de Deus.
Somos mensageiros de vida.
Declarar-se a favor de Jesus é viver na Luz da palavra de Deus. É ser missionário da boa-nova. É tornar claro aquilo que está sendo feito às escondidas e que não é fruto da vida.
"Não tenhais medo dos homens".
A liturgia Católica desse 12º domingo do tempo comum, trabalha com imagens antagônicas, dialéticas, contrárias. "Encoberto-Revelado", "Escondido-Conhecido", "Escuridão-Luz". E "Medo".
O medo é definido por: "O medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente".
Assim, temos medo do "encoberto", do "escondido", da "escuridão".
Jesus, partindo dessas categorias, nos revela quem é Deus: "Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma! Pelo contrário, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno".
Deus, através de Jesus, e hoje, através dos cristãos, se revela ao mundo. Cabe a cada um de nós "revelar" o que está escondido. Denunciar as injustiças. Mostrar quais são as ações que nos afastam do projeto de Deus. Aquilo que não nos tornam irmãos, fraternos e solidários com os pobres e pequeninos. Revelar é denunciar.
Existe muita coisa escondida. Muitos ações de mal. E muitas vezes, vemos pessoas que se declaram cristãs, que procuram a refeição eucarística, que estão em nossas Igrejas, em diversas posições, que procuram fazer coisas escondidas. Não querem ser vistas, pois fazem coisas erradas. Tornai conhecida suas boas obras. Envergonhe-se daquilo que lhe afastou do amor de Deus. Tenha a coragem de mudar de vida, de converter-se, de voltar para o caminho, para a vida, para a Luz.
Escuridão e Luz. Diz um salmo que a palavra de Deus é luz para o meu caminho, lâmpada para meus pés. Entretanto, por outro lado, alguns crentes buscam viver na escuridão da não meditação da Palavra de Deus. Deixam-na de lado. Buscam outras fontes para justificar suas ações obscuras. Mesmo aproximando-se da luz, que é Jesus no pão eucarístico, tem ações das trevas. Vivem conforme as leis da carne e não do espírito.
Tudo isso, causa medo.
A segunda parte do evangelho, trata de cabelo e pardais. Deus controla tudo. "Tudo é do Pai". Tudo pertence a Deus. Não cai um fio de cabelo sem isso que não esteja programado. Não morre um pardal, quem que isso tenha estado no projeto de Deus.
Somos mensageiros de vida.
Declarar-se a favor de Jesus é viver na Luz da palavra de Deus. É ser missionário da boa-nova. É tornar claro aquilo que está sendo feito às escondidas e que não é fruto da vida.
"Não tenhais medo dos homens".
quarta-feira, 21 de junho de 2017
"Fazei o que ele vos disser!"
No dia 20/06/2017, terceiro dia da novena em preparação a festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, tivemos a Noite de Oração com as Famílias.
O texto bíblico para a meditação foi das Bodas de Caná.
Durante minha pregação destaquei três pontos que estariam voltados para a vida familiar e conjugal. Partilho com vocês que não puder estar presente. E deixo registrado para os que lá estiveram.
Primeiro ponto, a presença de Maria e dos discípulos no evento festivo matrimonial. É bom observarmo que em muitos lugares da Sagrada Escritura existe uma comparação entre o matrimônio e a nossa relação com Deus.
Neste ponto, vemos Maria, a mão do Socorro, preocupar-se com o bom andamento daquela festa. Ela sempre está atenta às nossas necessidades. Como mãe, olha tudo. Dizem alguns teólogos, que Ela estaria na parte reservada aos empregados para saber que o vinho estava para acabar. Ou que fosse tão íntima dos noivos, que alguém chegou até Ela para informar tal ocorrido.
Maria sempre está atenta às necessidades de cada um de nós. Ela sabe que, todos os que pedem, ela nos coloca junto ao Filho. Ela sabe que o Filho pode nos livrar de tudo o que nos aflige, afinal de contas, ela é a Mãe do Perpétuo Socorro. Ela intercede junto ao Filho para que socorra aquela família. Ela sabe que o Filho atende. Existe um ditado que diz, "peça a mãe que o Filho atende". Então, ela diz aos serventes: "Fazei o que ele vos disser".
Segundo, Jesus manda encher as seis talhas, da purificação, de água.
Mas o problema deles não era água, era vinho. O vinho que alegra. O vinho que é o sangue da nova aliança. Mas ele manda encher de água as talhas.
Poderíamos dizer que a água é o símbolo daquilo que não tem graça. Água não tem sabor, não tem cheiro, não tem cor. Água, numa festa, não é a bebida principal. Mas Deus se manifesta naquilo que parece impossível.
Quantas vezes, temos relações familiares que estão ficando sem graça, aguada. Pais e filhos brigados entre si. Cônjuges que não se relacionam bem. Irmãos que não se falam. Isso é a água na vida familiar. Mas Jesus pode transformar isso. Basta ouvir a Mãe, "fazei o que ele vos disser". Ouvir a palavra de Deus é saber o que ele quer que façamos. Mudar de vida. Mudar relacionamentos. Mudar a vida. Fazer o que parece simples, colocar água nas talhas. Ofertar a Deus aquilo que não parece mais ter graça. Aquilo que está destruindo a vida familiar. Não tenha medo de colocar água na talha.
Terceiro, ofertar a água. Levar ao altar os nossos relacionamentos aguados. Entregar nas mãos de Deus aquilo que está enfraquecendo a nossa vocação familiar, matrimonial. Deus é capaz de mudar tudo. "Para Deus, nada é impossível".
Os serventes levam ao mestre sala a água. Ao depositarem na taça do Mestre Sala observam o milagre. O milagre não está somente na transformação da água em vinho, mas está também na revelação de Jesus aos serventes. Recordemos que o Mestre Sala não sabia que aquele vinho novo veio de uma talha de água, mas os servos sim. Jesus se revela aos simples. Aqueles e aquelas que estão a serviço, humildes e despossuídos. Aos colocados à margem.
Eis o vinho novo. O novo se faz presente. O novo se revela. O novo muda relacionamentos. O novo traz esperança. O novo faz a festa continuar. Aquela festa assumida a alguns anos atrás com o "Sim" diante do altar. Faz novo relações carcomidas com o passar dos tempos. Com os anos de convivência. Com a mesmice da vida matrimonial. O vinho novo alegra o coração das famílias.
Eis a novidade que nos traz Jesus, refazer todas as relações sociais e familiares.
Ouçamos a mãe, "fazei o que ele vos disser". Atendamos ao que Jesus nos pede. E tenhamos a certeza de que as relações que estão aguadas, hão de se transformar em vinho novo, com novo vigor. Nova esperança. Melhor do que o primeiro vinho, do que o primeiro sim.
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, rogai por nós.
O texto bíblico para a meditação foi das Bodas de Caná.
Durante minha pregação destaquei três pontos que estariam voltados para a vida familiar e conjugal. Partilho com vocês que não puder estar presente. E deixo registrado para os que lá estiveram.
Primeiro ponto, a presença de Maria e dos discípulos no evento festivo matrimonial. É bom observarmo que em muitos lugares da Sagrada Escritura existe uma comparação entre o matrimônio e a nossa relação com Deus.
Neste ponto, vemos Maria, a mão do Socorro, preocupar-se com o bom andamento daquela festa. Ela sempre está atenta às nossas necessidades. Como mãe, olha tudo. Dizem alguns teólogos, que Ela estaria na parte reservada aos empregados para saber que o vinho estava para acabar. Ou que fosse tão íntima dos noivos, que alguém chegou até Ela para informar tal ocorrido.
Maria sempre está atenta às necessidades de cada um de nós. Ela sabe que, todos os que pedem, ela nos coloca junto ao Filho. Ela sabe que o Filho pode nos livrar de tudo o que nos aflige, afinal de contas, ela é a Mãe do Perpétuo Socorro. Ela intercede junto ao Filho para que socorra aquela família. Ela sabe que o Filho atende. Existe um ditado que diz, "peça a mãe que o Filho atende". Então, ela diz aos serventes: "Fazei o que ele vos disser".
Segundo, Jesus manda encher as seis talhas, da purificação, de água.
Mas o problema deles não era água, era vinho. O vinho que alegra. O vinho que é o sangue da nova aliança. Mas ele manda encher de água as talhas.
Poderíamos dizer que a água é o símbolo daquilo que não tem graça. Água não tem sabor, não tem cheiro, não tem cor. Água, numa festa, não é a bebida principal. Mas Deus se manifesta naquilo que parece impossível.
Quantas vezes, temos relações familiares que estão ficando sem graça, aguada. Pais e filhos brigados entre si. Cônjuges que não se relacionam bem. Irmãos que não se falam. Isso é a água na vida familiar. Mas Jesus pode transformar isso. Basta ouvir a Mãe, "fazei o que ele vos disser". Ouvir a palavra de Deus é saber o que ele quer que façamos. Mudar de vida. Mudar relacionamentos. Mudar a vida. Fazer o que parece simples, colocar água nas talhas. Ofertar a Deus aquilo que não parece mais ter graça. Aquilo que está destruindo a vida familiar. Não tenha medo de colocar água na talha.
Terceiro, ofertar a água. Levar ao altar os nossos relacionamentos aguados. Entregar nas mãos de Deus aquilo que está enfraquecendo a nossa vocação familiar, matrimonial. Deus é capaz de mudar tudo. "Para Deus, nada é impossível".
Os serventes levam ao mestre sala a água. Ao depositarem na taça do Mestre Sala observam o milagre. O milagre não está somente na transformação da água em vinho, mas está também na revelação de Jesus aos serventes. Recordemos que o Mestre Sala não sabia que aquele vinho novo veio de uma talha de água, mas os servos sim. Jesus se revela aos simples. Aqueles e aquelas que estão a serviço, humildes e despossuídos. Aos colocados à margem.
Eis o vinho novo. O novo se faz presente. O novo se revela. O novo muda relacionamentos. O novo traz esperança. O novo faz a festa continuar. Aquela festa assumida a alguns anos atrás com o "Sim" diante do altar. Faz novo relações carcomidas com o passar dos tempos. Com os anos de convivência. Com a mesmice da vida matrimonial. O vinho novo alegra o coração das famílias.
Eis a novidade que nos traz Jesus, refazer todas as relações sociais e familiares.
Ouçamos a mãe, "fazei o que ele vos disser". Atendamos ao que Jesus nos pede. E tenhamos a certeza de que as relações que estão aguadas, hão de se transformar em vinho novo, com novo vigor. Nova esperança. Melhor do que o primeiro vinho, do que o primeiro sim.
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, rogai por nós.
domingo, 18 de junho de 2017
"Estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não tem pastor"
A liturgia de hoje nos convida a meditarmos sobre a Missão. A missão da Igreja, a missão pessoal de cada um de nós.
Mas a quem somos enviados?
O evangelista abre essa perícope nos levando a contemplar uma cena: Jesus vendo a multidão que o seguia. Essa multidão estava perdida, precisando de ajuda; cansada e abatida. Sem rumo. O compositor Roberto Carlos escreveu certa vez: "Olho no céu e vejo uma nuvem branca que vai passando / Olho na terra e vejo Uma multidão Que vai caminhando. / Como essa nuvem branca / Essa gente não sabe aonde vai / Quem poderá dizer o caminho certo /
É você, meu Pai".
E Jesus disse, "A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos". Há muito trabalho a ser feito. Há muita gente que precisa ouvir a palavra de Deus. Há muitas pessoas que precisam mudar de vida. Há muitos cristão que precisam viver a sua vida de batizados. E nós somos chamados sermos esses anunciadores.
Em seguida, Jesus escolhe aqueles que serão os continuadores de sua missão, os discípulos. Aqui nos cabe uma breve reflexão sobre o ser discípulo. É simples, discípulo é aquele que houve o mestre, e assume para si a sua missão.
Jesus escolheu seus discípulos. Interessante observar que antes de nomeá-los, o evangelista diz o que essas pessoas deveriam fazer: 1. expulsar espíritos maus; 2. curar todo tipo de doença e enfermidade.
"Expulsar espíritos maus". Cada época tem seus espíritos maus. Cada época da história da humanidade apresenta-nos aquilo que pode nos afastar do amor de Deus.
São Paulo, na carta aos Gálatas (5,19-21), apresenta aquilo que nos afasta do amor de Deus, "fornicação, indecência, devassidão, idolatria, feitiçaria, inimizades, rixas, cólera, ambição, discórdias, facções, ciúmes, bebedeiras, comilanças". E ele continuou dizendo que "quem pratica essas coisas não herdará o Reino de Deus". Acrescento a essa lista: racismo, não pagamento de salários, preocupação com o lucro exagerado, políticas públicas que destroem conquistas trabalhistas, políticas públicas que não fazem uma previdência descente e honesta.
Em segundo lugar, Jesus dá aos seus discípulos poder para curar doenças e enfermidades. Hoje vemos muitas pessoas sofrendo de solidão, de depressão, de falta de companheiros e de amizades. São os "ciúmes, as rixas, as discórdias, as divisões (facções). Somos chamados a deixar tudo isso de lado. Rejeitar toda forma de descriminação. De intolerância. Somos missionários do "amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, modéstia, autodomínio", isto é, dos frutos do Espírito. E ele ainda continuou afirmando que "não sejamos vaidosos, provocadores, invejosos".
Assim deve agir o missionário. Ele ou ela anuncia que o "Reino dos Céus está próximo". Que o Reino se faz aqui e agora nas relações sociais justas, solidárias e fraternas.
Jesus enumera quais devem ser as ações do discípulo missionário, "curai os doentes, ressuscitais os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios".
Curar os doentes é fazer com que toda apatia, toda falta de fé, toda inércia sejam extirpadas. Ressuscitar os mortos é trazer a vida todas e todos que se afastaram da fé. É dar vida nova aos que questionam a fé e não se deixam responder pela palavra de Deus. É ser testemunha fiel. Purificar os leprosos é tirar toda carne podre que produza relações sociais injustas, é compreender a vida do outro. É deixar de lado todo fundamentalismo religioso, é viver a misericórdia de Deus. É ir ao encontro dos encarcerados, dos dentes, é dar de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede. É ajudar no acolhimento dos sem teto e dos sem terra. É viver as obras de misericórdia espiritual e corporal.
De graça deveis dar, aquilo que de graça recebestes. Queridas e queridos, irmãs e irmãos, recebemos a fé por graça de Deus. E por graça de Deus sejamos missionários. Portadores de toda esperança que nos leva ao Reino. Construtores de uma nova sociedade, de uma nova sociedade. Sejamos missionários da "Civilização do Amor" (Papa Paulo VI).
Deus vos abençoe.
quinta-feira, 15 de junho de 2017
O Corpo!
"O corpo do meu Senhor, é força viva de paz/ O sangue do meu senhor é força viva de paz".
O compositor e cantor católico Zé Vicente foi inspirado para escrever essa frase, que faz parte da música "Força de Paz".
Outra música, de domínio popular, diz, "É Jesus este Pão de igualdade, /viemos pra comungar, com a luta sofrida de um povo
que quer, ter voz , ter vez, lugar. /Comungar é tornar-se um perigo, /viemos pra incomodar,
/com a fé e a união nossos passos um dia vão chegar" (Se calarem a voz dos profetas).
São João Paulo II disse, "Jesus é o rosto humano de Deus, e o rosto divino do homem".
Ao vivenciarmos a Solenidade de Corpus Christi aproveitamos para meditarmos sobre o corpo.
Olhar o corpo e o sangue de Jesus na hóstia consagrada é relembrar como foi a vida de Jesus. Encarnado, tornou-se para nós refeição, "tomai e comei, esse é o meu corpo; bebei o cálice do meu sangue...". Ao tomar parte na refeição eucarística, assumimos o compromisso de "amar como Jesus amou, de sonhar como Jesus sonhou, de pensar como Jesus pensou, de viver como Jesus viveu", como cantou Padre Zezinho.
Nossa vida, nosso corpo deve estar à disposição para a evangelização, "vós sois o templo do Espírito Santo". Se somos tempo do Espírito Santo, Cristo age em nós. Celebrar o Corpo e Sangue do Senhor é celebrar a nossa vida. E aprendermos que nós nosso corpo não é nosso, e sim de Deus, pois fomos feitos à sua imagem e semelhança. Em nós habita o Espírito Santo, aquele que santifica e nos livra de todo mal.
Ao celebrar o Corpo e Sangue de Jesus, lembramos que esse corpo foi amassado, torturado, agredido. Foi pregado numa cruz. Por isso, é alimento. É pão. E para se fazer um pão é preciso sovar a massa e deixar descansar. E o corpo de Jesus foi sovado e descansou na cruz. E aí, depois de ver a massa crescer, voltou à vida. Saiu do túmulo. Não pode mais ficar preso.
Hoje somos chamados a deixar que nossos corpos sejam sovados e transformemos nossa vida em uma vida para Deus, tal como Jesus.
Fazemos memória a todos e todas que deram a vida pela libertação, que morreram para que o povo de Deus tenha vida, e vida em abundância.
Lembramos a todas e todos que assumiram a justiça e a paz como bem-aventurança, e que são perseguidos por causa da justiça. Foi assim que Jesus agiu, e por isso teve o corpo dilacerado.
Entreguemos nossos corpos para Deus. Deixemos que ele disponha de nós para sua glória.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
O compositor e cantor católico Zé Vicente foi inspirado para escrever essa frase, que faz parte da música "Força de Paz".
Outra música, de domínio popular, diz, "É Jesus este Pão de igualdade, /viemos pra comungar, com a luta sofrida de um povo
que quer, ter voz , ter vez, lugar. /Comungar é tornar-se um perigo, /viemos pra incomodar,
/com a fé e a união nossos passos um dia vão chegar" (Se calarem a voz dos profetas).
São João Paulo II disse, "Jesus é o rosto humano de Deus, e o rosto divino do homem".
Ao vivenciarmos a Solenidade de Corpus Christi aproveitamos para meditarmos sobre o corpo.
Olhar o corpo e o sangue de Jesus na hóstia consagrada é relembrar como foi a vida de Jesus. Encarnado, tornou-se para nós refeição, "tomai e comei, esse é o meu corpo; bebei o cálice do meu sangue...". Ao tomar parte na refeição eucarística, assumimos o compromisso de "amar como Jesus amou, de sonhar como Jesus sonhou, de pensar como Jesus pensou, de viver como Jesus viveu", como cantou Padre Zezinho.
Nossa vida, nosso corpo deve estar à disposição para a evangelização, "vós sois o templo do Espírito Santo". Se somos tempo do Espírito Santo, Cristo age em nós. Celebrar o Corpo e Sangue do Senhor é celebrar a nossa vida. E aprendermos que nós nosso corpo não é nosso, e sim de Deus, pois fomos feitos à sua imagem e semelhança. Em nós habita o Espírito Santo, aquele que santifica e nos livra de todo mal.
Ao celebrar o Corpo e Sangue de Jesus, lembramos que esse corpo foi amassado, torturado, agredido. Foi pregado numa cruz. Por isso, é alimento. É pão. E para se fazer um pão é preciso sovar a massa e deixar descansar. E o corpo de Jesus foi sovado e descansou na cruz. E aí, depois de ver a massa crescer, voltou à vida. Saiu do túmulo. Não pode mais ficar preso.
Hoje somos chamados a deixar que nossos corpos sejam sovados e transformemos nossa vida em uma vida para Deus, tal como Jesus.
Fazemos memória a todos e todas que deram a vida pela libertação, que morreram para que o povo de Deus tenha vida, e vida em abundância.
Lembramos a todas e todos que assumiram a justiça e a paz como bem-aventurança, e que são perseguidos por causa da justiça. Foi assim que Jesus agiu, e por isso teve o corpo dilacerado.
Entreguemos nossos corpos para Deus. Deixemos que ele disponha de nós para sua glória.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
terça-feira, 6 de junho de 2017
domingo, 4 de junho de 2017
Pentecostes
Hoje, nós, católicos, celebramos a Solenidade de Pentecostes. É o envio do Espírito Santo sobre os apóstolos e nossa Senhora no cenáculo.
A liturgia apresenta duas narrativas. A da primeira leitura, tirada do livro dos Atos dos Apóstolos, cujo autor é São Lucas. Uma narrativa pirotécnica. Línguas de fogo. Forte ventania. Falar em línguas. Ouvintes estrangeiros compreendendo em sua própria língua.
E a segunda narrativa, tirada do evangelho de são João. Mais sóbria. Sem muitas intervenções extraordinárias. Ficarei com essa.
Mas, inicialmente, destaco que muitas reflexões, mais tradicionais, destacam, na primeira leitura, que há o restabelecimento da unidade humana, que fora desfeita em Babel, e agora é unida pela compreensão da palavra dos apóstolos.
Em São João, vemos Jesus entrando na sala onde estavam os apóstolos, apesar de a porta estar fechada.
Logo que entra, Jesus deseja a paz, o "shalom". Diz, "a paz esteja convosco". Em seguida, para provar que era ele, mostrou as mãos e o lado. As marcas da crucificação. As marcas da tortura. As marcas da dor. Isso alegra os discípulos. É Jesus mesmo!
Em seguida, dá a ordem da missão, "Como o Pai me enviou, também eu vos envio".
A missão é do crucificado, que dá a paz, para a sua Igreja. Há uma missão. Há uma paz. Há uma dor e uma marca.
Em seguida, Jesus sopra seus apóstolos. Tradicionalmente, a recriação. O sopro do Gênesis se repete no sopro de Jesus. O Espírito que pairava sobre a criação, agora paira sobre os apóstolos. Sobre a Igreja. Sobre aqueles que devem continuar a missão de Jesus.
Mas essa missão, vai além de uma mera repetição de palavras. Vai além das aparências. O Espírito Santo traz vida nova. Transforma as relações sociais. Por isso, Jesus fala em perdão. Em perdão dos pecados. Essa é a mensagem, perdão.
Lembremos da oração do Pai Nosso, "perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". Perdão. Reconciliação. Esse é o dom do Espírito Santo.
Quando perdoamos os pecados dos outros, os nossos são perdoados; quando não perdoamos, os nossos pecados são retidos. Essa é a nova mensagem do Espírito Santo, perdão. Perdoar sempre, mesmo que tragamos as marcas da tortura, da dor.
Celebrar Pentecostes é celebrar o amor. É a infusão do amor em nós. É a missão do anunciar que as novas relações sociais estão baseadas no perdão e no amor.
A grande experiência de Pentecostes narrada por São João é a experiência do amor.
Amemos e vivamos inundados do Espírito Santo enviado por Jesus. O maior dos dons do Espírito Santo é o amor, porque "Deus é amor" como o próprio São João declarou.
Deus vos abençoe em seu amor.
A liturgia apresenta duas narrativas. A da primeira leitura, tirada do livro dos Atos dos Apóstolos, cujo autor é São Lucas. Uma narrativa pirotécnica. Línguas de fogo. Forte ventania. Falar em línguas. Ouvintes estrangeiros compreendendo em sua própria língua.
E a segunda narrativa, tirada do evangelho de são João. Mais sóbria. Sem muitas intervenções extraordinárias. Ficarei com essa.
Mas, inicialmente, destaco que muitas reflexões, mais tradicionais, destacam, na primeira leitura, que há o restabelecimento da unidade humana, que fora desfeita em Babel, e agora é unida pela compreensão da palavra dos apóstolos.
Em São João, vemos Jesus entrando na sala onde estavam os apóstolos, apesar de a porta estar fechada.
Logo que entra, Jesus deseja a paz, o "shalom". Diz, "a paz esteja convosco". Em seguida, para provar que era ele, mostrou as mãos e o lado. As marcas da crucificação. As marcas da tortura. As marcas da dor. Isso alegra os discípulos. É Jesus mesmo!
Em seguida, dá a ordem da missão, "Como o Pai me enviou, também eu vos envio".
A missão é do crucificado, que dá a paz, para a sua Igreja. Há uma missão. Há uma paz. Há uma dor e uma marca.
Em seguida, Jesus sopra seus apóstolos. Tradicionalmente, a recriação. O sopro do Gênesis se repete no sopro de Jesus. O Espírito que pairava sobre a criação, agora paira sobre os apóstolos. Sobre a Igreja. Sobre aqueles que devem continuar a missão de Jesus.
Mas essa missão, vai além de uma mera repetição de palavras. Vai além das aparências. O Espírito Santo traz vida nova. Transforma as relações sociais. Por isso, Jesus fala em perdão. Em perdão dos pecados. Essa é a mensagem, perdão.
Lembremos da oração do Pai Nosso, "perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". Perdão. Reconciliação. Esse é o dom do Espírito Santo.
Quando perdoamos os pecados dos outros, os nossos são perdoados; quando não perdoamos, os nossos pecados são retidos. Essa é a nova mensagem do Espírito Santo, perdão. Perdoar sempre, mesmo que tragamos as marcas da tortura, da dor.
Celebrar Pentecostes é celebrar o amor. É a infusão do amor em nós. É a missão do anunciar que as novas relações sociais estão baseadas no perdão e no amor.
A grande experiência de Pentecostes narrada por São João é a experiência do amor.
Amemos e vivamos inundados do Espírito Santo enviado por Jesus. O maior dos dons do Espírito Santo é o amor, porque "Deus é amor" como o próprio São João declarou.
Deus vos abençoe em seu amor.
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