quarta-feira, 17 de agosto de 2016

7º Pincípio: Não ao socialismo

Dando prosseguimento a formação política com os Princípios básicos da Doutrina Social da Igreja, tendo como base o Dicionário de Doutrina Social da Igreja, de Luiz Carlos Lessa, Editora LTr.
Inicio com o 7º Princípio, pois a discussão sobre o socialismo está presente nas várias rodas de conversas católicas nas mídias sociais. É importante conhecer o pensamento da Igreja para se argumentar com base, e não com "achismos", ou por "ouvi dizer".
Em seguida, traremos a reflexão sobre o 6º Princípio, "Não ao Capitalismo Liberal".
Segundo Luiz C. Lessa, "é frequente ouvir-se alguém dizer que é socialista, mas não marxista". E completa, "que diferenciação há que fazer-se entre socialismo e marxismo? E qual a abrangência da repulsa do Magistério ao sistema socialista?"
Continua o autor que "acreditamos não errar se dissermos que a noção de socialismo, como um todo, não prescinde destas quatro notas marcantes, ainda que nem sempre a elas se confira a mesma ênfase: 1ª. - a exagerada supremacia do social sobre o individual; 2ª. - coletivização da propriedade privada dos meios de produção; 3ª. - exclusividade do Estado na planificação da economia; 4ª - vigorosa intervenção estatal em todos os setores da atividade socioeconomica". observa-se, segundo Luiz Carlos, que se coloca "ênfase na radical supressão da propriedade privada".
E acrescenta Lessa que "o socialismo científico de Marx finca raízes em princípios filosóficos eminentemente materialistas. (...) Nega a existência de Deus". E diz que o "ateísmo prático se opõe tenazmente à religião, por considerá-la 'ópio do povo'". E ainda que, "afora a natureza e aos homens, nada existe". E afirma que, segundo Paulo VI, "não pode o cristão, sem se contradizer a si mesmo, aderir (...) à ideologia marxista, ou ao seu materialismo ateu, ou à sua dialética da violência, ou, ainda, àquela maneira como ele absorve a liberdade individual na coletividade, negando toda e qualquer transcendência ao homem e à sua história (OA 26).
Continua Lessa, que o marxismo "prega o combate a qualquer forma de religião; estimula luta de classes; (...) preconiza a implantação da ditadura do proletariado, que precederá à anarquia, no sentido de uma sociedade tão perfeita que por si mesma se governará, sem necessidade de poder político".
Luiz Carlos diz que "a DSI rejeita tanto o liberalismo econômico quanto o socialismo". 
Mais adiante, Lessa afirma que "as críticas de Marx ao capitalismo selvagem são em grande parte - em sua maior parte até, melhor diríamos - de todo precedentes". (...) "Sem menosprezar os méritos de Marx por sua robusta crítica ao liberalismo econômico, por sua contundente denúncia das injustiças da sociedade capitalista, é importante se saiba também que neste particular, a ele não cabe o pioneirismo que costumeiramente lhe atribuem".
Conclui o autor que "a essência do socialismo, seja lá qual for a forma de que se revista, a supressão da propriedade privada dos bens de produção, ou, pelo menos, uma vigorosa intervenção estatal no processo produtivo, e a Igreja jamais abriu mão da defesa do direito de propriedade, embora não o considere ilimitado e absoluto, antes, estritamente subordinado ao bem comum, conforme veremos na exposição do 11º princípio fundamental da DSI", a saber, a Destinação Universal dos Bens, sem prejuízo do direito de Propriedade Privada.
Existem algumas argumentações a serem feitas pelo autor. Entretanto, meu objetivo é apresentar o que fala o Ensinamento da Igreja sobre as questões sociais.

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