Festa litúrgica de São Lourenço, padroeiro dos
diáconos. A arquidiocese do Rio de Janeiro conta com quase duas centenas de
diáconos permanentes. São Lourenço viveu no século II, e foi martirizado sendo
colocado sobre uma grelha, tipo de assar churrasco. Conta ao anedotário, que
depois de certo tempo, ele pediu aos seus algozes que o virassem, pois o lado
que estava sobre o fogo já estava no ponto.
Hoje, a vocação ao diaconato é valorizada e
incentivada pela Igreja, principalmente após seu restabelecimento no Concílio
Vaticano II. O Papa emérito Bento XVI, na encíclica Deus Carita Est, no número 21 afirma que da escolha dos 7 diáconos
dos Atos dos Apóstolos, “esse grupo não deveria apenas realizar um serviço
meramente técnico, de distribuição; deveriam ser homens cheios do Espírito
Santo e de sabedoria. Quer dizer que o serviço social que tinham que cumprir
era concreto sem dúvida alguma, mas ao mesmo tempo era também um serviço
espiritual, que realizava um dever essencial da Igreja, o do amor bem ordenado
ao próximo. Com a formação do organismo dos Sete, a diaconia – o serviço do amor ao próximo exercido comunitariamente e
de modo ordenado – ficara instaurada na
estrutura fundamental da própria Igreja”. (grifo meu. DCE. 21).
No documento 96, da CNBB, lemos que a “identidade do
diácono encontra-se na ordem do ser”. E que o diácono “não deve ser definido a
partir das funções ou dos poderes que lhes são confiados”. E que “através da
ordenação sacramental”, ele recebe “uma marca indelével”.
O diaconato sempre foi uma realidade na Igreja
Católica, desde os tempos primitivos. Inácio de Antioquia afirmava que “eles
(os diáconos) fazem parte da hierarquia da Igreja e que devem ser honrados como
Cristo”. Hermas, os comparou a “pedras quadradas e brancas na construção da
Igreja”. A Didascalia Apostolorum
afirmava que fossem “os ouvidos e a alma do bispo”. Clemente de Roma via nos
profetas do Antigo Testamento, uma prefiguração de sua existência (dos
diáconos). Hipólito de Roma afirma que os diáconos são ordenados “não para o
sacerdócio, mas para o ministério do bispo”.
O documento de Aparecida, no número 205, destaca que
os diáconos permanentes são ordenados para o “serviço da Palavra, da caridade e
da liturgia”. Além de “acompanhar a formação de novas comunidades eclesiais,
nas fronteiras geográficas e culturais, aonde, ordinariamente não chega a ação
evangelizadora da Igreja”. E ainda, os bispos latino-americanos esperam dos
“diáconos um testemunho evangélico e impulso missionário para que sejam
apóstolos em suas famílias, em seus trabalhos, em suas comunidades e nas novas
fronteiras de missão” (DAp. 208).
Os bispos do Brasil afirmam que o “diácono assume a
opção preferencial pelos pobres, marginalizados e excluídos”. E ainda que “ele
é apóstolo da caridade com os pobres, envolvidos com a conquista de seus
direitos econômicos, políticos e sociais” (CNBB. 96 n, 58).
O Papa Francisco espera que os diáconos permanentes
estejam próximo dos pobres. Afirmou que os diáconos não devem ter “medo de ser
servos de Cristo, de encontrar e acariciar a carne do senhor nos pobres de
hoje”.
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