Festa de São Lourenço, padroeiro dos Diáconos
10 de agosto, Festa de São Lourenço, padroeiro dos
diáconos. Mas, quem são os diáconos, e como surgiram na Igreja?
No livro dos Atos dos Apóstolos (At 6,1-6), após o
crescimento dos seguidores do cristianismo, muitos de língua grega começaram a
se queixar de que suas viúvas eram deixadas de lado. Os apóstolos resolveram,
então, o problema mandando que a comunidade escolhesse homens de boa reputação,
cheios do Espírito e de sabedoria para que a eles fossem confiadas as tarefas
pedidas pelos cristãos. E assim foi feito.
A comunidade cristã nascente começou a ver nos
diáconos um modelo de serviço, a Igreja que serve é personificada no diácono.
Assim, Paulo diz a Timóteo (I Tm 3,8-13) que os diáconos devem “ser pessoas
descentes, homens de palavra, não viciados no vinho nem afetos a lucros torpes”
(I Tm 3,8). E acrescenta que saibam “guardar o mistério da fé com uma
consciência pura” (I Tm 3,9).
Depois de um período em que o diaconato era apenas
um degrau para se chegar ao presbiterado, a Igreja, no Concílio Vaticano II
restabeleceu o diaconato como grau permanente do sacramento da ordem. A
constituição dogmática Lumen Gentium
determina que “daqui em diante poderá o diaconato ser restabelecido como grau
próprio e permanente da hierarquia (...). E que poderá ser conferido a homens
de idade madura, mesmo casados”.
A partir de então, a Igreja vem aprofundando esse
restabelecimento de uma vocação que havia ficada latente na história da Igreja.
A novidade estava na possibilidade de que recebessem o sacramento da ordem
homens que tinha o sacramento do matrimônio. Mesmo que fosse no grau inferior
da ordem.
O Direito Canônico regulamenta as atividades
formativas e de atuação do diaconato. Destaca que são ministros ordinários do
Batismo e do Matrimônio. São ministros da exposição e bênção solene do
Santíssimo Sacramento. Têm a faculdade de pregar a palavra de Deus e de fazer
homilias nas celebrações da santa missa.
Em 2007, os bispos do CELAM reunidos em Aparecida na
V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, afirmaram que
os diáconos permanentes são ordenados para o serviço da Palavra, da caridade e
da liturgia. Além disso, devem “acompanhar a formação de novas comunidades
eclesiais, especialmente nas fronteiras geográficas e culturais, aonde
ordinariamente não chega a ação evangelizadora da Igreja”.
A CNBB, no documento 96, tendo como base a
Conferência do CELAM, enumerou algumas das “fronteiras geográficas e
culturais”. No número 58, os bispos brasileiros dizem que o “diácono assume a
opção preferencial pelos pobres, marginalizados e excluídos. Ele é apóstolo da
caridade com os pobres, envolvidos com a conquista de sua dignidade e de seus
direitos econômicos, políticos e sociais. Está próximo da dor do mundo.
Deixa-se tocar e sensibilizar pela miséria e pelas provações da vida.
Reveste-se de especial compaixão pelos: migrantes, as vítimas da violência, os
deslocados e refugiados, as vítimas do tráfico de pessoas e sequestros, os
desaparecidos, os enfermos de HIV e de enfermidades endêmicas, os
tóxico-dependentes, idosos, meninos e meninas que são vítimas da prostituição,
pornografia e violência ou trabalho infantil, mulheres maltratadas, vítimas da
exclusão e do tráfico para a exploração sexual, pessoas com capacidades
diferentes, grandes grupos de desempregados/as, os excluídos pelo analfabetismo
tecnológico, as pessoas que vivem na rua das grandes cidades, os indígenas e
afro-americanos, agricultores sem terra e os trabalhadores das minas. Em razão
da graça sacramental recebida e da missão canônica, compete aos diáconos
administrar os bens e as obras de caridade e promoção social da Igreja”.
Portanto, a Festa de São Lourenço, celebrada em toda
Igreja neste dia 10 de agosto, lembra-nos que a Igreja é serviço, e serviço aos
pobres e a todos aqueles que buscam a justiça misericordiosa de Deus.
Ao recordar o martírio de São Lourenço, a Igreja nos
convida a pedir a Deus a graça de voltarmos nosso olhar para os bens mais
preciosos da Igreja, os pobres. Se sua comunidade tem a graça de ter um
diácono, ore por ele. Se ainda não tem, peça ao Senhor que suscite operários
para a messe diaconal.
Oremos pelos Diáconos:
Deus e Pai Nosso, fortalece com a graça do Espírito
Santo os diáconos de vossa Igreja, para que desempenhem com alegria, fidelidade
e em espírito de comunidade eclesial, o seu ministério de diáconos, seguindo os
passos de vosso Filho, Jesus Cristo, que “não veio para ser servido, mas para
servir e dar a vida em resgate de muitos”.
Nós vos pedimos
pelas famílias dos diáconos casados: que sejam autênticas “igrejas domésticas”,
segundo o exemplo da Sagrada Família de Nazaré, e delas surjam vocações
sacerdotais e religiosas.
Virgem
Maria, Mãe da Igreja e Rainha dos Apóstolos, rogai pelos ministros do Senhor! São
Lourenço, diácono e mártir, rogai pelos diáconos, servos do Povo de Deus! Amém!
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