Dia 03 de abril de 2017. Segunda-feira da 5ª semana da quaresma. Que julgamentos fazemos?
As leituras propostas para a liturgia de hoje, nos levam a pensar que tipo de julgamentos fazemos dos outros. Como procedemos para defender nossos interesses próprios. Como destruímos vidas com nossas mentiras, calunias e difamações.
Primeiramente, o profeta Daniel revela que uma pessoa inocente está prestes a ser morta por causa de um falso testemunho. Dois velhos, querendo ter momentos íntimos com uma mulher, e esta tendo resistido, a acusam de estar mantendo relações sexuais com uma outra pessoa. Isso era punido de morte.
Essa mulher, Suzana, sendo justa diante de Deus e não tendo cometido o pecado da qual estava sendo acusada, orou a Deus. E este suscitou um jovem, Daniel, a fazer a sua defesa. Corajosamente, Daniel interrompe o cortejo no qual ela seria sacrificada, e anuncia que houve um julgamento equivocado. E desmascara os dois velhos "encarquilhados do mal".
Os próprios acusadores se contradizem. Não informar corretamente o lugar onde se deu o pecado da qual a mulher era acusada. Sendo assim, o julgamento foi refeito, e os dois foram considerados réu de morte.
No evangelho (Jo. 8,1-11), Jesus se depara com semelhante acusação. Foi trazido até ele uma mulher que fora pega em flagrante adultério.
A primeira coisa que nos salta aos olhos é que adultério não se comete sozinho. Então, perguntamos, onde estava o homem? Alguns exegetas dizem que, provavelmente, estaria no meio daqueles que a queriam apedrejar.
Mas percebemos que esse episódio se dá logo após um período de oração no monte das Oliveiras. Poderíamos até repetir o ditado popular, "quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece". Uma profunda tentação para Jesus. Ele está diante de uma situação onde a lei mandava apedrejar as pessoas que fossem pegas em adultério. Lembremos que ir contra a lei também tornava a pessoa ré de morte.
Mas vejamos, Jesus havia acabado de sair de um momento de oração. De intimidade com o Pai. De escuta de sua palavra.
Imaginemos um outro diálogo. Jesus: "Onde está o homem que se encontrava com essa mulher"? Algozes: "Isso não importa". Entretanto, a lei dizia que os dois deveriam morrer, a mulher e o homem. Mas aquela raça de víboras apenas trouxe a mulher.
O evangelista diz que Jesus estava escrevendo no chão. Não sabemos o que ele escrevia. Os algozes insistem numa sentença dada por Jesus. Seria lícito apedrejar aquela mulher diante da lei dada por Moisés?... Claro. Qualquer pessoa de sã consciência diria isso. Sempre buscamos julgar as atitudes do outro. As leis são para o outro, e não para mim, por isso acusamos o pecado dos outros.
Depois de uma noite de oração, Jesus teria outra resposta da dar: "Quem não tiver pecados, que atire a primeira pedra". Quem vai dizer, ou afirmar que não tem pecados?
E disse São João, que um a um, a começar pelos mais velhos (os que tem mais pecados) foram se retirando. Percebamos que até aquele momento Jesus não havia olhado para aquele mulher. A conversa era somente entre ele e os algozes. A partir de então, ele olha para ela e pergunta, "ninguém te condenou"? "Não", disse a mulher. Então profere as palavras que todos os que são readmitidos nos Reino dos Céus ouvem, "nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar"!
Hoje somos chamados a vivermos o perdão e a misericórdia. A perdoarmos. A não julgarmos. A ouvirmos a palavra de Deus e a pô-la em prática.
Vivamos sendo mensageiros da reconciliação dos seres humanos com Deus.
Oremos: "Ó Deus, que pela vossa graça inefável nos enriqueceis de todos os bens, concedei-nos passar da antiga à nova vida, preparando-nos assim para o reino da glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espirito Santo".
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