segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Misericórdia

Queridos irmãos e irmãs,
Neste domingo, a nossa liturgia falou sobre Misericórdia. Ex. 32,7-11.13-14; Lc 15,1-32; 1Tm 1,12-17.
Na leitura do Exôdo, percebemos que Deus tem os mesmos sentimentos humanos. Demonstra raiva, ira, vontade de extermínio, cólera. Um Deus parecido com os homens. Isso nos causa espanto. Pois nosso Deus é misericórdia.
Entretanto, percebemos que Deus coloca a liderança de Moisés à prova. Ele precisa demonstrar que tem o espírito de Deus (Nm 11,17), o espírito de compaixão e misericórdia. Deus ameaça exterminar o povo. Povo que fez sair do Egito, da escravidão. Mas que agora constroem para si ídolos que os afastam do Deus da vida.
Moisés lembra a força de Deus para libertar o povo da escravidão. Que não foi uma obra simples. Deus precisou de mão forte e grande poder. Houve um esforço. E este não pode ser esquecido. Moisés intercede pelo povo. Ele é o seu líder. Vai à frente. Indica o caminho. Anima. Fortalece. Mostra ao povo o Deus que liberta.
Moisés faz Deus lembrar disso. A oração de intercessão de Moisés é ouvida por Deus. "E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer ao seu povo".
Na segunda leitura, Paulo escreve a Timóteo. Paulo destaca o valor da sua missão. Ele que antes perseguia e blasfemava, foi resgato. Digno de misericórdia, pois agia com ignorância. E diz que "Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores". E ele se considera o primeiro destes.
No evangelho, dividido em dua partes. A primeira, Jesus falava da alegria de encontro com sua Pessoa. Ao estar junto dos publicanos e pecadores, Jesus resgata os que estavam longe. Vai ao encontro. Caminha com os que necessitam de perdão. Pois os puros, os santos, aqueles que estão dentro da Igreja, que fazem parte de pastorais, grupos de oração, que são ministros extraordinários da comunhão, coordenadores, líderes, estes não precisam de Jesus.
Jesus mostra que aqueles que estão fora do redil, que se perderam, ou foram esquecidos fora, a moeda perdida, mas que é fundamental, são estes que Jesus quer resgatar. Vai ao encontro destes. Quer resgatá-los. E afirma que "haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte".
Em seguida, Jesus contou a parábola do Pai Misericordioso (e do chamado Filho Pródigo).
Todos conhecemos a história. Vou destacar apenas alguns pontos. O Pai não questiona o pedido do Filho. Dá aquilo que lhe cabe na herança. O pai não pergunta para onde ele vai. O que vai fazer com o dinheiro. Simplesmente, lhe confere a liberdade que o filho quer. O pai sabe o que vai no coração deste filho.
Assim é Deus. Nos permite partirmos. Procurar outras coisas. Outras religiões. Até não dizer que não ter religião. Liberta-no para uma falsa liberdade.
Mas este pai sabe que este filho vai retornar, e por isso fica olhando a estrada. Espera pacientemente. E quando este filho volta para casa, o pai sai correndo ao seu encontro. Nada pergunta. Abraça. Acolhe. Beija. Manda que se coloque roupa nova, anel e sandália. Símbolos da filiação.
Entra em cena a figura do ciumento filho mais velho. É aquele que vive na Igreja. Participa de muitos grupos. Faz tudo aquilo que o a hierarquia pede. Nunca diz não. Não foi embora. Sempre foi fiel. Sente-se com ciúme. O pai lhe diz que ele esteve ao seu lado. Mas aquele irmão precisava ser resgatado, e o foi. Agora está de volta. Viu que a vida fora de Deus, fora da família de Deus, a Igreja, não é boa. Não se encontra nada de agradável.
Nosso Deus é um Deus que vem ao nosso encontro. Enquanto que nas outras religiões são os fiéis que vão ao encontro de Deus, na Igreja Católico, o Deus de Moisés e de Jesus vem ao nosso encontro. Se preocupa com as nossa perdições. Quer nossa redenção. E por isso, nos dá a sua misericórdia.
Oremos: "Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".

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