quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Festa litúrgica de São Lourenço

Festa litúrgica de São Lourenço, padroeiro dos diáconos. A arquidiocese do Rio de Janeiro conta com quase duas centenas de diáconos permanentes. São Lourenço viveu no século II, e foi martirizado sendo colocado sobre uma grelha, tipo de assar churrasco. Conta ao anedotário, que depois de certo tempo, ele pediu aos seus algozes que o virassem, pois o lado que estava sobre o fogo já estava no ponto.
Hoje, a vocação ao diaconato é valorizada e incentivada pela Igreja, principalmente após seu restabelecimento no Concílio Vaticano II. O Papa emérito Bento XVI, na encíclica Deus Carita Est, no número 21 afirma que da escolha dos 7 diáconos dos Atos dos Apóstolos, “esse grupo não deveria apenas realizar um serviço meramente técnico, de distribuição; deveriam ser homens cheios do Espírito Santo e de sabedoria. Quer dizer que o serviço social que tinham que cumprir era concreto sem dúvida alguma, mas ao mesmo tempo era também um serviço espiritual, que realizava um dever essencial da Igreja, o do amor bem ordenado ao próximo. Com a formação do organismo dos Sete, a diaconia – o serviço do amor ao próximo exercido comunitariamente e de modo ordenado – ficara instaurada na estrutura fundamental da própria Igreja”. (grifo meu. DCE. 21).
No documento 96, da CNBB, lemos que a “identidade do diácono encontra-se na ordem do ser”. E que o diácono “não deve ser definido a partir das funções ou dos poderes que lhes são confiados”. E que “através da ordenação sacramental”, ele recebe “uma marca indelével”.
O diaconato sempre foi uma realidade na Igreja Católica, desde os tempos primitivos. Inácio de Antioquia afirmava que “eles (os diáconos) fazem parte da hierarquia da Igreja e que devem ser honrados como Cristo”. Hermas, os comparou a “pedras quadradas e brancas na construção da Igreja”. A Didascalia Apostolorum afirmava que fossem “os ouvidos e a alma do bispo”. Clemente de Roma via nos profetas do Antigo Testamento, uma prefiguração de sua existência (dos diáconos). Hipólito de Roma afirma que os diáconos são ordenados “não para o sacerdócio, mas para o ministério do bispo”.
O documento de Aparecida, no número 205, destaca que os diáconos permanentes são ordenados para o “serviço da Palavra, da caridade e da liturgia”. Além de “acompanhar a formação de novas comunidades eclesiais, nas fronteiras geográficas e culturais, aonde, ordinariamente não chega a ação evangelizadora da Igreja”. E ainda, os bispos latino-americanos esperam dos “diáconos um testemunho evangélico e impulso missionário para que sejam apóstolos em suas famílias, em seus trabalhos, em suas comunidades e nas novas fronteiras de missão” (DAp. 208).
Os bispos do Brasil afirmam que o “diácono assume a opção preferencial pelos pobres, marginalizados e excluídos”. E ainda que “ele é apóstolo da caridade com os pobres, envolvidos com a conquista de seus direitos econômicos, políticos e sociais” (CNBB. 96 n, 58).

O Papa Francisco espera que os diáconos permanentes estejam próximo dos pobres. Afirmou que os diáconos não devem ter “medo de ser servos de Cristo, de encontrar e acariciar a carne do senhor nos pobres de hoje”. 

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