Durante seu processo de conversão, Inácio de Loyola descobriu a
presença de Deus em sua vida. Então, ele começou a procurar como fazer a
vontade de Deus. Em seus Exercícios Espirituais, ele pergunta: “O que fiz, o
que faço, o que farei por Cristo”? Uma pergunta que o inquietou. Ele sabia que o homem havia sido criado para “louvar,
reverenciar e servir a Deus nosso Senhor, e assim, salvar a sua alma”.
Entretanto, para que se concretizasse o fim para o qual fora
criado, o homem deve “tirar de si todas as afeições desordenadas, e,
afastando-as, procurar e encontrar a vontade de Deus, na disposição da própria
vida para o bem da mesma pessoa”. Isso “se chama Exercícios Espirituais”.
Durante todos os exercícios, Inácio nos convoca a olharmos para
nós, a nos colocarmos diante de Deus que nos ama e deseja nossa salvação. A
espiritualidade inaciana é encarnada, pois parte do princípio de que o Filho se
encarna para a nossa salvação. No exercício sobre a “Encarnação”, ele nos
convida a contemplarmos “como as Três Pessoas divinas, lançando os olhos sobre
toda a redondeza da terra cheia de homens, e vendo como todos se precipitavam
no inferno, decretaram em sua eternidade que a segunda Pessoa da Trindade se
fizesse homem para salvar o gênero humano...” (EE-102).
O processo de escolha, que chamamos de Discernimento, e Inácio
de “Eleição”, deve levar em conta que “toda boa eleição, quanto de nós dependa,
a nossa intenção deve ser simples, olhando somente o fim para que fui criado”. Assim,
então, ele completa afirmando que “qualquer que seja o objeto da minha eleição,
deve ser tal que me ajude a obter este fim...” (169).
Quanto ao “objeto da eleição” ele é variado. Pode-se fazer uma
eleição para a escolha de um estado de vida: matrimônio, vida religiosa,
sacerdotal, diaconal. Ou para uma reforma do estado de vida, quer dizer, depois
de casado ou escolhido o sacerdócio, ou a vida consagrada, fazer uma reforma
buscando uma nova maneira de viver sua vida. Ou, uma eleição para o início de um
trabalho pastoral: educação, catequese, política, coordenação de um grupo etc.
Para Inácio de Loyola toda ação humana deve estar voltada para o louvor a Deus,
e para a salvação da alma do ser humano.
Buscar
fazer a vontade de Deus, eis o que devemos viver. Sendo assim, nossa vida
religiosa deverá sempre ser uma contemplação na ação. E uma ação contemplativa.
Por isso, rezando com Inácio, entregamos a Deus nossa liberdade, nossa memória,
nosso entendimento. Tudo é de Deus. Tudo nos foi dado por graça, e de graça
devolvemos a Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário!