terça-feira, 31 de dezembro de 2024

O Senhor te abençoe e te guarde!



Mais um ano se encerra. Existe toda uma agitação em torno da passagem do dia 31 de dezembro para o dia 1º de janeiro, como se isso fosse alterar alguma coisa em nossas vidas. É quase como uma cartase.

A criação da festa de passagem de ano tem mais a ver com o capitalismo, do que com o preocupar-se com as pessoas e sua situação de vida. Ricos continuam ricos. Pobres continuam pobres. Miseráveis continuam miseráveis. Os presos continuam presos. As pessoas com fome continuam com fome. Os desabrigados continuam desabrigados. Etc.

Para amenizar um pouco nossa consciência, inventamos em dar algumas parcelas de comidas que acumulamos em casa. Mas, e como fica o resto do ano? Tal como nós, as pessoas necessitadas precisam se alimentar durante todo o ano seguinte. Mas, isso não é problema nosso. 

As pessoas esperam de nós uma mensagem “positiva”. Algo que as toque de forma emotiva, que as façam chorar. Que elas possam se sentir bem. Por isso, as expressões, “feliz no novo”! “Tudo de bom”! “Que seus sonhos e realizem”! “Prosperidade”! São ditas a todo momento.

No último dia do ano de 2024, a liturgia da igreja Católica, no evangelho, nos narra que a Palavra é a luz que guia a vida da humanidade, mas os seres humanos rejeitaram essa luz que insiste em iluminar as trevas.

No primeiro dia do ano de 2025, a liturgia repete para nós a passagem onde os pastores encontram Jesus, Maria e José. Jesus, a luz, foi acolhido numa manjedoura (lugar onde os animais comem; onde se deposita a ração dos animais, chamado de cocho). Muitas vezes, por rejeitarmos essa visão, imaginamos uma manjedoura como se fosse um pequeno berço. Mas, não. Foi no recôndito da humanidade, no “fim do mundo”, num lugar desprovido de riquezas e luxo, que Deus escolheu fazer-se gente, e habitar no meio de nós. Nós rejeitamos, inconscientemente, a ideia de que Jesus nasceu na pobreza extrema, pois dele fizeram um rei potente, como diz uma música. 

O Papa Francisco disse que o presépio nos “ajuda a reviver a história que foi vivida em Belém”, e acrescentou, “nos convida a nos sentirmos envolvidos na história da salvação”, e “a sentir, a tocar a pobreza que o Filho de Deus escolheu para si em sua encarnação”.

O ano de 2025 está chegando. Peçamos a Deus que possamos ser pessoas que se preocupem mais com o sofrimento alheio. Que visitemos as manjedouras existenciais e que alimentemos os que têm fome. Que levemos esperança para aqueles que estão desanimados. Sejamos portadores da Esperança.  (Rm 5,5)

“O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz”!


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