Levaram, então, Jesus para os guardas. Esses o amarram e o açoitaram. Colocaram sobre sua cabeça uma coroa de espinhos e um pano vermelho sobre seus ombros. Devolveram-no a Pilatos, que o apresentou à multidão. E eles diziam, "Crucifica-o!!!".
Escorraçado. Maltratado. Flagelado. Assim foi Jesus jogado dentro do "camburão". Como um bandido. Um ladrão. Um qualquer. Como um bicho. Nenhum ser humano merece tal tratamento, mesmo o pior dos bandidos, por mais atrocidades que tenha cometido.
Ela era mulher. Negra. Morava na favela. Pobre. Tinha sete filhos. Não quero fazer juízo de valor. Mas ninguém tem o direito de dizer que qualquer coisa que esteja em minha mão é uma arma. Não se pode confundir um copo de café de arma. Lembra-se de que confundiram uma furadeira caseira com um fuzil. Qual a diferença.
Aonde estávamos nós que não fomos a esse sepultamento? Aonde estávamos nós que não demos, nem estamos dando, assistência espiritual a essa família? Aonde estamos?
A palavra de Deus é clara: "tudo que fizestes a um desses pequeninos, foi a mim que fizestes"! E ainda, fala: ""tive fome...; estava nu...; era cativo..." Olhamos para a palavra cativo e pensamos apenas naquele que está preso nas cadeias. É claro que Jesus fala deles. Mas há também aqueles que estão cativos na pobreza, na indigência, na dignidade de pessoa humana. Existem os cativos da fome; da injustiça; da perseguição. Existem os cativos do sistema capitalista que me empurra para a pobreza. Existem os cativos do sistema socialista que me empurram para o pensamento único. A "civilização do amor" (Papa Paulo VI), essa sim, deve ser a nossa meta.
"A Civilização do Amor" é tolerante. "A Civilização do Amor" tudo espera, tudo crê, tudo suporta, tudo perdoa. "A Civilização do Amor" não se alegra com a injustiça.
Esqueçamos nossas liturgias, nossas posições sociais ou eclesiais. Coloquemo-nos junto aos pobres. Do lado dos que nada podem nos dar em troca. Serão eles que estarão na porta do céu para nos colocar para dentro, ou nos mandar para o inferno.
Preocupamo-nos com tantas exterioridades, e deixamos de lado o essencial. O valor da vida humana. Jesus degradou-se ao máximo humilhado na cruz. Mas nos deu a certeza de que a ressurreição é o caminho para a vida. E que ele é a Vida. E que ele é o Caminho. E que ele é a Verdade.
Busquemos solidarizarmos com a família. Não me importa a sua denominação religiosa. É importante que aqueles que ficaram sejam amparados por nossas religiões, pois disse Jesus: "eu vim para que todos tenham vida.".
"Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem".
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