segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

“Homens de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria” (At 6,3) Sobre o Diaconato Permanente, uma reflexão.

 


“Homens de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria” (At 6,3)

Sobre o Diaconato Permanente, uma reflexão.

Ao completar 17 anos de ordenação diaconal, pensei em trazer uma reflexão sobre esse ministério importante na vida de Igreja que fora já plantado no Concílio de Trento, e desenvolvido e aprofundado no Concílio Vaticano II, e ainda é motivo de espanto em nossas comunidades católicas e, até mesmo, porque não dizer, dentro da própria estrutura da Igreja Católica Apostólica Romana.

O objetivo desse texto é aprofundar a vocação dos diáconos permanentes, uma novidade ainda sendo descoberta na Igreja. 

A função do Padre, ou Sacerdote, é conhecida de todas e todos: Presidir a Missa, Ouvir as confissões (e perdoar pecados), ministrar a Unção dos Enfermos. Pelo menos, em termos sacramentais seria isso. Assumir algumas funções eclesiásticas previstas no Direito Canônico, como, por exemplo, ser pároco. Enfim aquilo que já conhecemos a alguns anos. Há algumas exceções que não cabem aqui e agora.

Mas, o que faz o diácono na Igreja? Qual sua função? Porque o Concílio Vaticano II o restaurou como grua permanente do Sacramento da Ordem? Porque foi permitido aos homens casados receber esse sacramento? Essas são algumas perguntas que pretendo responder. 

Desde a restauração do diaconato como grau permanente da ordem, na Igreja Católica Apostólica Romana, pelo Concílio Vaticano II (recuperando uma diretriz deixada pelo Concílio de Trento), ainda causa estranheza a presença desses homens na Igreja, tanto no que se refere às suas funções, como de sua necessidade (nesse ponto a discussão é mais profunda, e não caberá nesse artigo).

A Constituição Dogmática Lumen Gentium (LG), que trata da igreja, restabeleceu o diaconato como grau permanente do sacramento da Ordem (juntando-se ao presbiterado e episcopado), inserindo-o na hierarquia eclesial. Desde então, vários documentos e orientações tem se debruçado para aprofundar essa vocação, que está voltada para o ministério (serviço), e não para o sacerdócio. 

Várias reuniões do CELAM se debruçaram sobre esse tema, sempre destacando as funções dos diáconos na vida e missão da Igreja. Entretanto, para não me alongar muito, vou me deter em apenas três documentos: As “Normas Fundamentais para a Formação dos Diáconos Permanentes / Diretório do Ministério e da Vida dos Diáconos Permanentes”; o documento 96 da CNBB “Diretrizes para o Diaconado Permanente da Igreja no Brasil”; IGMR (Instrução Geral do Missal Romano). Só isso nos dará vasto material para esse artigo.

A Lumen Gentium declara que os diáconos são “fortalecidos com a graça sacramental” para servirem “o Povo de Deus em união com o Bispo e o seu presbitério, no ministério da Liturgia, da palavra e da caridade. É próprio do diácono, segundo for cometido pela competente autoridade, administrar solenemente o Batismo, guardar e distribuir a Eucaristia, assistir e abençoar o Matrimônio em nome da Igreja, levar o viático aos moribundos, ler aos fiéis a Sagrada Escritura, instruir e exortar o povo, presidir ao culto e à oração dos fiéis, administrar os sacramentais, dirigir os ritos do funeral e da sepultura. Consagrados aos ofícios da caridade e da administração, lembrem-se os diáconos da recomendação de S. Policarpo: «misericordiosos, diligentes, caminhando na verdade do Senhor, que se fez servo de todos»”.

Quando se diz que o diácono serve na Liturgia, a Igreja, através da IGMR esclarece quais são as suas funções. Vejamos.

Na liturgia da Missa, o diácono tem funções bem específicas. Algumas delas foram, ao longo dos anos, sendo realizada pelos leigos, por falta de diáconos em nossas paróquias, e assim ainda se mantem em nossos dias.

Cabe ao Diácono: Proclamar o Evangelho, pregar a convite do sacerdote; proclamar as intenções da oração universal (preces); distribuir a Eucaristia; dar ao povo as orientações necessárias quanto aos gestos e posição do corpo na Missa; preparar o altar para a liturgia eucarística; purificar os vasos sagrados.. Além de ser o ministro do cálice. Cabe ao diácono caminhar ao lado do sacerdote para lhe dar a assistência necessária. Ainda mais, convidar o a assembleia a dar a paz e enviar todas e todos em missão ao fim da missa. Essas são as funções dos diáconos na liturgia da missa.

As Normas Fundamentais para a Formação dos Diáconos Permanentes indica três ministérios que os diáconos se dedicam: munus docendi, munus santificandi, munus regendi. (munus = tarefa, serviço, obrigação; docendi= ensinar; santificandi = abençoar; regendi = administrar, dirigir)

O munus docendi. Está diretamente relacionado com a proclamação da Escritura e a instrução exortação do povo.

O munus santificandi. Exerce na Oração, na administração solene do Batismo, na conservação e distribuição da Eucaristia, na assistência e bênção do Matrimônio, na exposição e bênção do Santíssimo Sacramento, na presidência ao rito do funeral e da sepultura, e na administração dos sacramentais (vários tipos de bênçãos). Isso demonstra que a atividade diaconal não se reduz apenas a um simples serviço social. 

O munus regendi. O diácono é chamado a exercer esse ministério nas obras de caridade (esse é um conceito amplo) e de assistência, e na animação de comunidades ou setores da vida eclesial.

Os modelos concretos do exercício do ministério diaconal devem ser considerados caso a caso segundo as situações pastorais de cada uma das Igrejas.

Ainda dentro dessa tríplice missão do diácono, a CNBB, no documento 96, afirma que “o diácono participa da missão plena do bispo, realizando sua função não apenas em nome do bispo e com sua autoridade, mas em nome de Cristo e com sua autoridade, mediante a consagração do Espírito Santo” (n. 53). Os bispos do Brasil definiram quais são os três campos de atuação do diácono permanente: caridade, evangelização e ação litúrgica.

Quanto ao exercício da diaconia da caridade, eles indicam que os diáconos devem ir “ao encontro das pessoas de qualquer religião ou raça, classe ou situação social, fazendo-se um servidor de todos como Jesus” (n.55).

A Igreja no Brasil ainda pede aos diáconos que sejam “dedicados aos ofícios da caridade” (n. 57). Que “assumam a opção preferencial pelos pobres, marginalizados e excluídos”. E acrescenta que devem ser “apóstolos da caridade com os pobres, envolvidos cm a conquista de sua dignidade e de seus direitos econômicos, políticos e sociais”. E dizem que os diáconos “estão próximos da dor do mundo, e que de se deixar tocar e sensibilizar pela miséria e pelas provações da vida” (n.58). E conclui afirmando que “em razão da graça sacramental recebida e da missão canônica, compete aos diáconos administrar os bens e as obras de caridade e promoção social da Igreja”.

No âmbito da diaconia da Palavra, o documento afirma que “a evangelização é missão primordial da Igreja”, e que “ela existe para evangelizar, para pregar e ensinar, ser canal do dom da graça, reconciliar os pecadores com Deus e perpetuar o sacrifício de Cristo na Santa Missa” (n.59).

Diante disso, o diácono é chamado a ser servidor da Palavra como ouvinte e discípulo. Deve fazer a “leitura meditada e orante da Sagrada Escritura, que é a escuta humilde e cheia de amor daquele que fala”, para “alimentar no coração os pensamentos de Deus, de modo que a fé qual resposta à Palavra, se torne o novo critério de juízo e avaliação dos homens e das coisas, dos acontecimentos e dos problemas” (n. 60).

“A missão evangelizador do diácono não se restringe à homilia ou ao anúncio da Palavra no contexto litúrgico”. Ele é “anunciador da Palavra”, e como tal “dá testemunho de um ouvinte assíduo e convicto do Evangelho. Transmite à comunidade a Palavra libertadora, da qual ele próprio já experimentou o poder de transformação. Identifica-se com a Palavra anunciada por ser servidor da Palavra. Anuncia a Palavra de Deus com a autoridade que nasce da familiaridade com o Evangelho” (n. 61. Grifos meus).

Quanto a diaconia da liturgia, ele a exerce na “celebração dos sacramentos ou sacramentais, na presidência das celebrações da Palavra e nas orações” (principalmente na Liturgia da Horas - acréscimo meu. n. 64).

O diácono, “testemunha qualificada da diaconia e do amor de Cristo pelos homens, não poderá realizar eficazmente sua missão sem nutrir-se constantemente da Eucaristia, sacramento do serviço e da caridade” (n. 65).

Ao trazer para o altar as oferendas dos fiéis, e levar a eles o pão eucarístico, o diácono atesta a relação entre Eucaristia e serviço social. Assim, seu ministério “demonstra que a liturgia e a vida social não são duas realidades justapostas, mas correlatas. No culto, o serviço encontra fonte; no serviço, o culto revela sua eficácia” (n. 66).

Nesses 17 anos de ordenação diaconal, ainda estou na caminhada de aprofundar essa vocação necessária aos nossos dias, pois estamos inseridos de forma efetiva nas diversas atividades humanas. E foi para isso que os diáconos foram instituídos, para servirem “às mesas”. Mesa aqui num sentido mais amplo, não apenas a mesa eucarística. Mas as mesas que se encontram nas diversas realidades da vida.\

Agradeço a Deus por todas e todos que nesse tempo me ajudaram a refletir sobre a vocação diaconal, e a me confirmar no meu sim. Muito obrigado! Gratidão!



segunda-feira, 18 de novembro de 2024

SAUDADE

 


SAUDADE.

Algumas pessoas me dizem, “estou com saudades de você”! 

Acho essa frase interessante. Resolvi fazer uma pesquisa sobre “Saudade”.

Existem vários pontos de vista de Saudade: filosofia, psicologia, sociologia etc.

Do ponto de vista da Filosofia, a saudade é compreendida como a “presença incessante da ausência”. Ela é um estado sentimental que nos transporta a “uma pessoa, um lugar, uma situação, uma sensação”. Podemos até sentir saudades de nós mesmos. “Saudade é reconhecer que o tempo é incontrolável e que deixa marcas inesquecíveis”.

O que dizem a Ciência e a Psicologia sobre essa tal de saudade?

A Ciência “aponta que podemos sentir saudade de pessoas, pois os nossos corpos produzem certas substâncias químicas, como hormônios e neurotransmissores, que causam bem-estar e nos ajudam a formar laços afetivos para que possamos manter relações”. 

Manuel Melo, escritor português, descreve a Saudade como “bem que se padece e mal que se desfruta”.

“O melhor remédio para a saudade é se distrair. Ou seja, sair da inércia e buscar outras oportunidades de atividades que lhe proporcione bem-estar, coisas que façam acelerar a percepção de passagem do tempo”. 

Quando sentimos saudades de um lugar, procuramos voltar a esse espaço. Quando sentimos saudades de pessoas, procuremos criar situações onde encontros possam acontecer: passeios, almoço, lanche, festas etc.

(Parte do nosso texto foi tirado da seguinte referência: https://www.unisuam.edu.br/blog/noticias/cantinho-da-psicologia/saudade-psicologia#:~:text=Do%20ponto%20de%20vista%20filos%C3%B3fico,levar%20a%20estados%20emocionais%20profundos.)


domingo, 4 de agosto de 2024

A esperança da vida é o início e o fim de nossa fé


Início da chamada Carta de Barnabé
(Cap. 1,1-8; 2,1-5: Funk 1,3-7)
(Séc. II)

A esperança da vida é o início e o fim de nossa fé

Saúdo-vos na paz, filhos e filhas, em nome do Senhor que nos ama.
Por serem grandes e preciosas as liberalidades que Deus vos concedeu, mais que tudo e intensamente me alegro por vos saber felizes e esclarecidos. Pois assim acolhestes a graça do dom espiritual, enxertada na alma. Por isto ainda mais me felicito com a esperança de ser salvo, ao ver realmente derramado sobre vós o Espírito vindo da copiosa fonte do Senhor.
Estou plenamente convencido e consciente de que ao falar convosco vos ensinei muitas coisas, porque o Senhor me acompanhou no caminho da justiça; e sinto-me fortemente impelido a amar-vos mais do que a minha vida, porque são grandes a fé e a caridade que existem em vós pela esperança da vida. Tendo em consideração que, se é de meu interesse por vossa causa partilhar convosco algo do que recebi, será minha paga servir a tais pessoas. Decidi, então, escrever-vos poucas palavras, para que, junto com a fé, tenhais perfeita ciência.
São três os preceitos do Senhor: a esperança da vida, início e fim de nossa fé; a justiça, início e fim do direito; caridade alegre e jovial, testemunho das obras de justiça.
Pelos profetas, o Senhor fez-nos conhecer as coisas passadas, as presentes e deu-nos saborear as primícias das futuras. Ao vermos tudo acontecer por ordem, tal como falou, devemos nós, mais ricos e seguros, assimilar o seu temor.
Quanto a mim, não como mestre, mas como um de vós, mostrarei alguns poucos pontos, pelos quais vos alegrareis nas circunstâncias atuais.
Nestes dias maus, ele mostra seu poder; empenhemo-nos, pois, de coração em perscrutar os mandamentos do Senhor. Nossos auxiliares são o temor e a paciência; apóiam-nos a generosidade e a continência que, aos olhos do Senhor, permanecem castas, no convívio da sabedoria, inteligência, ciência e conhecimento.
Todos os profetas nos revelaram não ter ele necessidade de sacrifícios nem de holocaustos nem de oblações, dizendo: Que tenho a ver com a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto de holocaustos, de gorduras dos cordeiros; não quero o sangue de touros e de cabritos, mesmo que venhais à minha presença. Quem exige isto de vossas mãos? Não pisareis mais em meus átrios. Trazeis oblações de farinha? Será em vão. O incenso me é abominável; vossos novilúnios e solenidades, não as suporto (cf. Is 1,11-13).

sexta-feira, 5 de julho de 2024

"Quero misericórdia e não sacrifício"

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 9Jesus viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria de impostos e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus. 10Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. 11Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?” 12Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas, sim, os doentes. 13Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”. – Palavra da salvação.

Santo Inácio de Loyola, nos Exercícios Espirituais, propõe um tipo de oração chamada Contemplação. Ela consiste em usar a imaginação e ver a cena narrada no evangelho. Fazer uma composição de lugar. Ver o ambiente, as pessoas, a disposição dos móveis, o que estão falando, se há outras pessoas ao redor. Usar a imaginação. 

Em seguida, ele nos orienta a contemplar a cena, e tirar algum proveito disso, para mais amar e seguir Jesus.

O evangelho de hoje é uma cena propícia para esse tipo de oração. Foi difícil arrumar uma figura que expressasse a imagem que imagem que fiz. Mas, compartilho com vocês esse meu momento.

As coletorias de impostos eram bancas colocadas na porta das casas dos cobradores. As pessoas iam até lá pagar o imposto. Não havia uma regra fixa (alíquota) para pagamento do imposto. Cada um cobrava o quanto queria. Somente havia a parte que deveria ser dada ao império romano, e a destinada ao palácio de Herodes. Portanto, os cobradores podiam cobrar o valor que quisessem. 

A cena nos causa estranheza. Jesus se aproxima, e diz, "Segue-me". Como que num passe de mágica, A cena muda para uma refeição dentro da casa de Mateus. A partir daí, se desenrola a catequese de Jesus sobre conversão.

Na casa de Mateus se ajuntam todos aqueles que pecadores e cobradores de imposto (lembro que para os judeus, os cobradores de impostos eram pecadores). Sentaram-se à mesa com Jesus.

Ao verem isso, os "donos" da fé, os  "santinhos", os cumpridores das leis, os exploradores da religião, os fariseus interrogam aos discípulos de Jesus porque ele come com os pecadores. Esses inquisitores falam com os discípulos, temiam a resposta de Jesus. Porém, Jesus responde que quem precisa de médico são os doentes, e não os sãos. Os precisam da misericórdia de Deus, de salvação, não são os que seguem a lei, e os preceitos da religião, pois se acham justos. Os que precisam ser regatados são os afastados. Aqueles que por um motivo ou outro, abandonaram a fé. 

Os discípulos, somos chamados a sermos portadores da misericórdia de Deus. Jesus veio resgatar os pecadores. 

Nosso Deus não espera de nós sacrifícios, mas misericórdia. Queres agradar a Deus? Sede misericordioso. Queres ser salvo? Sede misericordioso. Queres que teus pecados sejam perdoados? Sede misericordioso. Perdoai as ofensas daqueles que vos tem ofendido, para ter tuas ofensas perdoadas também.

Sede misericoridosos!


terça-feira, 2 de julho de 2024

“Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?”



Mateus 8,23-27

Naquele tempo, 23Jesus entrou na barca e seus discípulos o acompanharam. 24E eis que houve uma grande tempestade no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, dormia. 25Os discípulos aproximaram-se e o acordaram, dizendo: “Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!” 26Jesus respondeu: “Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?” Então, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar e fez-se uma grande calmaria. 27Os homens ficaram admirados e diziam: “Quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?”

Meditação
De um fato concreto, tiramos algo para a nossa vida espiritual.
A cena nos é conhecida. Ela é contada tanto por Mateus, quanto por Marcos, com algumas pequenas diferenças que não prejudicam o contexto.
Um barco com Jesus e seus discípulos enfrentam uma tempestade no mar. Para quem trabalha no mar sabe quais são as dificuldades de se passar por essa situação, desesperadora.
Diante da agitação do barco, os discípulos ficaram apavorados, com medo. Enquanto isso, Jesus dormia como uma criança que é agitada pelo colo da mãe/pai.
O medo dos discípulos transformou-se em momento de palavras de esperança de Jesus, "porque tendes tanto medo, homens fracos na fé"?
Então, repreendeu o vento. Houve uma calmaria. Os homens ficaram admirados. Como assim? Aquele que expulsa demônios, que cura leprosos, que faz cegos voltarem a ver, a mudos falarem, consegue dominar até as forças da natureza?
Sim. O Pai tudo criou para o Filho, portanto, o Filho tem autoridade sobre toda a criação também, sobre todo o universo, sobre todo o cosmos.
Tendo Jesus toda essa autoridade, não teria ele também autoridade sobres nossos sentimentos que nos paralisam?
O medo é um sinal de que nos achamos mais importantes que o próprio Jesus. Que fazemos as coisas para nós, e não para Deus. Ao nos colocarmos à disposição de Deus para qualquer serviço que seja, Deus, através do Espírito Santo, enviado por Jesus, realiza a obra.
Portanto, não tenhamos medos e receios. "Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça, e tudo vos será acrescentado".