Ao celebramos a
Solenidade da Santíssima Trindade, contemplamos o mistério divino; em um único
Deus, três pessoas distintas. Uma única essência; um mesmo objetivo.
Conta o anedotário
santoral que Agostinho vinha caminhando a beira do mar, pensava em como entender
o mistério da Santíssima Trindade. Quando se deparou com um menino que havia
feito um buraquinho na areia. E ia até a praia, pegava um pouco de água, e jogava
no buraquinho. Agostinho aproximou-se dele e perguntou o que ele fazia. Ouviu a
seguinte resposta: “Vou colocar toda água do mar aqui dentro”. O santo riu, e
disse: “Isso é impossível”. Ao que respondeu a criança, “é mais fácil eu
colocar toda água do mar aqui dentro, do que você entender o mistério da
Santíssima Trindade”. E sumiu diante dos olhos dele.
Esta história bastaria.
Mas, Mistério não se explica. Experimenta-se.
Entretanto, ao
investigar a Sagrada Escritura, nos deparamos com vários momentos onde a
Trindade se revela a nós.
Iniciamos com o
Gênesis. “Façamos o ser humano à nossa imagem e segundo a nossa semelhança” (Gn
1,26). Vendo o processo de criação do mundo, descobrimos que toda a criação é
ação direta de Deus Pai. Ao se formar o homem, o Pai quis dar a configuração do
Filho, e o ânimo do Espirito. Por isso, “façamos”.
Em Mateus (3,16-17)
encontramos a cena do Batismo de Jesus. Diz: “Depois de ser batizado, Jesus
saiu logo da água e o céu se abriu. E ele viu o Espírito de Deus descer, como
uma pomba, e vir sobre ele. E do céu veio uma voz que dizia: ‘Este é o meu
Filho amado; nele está o meu agrado”. A Trindade revela-se no Batismo de Jesus.
A Trindade revela-se no nosso Batismo. E em todos os sacramentos. Na
consagração das espécies eucarísticas, o sacerdote diz: “Ó Deus (...)
santificai pelo Espírito Santo as oferendas que vos apresentamos para serem
consagradas, a fim de que se tornem o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, vosso
Filho e Senhor nosso, que nos mandou celebrar esse mistério”. Pai, Filho e
Espírito Santo estão presentes neste momento. Por isso nosso gesto de adoração
de joelhos.
Em outro momento, Jesus
afirma, “as obras que faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim” (Jo.
10,25c). E mais adiante, “Eu e o Pai somos um” (Jo. 10,30).
Jesus afirmou a Felipe:
“Felipe, há tanto tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me viu, tem
visto o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai?’ Não acreditas que eu
estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo
por mim mesmo; é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras.
Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim....”. (Jo 14,9-11b).
O evangelista Lucas
narra o seguinte episódio. Jesus estava na sinagoga, lhe deram o livro. Ele
desenrolou e leu a seguinte passagem: “O Espirito do Senhor está sobre mim,
pois ele me ungiu, para anunciar a boa nova aos pobres; enviou-me para
proclamar a libertação aos presos, e aos cegos, a recuperação da vista; para
dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano aceito da parte do Senhor” (Lc.
4, 18-19). E acrescentou, “hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que
acabastes de ouvir” (Lc. 14,21).
E por último, deixou a
continuidade de sua missão com os apóstolos e discípulos, e para nós hoje,
“Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizando-as em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho
ordenado” (Mt. 28,19-20a).
Mandou que ensinássemos
a observar tudo o que nos tinha ordenado. Acima vimos uma parte. Deixou-nos apontado
o caminho para entrar no Reino de Deus: “Vinde, benditos do meu Pai. Recebei em
herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu
estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber;
eu era forasteiro, e me recebestes em casa; estava nu, e me vestistes; doente,
e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me. (...) Todas as vezes que
fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o
fizestes”! (Mt. 25,34-36.49b).
Assim, serão bem
aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Concluamos juntos, de
pé, dizendo: “PAI SANTO, ENVIAI SOBRE NÓS O VOSSO ESPÍRITO SANTO, PARA QUE, POR
ELE SANTIFICADOS, SEJAMOS EFETIVAMENTE CAPAZES DE VOS AMAR E NOS AMARMOS COMO
IRMÃOS. POR CRISTO, NOSSO SENHOR. AMÉM”!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário!