Em outro momento, Jesus disse, “eu sou o caminho, a verdade, e a vida”!
Existe uma verdade a ser buscada? Que verdade se busca? Da existência humana? De que existência falamos? São questões do ser, em filosofia se diz ontologia.
Por outro lado, existem pessoas que buscam viver, ou melhor, sobreviver. Cotidianamente, labutam para ter o que comer e onde morar. Não tem tempo para estarem no mundo das ideias. E Jesus sabia disso. Não falava de um Deus filosófico ou teológico, mas de um Deus que é Pai. Que está preocupado com as relações humanas do dia-a-dia. Do concreto. Da verdade da vida diária.
De um Deus que não faz distinção de filhas e de filhos. Mas que permite que a vida, o sol nascente, venha para todos diariamente. O sol não faz distinção. Deus também não. “Ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos (Mt. 5,45)”.
Se Deus nos ensina a como dar o que é bom a todos, como podemos viver de outro jeito. Não podemos escolher a quem vamos fazer o bem. E não podemos revidar o mal com o mal. Conta a história de Santa Madre Tereza de Calcutá que ela estava na rua pedindo esmola para os pobres. Passou um homem muito rico e cuspiu na mão dela. Então, a santa teria dito, “esse para mim, agora me dê o dinheiro para os pobres”. Perfeição divina. Essa entendeu o que era ver o sol nascer e a chuva cair sobre bons e maus. O que não é bom, devemos absorver para nós. O Bem deve ser distribuído a todos e a todas. Jamais devemos dar o que temos de ruim. Se buscamos a perfeição divina, só o bem deve ser feito. Só palavras que geram vida devem sair de nossa boca.
Essa é a chave de leitura do evangelho de hoje. Dar a outra face. Orar pelos que o/a perseguem. Despojar-se até do necessário para a vida (túnica e manto). Dar a quem pedir emprestado sem nada pedir em troca. Esse é o caminho para se tornar filho/a de Deus. Amar apenas aqueles que nos amam, qual recompensa teremos, pois assim agem os maus. Aqueles que são chamados a perfeição devem ir além disso. Devem ver no outro um irmão que merece a misericórdia de Deus. Jesus foi ao encontro dos doentes, daqueles que precisavam se reintegrar à sociedade. Voltar-se para o próprio Deus. Não fez distinção de pessoas. Jesus despojou-se de sua condição divina e assumiu a nossa humanidade para nos resgatar. Deus se fez homem, e habitou no meio de nós. Devemos nos tornar divinos para irmos ao encontro dos outros que necessitam da misericórdia de Deus.
Nada de difícil no evangelho de hoje. Todos e todas que assumiram as bem-aventuranças como estilo de vida, e que são sal e luz no mundo, e que aprenderam a dar novo sentido às leis de Deus, são chamados a ser perfeitos. A ver Deus em todas as coisas e em tudo.
Buscando essa nova forma de vida, poderemos repetir com o salmista: “Bendize ó minh’alma, ao Senhor, pois ele é bondoso e compassivo”!
Amém!
(Mt. 5,38-48. 7º Domingo do Tempo Comum 2017. Lev. 19,1-2.17-18; ICor. 3,16-23)
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