sexta-feira, 27 de maio de 2016

"Jesus, Filho de Davi, tem Misericórdia de mim"

Surpreendido pelo fato de um estupro coletivo acontecido na cidade Olímpica do Rio de Janeiro, numa comunidade pobre. Com uma adolescente de 16 anos, logo um dia após a celebração da Solenidade de Corpus Christi, não poderia deixar passar em branco, sem uma palavra enquanto diácono da Igreja Católica.
Ao celebrarmos Corpus Christi refletimos sobre a Eucaristia, fonte de vida eterna. Entretanto, trago à nossa memória como Jesus se relacionou com o corpo de todos aqueles com os quais ele encontrou em sua vida.
Começo falando de sua própria mãe. Jesus foi gerado num ventre que fora purificado já no nascimento da própria Maria. Jesus teve uma profunda relação com o primo, João Batista, mesmo ainda no ventre materno.
Jesus sempre recolocou na sociedade de seu tempo os doentes. Corpos colocados à margem, leprosos, cegos, coxos, mortos, doentes. Todas as curas de Jesus tinham como objetivo ressocializar os excluídos. E assim o fez. Para ele, não havia dia e hora. Não havia lei que o impedisse de fazer o bem.
Ao celebrarmos Corpus Christi, adoramos o corpo glorioso do Senhor Jesus. Mas antes de chegar a essa glória, esse corpo foi dilacerado. Torturado. Machucado. "Estuprado". Neste momento, Deus, encarnado, assume todas as nossas dores. Nossas mazelas. Nossas tristezas.
Este corpo, que foi violentado pelos seus algozes, agora foi glorificado pela ressurreição.
Ao professarmos a nossa fé, dizemos que Jesus desceu a mansão dos mortos. Solidarizou-se com aqueles que viviam esperando o dia da ressurreição. Hoje, existem mutias pessoas que passam por situações de morte. São colocados à margem da sociedade porque não possuem bens, são desprovidos de tudo. Tornam-se "resíduos, sobras" (Papa Francisco. Alegria do Evangelho n.53). E ainda acrescenta o Papa Francisco. "enquanto não se eliminar a exclusão e a desigualdade dentro da sociedade e entre vários povos, será impossível desarraigar a violência" (Alegria do Evangelho n. 59).
Diante desse crime hediondo, nós cristãos católicos nos indignamos. Mas seguimos aquilo que no disse o próprio Jesus, "amai os vossos inimigos"; e "orai pelos que vos perseguem".
Assim, hoje pedimos ao Senhor que tanto nos amou e nos ama, "pela sua dolorosa paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro". Amém!

Um comentário:

  1. Vivamos a Palavra MISERICORDIOSA do Pai.Obrigado pela profunda reflexão quando nossos corações, em revolta, nos leva à realidade da vida que professamos.

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