segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Incentivo ao caminho da salvação

Início da Segunda Carta de São Pedro 1,1-11 - Incentivo ao caminho da salvação

1 Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco receberam a mesma fé, na justiça que vem de nosso Deus e salvador Jesus Cristo. 2Graça e paz vos sejam concedidas abundantemente, porque conheceis Deus e Jesus, nosso Senhor.
  3 O seu divino poder nos deu tudo o que contribui para a vida e para a piedade, mediante o conhecimento daquele que, pela sua própria glória e virtude, nos chamou. 4Por meio de tudo isso nos foram dadas as preciosas promessas, as maiores que há, a fim de que vos tornásseis participantes da natureza divina, depois de libertos da corrupção, da concupiscência no mundo. 5Por isso mesmo, dedicai todo o esforço em juntar à vossa fé a virtude, à virtude o conhecimento, 6ao conhecimento o autodomínio, ao autodomínio a perseverança, à perseverança a piedade, 7à piedade o amor fraterno e ao amor fraterno, a caridade. 8Se estas virtudes existirem e crescerem em vós, não vos deixarão vazios e estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. 9Mas quem delas carece é um míope, um cego: esqueceu-se da purificação de seus pecados de outrora. 10Por isso, irmãos, cuidai cada vez mais de confirmar a vossa vocação e eleição. Procedendo assim, jamais tropeçareis. 11Desta maneira vos será largamente proporcionado o acesso ao reino eterno de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.


Prezadas leitoras e leitores,
A Igreja é mestra em oração. Nela encontramos o depósito da Sagrada Escirtura, e a fielidade em sua transmissão, desde o tempo dos apóstolos. 
Orar não é apenas declamar, com palavras ou mentalmente, as orações que aprendemos quando crianças em nossa catequese. Orar é também meditar a palavra de Deus no nosso dia-a-dia.
Dentre as várias formas de oração que nos apresenta a Igreja Católica, a Liturgia das Horas - obrigatória aos clérigos e aos de vida consagrada, e facultada aos leigos - é um dos instrumentos de contato íntimo com Deus. Nossa Igreja diz que aqueles que não puderem participar da Santa Missa, rezem a Litrugia das Horas, fazendo comunhão com toda Igreja.
A Liturgia das Horas é divida entre a Salmodia (oração com os Salmos) e o Ofício das Leituras (intercala-se Salmos e leituras tiradas da Sagrada Escritura, da Patrísitica, dos Documentos da Igreja, ou dos escritos dos Santos).
A meditação da Palavra de Deus é uma das formas de nos fazermos semelhantes a Jesus, e de caminharmos para a perfeição da qual nos falou Jesus: "Sede perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito).
A leitura e meditação de hoje nos mostra como trilharmos esse caminho. Pois a perfeição não nos vem pronta. Ela é um processo de crescimento, com etapas definidas. lembremos que São Lucas nos narra dizendo que Jesus "crescia em estatura, graça e saberdoria, diante de Deus e dos homens".
São Pedro abre esta carta saudando a todas e a todos que, como ele, receberam a mesma fé em Jesus Cristo. Isto se realiza em nossos dias. Todas e todos batizados recebem a mesma fé. Fé que nos liga ao apóstolo. Isto porque, pela fé, pelo batismo nos é dado o conhecimento de "Deus e Jesus, nosso Senhor".
É de Deus que procede "tudo o que contribui para a vida e para a piedade".
Pedro insiste em que para sermos participantes da "natureza divina" nos foram dadas "preciosas promessas". E passa, então, a nos mostrar como fazermos para merecer estas promessas e natureza divinas. Nossa dedicação esforço são fundamentais. Vamos transformar em um pequeno esquema aquilo que nos é necessário para fazermos por onde merecer receber estas promessas. Vejamos.
1. Juntar à Fé a Virtude;
2. à Virtude o Conhecimento;
3. ao Conhecimento o Autodimínio;
4. ao Autodomínio a Perseverança;
5. à Perseverança a Piedade;
6. à Piedade o Amor Fraterno;
7. ao Amor Fraterno a Caridade.
Este é o nosso caminho para sermos dignos de recebermos as promessas divinas. Para sermos dignos de sermos chamados de Filhos de Deus. Para sermos Santos como nosso Pai celeste é Santo. Para dizermos que somos discípulos de Jesus. Para fazermos valer, como salvação, a nossa Comunhão do Corpo e Sangue do Senhor.
Releia o texto acima. Medite em seu coração. Veja em que estágio você se encontra. Perceba que isso é um caminho. É processo de conversão. Vai acontecendo aos poucos. São passos pequeno na nossa vida espiritua e humana.
"Por isso, irmãos, cuidai cada vez mais de confirmar a vossa vocação e eleição. Procedendo assim, jamais tropeçareis. Desta maneira vos será largamente proporcionado o acesso ao reino eterno de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo".

Oremos: "Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Como é doce ao paladar a vossa palavra, ó Senhor!

Diz o Salmo 119,105: "Tua palavra é luz para o meu caminho; lâmpada para meus pés!"

A palavra de Deus iliumina todos os instantes de nossa vida. Todos os momentos, sejam eles bons ou ruins. Por isso, Jesus retirava-se para orar em silêncio. Precisava estar sozinho com Deus. Ouvir o que o Pai tinha a lhe dizer. Jesus não multiplicava palavras. Simplesmente, ouvia.
O silêncio nos ajuda a fazer a vontade de Deus. Na meditação diária de sua palavra. Aprendamos a ouvir a palavra de Deus mais do que falarmos.

E continiua, o  mesmo salmo, dizendo: "Seguindo a vossa lei, me rejubilo, muito mais do que em todas as riquezas". E nos mostra o caminho da felicidade e da alegria: "Minha alegria é a vossa aliança,/ meus conselheiros são os vossos mandamentos".
E quando nos deparamos diante das riquezas? Nos lembra o Salmo 119: "A lei da vossa boca, para mim, vale mais do que milhões em ouro e prata". Ao ouvir estas palavras, remeto-me ao evangelho de Mateus, quando Jesus fora tentado pelo diabo, ele ouviu: "Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e suas riquezas. E lhe disse: Eu te darei tudo isso, se te ajoalhares diante de mim, para me adorar". Conhecemos a resposta de Jesus. Mas de onde tirou a inspiração para responder? Claro que daquilo que ele conhecia da Palavra, pois desde a juventude frequentava a sinagoga (Igreja) e se dispunha a ouvir a Palavra de Deus. E em outra passagem lemos: "onde está o seu tesouro, aí estará o seu coração (Mt 6,21). Colocamos nossas forças em riqueza para onde apontamos o nosso coração. É óbivo que se colocamos nosso coração nas coisas de Deus, é para Deus que vamos agir. Se colocamos nosso coração nas coisas do mundo, é para as coisas do mundo que vamos viver. Não podemos ter um coração dividido. Jesus mesmo nos diz: "Vocês não podem servir a Deus e às riquezas". E o que vemos hoje são tantos corações divididos. Dando para Deus apenas o tempo que lhes sobra. Ou simplesmente cumprindo preceitos.

Buscamos a felicidade. Todos queremos ser felizes. Mas onde está a felicidade? Afirma o salmo: "Vossa palavra é minha herança para sempre, porque ela é que me alegra o coração!" Queres ser feliz? Alimente-se e viva da Palavra de Deus. Deixa ela transformar sua sua vida. Disse Jesus no evangelho de João 4,34: "O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar as suas obras".

Queridas rimãs e irmãos, leiamos o salmo 119 (ou 118) sobre os efeitos da palavra de Deus em nossas vidas. Deixa-se modificar por esta palavra.
Deus vos abençoe.

domingo, 18 de novembro de 2012

"Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!"

Queridas irmãs e irmãos,

O Salmo responsorial da liturgia de hoje, é tirado do salmo 15 (16)
Minha reflexão na missa foi baseado neste salmo. Partilho com vcs aquilo que falei.

Iniciemos. O salmo começa com uma súplica: "Ó Senhor". Uma oração feita com aquilo que existe de mais profundo em em cada um de nós. A alma que clama ao senhor. Reconhece que somente o Senhor.
Em seguida, o salmistas, como cada um de nós, reconhece Deus como herança. Ou seja, aquilo que herdamos. Herdamos a centelha de Deus. Aquele pedaço de divindade colocado em cada ser humano, homem e mulher: "façamos o homem a nossa imagem e semelhança!". Quem reconhece que pertence ao Senhor, sente sua vida segura nas mãos de Deus: "meu destino está seguro em vossas mãos!"

Segundo, aquele que coloca o Senhor ante seus olhos, não "vacila". Ter Deus diante de nós é a forma de agirmos segundo a sua vontade. Antes de tomarmos uma decisão, de falarmos uma palavra, de agirmos, devemos ter diante de nós o Senhor. Assim, nossas palavras e ações serão aquilo que Deus quer que façamos. Além de não não cometermos erro: "não vacilo".

Assim, podemos ter um repouso tranquilo. Essa é a forma de avaliarmos nosso relacionamento com o Senhor. Ao ter um sono tranquilo, sabemos que nosso relacionamento com Deus anda bem, pois todos os problemas são colocados com para ele. Com ele. Por ele. E Nele.

Encerramos com a felicidade. Diz o salmista: "junto a vós felicidades sem limites". Aquele que caminha com o Senhor sempre mantem a felicidade, mesmo na adversidade. Mesmo nos momentos de grande sofrimento, estando com o Senhor, a felicidade é sem limite. Quem não quer ser feliz? Fomos criados para a felicidade. Mas o pecado nos afasta dela. Entretanto, a misericórdia de Deus nos faz retornar aos estado de graça original.

Irmãs e irmãos, lembrem-se de que os salmos eram a oração de Jesus. Ele fazia a experiência de Deus rezando os salmos. Conheceu seu Pai pela revelação feita nos salmos, São textos onde o Salmista coloca sua alma em sintonia com Deus.

Deus nos abençoe.

domingo, 11 de novembro de 2012

"O Senhor é fiel para sempre"!

Prezadas amigas e amigos,

"O Senhor é fiel para sempre"! A palavra fiel indica fidelidade. Manter a palavra, custe o que custar. A fidelidade é a garantia de que não se rompe a aliança feita. "O Senhor é fiel" porque mesmo diante do nosso pecado, ele mantem sua aliança de misericórdia. Mesmo quando viramos para ele as costas, ele está disposto a nos receber com braços abertos e coração em festa. A fidelidade do Senhor é a nossa garantia de salvação. A fidelidade do Senhor é a nossa garantia de perdão. Nós, muitas vezes somos infiéis ao amor que Deus tem para conosco. Mas ele é "fiel para sempre"! Nada pode abalar a fidelidade de nosso Deus para conosco. A cruz é a representação máxima desta fidelidade amorosa. Deus, o Senhor, é tão fiel, que foi capaz de se fazer vítima no altar da cruz por amor a cada um de nós.
Irmãs e irmãos, lembremos de que Deus sempre é fiel. E que ele nos deu o exemplo de amor fiel para que fossemos também fieis uns para com os outros.
A fidelidade de Deus está na moeda e na ovelha encontrada. A fidelidade de Deus é a alegria do reencontro. A fidelidade de Deus está em manter a palavra para a Mulher de Sarepta que, servindo o profeta, não lhe faltou o alimento para a vida.
Deus é fiel. Aprendamos a ser fieis, pois somos seus filhos e devemos ser como o pai.
Amém.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Dez conselhos do Papa Bento XVI aos jovens

Neste tempo de preparação dos jovens do mundo inteiro para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013), confira dez conselhos do Papa para a busca de uma amizade ainda mais profunda com Deus. Entre os tópicos estão: ir à Missa, buscar a santidade e conhecer a fé. Confira no Portal da Arquidiocese do Rio de Janeiro

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Matrimônio. bênção de Deus



Matrimônio: bênção de Deus

No dia 27 de outubro de 2012, no auditório do Edifício João Paulo II, ocorreu o Congresso Arquidiocesano da Pastoral Familiar.
A Dra. Sylma Braga, juíza do Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Niterói, proferiu palestra cujo tema foi: “O que é casar na Igreja Católica?”.
Dra. Sylma afirmou que “a nossa Igreja é a única igreja cristã que tem um código de leis, que deveria ser estudado pelos casais. No Código de Direito Canônico, é possível encontrar tudo o que a Igreja Católica fala sobre casamento”.
Nesta oportunidade, a palestrante “refletiu sobre a essência divina presente no Sacramento do Matrimônio”. Disse: “Quando Jesus foi convidado para as Bodas de Caná, Ele realizou o seu primeiro milagre, por intermédio de Maria. Cristo deu um valor e uma dignidade tão grande a esse ato social, que o transformou em um sacramento e, a partir daí, estabeleceu essa comunhão com a família. A Igreja Católica é a única que considera o casamento como um sacramento; as outras denominações cristãs não aceitam o matrimônio como um sacramento, mas sim como um contrato”.
“O que é preciso entender antes do Casamento?” A juíza destacou que “primeiro é necessário saber se existe a vocação ao matrimônio. Os noivos precisam se perguntar: ‘eu tenho vocação para fundar uma família?’. As pessoas que dizem que não gostam de crianças, com certeza não têm vocação para subir a um altar católico, porque não tem vocação para ser pai ou mãe”.
“Ela lembrou o Beato João Paulo II que disse: ‘a família é uma fundação de Deus e que Jesus amou tanto essa fundação, que quis nascer numa família’”. Disse que a “base dessa fundação são três pilares: Unidade, Indissolubilidade e Fidelidade. Se alguns desses pilares forem excluídos, o casamento não existe”.
Continuou, “a Unidade significa que a Igreja Católica só pode casar um homem com uma mulher, como diz a Sagrada Escritura: ‘O homem deixará seu pai e sua mãe, e se unirá a uma mulher’”.
A “indissolubilidade é a propriedade essencial do matrimônio, porque o casamento na Igreja Católica é para toda vida, não só até quando a pessoa quiser”.
E concluiu, “sem a fidelidade, o casamento também não acontece de verdade”.
Para terminar, disse que o “casal quando deixa a casa dos pais para se unir em matrimônio faz uma escolha pessoal por Deus, decide amar a Deus na pessoa do cônjuge. Tudo o que fizer para o outro é para Jesus que faz. Porque Jesus ‘se esconde’ atrás de cada ser humano, para saber até que ponto a pessoa O ama”.
Encerrando, a juíza deixou um exemplo sobre a união matrimonial. Usou a imagem do cordão umbilical. Disse que a criança está unida a mãe por este cordão. Em seguida, quando trás o filho(a) para o batismo, faz a religação com Deus, rompida no pecado original, através de um cordão umbilical, ao qual deu o nome de “fio de ouro”. Afirmou que esse cordão “não arrebenta, não quebra nem estraga, pois é de outro”.
Acrescentou que “todos os dias, Deus nos alimenta por esse ‘cordão umbilical’, chamado fio de ouro, enviando graças, bênçãos, sabedoria, proteção e amor. Toda vez que a pessoa ama, ela também envia amor para Deus”.
Concluiu, dizendo: “quando Deus une duas pessoas no matrimônio, Ele pega o fio de ouro do homem e o fio de ouro da mulher e une em um só. Temos um único fio de ouro para um casal, porque o homem e a mulher serão uma só alma e uma só carne. Então, no casamento da Igreja Católica, um único fio de ouro alimento os dois. Quando o casamento não existe como sacramento, não existe essa união porque o casal não foi unido por Deus”. (Adaptado do artigo publicado no Jornal Testemunho de Fé, número 769; edição semanal 613, de 4 a 10/11/2012, página 6, de autoria de Cláudia Brito e Raquel Araújo.)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

"Falar em Línguas"



Prezadas amigas e amigos,
O tema desta postagem é polêmico. Sempre que posso, reflito sobre ele. Para ajudar na nossa comunhão com a Igreja, estou postando uma artigo do Padre José Raimundo Vidigal, reitor da comunidade de Santo Afonso, na Tijuca. Este artigo foi publicado no informativo paroquial, chamado O Redentor.

FALAR EM LÍNGUAS
Jesus prometeu aos Apóstolos que eles falariam novas línguas e isto aconteceu no Pentecostes, quando peregrinos de várias nações entenderam cada qual em sua língua a pregação dos Doze (At 2,11).
A humanidade reencontrava a sua unidade perdida em Babel (Gn 11,9).
No livro dos Atos dos Apóstolos, por duas vezes a vinda do Espírito Santo é associada ao dom das línguas, também chamado de "glossolalia" (10,46 e 19,6).
Mas as línguas se tornaram um problema sério para são Paulo na igreja de Corinto. Por que?
Corinto era uma cidade cosmopolita de 500 mil habitantes, com dois portos, por onde entravam e saiam pessoas de todo o mundo mediterrâneo. Dominada pelas religiões pagãs, nela se veneravam, sobretudo Afrodite (Vênus), e os deuses egípcios Ísis e Osiris. Muitos desses cultos incluíam falas misteriosaspronunciadas em estado extáticosons incompreensíveis, que podiam ser tanto do bem como do mal, A situação se agravou quando isto foi introduzido nas assembleias dos Cristãos.
Eis o que diz a Bíblia de Aparecida, na pag. 1885; "Paulo determina regras rigorosas este carisma, que ele coloca em último lugar em sua lista (1 Cor 12,28). E diz que prefere a palavra compreensível, capaz de instruir, ao entusiasmo incomunicável (1Cor 14,19)". Explicando esse texto, diz a mesma Bíblia: "Esse carisma não se destina às assembleias. Não deveria efetivar-se em público. Paulo considera opressão impor a glossolalia à comunidade", Pode ser que o dom ainda exista hoje, mas cresce entre nós uma onda que parece forçar a vivência dele, como se possuí-lo ou não possuí-lo determinasse quem é cristão perfeito e quem não é. Chega-se ao absurdo de querer ensinar os outros a falar em línguas!  Ora, um dom não se ensina: não se pode ensinar a ter visões, a fazer curas etc...
Mas os entendidos insistem:
“Comece dizendo laira, laira, laira, depois você chegará a dizer frases como: 
Kandala batiriushiba neganda karuncunda yuri balaia shuman necat bariu kundt: barichá you baturi chamini katori " .
Depois disso confessam candidamente que nem eles sabem o que acabam de dizer.. Tais pessoas além de abusar de nossa inteligência, mostram que ignoram o capítulo 14 da Primeira Carta de Paulo aos Coríntios. Pois lá está no verso 9: "Se pela língua não proferis uma palavra clara, como se pode entender o que estais dizendo? Estaríeis de fato falando ao vento". Ora, Deus não nos dá carismas inúteis, mas o verdadeiro carisma é para o bem da comunidade. Há quem defenda as línguas dizendo que é uma oração secreta que o demônio não entende ... Quem garante isso? Aliás, pouco importa se ele entende ou não o que rezamos.
Se é uma oração ao menos quem ora deveria entendê-Ia, para que não seja como a voz de um papagaio.
Outros dizem que é a língua dos anjos. Isto não existe. Os anjos não emitem sons, pois não têm cordas vocais, são puro espírito; nem precisam de nosso tipo de linguagem, eles se comunicam pelo pensamento.
Se você quer orar com palavras inspiradas pelo próprio Deus, abra a sua Bíblia e reze os Salmos.
Não existe palavra nenhuma superior à Bíblia, por isso podemos dizer com certeza que nenhuma oração em línguas será mais elevada do que a Palavra de Deus que está nas Escrituras.
Agora, se você quer orar em línguas, exatamente como  Jesus ensinou a orar, com os mesmos sons por ele pronunciados, reze o "Pai Nosso" em aramaico: 
Avunan d'bishmaya yeticadash sh 'mach, tite malcutach, yehie  sevionach heicama.d'bishma; af bar'a. Hab lan lachma d'sunchananyaomana, u 'ashvuk lan hoveinanheicama d'afenan shbaknan Iichayoveinan, ula t'ilan linissiuna elapatsian mim bishta.
Amiyn.
Você já reparou que não existe nenhum documento da Igreja, nem de papas nem de bispos, incentivando ou elogiando o "falar em línguas"?
Conforme os Evangelhos, o próprio Jesus nunca falou nem orou em línguas. Temos, sim, uma orientação dos nossos Bispos sobre o "orar e falar em línguas", mas é uma restrição.  É o Documento 53 da CNBB sobre a RCC, que diz no nº 63:
 "O apóstolo Paulo ensina: Numa assembleia prefiro dizer cinco palavras com a minha inteligência para instruir também aos outros, a dizer dez mil palavras em línguas (1 Cor 14,19). Como é difícil discernir, na prática, entre inspiração do Espírito Santo e os apelos do animador do grupo reunido, não se incentive a chamada oração em línguas e nunca se fale em línguas sem que haja intérprete." (1Cor 14,27-28).
Bastante claro, não é?  Mas onde está este intérprete que nunca aparece?
Pe. José Raimuildo Vidigal, C.Ss.R.
 Tradutor e organizador da Bíblia de Aparecida
Atual reitor da Comunidade de Santo Afonso na Tijuca/ RJ
Extraído do Jornal “O Redentor” Ano X Nº 199 – Setembro de 2012
Jornal da Paróquia Santo Afonso