domingo, 31 de maio de 2020

"Recebei o Espírito Santo"

Dicas para celebrar a festa de pentecostes na catequese

Solenidade de Pentecostes.
Maio/2020 - ano do coronavírus.



A Solenidade de Pentecostes, depois da celebração da Páscoa, é a maior celebração que fazemos. 
Esta celebração nos remete ao momento em que Jesus, antes de partir para o Pai, envia sobre seus discípulos, o Espírito Santo.
As leituras de hoje apresentam duas formas dessa manifestação na vida dos discípulos. Cada uma com um objetivo diferente, mas que se tornam uma coisa só.
Na primeira leitura, do livro dos Atos dos Apóstolos, escrito por Lucas, vemos uma manifestação pirotécnica. Ventania, língua de fogo. O autor narra que os discípulos ficaram cheios do Espírito Santo. Uma forte ventania, diz Lucas. Espírito e vento tem a mesma raiz etimológica. Essa ação fez com que todos os discípulos falassem a língua da variedade de povos que estavam em Jerusalém naquele instante. A ventania foi o sinal para se iniciar a unidade desfeita em Babel, Quem recebe o Espírito Santo não pode ficar calado. Não pode guardar para si essa presença maravilhosa de Deus em suas vidas. O Espírito leva à missão, ao anúncio, ao caminhar, ao ir ao encontro. E as maravilhas de Deus devem ser proclamadas em todas as línguas. As línguas dos negros, dos indígenas, dos LGBTQ+, das mulheres, das crianças, da natureza. Cada grupo tem um jeito de se relacionar com o mundo. Todos tem o direito de ouvir as maravilhas que Deus opera na vida deles. 
O evangelho, mesmo na sua brevidade, nos traz uma lição profunda da manifestação de Jesus e do Espírito Santo em nossas vidas. 
As portas estavam fechadas. Os discípulos estavam com medo de encarar os judeus. "Portas fechadas"! Quais são os nossos medos que nos trancam? Podemos distinguir alguns. Preconceitos, certezas, doutrinas, racismos, violência com o outro. Por medo, nos fechamos nesses espaços que parecem nos dar segurança. 
Entretanto, o Espírito rompe essas barreiras, essas portas. Jesus se poem no meio dos sues discípulos. Jesus se coloca no nosso meio. Jesus diz, "A paz esteja convosco", ou seja, libertem-se dos medos. Saiam das celas. Eu vos anuncio a Paz. Mas, essa paz não se desfaz das marcas da tortura. As marcas provam que é Jesus. As marcas ficam. A forma de olhar para elas é que muda. Agora, as marcas da dor se transformam em alegria, "os discípulos se alegraram por verem o Senhor". A alegria que o Espírito manifesta em nós é uma alegria que ressignifica tudo e todos. Por isso, a necessidade de mostrar as marcas da tortura.
A alegria manifestada pelo reencontro com o Senhor é uma alegria missionária. Uma alegria que deve levar ao anúncio da sua ressurreição. Uma alegria que move a proclama o amor misericordioso de Deus. Um amor que perdoa. Que unifica. Que nos religa na criação. Que nos tornas irmãos e irmãs. Que nos faz aceitar o outro como ele é. Que transforma a situação de pecado. Que liberta do preconceito, de misoginia, do racismo, do atentado contra a natureza, a "Casa Comum". Que rejeita toda violência contra os povos indígenas. Que por amor, nos faz ficarmos em casa para que não haja disseminação do coronavírus. É um amor com novo sentido. 
Esse amor gera unidade na diversidade. Esse amor nos faz pertencentes ao mesmo corpo de Cristo, a humanidade. Apesar da diversidade de ministérios, de atividades, de dons tudo se unifica, pelo Espírito, em Jesus.
Ao celebrarmos Pentecostes, digamos com o salmista, "Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda face renovai". Amém.

As leituras de hoje são:
At 2,1-11
1 Cor 12,3b-7.12-13
Jo 20,19-23

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