Ao celebrarmos a Festa da
Natividade de Nossa Senhora, nos vem uma pergunta: Porque lembrar do nascimento
daquela que deveria nos dar o Príncipe da Paz? O Filho de Deus?
Quem é mais importante, a mãe
que gera ou o Filho que Salva? Que nos dá a Vida? Que nos restitui ao equilíbrio
espiritual necessário.
Da pequena Belém, da humilde Mãe
de Deus, saiu aquele que dominou Israel (Mq 5,1-4a). Deus tira da pequenez, da
fragilidade, daquilo que não tem força, todo o seu poder. Da insignificância, a
grandiosidade. Como disse São Paulo, quando sou fraco é que sou forte.
Maria amou a Deus. Ela é a encarnação
viva da esperança. Em sua vida, mesmo nos momentos de dores, ela tirava
proveito espiritual. São Paulo, na carta aos Romanos, diz que “tudo contribui
para o bem daqueles que amam a Deus”. Por isso, “as gerações hão de me chamar
de bendita, pois o Senhor olhou para a humildade de sua serva”. Em algumas
traduções da Bíblia lemos: “o Senhor olhou para a humilhação...”. Conforme
Miqueias, o povo estava abandonado. Deus assim o permitiu para que a sua Glória
pudesse se manifestar. Estavam como ovelhas sem pastor, para que Jesus pudesse
ser o Pastor. Estavam sem mãe, para que Maria pudesse nos ser dada como mãe: “...
Filho, eis ai a tua mãe”. Como poderia ter sido mãe se não tivesse nascida?
A origem de Jesus está ligada a
Maria e a José. Era preciso ter uma família santa (ou uma santa família) para
que o Filho de Deus pudesse crescer em “sabedoria, estatura e graça”. Pela tradição,
sabemos que os pais de Maria eram estéreis. Mas pela graça de Deus, puderam
gerar aquela que nos Deus o Salvador, o “Emmanuel”, o “Deus conosco”. Aquele
que veio “salvar o seu povo dos seus pecados”. Aquele que restitui à vida os
mortos. Que dá vista aos cegos, que faz os coxos andarem. Que anuncia um ano da
graça do Senhor. Que alimenta os famintos, que vai ao encontro dos doentes e encarcerados. Que dá de beber a quem tem sede. Que nos faz ver que muitas vezes nossa visão está obscurecida pela trave que está em nosso olho. E que é preciso remover a trave que nos cega para agirmos com misericórdia.
Saber que Maria teve uma
família, é saber que Jesus se tornou "verdadeiramente homem". Festejar o seu nascimento, Natividade, é a certeza e a garantia da
humanidade de Jesus. Pois ele foi o “rosto humano de Deus; e o rosto divino do
homem” (São João Paulo II). Por Maria, pela sua natividade, pelo sim a Deus,
temos a certeza de que sempre que o Pai olha o Filho, ele vê a humanidade de
cada um de nós. Ao olhar para o Filho, Deus se lembra da aliança firmada com Abraão.
Vê o arco-íris da aliança. Lembra-se das promessas. Lembra-se da vitória da
vida sobre a morte. Ao ver Maria, Deus reconhece a fé de toda humanidade em seu Filho.
Jesus
é o exemplo de perfeição humana. Aprendeu isso com a Mãe, Maria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário!