quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

"Eis que eu estarei com vocês com vocês todos os dias, até o fim do mundo".

A frase título de nossa postagem, é a última frase do evangelho de Mateus.
Em tempos de troca de comando na Igreja, podemos ficar com nossos corações agitados. Os órgãos de imprensa não entendem o que se passa dentro da Igreja. Ao mesmo tempo que é uma instituição inserida no mundo, ela não é regida pelas leis do mundo. A lógica do mundo não faz parte da lógica da Igreja (ou pelo menos não deveria fazer). Nossas leis e ações são ditadas, primeiramente, pela Sagrada Escritura. Em seguida, pelo Magistério e Tradição. Nossos Cardeais e Bispos não são gerentes e supervisores. Nosso Padres e Diáconos, não são operários que executam atividades de forma automática, sem pensarem.
Somos uma isntituição divina. Formada por mulheres e homens que se sentem chamados a caminharem rumo ao Reino de Deus. Seja de forma consagrada, a saber, bispos, padres, diáconos, religiosos, religiosas, leigos consagrados, leigos matrimoniados, celibatários. A cada um, Deus concedeu um dom específico, mostrando que o seu Reino não é uma mesmice, mas uma família onde todas e todos tem seu lugar. E chamados a conformirem seu irmãos na fé.
Ao terminar sua missão no meio de nós, mas sabendo que a consumação dos séculos ainda não havia chegado, Jesus deixou-nos a Igreja para que ela fosse a continuadora de sua missão. Mas a Igreja não caminha sozinha. Ela tem a assitência do Espírito Santo, que faz com que Jesus continue em nosso meio. É Ele o guia da Igreja. Somos movidos por Ele em nossas boas ações. Algumas vezes, cometemos falhas, e Paulo nos alerta para isso: "O querer o bem está em mim, mas não sou capaz de fazê-lo. Não faço o bem que quero, e sim o mal que não quero. Ora, se faço aquilo que não quero, não sou eu que faço, mas é o pecado que mora em mim". (Rm 7,19-20). O apóstolo nos ensina o caminho da tolerância. Tem diante de si as palavras de Jesus: "perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido".
Os homens da Igreja cometem erros. E disso temos muitos exemplos. Mas se somos Igreja, sofremos com isso. Mas também nos alegramos com os Santos que Deus vai colocando em nossas vidas. Pequenos santos do dia-a-dia. Bem como os grandes santos de nossa devoção, seja ela comunitária ou individual.
Irmãs e irmãos, lembremos: "Eis que eu estarei com vocês com vocês todos os dias, até o fim do mundo". É Jesus quem cominha junto a sua Igreja. Junto a cada um de nós. Somos por Ele, Nele e com Ele, na Igreja Una Santa Católica e Apóstólica, que tem no Papa seu representante maior. Aquele que nos confirma na fé a nos apacenta, pois acima de todos, ama Jesus mais que tudo. Quando no evangelho de João, capítulo 21, a partir do versículo 15 pergunta a Pedro se ele o ama, após a terceira vez, Jesus diz: "Cuida das minhas ovelhas". Pedro, Papa, cuida de cada um de nós. Quando sentires sem rumo, lei o que nos fala o Papa.
Oremos pelo próxima Pedro (Papa) que virá cuidar de cada um de nós, por Cristo, pelo Espírito Santo.
Lembremos que Maria nos foi dada por mãe por João. Caminhamos com ela.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

IGREJA!

Quando morei na Arquidiocese de Joã Pessoa-PB, cantávamos uma música que dizia: "Igreja é povo que se organiza, gente oprimida buscando a libertação, em Jesus Cristo a ressurreição".
A Igreja é o local onde o povo de Deus se organiza para caminhar rumo à terra Prometida. A Pátria Celeste. A Nação Santa. A Jerusalém do Alto.
A Igreja é onde mulheres e homens, olhando para as suas vidas, buscando sentido para continuar na caminhada rumo ao céu.
Igreja é lugar de Culto. De Missa. De Confissão. De ouvir a Palavra de Deus. De Comunhão. De Perdão. De Batismo. De orar pelos doentes. De viver vida nova.
A Igreja foi fundada por Jesus Cristo. Ela é o corpo de Cristo. E Cristo, sua cabeça. Jesus nos deixou os apósotlos para que dessem continuidade à sua missão: anunciar o Reino de Deus. Os apóstolos, nos deixaram os Bispos para que dessem continuidade a essa missão. Os bispos são auxiliados pelos Diáconos e Presbíteros. E todo o povo de Deus é chamado a ser fermento na massa. Atuando no dia-a-dia da vida. Dando sinais de sua comunhão com Deus.
Quis Deus que sua Igreja fosse o redil de mulheres e homens que buscam a santidade. Ela não é o lugar de santos e santas. Ela é o espaço onde se busca a santidade. Onde se busca ser "prefeito como o pai é perfeito". É o local onde se encontra libertação de toda forma de opressão. É local de vivência da Ressurreição de Cristo. Mas também da cruz. E crua não é sofrimento. É caminho. E passagem. É via. Sem ela a vida eterna não poderia existir. A eternidade pressupoe a cruz. A chave que abre o Reino é a cruz, pois ela levou a Ressurreição de Jesus.
Sintamos com a Igreja. Se ela sofre, soframos juntos. Se ela chora, choremos juntos. Se ele se alegra, alegremo-nos juntos. Se ele ensina, aprensamos com ela. Se ela liberta, sintamo-nos livres.
A Igreja é o local dos que estão a caminho.
Venha caminhar conosco. Sinta-se parte deste corpo. Amém.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

"Os discípulos ficaram calados...!"

Inicialmente, desculpo-me por não ter feito a postagem da liturgia do 2º Domingo da Quaresma no dia de ontem. Tive uma domingo agitado e atribulado.
O Evangelho foi o da Transfiguração. Alguns pontos para nos ajudar em nossa oração.
Jesus leva três dos seus discípulos para orarem no alto de uma montanha: Pedro, João e Tiago. Lembro que serão os três que viverão mais intensamente alguns momentos da vida do próprio Cristo. João é o mais novo.
A montanha. Lugar do encontro com Deus. Em vários momentos do antigo testamento, Deus se revela na montanha. As principas destas revelações estão relacionadas com Moisés. É na montanha que Deus fala a Moisés como conduzir o povo até a terra prometida. É na montanha que Moisés recebe as tábuas da Lei. É, agona, na montanha que Deus dirá para que seu Filho seja ouvido.
Observamos que Jesus está em oração. Seu rosto mudou de aparência. É a primeira caracterísitca daquele que ora a Deus com o coração sincero: mudança de fisionomia. Tornamo-nos mais atraentes. Parece que Deus age diretamente na pessoa que se coloca em oração verdadeiramente.
Esta é como outra oração qualquer: uma conversa. Neste casa, Jesus aparece conversando com os representantes do Antigo Testamento que mais estavam ligados À sua mensagem; não tirando o merecimento dos outros. Moisés, aquele que conduziu o povo à terrra prometida. Elias, o profeta por excelecência, e que havia subido ao céu numa carrruagem de fogo.
O que nos marca nesta cena dos três é o assunto da conversa: a morte que Jesus iria ter em Jerusalém. Neste momento de glorificação, Jesus fica sabendo do tipo de sua morte. De como ela seria violenta. Como ele seria desprezado. Escarnecido. Neste ponto, um detalhe importantíssimo: "Pedro e os companheiros estavam com muito sono". Em estado de letargia. Desligados do que acontecia. Pareciam não acreditar. Quantas vezes nos encontramos assim. Sonolentos. Sem saber o que fazer. Desligados dos acontecimentos da vida cotidiana. E como fugimos de assuntos os quais chamamos de desagradáveis. Morte, câncer etc. Muitas pessoa não falam a palavra câncer, dizem "aquela doença".
Sem saber o que dizer, Pedro pensa em construir tendas. Pedro ficou tão inquieto com o que estava vendo, que queria que aquilo ficasse eternizado: construir tendas. O sono nos leva a queremos ficar parados no tempo. Eles, em alguns momentos, nos atrapalham no nosso relacionamento com Deus.
No momento de nossas orações falamos tanto, que nos perdemos. E enquanto ele falava, Deus agia. Uma nuvem encobriu a todos. A nuvem é a presença de Deus no meio de nós. Isto causou temor nos discípulos, pois foram envoltos pela graça de Deus. E da nuvem, uma voz forte, tal qual a Batismo do Senhor, disse: "Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!" Não mais Moisés e Elais. Agora quem deve ser escutado é o próprio Filho de Deus, Jesus. Devemos relacionar essa frase com a Igreja também. Aqueles que ouvem a Igreja, é ao próprio Jesus que estão ouvindo, pois ele recebeu a missão de continuar anunciando o Reino de Deus entre nós.
Enquanto a voz ressoava, Jesus ficou sozinho. Não há mais passado. Somente o presente. Jesus é o presente. Jesus é a voz que deve ser escutada.
Aqui entra a experiência mais fantástica da humanidade: calar-se. Os discípulos ficaram calados naqueles dias. Foi tão intensa a experiência vivida pelos discípulos que não havia palavras para comentar. Quantas experiências vivemos em nossas vidas, que não temos palavras para descrevermos. Calar-se diante da vivência de um encontro extraordinário com Jesus, é fantástico. Calar-se para digerir a experiência. Calar-se para refletir sobre o que experimentamos. Calar-se para poder anunciar depois. Quanta falta de silêncio, de calar-se, temos em nossas vidas. O barulho é uma constante. Não conseguimos silêncio, nem exterior, nem interior.
Busquemos a Deus no silêncio e na oração. Calemo-nos para Deus possa falar. Calemo-nos para que Deus possa anunciar o seu Filho dentro de nós.
Oremos: "Ó Deus, que nos mandastes ouvir o vosso Filho amado, alimentai nosso espírito com a vossa palavra, para que, purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão da vossa glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidae do Espírito Santo".

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

"A Escritura diz...!"

Inicamos nosso momento quaresmal. Quarenta dia de preparação para a Páscoa do Senhor. A grande festa de nossa Fé. Ela é maior que o próprio Natal.
No primeiro domingo da quaresma meditamos sobre as tentações de Jesus. Essa passagem da vida Dele nos ajuda a entendermos aquilo que vivemos na nossa vida cotidiana: fome, pode, adoração.
Jesus nos mostra que a intimidade com as Escrituras Sagrada são o caminho para a construção de uma vida nova. Nossas respostas devem diferir daquelas que as pessoas que são do mundo dão.
O diabo tenta o Senhor naquilo que vai dentro do coração humano: a vontade de ser Deus. Lembremos que o mesmo diabo tentou Adão e Eva, e disse: "Deus sabe se comeres do fruto da árvore da vida, vós sereis igual a Deus". Infelizmente, nossos primeiros pais não resistiram. Apesar de desfrutarem de tudo que precisavam. Inclusive da graça de Deus permanentemente. Diz o Gênesis que Deus andava no Paraíso e falava constantemente com Adão e Eva.
Na primeira tentação, o diabo tenta fazer a mesma coisa. E o pior, usa da filiação divina de Jesus. Pois, se Ele é Filho, tem o poder do Pai. E pode tudo. O diferencial de Jesus para Adão não é a filiação, e sim a intimidade com a Palavra de Deus. Jesus vivia conforme a Palavra. A Escritura Sagrada era a bússola que norteava a vida e as ações de Jesus. Por isso a expressão: "a Escritura diz...!".
Aquele que sente fome faz qualquer coisa para saciá-la. A fome de comida é a pior de todas. Quem sente fome não consegue fazer nada bem feito. Nem rezar. Nem lembrar de Deus. E se se lembra, é para se lamuriar. Mas a Palavra de Deus é alimento, pois ele nos faz ir ao encontro do sofrimento do outro. Por isso, "a Escritura diz...".
A segunda tentação é a do poder. Aquele que o tem, pode tudo. Lembremos que Pilatos disse a Jesus, "não sabes que tenho poder de te libertar ou condenar?". E Jesus respondeu: "Nenhum poder terias sobre mim se não tivesse sido dado do alto". São João, no Apocalipse há de dizer: "o louvor, a honra, a glória e o PODER pertencem àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro...". Não devemos transferir para ninguém o poder que procede de Deus. Somente ele é tem o poder. "Creio em Deus Pai, todo poderoso". E mais uma vez usando a Escritura, Jesus vence a tentação dos poderes do mundo. De dominação. De opressão. Mostrando que o poder é serviço.
Não satisfeito, Jesus é levado para a parte mais alta de Jerusalém, o Templo. O local do culto. Do encontro com Deus. Da habitação divina. E, não podendo resistir com suas artimanhas, resolve utilizar a própria escritura, insunuando que se ele se atirar Deus o livrará, pois assim diz a escritura. Aqui o demônio mostra como se manipula a palavra de Deus. Mas Jesus nos ensina que a palavra não deve ser lida isoladamente. A Sagrada Escritura é um conjunto. Forma uma unidade espiritual. E encerra dizendo: "Não tentarás o Senhor teu Deus".
Irmãs e irmãos, se fizermos diariamente a Lectio Divina, a Leitura Orante da Palavra de Deus, conseguiremos resistir a tudo que vem do mau.
Aprendamos com Jesus. Leiamos a Palavra de Deus diariamente. Existem muitos sites que publicam todos os dias o Evangelho da litrugia diária. Não se deixe vencer pela preguiça. Sempre há um espaço de tempo na sua vida diária para o contato com Deus.
Oremos: "Concedei-nos, ó Deus onipotente, que, ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

"Eis-me aqui, envia-me!"



Hoje iniciamos o período quaresmal. Quarenta dias em que somos chamados a refletirmos, mais intensamente, sobre nossa vida espiritual. Nossas práticas de oração e jejum, e a caridade através da esmola.
No Brasil, temos a Campanha da Fraternidade que tratará do tema da JUVENTUDE. Tendo como lema: “eis-me aqui, envia-me”, tirado do livro do profeta Isaias capítulo 6 versículo 8. Este tema foi escolhida por conta da Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá no Rio de Janeiro em julho deste ano. Toda nossa oração, todo nosso jejum, toda nossa caridade deve se voltar para as ações que temos praticado para a evangelização dos jovens.
As leituras da liturgia de hoje nos mostram os caminhos para vivermos nossa fé, não apenas de aparências e ritos esvaziados. Esvaziados no sentido teológico, apenas como cumprimento de obrigações, ou por superstições. As leituras nos mostram o quanto Deus caminha ao nosso lado e nos faz mulheres e homens diferentes. Renovados. Restaurados. Reconciliados com o Deus que caminha ao nosso lado, mesmo que de maneira oculta. Como nos fala o profeta Isaias: “...Tu és um Deus escondido” (Is, 45,15).
Temos a primeira leitura tirada do livro do profeta Joel. Quem é este profeta? O livro deste profeta está relacionado com o culto. Não se tem uma data precisa de seu escrito. Entretanto, ele parte de uma situação concreta, da vida diária, para falar de como nós agimos diante de Deus. A cidade havia sito tomada por uma praga de gafanhotos (muito comum naquele tempo). Joel, ao contemplar esse fato, interpreta-o como um exército aguerrido e ordenado que assalta e conquista uma cidade.
Esta catástrofe requer uma “ação religiosa” de expiação. Uma jornada de jejum e penitência. Ao utilizar algumas expressões, tais como “(pois) agora” e    “quem sabe (talvez)” nos remete a uma temporalidade que nos coloca diante da vida concreta.
Ao dizer “Agora”, significa, ainda há tempo de se converter. Deus nos dá a chance de mudança de vida. Deus, como uma mãe (é assim que nos pede nossa cultura latina), espera que voltemos para casa, mudados.
Na expressão “quem sabe”, dando uma ideia de talvez, mostra-nos que nós não podemos dispor de Deus a nosso bel-prazer.
Joel apresenta os atributos de Deus para a nossa conversão: clemente, paciente, misericordioso, se arrepende das ameaças. Para aquele que se volta para Deus pode-se ter a certeza de que ele nos espera de braços abertos. E por isso diz o início da leitura: “...voltai para mim com todo o vosso coração...”. E ainda, “rasgai o coração, e não as vestes; voltai para o Senhor, vosso Deus”. Rasgar o coração significa mudança de atitudes. Mudança de vida. Largar hábitos que nos levem à morte. O rito pelo rito é letra morta. O rito com mudança de vida, com conversão, gera um novo homem, uma nova mulher, uma nova sociedade, uma nova humanidade.
Na segunda leitura, Paulo nos lembra que agora é o momento favorável de mudança. De conversão. Este é o “dia da salvação”. Jesus tornou-se pecado para que pudéssemos nos tornarmos santos. Ele lembra que a graça de Deus não deve ser recebida em vão. E quando voltamos as costas para o outro, estamos desperdiçando a graça de Deus. Lembremos, somos colaboradores de Cristo, e como tal, não vamos desperdiçar o momento favorável de mudança.
No evangelho, destacamos aquilo que se pede em todas as quaresmas: Esmola, Jejum e Oração.
A esmola era uma prática comum no primeiro testamento. E não é apenas doar dinheiro a quem necessita. A esmola é uma atitude espiritual muito maior.
Já no livro dos Provérbios encontramos: “Não negues um favor a quem necessita, se está em teu poder faze-lo” (Pr. 3,27). No Salmo 112(111), no versículo 5, diz: “Feliz o homem que se compadece e empresta...”. Isaias 58,10: “Se dás teu pão ao faminto e sacias o estômago do indigente, tua luz surgirá nas trevas, tua escuridão se tornará meio-dia”.
Assim, a esmola é muito mais do que dar dinheiro a quem pede. Subordinar a esmola, que é altruísmo, ao interesse pessoal, que é egoísta, é esvaziá-lo de sentido (pode-se pensar em patrocinadores públicos). A esmola também um ato de oração. Diz o livro dos Provérbios 19,17: “Quem se compadece do pobre, empresta ao Senhor”. No livro do Eclesiástico temos a instrução sobre o “mesquinho e o generoso”. Vale a pena ler, Eclesiástico 14,2-19.
Oração. Jesus nos fala de uma oração particular, não pública. Aquela feita no íntimo do coração. Este não se deve converter em espetáculo. Que contraditório louvar a Deus para a glória própria de quem ora. Deus está em toda parte, embora oculto. “É verdade, Tu és o Deus escondido” (Is. 45,15).
Jejum. Havia dois tipos de jejuns: públicos e privados. A primeira leitura deixa-nos o exemplo do jejum privado proclamado publicamente: “convertei-vos para mim de todo o coração, com jejum... rasgai os corações” (Jl 2,12 e 13). Hoje convocamos todo a nossa nação católica a praticar o jejum. Ainda no mesmo profeta Joel, encontramos no capítulo 1 versículo 14: “...proclamai um jejum... porque está próximo o Dia do Senhor”.
Quanto ao jejum privado, encontramos um exemplo típico no segundo livro de Samuel. Davi ora a Deus pela saúde de Salomão. “Davi pediu pela criança, prolongou o jejum e de noite deitava no chão”. O Jejum é um momento de nos aproximarmos de Deus. Ele está conectado diretamente com o Senhor Deus. Ele ordena a vida para Deus. Jejum sem oração é dieta. Jejum orante é retorno. É conversão.
Em Isaias 58,1-7 lembra para que serve o jejum: “... O jejum que eu quero é este: abrir as prisões injustas; soltar os ferrolhos dos cepos; partilhar teu pão com o faminto; hospedar os pobres sem teto; vestir aquele que vês nu e não te feches à tua própria carne”.
Assim, irmãs e irmãos, Tenhamos uma quaresma de oração, jejum e esmola. Pensemos naqueles que necessitam de nossa ajuda. Reflitamos sobre o que estamos fazendo pela e para a juventude de nossa paróquia e de nosso bairro. Seja uma família acolhedora. Abra sua casa para receber os peregrinos da Jornada Mundial da Juventude. E “cada um trate seu irmão com piedade e compaixão, que ninguém planeje maldade contra seu irmão” (Zc 7,9).

sábado, 2 de fevereiro de 2013

"Não é este o filho de...?"

Queridas irmãs e irmãos,
Colocamos como título de nossa postagem a frase acima. A pergunta que devemos fazer é: "Quem é o profeta?"
As leituras desse quarto domingo do tempo comum, nos incitam a pensarmos, refletirmos e orarmos como anda nossa vida de profetas. E aprendemos também que os profetas não podem temer os aparentes perigos que possam enfrentar.
Jeremias é chamado pelo Senhor. Mais do que isso, é formado e plasmado antes mesmo de nascer. Deus pensa os profetas. Deus nos chama a sermos profetas. E cada um de nós somos profetas nos ambientes em que vivemos. Se pai ou mãe, em sua casa. Se professor, em sua classe. Se trabalhador, em seu local de trabalho. Se religioso, para a comunidade. Se Bispos, Padre ou Diácono, como um outro Cristo diante dos que nos procuram.
Deus prometeu a Jeremias, "não tenha medo". Deus consagra cada um dos seus profetas.
A maior atitude de um profeta é a caridade. A caridade faz o profeta se colocar no lugar dos outros. Sofre com os que sofrem. Alegra-se com os que se alegram. Chora com os que choram. Ri com os que riem. Todos os dons proféticos devem estar subjugados à caridade. Sem ela, nossos dons proféticos de nada valem. É como o som de um sino que ressoa sem tocar os corações. É como um poema de amor que não é lido pelos apaixonados.
A caridade suporta tudo. Perdoa tudo. Ama tudo.
Ser profeta é suportar a rejeição daqueles que cresceram, ou viram crescer, o profeta. "Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria". O profeta conhece a vida de cada um dos seus. A vida do profeta é conhecida por todos. Os exemplos e Eliseu e Elias é uma mostra disso. Mas quando a própria comunidade do profeta o rejeita ele não se esconde, vai ao encontro daqueles que o ouvem e estão preparados para receber os dons de Deus que nos chegam pelos profetas.
Deixemos a palavra de Deus agir em nossas vidas. Ouçamos os profetas que Deus coloca em nossas vidas.
Oremos: "Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração, e amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".