quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Papa Francisco

Distanciar-se do fato para melhor interpretá-lo. Isso faz um historiador. Entretanto, existem aqueles que estudam a História Contemporânea. Olham o que acontece, e tentam entender e explicar. Mas o objeto de estudo da História são as relações sociais. As disputas dos vários grupos sociais para se manter no poder, ou defender a vida.
A visita do Papa Francisco ao Brasil foi um momento destes em que nós, historiadores, ficamos atônitos. Como dar uma explicação para o fato de um homem reunir tantas pessoas do mundo todo num espaço definido?
Aqui vou expor minha visão deste momento. É claro que sou influenciado pela minha formação religiosa e acadêmica. Pela minha visão de mundo. Pelo que penso em relação a vários assuntos. Além dos manuais de Teoria da História, tenho a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja como norteadores do meu pensamento. Some-se a isso, a oportunidade que tive de vivenciar os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola.
A Jornada Mundial da Juventude foi uma inspiração dada a uma pessoa que viveu os horrores da Segunda Guerra Mundial. Da expansão da ideologia marxista, que não admite ser questionada, confrontada. Mas que faz uma leitura da exploração dos pobres e marginalizados. Enquanto a ideologia capitalista afirma que é possível sobreviver desde que se trabalhe. Mas como trabalhar, se não há geração de emprego, formação e cultura?
O Papa João Paulo II sabia que as ideologias totalitárias (fossem elas socialistas, comunistas ou capitalistas) deformam o pensamento dos jovens. João Paulo II desejava uma juventude livre. Com direito a se expressarem. De viverem sua juventude de forma autônoma e responsável. Jovens que pudessem viver sua fé livremente. Ai surgiu a Jornada Mundial da Juventude.
Desde então, ela percorre o mundo. Anuncia Jesus Cristo, morto e ressuscitado. Reúne milhares de pessoas, jovens ou não. Renova a fé. Injeta esperança. Suscita missionários.
Com o Papa Francisco não foi diferente. Sua passagem pelo Rio de Janeiro veio dar uma nova esperança, não só aos católicos, mas a todas as pessoas de boa vontade. Homens e mulheres de diversas confissões religiosas entenderam a mensagem de vida do Papa Francisco.
Jovens do mundo inteiro. Números nunca antes vistos na história desta cidade. Superando todas as expectativas. Só como exemplo, foram 6,5 mil jornalistas de 57 países distintos. Quatro (04) milhões de hóstias. Voluntários especializados de 25 idiomas diferentes. Para a economia, foi deixado pelos peregrinos R$ 1,8 milhão.
Francisco tocou os corações. Animou os jovens. Fez com que todos refletissem. Suas palavras animaram.
Esperemos que as dificuldades e as falhas ocorridas em vários setores do Comitê de Organização Local (COL), principalmente a falta de comunicação direta com as bases, com o clero e com as paróquias, não se repita em Cracóvia. Esperamos nos encontrar por lá. Ainda bem que as pessoas que estiveram no meio de nós eram PEREGRINAS e não turistas. Vieram por motivos religiosos. Eram educadas. Ajudaram na limpeza da cidade. Não causaram transtornos nem quebra-quebra. A sua maior força era a oração diária.
Que o espírito da Esperança renasça em nossos corações.
Encerramos com as palavras de Pedro (1 Pd 3,15): "Estejam prontos para dar razões de sua esperança".

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