quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Sobre o Diaconato Permanente - IV: A Vocação Diaconal

“A vocação é condição basilar e primeira de todo o processo de escolha, seleção e formação de candidatos” ao diaconato permanente. “O chamado de Deu deve falar mais alto e ser colocado de modo tão explícito que outras motivações e critérios seletivos lhe estejam subordinados” (Jo. 15,16).
“Devemos superar uma visão meramente utilitarista do diaconado: ‘antes de ser um serviço, é uma vocação, um dom de Deus à sua Igreja’”.
“Essa vocação se direciona e é acolhida por homens concretos, com sua história, limitações e qualidades. Por isso, não é plausível procurar o candidato ideal”.
A ausência de algum dos requisitos a seguir não deve ser motivo de prévia exclusão do candidato. E os “formadores deverão encontrar meios para a superação ou eliminação do problema”.
Para a vocação diaconal, a CNBB (doc 96) apresenta quatro critérios básicos para o discernimento vocacional: “critério pessoal, eclesial, familiar, comunitário”.
Quanto ao critério pessoal, pede-se ao candidato que tenha saúde física e psíquica. Além de equilíbrio afetivo. Escolaridade equivalente ao ensino médio, ou superior. Capacidade de liderança e espírito de equipe. Capacidade de autocrítica, de renovação, de formação permanente. Independência financeira.
Para o critério eclesial, espera-se que o candidato seja capaz de: maturidade na fé. Tenha espírito de oração e de contemplação. Interesse pelo estudo e aprofundamento da Palavra de Deus e da doutrina da Igreja. Capacidade de comunhão eclesial para ouvir, dialogar e acolher.
Sobre o critério familiar: convivência como esposo, pai, filho, irmão. Deverá ter o consentimento da esposa e dos filhos. Estabilidade matrimonial. Mínimo de cinco anos de casado. Vida familiar em coerência com os ensinamentos da Igreja.
Quanto ao critério comunitário, destaca-se: consciência de que será diácono da Igreja e não apenas de um grupo ou comunidade determinada. Engajamento pastoral de cinco anos ou outro estabelecido pela diocese. Capacidade de inculturação. Sensibilidade para os desafios que se apresentarem na comunidade. Visão pastoral de conjunto e abertura missionária. Capacidade de diálogo ecumênico com outras denominações cristãs. Capacidade de perceber e valorizar outros ministérios e lideranças da comunidade.
“A pastoral vocacional de cada diocese inclua (grifo meu) a vocação ao diaconado como uma das muitas formas de chamado de Deus, tornando-a conhecida e valorizada pelas comunidades e pelas famílias”.
“O surgimento de vocações específicas ao diaconado permanente pode acontecer de modos diversos, tais como: indicação da comunidade; apresentação por um presbítero, bispo ou outro diácono; iniciativa própria de quem se sente chamado a tal ministério”. Deus se vale de todos os meios para fazer cumprir sua vontade. Para se fazer ouvir, convidando ”a assumir um novo estado de vida e um serviço a Deus e ao próximo”.
Hoje, encerramos nossos textos sobre o diaconado. Espero ter contribuído para que meus leitores tenham aprendido um pouco mais sobre esse ministério ordenado de nossa Igreja que, apesar, de antigo, ainda é uma realidade nova em nossas comunidades eclesiais no Brasil. Existe hoje uma vasta literatura sobre o diaconato permanente. Procure ler. Caso você tenha um diácono permanente em sua paróquia, reze por ele. Reze por todos os diáconos permanentes da sua cidade, do seu estado, do Brasil e do mundo. É uma graça do Espírito Santo suscitada no coração dos padres conciliares, é hoje a forma que a Igreja tem de falar a linguagem de todos os meios onde a Igreja queira estar. Que os diáconos sejam homens que saiba anunciar Cristo-Servo em todos os ambientes onde estejam. Que saibam adaptar a linguagem da evangelização aos vários meios.
Tal como disse São Paulo aos Coríntios, nós diáconos possam repetir: “Sendo inteiramente livre, me fiz escravo de todos para ganhar o maior número possível. Com os judeus me fiz judeu para ganhar os judeus; com os submetidos à lei como se eu tivesse, embora não o esteja, para ganhar os submetidos à lei. Com os que não tem lei, como se eu não tivesse (embora não rejeite a lei de Deus), para ganhar os que não tem lei. Tornei-me fraco com os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos para salvar alguns de qualquer forma. E tudo faço pela boa notícia, para participar dela” (I Cor. 9,19-23).

Oremos: “Ó Deus, o vosso diácono Lourenço, inflamado de amor por vós, brilhou pela fidelidade no vosso serviço e pela glória do martírio; concedei-nos amar o que ele amor e praticar o que ensinou. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”.

3 comentários:

  1. Que missão linda o diacontato! O chamado de Deus! Parabéns por ter dado o seu sim a essa linda missão! Parabéns a todos os Diáconos !Deus abençoe vocês sempre!

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  2. Que missão linda o diacontato! O chamado de Deus! Parabéns por ter dado o seu sim a essa linda missão! Parabéns a todos os Diáconos !Deus abençoe vocês sempre!

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  3. Parabéns diácono, pelo seu dia, que Deus o abençoe!

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