"Naquele tempo, o Espírito conduziu Jesus ao deserto". Assim inicia-se o evangelho de hoje. Assim olhamos para nossa vida nos dias de hoje. Iniciamos o período quaresmal, nosso tempo de deserto. De intensificar a oração, para estarmos próximo de Deus; de intensificar o jejum, para aprendermos que tudo depende de Deus; para intensificarmos nossas obras de caridade, para lembrarmos de que o Reino de Deus não se conquista sozinho, mas através das obras aos pequenos do reino.
Ao ser conduzido ao deserto para sofrer a tentação, Jesus vive as agonias humanas do dia-a-dia. Em tudo foi semelhante a nós, menos no pecado. Não sucumbiu ao pecado. Soube passar pelas auguras da vida tendo a perspectiva divina diante dos seus olhos. Sua vida humana é um exemplo de como vencer as tentações.
A primeira leitura, demonstra a fraqueza humana. Adão e Eva tendo diante de si a convivência física de Deus, deixaram-se enganar pelo pecado. Caíram na tentação.
O pecado é lindo e gostoso. Se não o fosse, nós o rejeitaríamos de cara. O pecado é sempre algo saboroso, que supera nossas expectativas e nos faz cair. O demônio nos tenta com coisas práticas e humanamente aceitáveis.
Adão e Eva tinham diante de si todas as árvores do paraíso. Podiam comer de tudo. Beber dos águas dos rios. Mas preferiram a única árvore que lhes fora proibida. (Lembro o Rei Davi que tinha um harém. Mas preferiu a única mulher que Urias tinha, pecou).
Jesus havia passado quarenta dias sem nada comer. Depois de tanto tempo, é claro que sentiu fome. Eis a primeira tentação, a fome que poderia ser transformada no pecado da gula. Sendo Filho, poderia transformar as "pedras" (no plural) em comida, em pães. E assim saciar a sua fome. Seria justo. Mas se assim o fizesse, estaria sucumbindo à vontade de Deus. Estaria deixando de lado a Palavra de Deus. Assim, a resposta é profunda. O homem vive da "palavra que sai da boca de Deus", e não somente do pão.
Em seguida, vendo que Jesus resistia à fome, conduzi-o ao alto do templo, ao centro da vida social, política e religiosa de seu tempo. Poderia dar um show. Pular sem nada acontecer, pois os anjos viriam em seu socorro. (Lembremos que Jesus disse a mesma coisa a Pilatos: "Meu Pai mandaria uma legião de anjos. Mas não devemos pedir provas a Deus de seu amor por nós. Jamais devemos colocar Deus no centro de nossas provações, pois ele está ao redor para nos salvar. Nos libertar do mal. A Palavra liberta e salva. Por isso, meditá-la cotidianamente é a garantia de vencermos o mal a cada dia.
O diabo percebeu que estava diante de um fenômeno divino. Alguém que tendo assumido a condição humana poderia devolver ao ser humano a sua condição divina. Lembremos que ao pecar, Adão e Eva deixaram, afastaram-se, da graça divina. Assumiram por completo a condição humana, privados da graça de Deus no seu dia-a-dia.
O diabo sabe que Jesus seria um "fenômeno", e o propõe um acordo. Eu te dou tudo isso, sem sofrimento, sem esforço, sem dureza. Mas para isso, é preciso que me adores. Lembro que a adoração só é devida a DEUS. E o diabo quer ser Deus na nossas vidas. Ele busca aquilo que não lhe pertence. Jesus diz, "Adorarás ao Senhor teu Deus a ele prestarás culto".
Narra Mateus que o diabo o deixou. E que os anjos se aproximaram e serviram a Jesus.
São Paulo diz que por um homem entrou o pecado no mundo, por um homem veio a salvação.
A desobediência de Adão e Eva foram resgatadas pela obediência de Jesus. Ao resistir ao demônio, Jesus mostrou aos homens/mulheres que é possível viver uma vida santa e irrepreensível diante de Deus. Mas que devemos estar atentos a todo momento que aquilo que pode nos afastar de Deus.
Oremos: Concedei-nos, ó Deus onipotente, que, ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".
Magnífico! Obrigado por compartilhar tamanha sabedoria.
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