quarta-feira, 7 de agosto de 2013

"Jesus subiu a montanha para rezar"

Queridas amigas e amigos,
Meditemos sobre o evangelho de Lucas 9,28-36. Ele fala da Transfiguração de Jesus.
Lucas diz que além dos apóstolos Pedro, João e Tiago, também estavam junto de Jesus Moisés e Elias. E que o rosto de Jesus brilhava, e sua roupa ficou branca e brilhante. São imagens da glória de Deus agindo nele. Esta glória esta descrita quando o evangelista nos diz "eles apareceram revestidos de glória". E acrescentam que os dois conversavam com Jesus. E ainda informa o tema da conversa: "conversavam sobre a morte que Jesus iria sofrer em Jerusalém".
Este é o primeiro que destaco. Apesar de todo revestimento de glória, a conversa girava sobre os sofrimentos que Jesus iria ter. Isso é muito significativo, pois somente envoltos na graça de Deus é que conseguimos vencer as adversidades que a vida vai nos colocando no dia a dia. Envolvidos pela graça de Deus compreendemos aquilo que nos faz sofrer. Sem a graça de Deus, Jesus não poderia passar pela cruz. Pelo sofrimento de sua paixão. As pessoas que não oram (mesmo que estejam na Igreja) passam pelos sofrimentos como se fossem castigos divinos. Muito pelo contrário. Os sofrimentos são fruto do pecado. E passamos por eles quando nos deixamos envolver pela graça divina, que nos é revelada n oração.
O segundo ponto é uma conjunto de ações: "Pedro e os companheiros estavam com muito sono"; "Ao despertarem"; "Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas"; "Pedro não sabia o que estava dizendo".
"Pedro e os companheiros estavam com muito sono". Interessante. Sono não apenas físico. Mas o sono do não entendimento das coisas de Deus. Quantas vezes descuidamos da nossa vida de oração? Quantas vezes nos descuidamos de nossos ações de caridade? Quantas vezes não fazemos jejum para disciplinar nosso corpo e espírito? O sono nos coloca em estado de letargia. Nos imobiliza para as práticas religiosa. Nos torna cegos para as coisas de Deus.
De repente, Pedro e os companheiros despertaram. Acordaram. Diante dos sofrimentos acordamos. Despertamos. Assustados. Com pressa. Não entendendo o que está acontecendo. Sem saber o que dizer, falamos qualquer coisa. E ai, inventamos muitas coisas. Queremos fazer muita coisa. Queremos prender Deus dentro dos nossos grupos, de nossas pastorais, de nossa visão de mundo, daquilo que esperamos. Queremos construir tendas: "Vamos fazer três tendas". Isto é não saber o que se esta dizendo. É não pensar nas palavras. É não orar a vida. Quando nossa vida não é de oração, não sabemos o que falar.
Terceiro ponto. "Uma voz dizia". Da nuvem saiu uma voz. E esta dá testemunho do Filho: "Este é o meu Filho, o escolhido. Escutai o que ele diz!"
A voz manda que escutemos o Filho. É o Filho que detêm a Palavra. É o Filho que prega a Palavra. É o Filho que diz o que o Pai precisa comunicar. Escutar nos coloca numa atitude de respeito e de querer viver esta Palavra. Quem escuta, vive. Aquele que se coloca numa atitude de escuta, procura fazer com que a Palavra se torne vida. E o ambiente propício para a escuta é o silêncio. "Os discípulo ficaram calados". O Silêncio faz com que meditemos a palavra em nosso coração. O Silêncio nos confronta a Palavra de Deus com as nossas práticas. O Silêncio nos leva a uma verdadeira experiência pessoal de Deus em nossas vidas.
Irmãs e irmãos, oremos: "Ó Deus, que na gloriosa transfiguração de vosso Filho confirmastes os mistérios da fé pelo testemunho de Moisés e Elias e manifestastes, de modo admirável, a nossa glória de filhos adotivos, concedei aos vossos servos e servas ouvir a voz dos vosso Filho amado e compartilhar da sua herança. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém".

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