Mc. 9,38-40: João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem que
expulsa demônios em teu nome. Mas nós lhe proibimos, porque ele não nos segue”.
Jesus disse: “Não lhe proíbam, pois ninguém faz um milagre em meu nome e depois
pode falar mal de mim. Quem não está contra nós, está ao nosso favor”.
Esse texto sempre me chamou a atenção. Por um lado, os
discípulos queriam que somente aqueles que seguissem a Jesus tivessem a
autoridade de expulsar demônios. Por outro, Jesus abre a oportunidade para que
outras pessoas, mesmo de fora do grupo, mas que acreditam nele possam fazer as
mesmas coisas que os discípulos.
Muitas vezes, achamos que Deus nos criou para que vivamos
presos numa caixa fechada, onde não se pode fazer nada de diferente. Onde não
vemos outras caixas, outras possibilidades. Outros jeitos de ser. Outras formas
de vida que brota do próprio Deus, fonte da vida.
Em outra oportunidade, Jesus havia dito a Samaritana, “Mas
está chegando a hora, e é agora, em que os verdadeiros adoradores vão adorar o
Pai em espírito e verdade. Porque são estes os adoradores que o Pai procura. 24
Deus é espírito, e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade”
(Jo. 4,23-24).
Em Jesus, Deus não se fecha em si mesmo. Não se submete a leis
que nos afastam dele. As leis de Deus nos geram vida, e “vida em abundância”. Elas
tratam de nossa relação conosco mesmo, com os outros, e com o próprio Deus.
Deus não se fecha em si. Deus quis se dar, pois Deus é vida. Deus doa vida.
Deus se deu para cada um de nós quando morreu na cruz.
At. 11,7-9: “Depois ouvi uma voz que me dizia: ‘Levante-se,
Pedro, mate e coma’. Eu respondi: ‘De modo nenhum, Senhor! Porque jamais coisa
profana e impura entrou na minha boca’. A voz me disse pela segunda vez: ‘Não
chame de impuro o que Deus purificou’”.
Nos Atos dos Apóstolos, Pedro tem a experiência de que Deus
purifica as pessoas. Purifica as relações sociais. Transforma a vida,
principalmente a vida daquele que assumem a direção, o pastoreio, que vão à frente
do grupo, da comunidade. Apontam a direção.
A Palavra de Deus nos ensina as relações de tolerância, de
respeito. De busca de compreensão do outro. De procurar ver a vida do outro com
o valor devido.
Com tolerância. Sem raiva ou rancor. Sem ódio no coração
poderemos criar uma nova sociedade, uma nova relação baseada na fraternidade,
na solidariedade, na liberdade.
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