domingo, 22 de maio de 2016

Solenidade da Santíssima Trindade

Ao celebramos a Solenidade da Santíssima Trindade, contemplamos o mistério divino; em um único Deus, três pessoas distintas. Uma única essência; um mesmo objetivo.
Conta o anedotário santoral que Agostinho vinha caminhando a beira do mar, pensava em como entender o mistério da Santíssima Trindade. Quando se deparou com um menino que havia feito um buraquinho na areia. E ia até a praia, pegava um pouco de água, e jogava no buraquinho. Agostinho aproximou-se dele e perguntou o que ele fazia. Ouviu a seguinte resposta: “Vou colocar toda água do mar aqui dentro”. O santo riu, e disse: “Isso é impossível”. Ao que respondeu a criança, “é mais fácil eu colocar toda água do mar aqui dentro, do que você entender o mistério da Santíssima Trindade”. E sumiu diante dos olhos dele.
Esta história bastaria. Mas, Mistério não se explica. Experimenta-se.
Entretanto, ao investigar a Sagrada Escritura, nos deparamos com vários momentos onde a Trindade se revela a nós.
Iniciamos com o Gênesis. “Façamos o ser humano à nossa imagem e segundo a nossa semelhança” (Gn 1,26). Vendo o processo de criação do mundo, descobrimos que toda a criação é ação direta de Deus Pai. Ao se formar o homem, o Pai quis dar a configuração do Filho, e o ânimo do Espirito. Por isso, “façamos”.
Em Mateus (3,16-17) encontramos a cena do Batismo de Jesus. Diz: “Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água e o céu se abriu. E ele viu o Espírito de Deus descer, como uma pomba, e vir sobre ele. E do céu veio uma voz que dizia: ‘Este é o meu Filho amado; nele está o meu agrado”. A Trindade revela-se no Batismo de Jesus. A Trindade revela-se no nosso Batismo. E em todos os sacramentos. Na consagração das espécies eucarísticas, o sacerdote diz: “Ó Deus (...) santificai pelo Espírito Santo as oferendas que vos apresentamos para serem consagradas, a fim de que se tornem o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso, que nos mandou celebrar esse mistério”. Pai, Filho e Espírito Santo estão presentes neste momento. Por isso nosso gesto de adoração de joelhos.
Em outro momento, Jesus afirma, “as obras que faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim” (Jo. 10,25c). E mais adiante, “Eu e o Pai somos um” (Jo. 10,30).
Jesus afirmou a Felipe: “Felipe, há tanto tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me viu, tem visto o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai?’ Não acreditas que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim....”. (Jo 14,9-11b).
O evangelista Lucas narra o seguinte episódio. Jesus estava na sinagoga, lhe deram o livro. Ele desenrolou e leu a seguinte passagem: “O Espirito do Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu, para anunciar a boa nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos, e aos cegos, a recuperação da vista; para dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano aceito da parte do Senhor” (Lc. 4, 18-19). E acrescentou, “hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir” (Lc. 14,21).
E por último, deixou a continuidade de sua missão com os apóstolos e discípulos, e para nós hoje, “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado” (Mt. 28,19-20a).
Mandou que ensinássemos a observar tudo o que nos tinha ordenado. Acima vimos uma parte. Deixou-nos apontado o caminho para entrar no Reino de Deus: “Vinde, benditos do meu Pai. Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; estava nu, e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me. (...) Todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes”! (Mt. 25,34-36.49b).
Assim, serão bem aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Concluamos juntos, de pé, dizendo: “PAI SANTO, ENVIAI SOBRE NÓS O VOSSO ESPÍRITO SANTO, PARA QUE, POR ELE SANTIFICADOS, SEJAMOS EFETIVAMENTE CAPAZES DE VOS AMAR E NOS AMARMOS COMO IRMÃOS. POR CRISTO, NOSSO SENHOR. AMÉM”!

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