quarta-feira, 8 de junho de 2016

Mataram o meu menino.

Mataram o meu menino.
Matar crianças é mais velho do que andar para trás. Estive pensando o que dizer sobre o episódio do policial que matou um menino de 10 anos com um tiro na cabeça. No jargão policial, isso se chama “queima de arquivo”, ou então, “execução sumária”.
A cabeça, logo depois de coração, é o órgão responsável por comandar todo o corpo. É a sede da razão. Lugar onde se concebe todas as ações humanas. Alguns santos falam em “sede da vontade”. A vontade precede toda ação humana. Antes de agir, o ser humano concebe sua ação no cérebro, que está na cabeça (desculpem-me).
Mataram o meu menino. Quando o Estado executa uma criança, e o policial representa o Estado de Direito Democrático, ele nos fala o seguinte: “existem crianças que não deveriam existir”.  Entretanto, Jesus nos falou bem claro, “deixem as crianças virem a mim”. Essa criança não teve a oportunidade de ir até Jesus. O estado não permitiu. Aliás, foi o Estado quem matou Jesus também. Uma sociedade que vai eliminando Deus de seu meio torna-se uma sociedade morta. Uma sociedade que mata seus filhos e filhas. Sodoma e Gomorra foram exemplos disso.
“Deixem as crianças virem a mim”. O meu menino não pode, nem teve a oportunidade de ir até Jesus. O Estado não deixou. Ele foi morto. Com um tiro na cabeça. Ele foi impedido de mudar de vida. Mas uma certeza eu tenho, o “Reino de Deus pertence a eles (crianças)”.
“Eu garanto a vocês, quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele” (Mc. 10,15). Segundo o evangelista, o caminho para o Reino de Deus passa para ser criança. Mas ao invés de acharmos que Jesus falava de pureza, estamos equivocados. A criança, em seu tempo, ocupava um lugar de desprezo. Era a última para tudo. Até o 13 anos  ficava com as mulheres no lugar a parte na sinagoga; eram as últimas a fazerem a refeição; não tinham direitos. Por isso, a frase de Jesus impactou seus ouvintes.
Mataram o meu menino. Uma sociedade que mata pelo aborto, mata pela arma. Uma sociedade que aplaude o assassinato é uma sociedade doente. A vida deve ser preservada sempre. Por isso, sou contra a pena de morte. Os governos não tem direito de tirar a vida de ninguém, somente Deus ( é claro que isso é para os crentes). Nenhuma violência deve ser combatida com violência. “Guarde a espada na bainha. Pois todos que usam da espada, pela espada morrerão” (Mt. 26,52).
Mataram o meu menino. Sabe por quê? Porque mataram Deus em seus corações. Pregaram na cruz o próprio Deus, autor da vida. Tiraram de suas vidas Deus, pois queriam o seu lugar. A serpente disse aos primeiro pais que se infringissem  a regra de não comer do fruto da árvore do meio do jardim, eles se tornariam como deuses: “e vocês se tornarão como deuses, conhecedores do bem e do mal”.

Mataram o meu menino. Mas somos cristãos. Seguimos os valores e ensinamento de Jesus Cristo. Enquanto Igreja não posso admitir que matem nossas crianças. Pois meu mestre disse: “eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância”. Aquele menino (meu menino) deu a vida para que pudéssemos refletir sobre a vida. Deus á autor da vida. Somente ele pode tirar a vida. Quem não sabe acolher e valorizar a vida, não deve servir ao Estado, nem a sociedade, quanto mais com uma arma na mão.

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