Mt 19,16-22
“Mestre, o que devo fazer de bom par possuir a vida eterna?”
Esta pergunta foi dirigida a Jesus, segundo Mateus, por
alguém. Por qualquer pessoa. Ressoa em nossa coração a “vida eterna”. A
sociedade moderna busca meios para prolongar a vida. Temos um desejo, uma
ânsia, por perpetuarmos nossa vida. E ficamos presos no aqui e agora.
Entretanto, a pessoa que interpela Jesus fala de eternidade.
Alguma coisa mais duradoura. E por esta ótica, a “vida eterna” não está
presente ao tempo presente e corporal. Apesar de que algumas pessoas acreditam
na materialidade da vida, deixando de lado sua transcendência; metafísica.
Restringem a existência humana no momento presente.
Mas existem pessoas que se inquietam, ainda hoje, com uma
existência além daquilo que vemos, que tocamos, que sentimos, que ouvimos. São
pessoas que refletem, e procuram um sentido para o seu viver. E isso está
expresso nesta frase: “o que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?”.
Jesus jamais perdeu uma oportunidade de falar de Deus. A
primeira coisa que ele apresenta é uma breve reflexão do que seja “ser bom”: “Porque
tu me perguntas sobre o que é ser bom? Um só é bom!”. Em outro evangelho, Jesus
diz: “só Deus é bom”. Deus é bom. Se fazemos alguma coisa de bom (ou boa) é
porque somos conduzidos por Deus. Se Deus é bom, e se fomos feitos à sua imagem
e semelhança, devemos ser bons também. Toda bondade vem de Deus. Toda boa ação
tem sua origem em Deus. Por isso, onde não há Deus, nada bom pode ser feito.
Mas a pessoa quer saber o que deve fazer para ter a vida
eterna. Não apenas ter, mas possuir. Jesus sugere, então, que ele viva os
mandamentos. Mas observe, no tempo de Jesus, na Lei judaica, havia muitos
mandamentos. A pessoa que saber qual deles deverá viver em profundidade para
ter a vida eterna. Jesus recorre às leis dadas pelo próprio Deus no decálogo
(10 mandamentos). E fala dos mandamentos que estão vinculados aos
relacionamentos humanos: “não matar; não cometer adultério; não roubar; não
levantar falso testemunho; honrar o pai e a mãe; amar ao próximo como a si
mesmo”. É muito simples ter a vida eterna. Basta relacionar-se de forma
civilizada com o próximo.
Para muitos de nós isto não basta. Essas ações fazem parte
de nossa vida já a muito tempo. Então, surge a pergunta: “o que ainda me falta?”.
A partir deste ponto, surgir um novo fator: a perfeição. Para alcançar a vida
eterna, bastam os mandamentos. Mas se isso for pouco, significa que você busca
a perfeição. E ai, a situação muda de figura. Tens que se desfazer de tudo
aquilo que te prende neste mundo: as riquezas. Deves dar tuas riquezas às
pessoas que necessitam. Distribuir os seus bens sem nada pedir em troca. Ao
ouvir isso, o jovem foi-se muito triste. Não queria se desfazer de tudo aquilo
que havia conquistado. Abrir a mão. Fazer-se pobre para ser perfeito.
“Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza”.
Quantos de nós vamos embora que Deus nos pede mais compromisso? Quantos de nós
partimos quando Deus nos mostra a cruz para se chegar a vida eterna? Quantos de
nós partimos quando Deus parece se ocultar diante dos nossos sofrimentos?
Deus é bom. Ele nos chama a uma conversão de vida. Pense: o
que você tem feito para ter a vida eterna?
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