"Toda escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra". (II Tm 3,16-17). Acesse https://diaconiadapalavra.blogspot.com/. Comentários da liturgia diária.
segunda-feira, 30 de abril de 2012
"Eu sou o bom pastor"
Prezadas irmãs e irmãos,
Com essa frase São João abriu seu evangelho do Domingo.
Jesus se declara Bom Pastor. Essa palavra nos é enigmática, pois passamos a ser bons pastores nós nos dias de hoje.
Se comungamos o corpo do Senhor e bebemos do seu sangue, nos tornamos Bons Pastores. Pais, mães, irmãos, irmãs, bispos, padres, diáconos, todos somos chamados a sermos bons pastores junto com Jesus.
Temos um rebenho à nossa frente. Nossas famílias. Nossos filhos e filhas. Nossas dioceses e arquidioceses. Nossas paróquias, nossos grupos pastorais. Acumulamos a dialética de sermos, ao mesmo tempo, ovelhas e pastores.
Jesus nos chama a sermos pastores. E ai, na primeira leitura, vemos Pedro dar testemunho do poder de Jesus diante das autoridades judaicas. Pedro assume seu pastoreio diante dos poderosos. Bento XVI, Orani, Jorge; Papa, Arcebispo, Pároco são convocados a serem testemunhas das graças que Jesus opera no meio do povo. São Pastores. Não devem temer os poderes desse mundo, pois são João nos diz que somos Filhos de Deus. Se nossas palavras e ações não são escutadas pelo mundo, é porque não reconhecem Deus como Pai.
Cabe a cada um de nós defendermos a vida, pois Jesus se fez homem, e habitou entre nós, para que nós tivéssemos vida, e vida em abundância. Não podemos ser defensores da morte. Por isso, o aborto é um CRIME, porque estamos tirando a vida de um ser humano.
Ao invés de defendermos a morte, devemos buscar refúgio no Senhor, porque esterna é a sua misericórdia. Não odiar os seres humanos, mas saber que Deus quer que todos se convertam.
Oremos: "Deus eternos e todo poderoso, conduzi-nos à comunhão das alegrias celestes, para que o rebanho possa atingir, apesar de sua fraqueza, a fortaleza do Pastor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!"
Apreoveitemos para pedir ao Senhor que suscite em nossas lares vocações sacerdotais e religiosas. Nossos padres podem nos perdoar de nossos pecados, e nos dão o pao da vida. Nossos religiosos e religiosas oferecem, através de suas vidas consagradas, a Deus toda a humanidade através da oração diária da Liturgia das Horas.
terça-feira, 24 de abril de 2012
segunda-feira, 23 de abril de 2012
São Jorge - a fé em Jesus Cristo
Prezadas irmãs e irmãos,
Hoje fazemos memória a São Jorge.
Este santo, muito querido na devoção popular, é reocnhecido como grande mártir cristão de fé corajosa e inabalável que triunfa sobre o dragão, símbolo das forças do Mal.
Jorge foi um alto oficial do exército romano. Tinha direito de participar das reuniões do Senado Romano. Num destes eventos, ao saber que os cristão seriam perseguidos, levantou-se e, corajosamente, defendeu a fé em Jesus Cristo. Isso lhe custou a vida.
Por ter sido um cristão destemido. Um oficial de coragem, lhe valeram o título de guerreiro. Jorge representa a força diante do mal. No seu caso, a perseguição pelos romanos.
Hoje, no estado do Rio de Janeiro é feriado. Devemos lembrar que esse feriado foi proposto por um deputado estadual ligado às religiões de matrizes africanas. não estamos falando mal de nenhuma religião. A final, a Igreja, desde o Concílio Vaticano II, aprendemos a dialogar e respeitar aqueles e aquelas que não professam a nossa fé.
Um pouco de História. Ao serem trazidos para o Brasil como escravos, os negros africanos trouxeram sua cultura, língua, religião, crenças. Ao cehgarem aqui, foram proibidos de cultuar suas entidades religiosas. A forma encontrada foi associar aos santos católicos suas divindades. Assim, os brancos não pertubavam, pois achavam que estavam prestando culto aos seus santos.
Isso gerou o chamado "sincretismo religioso". Hoje sabemos que os orixás não tem rosto. Não tem a configuração humana.
Ao propor o feriado para dia 23 de abril, dia que a Igreja católica faz memória a São Jorge (sem necessidade de obrigação na participação litúrgica), foi propsto este feriado.
Devemos olhar para Jorge como aquele que defende a fé em Jesus Cristo. Santo Católico. Homem de fé. O Jorge católico é diferente de sua representação nas religiões de matrizes africanas: Ogum.
Irmãos, oremos: "Ó Deus, celebrando o vosso poder, nós vos pedimos que são Jorge seja tão pronto em socorrer-nos como o foi em imitar a paixão do Senhor. Por nossos senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".
sábado, 21 de abril de 2012
"Vós sereis testemunhas de tudo isso".
Prezadas irmãs e irmãos,
Somos chamados a sermos testemunhas dos acontecimentos de Jesus: sua paixão, morte e ressurreição.
Entretanto, é preciso fazer a experiência pessoal desse Jesus. Mesmo tanto tempo depois de sua encarnação, é possível esperimentar isso em nossas vidas.
Primeiramente, quando não agimos como nos pede a Lei de Deus, quando não somos trabalhadores para que sejamos unidos, quando contribuímos para as separações, para as brigas, para as guerras, para a divisão, estamos matando Deus em nossas vidas e na vida dos outros e da comunidade religiosa. Cada ação contrária à vontade de Deus, é uma forma de matarmos Jesus no meio de nós.
Mas Deus não se curva aos nossos atos maus. Ele quer a nossa mudança de vida. E para isso ele trabalha. Ao ressuscitar Jesus dos mortos, Deus nos mostra que ele está acima de qualquer ação maléfica que possamos praticar. Ele faz voltar à vida aquele que é autor e princípio da Vida.
Assim, ele nos convida a voltaroms à vida também. "Arrependei-vos. Convertei-vos para que vossos pecados sejam perdoados." Somente teremos nossos pecado quando mudarmos de vida. De nada adiante pedir perdão a Deus se nós não perdoamos àqueles que nos tem ofendido.
São João, na segunda leitura de hoje (1 Jo. 2,1-5), nos diz: "Quem diz: Eu conheço a Deus, mas não guarda seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele".
No Evnagelho, Jesus nos convida a sermos testemunhas de sua morte e ressurreição, e de que isso é a garantia do perdão de nossos pecados e de nossa conversão. E disso, os apóstolos são chamados a serem testemunhas.
Queridas irmãs e irmãos, vivamos a fé em Jesus acima de qualquer outra coisa. É na ação de graças, na partilha do pão, na caridade ao próximo, na cruz, nas chagas de Jesus que encontramos as forças necessárias para sermos suas testemunhas no dia-a-dia de nossa existência.
sexta-feira, 20 de abril de 2012
A alegria de ser discípulo e missionário de Jesus Cristo
Documento de Aparecida, números 28 e 29.
"Ser cristão não é uma carga, mas um dom: Deus Pai nos abençoou em Jesus Cristo seu Filho, Salvador do mundo".
"Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo (...) chegue a todos os homens e mulherres feridos pelas adversidades";
"(...)Desejamos que a alegria do boa nova do Reino de Deus (...) chegue a todos quantos jazem à beira do caminho".
"A alegria do dsicípulo é antídoto frente a um mundo atemorizado pelo futuro e oprimido pela violência e pelo ódio".
"Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria".
"Ser cristão não é uma carga, mas um dom: Deus Pai nos abençoou em Jesus Cristo seu Filho, Salvador do mundo".
"Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo (...) chegue a todos os homens e mulherres feridos pelas adversidades";
"(...)Desejamos que a alegria do boa nova do Reino de Deus (...) chegue a todos quantos jazem à beira do caminho".
"A alegria do dsicípulo é antídoto frente a um mundo atemorizado pelo futuro e oprimido pela violência e pelo ódio".
"Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria".
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Sobre a Eucaristia - O que diz o Catecismo
Prezdas irmãs e irmãos,
Algumas considerações sobre a Eucaristia extraídas do Catecismo da Igreja Católica Apostólica Romana. Os números entre parênteses são referentes ao Catecismo.
EFEITOS DA EUCARISTIA
1. (1397) - COMPROMISSO COM OS POBRES -
“A Eucaristia compromete com os pobres”. Para receber na verdade o Corpo e o Sangue de Cristo entregues por nós, devemos reconhecer o Cristo nos mais pobres, seus irmãos (Mt 25,40)”. “Degustates o Sangue do Senhor e não reconheces sequer o teu irmão. Desonras esta própria mesa, não julgando digno de compartilar do teu alimento aquele que foi julgado digno de participar desta mesa. Deus te libertou de todos os teus pecados e te convidou para a esta mesa. E tu, nem mesmo assim, te tornaste mais misericordioso” (S. João Crisóstomo).
2. (1074) - TRANSFORMAR O HOMEM POR CRISTO - “... é nos sacramentos, e sobretudo na Eucaristia, que Cristo Jesus age em plenitude para a transformação dos homens”.
3. (1212) - EUCARISTIA, ALIMENTO ESPIRITUAL - “... por efeito dos sacramentos da iniciação cristã, os fiéis estão em condições de saborear cada vez mais os tesouros da vida divina e de progredir até alcançar a perfeição da caridade” (Papa Paulo VI).
(1436) - “A eucaristia é o antídito que nos liberta de nossas faltas cotidianas e nos preserva dos pecados mortais” (Conc. de Trento).
4. (1436) - FONTE DE CONVERSÃO E PENITÊNCIA - “A Eucaristia e Penitência. A conversão e a penitência cotidiana encontram sua fonte e seu alimento na Eucaristia, pois nela se torna presente o sacrifício de Cristo que nos reconciliou com Deus; por ela são nutridos e fortificados aqueles que vivem da vida de Cristo: “ela é antídoto que nos liberta de nossas faltas cotidianas e nos preserva dos pecados mortais”.
IDENTIDADE DA EUCARISTIA
1. Fonte de Caridade (864 e 1395) - É sempre a caridade, haurida sobretudo na Eucaristia, que é como que a alma de todo apostolado".
Algumas considerações sobre a Eucaristia extraídas do Catecismo da Igreja Católica Apostólica Romana. Os números entre parênteses são referentes ao Catecismo.
EFEITOS DA EUCARISTIA
1. (1397) - COMPROMISSO COM OS POBRES -
“A Eucaristia compromete com os pobres”. Para receber na verdade o Corpo e o Sangue de Cristo entregues por nós, devemos reconhecer o Cristo nos mais pobres, seus irmãos (Mt 25,40)”. “Degustates o Sangue do Senhor e não reconheces sequer o teu irmão. Desonras esta própria mesa, não julgando digno de compartilar do teu alimento aquele que foi julgado digno de participar desta mesa. Deus te libertou de todos os teus pecados e te convidou para a esta mesa. E tu, nem mesmo assim, te tornaste mais misericordioso” (S. João Crisóstomo).
2. (1074) - TRANSFORMAR O HOMEM POR CRISTO - “... é nos sacramentos, e sobretudo na Eucaristia, que Cristo Jesus age em plenitude para a transformação dos homens”.
3. (1212) - EUCARISTIA, ALIMENTO ESPIRITUAL - “... por efeito dos sacramentos da iniciação cristã, os fiéis estão em condições de saborear cada vez mais os tesouros da vida divina e de progredir até alcançar a perfeição da caridade” (Papa Paulo VI).
(1436) - “A eucaristia é o antídito que nos liberta de nossas faltas cotidianas e nos preserva dos pecados mortais” (Conc. de Trento).
4. (1436) - FONTE DE CONVERSÃO E PENITÊNCIA - “A Eucaristia e Penitência. A conversão e a penitência cotidiana encontram sua fonte e seu alimento na Eucaristia, pois nela se torna presente o sacrifício de Cristo que nos reconciliou com Deus; por ela são nutridos e fortificados aqueles que vivem da vida de Cristo: “ela é antídoto que nos liberta de nossas faltas cotidianas e nos preserva dos pecados mortais”.
IDENTIDADE DA EUCARISTIA
1. Fonte de Caridade (864 e 1395) - É sempre a caridade, haurida sobretudo na Eucaristia, que é como que a alma de todo apostolado".
"Sobre as Orações para alcançar de Deus a Cura"
Prezadas irmãs e irmãos,
Muito se tem falado sobre Missas e Orações para cura e libertação. A Congregação para a Doutrina da Fé publicou em setembro de 2000, quando o Papa Bento XVI ainda era prefeito desta Congregação, uma instrução normativa sobre esse assunto. É sempro bom lembrar quais sao as instruções de nossa Igreja sobre nossas práticas litúrgicas. Segundo Santo Inácio de Loyola, isso se chama "Sentir com a Igreja". Significa deixar de lado aquilo que "achamos" bom, e fazermos aquilo que nos pede a Santa Madre Igreja.
Faço publicar aqui, essa instrução. Entretanto, inverterie os capítulos. Aqui vai sercolocado primeiro as "Disposições Disciplinares", e me seguida, os "Aspectos Doutrinais".
Espero podermos orar essa instrução em nossos corações para que possamos caminhar na unidade.
II. DISPOSIÇÕES DISCIPLINARES
Art. 1 - Todo o fiel pode elevar preces a Deus para alcançar a cura. Quando estas se fazem numa igreja ou noutro lugar sagrado, convém que seja um ministro ordenado a presidi-las.
Art. 2 - As orações de cura têm a qualificação de litúrgicas, quando inseridas nos livros litúrgicos aprovados pela autoridade competente da Igreja; caso contrário, são orações não litúrgicas.
Art. 3 - § 1. As orações de cura litúrgicas celebram-se segundo o rito prescrito e com as vestes sagradas indicadas no Ordo benedictionis infirmorum do Rituale Romanum.(27)
§ 2. As Conferências Episcopais, em conformidade com quanto estabelecido nos Praenotanda, V, De aptationibus quae Conferentiae Episcoporum competunt(28) do mesmo Rituale Romanum, podem fazer as adaptações ao rito das bênçãos dos enfermos, que considerarem pastoralmente oportunas ou eventualmente necessárias, com prévia revisão da Sé Apostólica.
Art. 4 - § 1. O Bispo diocesano(29) tem o direito de emanar para a própria Igreja particular normas sobre as celebrações litúrgicas de cura, conforme o can. 838, § 4.
§ 2. Os que estão encarregados de preparar ditas celebrações litúrgicas, deverão ater-se a essas normas na realização das mesmas.
§ 3. A licença de realizar ditas celebrações tem de ser explícita, mesmo quando organizadas por Bispos ou Cardeais ou estes nelas participem. O Bispo diocesano tem o direito de negar tal licença a qualquer Bispo, sempre que houver uma razão justa e proporcionada.
Art. 5 - § 1. As orações de cura não litúrgicas realizam-se com modalidades diferentes das celebrações litúrgicas, tais como encontros de oração ou leitura da Palavra de Deus, salva sempre a vigilância do Ordinário do lugar, em conformidade com o can. 839, § 2.
§ 2. Evite-se cuidadosamente confundir estas orações livres não litúrgicas com as celebrações litúrgicas propriamente ditas.
§ 3. É necessário, além disso, que na sua execução não se chegue, sobretudo por parte de quem as orienta, a formas parecidas com o histerismo, a artificialidade, a teatralidade ou o sensacionalismo.
Art. 6 - O uso de instrumentos de comunicação social, nomeadamente a televisão, durante as orações de cura, tanto litúrgicas como não litúrgicas, é submetido à vigilância do Bispo diocesano, em conformidade com o estabelecido no can. 823 e com as normas emanadas pela Congregação para a Doutrina da Fé na Instrução de 30 de Março de 1992.(30)
Art. 7 - § 1. Mantendo-se em vigor quanto acima disposto no art. 3 e salvas as funções para os doentes previstas nos livros litúrgicos, não devem inserir-se orações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas, na celebração da Santíssima Eucaristia, dos Sacramentos e da Liturgia das Horas.
§ 2. Durante as celebrações, a que se refere o art. 1, é permitido inserir na oração universal ou «dos fiéis» intenções especiais de oração pela cura dos doentes, quando esta for nelas prevista.
Art. 8 - § 1. O ministério do exorcismo deve ser exercido na estreita dependência do Bispo diocesano e, em conformidade com o can. 1172, com a Carta da Congregação para a Doutrina da Fé de 29 de Setembro de 1985(31) e com o Rituale Romanum.(32)
§ 2. As orações de exorcismo, contidas no Rituale Romanum, devem manter-se distintas das celebrações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas.
§ 3. É absolutamente proibido inserir tais orações na celebração da Santa Missa, dos Sacramentos e da Liturgia das Horas.
Art. 9 - Os que presidem às celebrações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas, esforcem-se por manter na assembleia um clima de serena devoção, e actuem com a devida prudência, quando se verificarem curas entre os presentes. Terminada a celebração, poderão recolher, com simplicidade e precisão, os eventuais testemunhos e submeterão o facto à autoridade eclesiástica competente.
Art. 10 - A intervenção da autoridade do Bispo diocesano é obrigatória e necessária, quando se verificarem abusos nas celebrações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas, em caso de evidente escândalo para a comunidade dos fiéis ou quando houver grave inobservância das normas litúrgicas e disciplinares.
I. ASPECTOS DOUTRINAIS
1. Doença e cura: seu significado e valor na economia da salvação
«O homem é destinado à alegria, mas todos os dias experimenta variadíssimas formas de sofrimento e de dor».(1) Por isso, o Senhor, nas suas promessas de redenção, anuncia a alegria do coração ligada à libertação dos sofrimentos (cfr. Is 30,29; 35,19; Bar 4,29). Ele é, de facto, «aquele que liberta de todos os males» (Sab 16,8). Entre os sofrimentos, os provocados pela doença são uma realidade constantemente presente na história humana, tornando-se, ao mesmo tempo, objecto do profundo desejo do homem de se libertar de todo o mal.
No Antigo Testamento, «Israel tem a experiência de que a doença está misteriosamente ligada ao pecado e ao mal».(2) Entre os castigos com que Deus ameaça o povo pela sua infidelidade, as doenças ocupam espaço de relevo (cfr. Dt 28,21-22.27-29.35). O doente que pede a Deus a cura reconhece que é justamente castigado pelos seus pecados (cfr. Sal 37; 40; 106,17-21).
A doença porém atinge também os justos e o homem interroga- se sobre o porquê. No livro de Job, essa interrogação está presente em muitas das suas páginas. «Se é verdade que o sofrimento tem um sentido de castigo, quando ligado à culpa, já não é verdade que todo o sofrimento seja consequência da culpa e tenha um carácter de punição. A figura do justo Job é uma especial prova disso no Antigo Testamento. (...) Se o Senhor permite que Job seja provado com o sofrimento, fá-lo para demostrar a sua justiça. O sofrimento tem carácter de prova».(3)
A doença, embora possa ter uma conotação positiva, como demonstração da fidelidade do justo e meio de reparar a justiça violada pelo pecado, e também como forma de levar o pecador a arrepender- se, enveredando pelo caminho da conversão, continua todavia a ser um mal. Por isso, o profeta anuncia os tempos futuros em que não haverá mais desgraças nem invalidez, e o decurso da vida nunca mais será interrompido com doenças mortais (cfr. Is 35,5-6; 65,19-20).
É todavia no Novo Testamento que encontra plena resposta a interrogação porque a doença atinge também os justos. Na actividade pública de Jesus, as suas relações com os doentes não são casuais, mas constantes. Cura a muitos deles de forma prodigiosa, tanto que essas curas milagrosas tornam-se uma característica da sua actividade: «Jesus percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades» (Mt 9,35; cfr. 4,23). As curas são sinais da sua missão messiânica (cfr. Lc 7,20-23). Manifestam a vitória do reino de Deus sobre todas as espécies de mal e tornam-se símbolo do saneamento integral do homem, corpo e alma. Servem, de facto, para mostrar que Jesus tem o poder de perdoar os pecados (cfr. Mc 2,1- 12); são sinais dos bens salvíficos, como a cura do paralítico de Betsaida (cfr. Jo 5,2-9.19-21) e do cego de nascença (cfr. Jo 9).
Também a primeira evangelização, segundo as indicações do Novo Testamento, era acompanhada de numerosas curas prodigiosas que corroboravam o poder do anúncio evangélico. Aliás, tinha sido essa a promessa de Jesus ressuscitado, e as primeiras comunidades cristãs viam nelas que a promessa se cumpria entre eles: «Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: (...) quando impuserem as mãos sobre os doentes, ficarão curados» (Mc 16,17-18). A pregação de Filipe na Samaria foi acompanhada de curas milagrosas: «Filipe desceu a uma cidade da Samaria e começou a pregar o Messias àquela gente. As multidões aderiam unanimemente às palavras de Filipe, ao ouvi-las e ao ver os milagres que fazia. De muitos possessos saíam espíritos impuros, soltando enormes gritos, e numerosos paralíticos e coxos foram curados» (Actos 8,5-7). São Paulo apresenta o seu anúncio do Evangelho como sendo caracterizado por sinais e prodígios realizados com o poder do Espírito: «não ousaria falar senão do que Cristo realizou por meu intermédio, para levar os gentios à obediência da fé, pela palavra e pela acção, pelo poder dos sinais e prodígios, pelo poder do Espírito» (Rom 15,18-19; cfr. 1 Tes 1,5; 1 Cor 2,4-5). Não é por nada arbitrário supor que muitos desses sinais e prodígios, manifestação do poder divino que acompanhava a pregação, fossem curas prodigiosas. Eram prodígios que não estavam ligados exclusivamente à pessoa do Apóstolo, mas que se manifestavam também através dos fiéis: «Aquele que vos dá o Espírito e realiza milagres entre vós procede assim por cumprirdes as obras da Lei ou porque ouvistes a mensagem da fé?» (Gal 3,5).
A vitória messiânica sobre a doença, aliás como sobre outros sofrimentos humanos, não se realiza apenas eliminando-a com curas prodigiosas, mas também com o sofrimento voluntário e inocente de Cristo na sua paixão, e dando a cada homem a possibilidade de se associar à mesma. De facto, «o próprio Cristo, embora fosse sem pecado, sofreu na sua paixão penas e tormentos de toda a espécie e fez seus os sofrimentos de todos os homens: cumpria assim quanto d'Ele havia escrito o profeta Isaías (cfr. Is 53,4-5)».(4) Mais, «Na cruz de Cristo não só se realizou a Redenção através do sofrimento, mas também o próprio sofrimento humano foi redimido. (...) Realizando a Redenção mediante o sofrimento, Cristo elevou ao mesmo tempo o sofrimento humano ao nível de Redenção. Por isso, todos os homens, com o seu sofrimento, se podem tornar também participantes do sofrimento redentor de Cristo».(5)
A Igreja acolhe os doentes, não apenas como objecto da sua solicitude amorosa, mas também reconhecendo neles a chamada «a viver a sua vocação humana e cristã e a participar no crescimento do Reino de Deus com novas modalidades e mesmo mais preciosas. As palavras do apóstolo Paulo hão-de tornar-se programa e, ainda mais, a luz que faz brilhar aos seus olhos o significado de graça da sua própria situação: "Completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo, em benefício do seu corpo que é a Igreja" (Col 1,24). Precisamente ao fazer tal descoberta, encontrou o apóstolo a alegria: "Por isso, alegro- me com os sofrimentos que suporto por vossa causa" (Col 1,24)».(6) Trata-se da alegria pascal, que é fruto do Espírito Santo. Como São Paulo, também «muitos doentes podem tornar-se veículo da "alegria do Espírito Santo em muitas tribulações" (1 Tes 1,6) e ser testemunhas da ressurreição de Jesus».(7)
2. O desejo da cura e a oração para alcançá-la
Salva a aceitação da vontade de Deus, o desejo que o doente sente de ser curado é bom e profundamente humano, sobretudo quando se traduz em oração confiante dirigida a Deus. O Ben-Sirá exorta a fazê-lo: «Filho, não desanimes na doença, mas reza ao Senhor e Ele curar-te-á» (Sir 38,9). Vários salmos são uma espécie de súplica de cura (cfr. Sal 6; 37; 40; 87).
Durante a actividade pública de Jesus, muitos doentes a Ele se dirigem, ou directamente ou através de seus amigos e parentes, implorando a recuperação da saúde. O Senhor acolhe esses pedidos, não se encontrando nos Evangelhos o mínimo aceno de reprovação dos mesmos. A única queixa do Senhor refere-se à eventual falta de fé: «Se posso? Tudo é possível a quem acredita» (Mc 9,23; cfr. Mc 6,5-6; Jo 4,48).
Não só é louvável a oração de todo o fiel que pede a cura, sua ou alheia, mas a própria Igreja na sua liturgia pede ao Senhor pela saúde dos enfermos. Antes de mais, tem um sacramento «destinado de modo especial a confortar os que sofrem com a doença: a Unção dos enfermos».(8) «Nele, por meio da unção e da oração dos presbíteros, a Igreja recomenda os doentes ao Senhor padecente e glorificado para que os alivie e salve».(9) Pouco antes, na bênção da óleo, a Igreja reza: «derramai a vossa santa bênção para que [o óleo] sirva a quantos forem com ele ungidos de auxílio do corpo, da alma e do espírito, para alívio de todas as dores, fraquezas e doenças»;(10) e, a seguir, nos dois primeiros formulários da oração após a Unção, pede-se mesmo a cura do enfermo.(11) A cura, uma vez que o sacramento é penhor e promessa do reino futuro, é também anúncio da ressurreição, quando «não haverá mais morte nem luto, nem gemidos nem dor, porque o mundo antigo desapareceu» (Ap 21,4). Por sua vez, o Missale Romanum contém uma Missa pro infirmis, onde, além de graças espirituais, se pede a saúde dos doentes.(12)
No De benedictionibus do Rituale Romanum existe um Ordo benedictionis infirmorum que contém diversos textos eucológicos para implorar a cura: no segundo formulário das Preces,(13) nas quatro Orationes benedictionis pro adultis,(14) nas duas Orationes benedictionis pro pueris,(15) na oração do Ritus brevior.(16)
É óbvio que o recurso à oração não exclui, antes encoraja, o emprego dos meios naturais úteis a conservar e a recuperar a saúde e, por outro lado, estimula os filhos da Igreja a cuidar dos doentes e a aliviá-los no corpo e no espírito, procurando vencer a doença. Com efeito, «reentra no próprio plano de Deus e da sua Providência que o homem lute com todas as forças contra a doença em todas as suas formas e se esforce, de todas as maneiras, por manter-se em saúde».(17)
3. O carisma da cura no Novo Testamento
Não só as curas prodigiosas confirmavam o poder do anúncio evangélico nos tempos apostólicos; o próprio Novo Testamento fala de uma verdadeira e própria concessão aos Apóstolos e aos outros primeiros evangelizadores de um poder de curar as enfermidades em nome de Jesus. Assim, ao enviar os Doze para a sua primeira missão, o Senhor, segundo a narração de Mateus e de Lucas, concede-lhes «o poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e enfermidades» (Mt 10,1; cfr. Lc 9,1) e dá-lhes a ordem: «Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios» (Mt 10,8). Também na primeira missão dos setenta e dois, a ordem do Senhor é: «curai os enfermos que aí houver» (Lc 10,9). O poder, portanto, é concedido dentro de um contexto missionário, não para exaltar as pessoas enviadas, mas para confirmar a sua missão.
Os Actos dos Apóstolos referem de modo genérico prodígios operados por estes: «inúmeros prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos» (Actos 2,43; cfr. 5,12). Eram prodígios e sinais e, portanto, obras portentosas que manifestavam a verdade e a força da sua missão. Mas, além destas breves indicações genéricas, os Actos referem sobretudo curas milagrosas, realizadas pelos evangelizadores individualmente: Estêvão (cfr. Actos 6,8), Filipe (cfr. Actos 8,6-7) e sobretudo Pedro (cfr. Actos 3,1-10; 5,15; 9,33-34.40-41) e Paulo (cfr. Actos 14,3.8-10; 15,12; 19,11-12; 20,9-10; 28,8-9).
Quer a parte final do Evangelho de Marcos quer a Carta aos Gálatas, como antes se viu, alargam a perspectiva e não circunscrevem as curas prodigiosas à actividade dos Apóstolos e de alguns evangelizadores que tiveram papel de relevo na primeira missão. Neste particular contexto, são de extrema importância as referências aos «carisma de cura» (1 Cor 12,9.28.30). O significado de carisma é, por si, muito amplo: o de «dom generoso»; no caso em questão, trata-se de «dons de curas obtidas». Estas graças, no plural, são atribuídas a um único sujeito (cfr. 1 Cor 12,9) e, portanto, não se devem entender em sentido distributivo, como curas que cada um dos curados recebe para si mesmo; devem, invés, entender-se como dom concedido a uma determinada pessoa de obter graças de curas em favor de outros. É dado in uno Spiritu, sem contudo se especificar o modo como essa pessoa obtém as curas. Não seria descabido subentender que o seja através da oração, talvez acompanhada de algum gesto simbólico.
Na Carta de São Tiago, faz-se aceno a uma intervenção da Igreja, através dos presbíteros, em favor da salvação, mesmo em sentido físico, dos doentes. Não se dá, porém, a entender se se trata de curas prodigiosas: estamos num contexto diferente do dos «carismas de curas» da 1 Cor 12,9. «Algum de vós está doente? Chame os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com o óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o confortará e, se tiver pecados, ser-lhe-ão perdoados» (Tg 5,14-15). Trata-se de um acto sacramental: unção do doente com óleo e oração sobre ele, não simplesmente «por ele», como se fosse apenas uma oração de intercessão ou de súplica. Mais propriamente, trata-se de uma acção eficaz sobre o enfermo.(18) Os verbos «salvará» e «confortará» não exprimem uma acção que tenha em vista, exclusivamente ou sobretudo, a cura física, mas de certo modo incluem-na. O primeiro verbo, se bem que nas outras vezes que aparece na dita Carta se refira à salvação espiritual (cfr. 1,21; 2,14; 4,12; 5,20), é também usado no Novo Testamento no sentido de «curar» (cfr. Mt 9,21; Mc 5,28.34; 6,56; 10,52; Lc 8,48); o segundo verbo, embora assuma por vezes o sentido de «ressuscitar» (cfr. Mt 10,8; 11,5; 14,2), também é usado para indicar o gesto de «levantar» a pessoa que está acamada por causa de uma doença, curando-a de forma prodigiosa (cfr. Mt 9,5; Mc 1,31; 9,27; Actos 3,7).
4. As orações para alcançar de Deus a cura na Tradição
Os Padres da Igreja consideravam normal que o crente pedisse a Deus, não só a saúde da alma, mas também a do corpo. A propósito dos bens da vida, da saúde e da integridade física, Santo Agostinho escrevia: «É preciso rezar para que nos sejam conservados, quando se os tem, e que nos sejam concedidos, quando não se os tem».(19) O mesmo Padre da Igreja deixou-nos o testemunho da cura de um amigo, alcançada graças às orações de um bispo, de um sacerdote e de alguns diáconos na sua casa.(20)
A mesma orientação se encontra nos ritos litúrgicos, tanto ocidentais como orientais. Numa oração depois da Comunhão, pede-se que «este sacramento celeste nos santifique totalmente a alma e o corpo».(21) Na solene liturgia da Sexta-Feira Santa convida-se a rezar a Deus Pai todo-poderoso para que «afaste as doenças... dê saúde aos enfermos».(22) Entre os textos mais significativos, destaca-se o da bênção do óleo dos enfermos. Nele pede-se a Deus que derrame a sua santa bênção sobre o óleo, a fim de que «sirva a quantos forem com ele ungidos de auxílio do corpo, da alma e do espírito, para alívio de todas as dores, fraquezas e doenças».(23)
Não são diferentes as expressões que se lêem nos rituais orientais da Unção dos enfermos. Citamos apenas alguns dos mais significativos. No rito bizantino, durante a unção do enfermo reza-se: «Pai Santo, médico das almas e dos corpos, Vós que enviastes o vosso Filho unigénito Jesus Cristo para curar de toda a doença e libertar-nos da morte, curai também, pela graça do vosso Cristo, este vosso servo da enfermidade do corpo e do espírito que o aflige».(24) No rito copto pede-se ao Senhor que abençoe o óleo para que todos os que com ele forem ungidos possam alcançar a saúde do espírito e do corpo. Depois, durante a unção do enfermo, os sacerdotes, depois de terem mencionado Jesus Cristo, mandado ao mundo «para curar todas as enfermidades e libertar da morte», pedem a Deus «que cure o enfermo das enfermidades do corpo e lhe indique o recto caminho».(25)
5. O «carisma de cura» no contexto actual
No decorrer dos séculos da história da Igreja, não faltaram santos taumaturgos que realizaram curas milagrosas. O fenómeno, portanto, não estava circunscrito ao tempo apostólico. O chamado «carisma de cura», sobre o qual convém hoje dar alguns esclarecimentos doutrinais, não fazia parte porém desses fenómenos taumaturgos. O problema põe- se sobretudo com as reuniões de oração que os acompanham, organizadas no intuito de obter curas prodigiosas entre os doentes que nelas participam, ou então com as orações de cura que, com o mesmo fim, se fazem a seguir à Comunhão eucarística.
As curas ligadas aos lugares de oração (nos santuários, junto de relíquias de mártires ou de outros santos, etc.) são abundantemente testemunhadas ao longo da história da Igreja. Na antiguidade e na idade média, contribuíram para concentrar as peregrinações em determinados santuários, que se tornaram famosos também por essa razão, como o de São Martinho de Tours ou a catedral de Santiago de Compostela e tantos outros. O mesmo acontece na actualidade, como, por exemplo, há mais de um século com Lourdes. Estas curas não comportam um «carisma de cura», porque não estão ligadas a um eventual detentor de tal carisma, mas há que tê-las em conta ao procurar ajuizar, sob o ponto de vista doutrinal, as referidas reuniões de oração.
No que concerne as reuniões de oração feitas com a finalidade precisa de alcançar curas, finalidade, se não dominante, ao menos certamente influente na programação das mesmas, convém distinguir entre as que possam dar a entender um «carisma de cura», verdadeiro ou aparente, e as que nada têm a ver com esse carisma. Para que possam estar ligadas a um eventual carisma, é necessário que nelas sobressaia, como elemento determinante para a eficácia da oração, a intervenção de uma ou várias pessoas individualmente ou de uma categoria qualificada, por exemplo, os dirigentes do grupo que promove a reunião. Não havendo relação com o «carisma de cura», é óbvio que as celebrações previstas nos livros litúrgicos, se realizadas em conformidade com as normas litúrgicas, são lícitas e até muitas vezes oportunas, como é o caso da Missa pro infirmis. Quando não respeitarem as normas litúrgicas, perdem a sua legitimidade.
Nos santuários são também frequentes outras celebrações que, por si, não se destinam especificamente a implorar de Deus graças de curas, mas que nas intenções dos organizadores e dos que nelas participam têm, como parte importante da sua finalidade, a obtenção de curas. Com esse objectivo, costumam fazer-se celebrações litúrgicas, como é o caso da exposição do Santíssimo Sacramento com bênção, ou não litúrgicas, mas de piedade popular, que a Igreja encoraja, como pode ser a solene reza do Terço. Também estas celebrações são legítimas, uma vez que não se altere o seu significado autêntico. Por exemplo, não se deveria pôr em primeiro plano o desejo de alcançar a cura dos doentes, fazendo com que a exposição da Santíssima Eucaristia venha a perder a sua finalidade; esta, de facto, «leva a reconhecer nela a admirável presença de Cristo e convida à íntima união com Ele, união que atinge o auge na comunhão sacramental».(26)
O «carisma de cura» não se atribui a uma determinada categoria de fiéis. É, aliás, bem claro que São Paulo, quando se refere aos diversos carismas em 1 Cor 12, não atribui o dom dos «carismas de cura» a um grupo particular: ao dos apóstolos ou dos profetas, ao dos mestres ou dos que governam, ou a outro qualquer. A lógica que preside à sua distribuição é, invés, outra: «é um só e mesmo Espírito que faz tudo isto, distribuindo os dons a cada um conforme Lhe agrada» (1 Cor 12,11). Por conseguinte, nas reuniões de oração organizadas com o intuito de implorar curas, seria completamente arbitrário atribuir um «carisma de cura» a uma categoria de participantes, por exemplo, aos dirigentes do grupo. Dever-se-ia confiar apenas na vontade totalmente livre do Espírito Santo, que dá a ahttp://www.blogger.com/img/blank.giflguns um especial carisma de cura para manifestar a força da graça do Ressuscitado. Há que recordar, por outro lado, que nem as orações mais intensas alcançam a cura de todas as doenças. Assim São Paulo tem de aprender do Senhor que «basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se manifesta todo o meu poder» (2 Cor 12,9) e que os sofrimentos que se têm de suportar podem ter o mesmo sentido do «completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo, em benefício do seu corpo que é a Igreja» (Col 1,24).
Quem quiser conferir a íntegra, pode acessar o site www.vatican.va e procurar a Congregação para a Doutrina da Fé.
Espero estar contribuindo para que nossa Igreja caminhe na unidade.
Muito se tem falado sobre Missas e Orações para cura e libertação. A Congregação para a Doutrina da Fé publicou em setembro de 2000, quando o Papa Bento XVI ainda era prefeito desta Congregação, uma instrução normativa sobre esse assunto. É sempro bom lembrar quais sao as instruções de nossa Igreja sobre nossas práticas litúrgicas. Segundo Santo Inácio de Loyola, isso se chama "Sentir com a Igreja". Significa deixar de lado aquilo que "achamos" bom, e fazermos aquilo que nos pede a Santa Madre Igreja.
Faço publicar aqui, essa instrução. Entretanto, inverterie os capítulos. Aqui vai sercolocado primeiro as "Disposições Disciplinares", e me seguida, os "Aspectos Doutrinais".
Espero podermos orar essa instrução em nossos corações para que possamos caminhar na unidade.
II. DISPOSIÇÕES DISCIPLINARES
Art. 1 - Todo o fiel pode elevar preces a Deus para alcançar a cura. Quando estas se fazem numa igreja ou noutro lugar sagrado, convém que seja um ministro ordenado a presidi-las.
Art. 2 - As orações de cura têm a qualificação de litúrgicas, quando inseridas nos livros litúrgicos aprovados pela autoridade competente da Igreja; caso contrário, são orações não litúrgicas.
Art. 3 - § 1. As orações de cura litúrgicas celebram-se segundo o rito prescrito e com as vestes sagradas indicadas no Ordo benedictionis infirmorum do Rituale Romanum.(27)
§ 2. As Conferências Episcopais, em conformidade com quanto estabelecido nos Praenotanda, V, De aptationibus quae Conferentiae Episcoporum competunt(28) do mesmo Rituale Romanum, podem fazer as adaptações ao rito das bênçãos dos enfermos, que considerarem pastoralmente oportunas ou eventualmente necessárias, com prévia revisão da Sé Apostólica.
Art. 4 - § 1. O Bispo diocesano(29) tem o direito de emanar para a própria Igreja particular normas sobre as celebrações litúrgicas de cura, conforme o can. 838, § 4.
§ 2. Os que estão encarregados de preparar ditas celebrações litúrgicas, deverão ater-se a essas normas na realização das mesmas.
§ 3. A licença de realizar ditas celebrações tem de ser explícita, mesmo quando organizadas por Bispos ou Cardeais ou estes nelas participem. O Bispo diocesano tem o direito de negar tal licença a qualquer Bispo, sempre que houver uma razão justa e proporcionada.
Art. 5 - § 1. As orações de cura não litúrgicas realizam-se com modalidades diferentes das celebrações litúrgicas, tais como encontros de oração ou leitura da Palavra de Deus, salva sempre a vigilância do Ordinário do lugar, em conformidade com o can. 839, § 2.
§ 2. Evite-se cuidadosamente confundir estas orações livres não litúrgicas com as celebrações litúrgicas propriamente ditas.
§ 3. É necessário, além disso, que na sua execução não se chegue, sobretudo por parte de quem as orienta, a formas parecidas com o histerismo, a artificialidade, a teatralidade ou o sensacionalismo.
Art. 6 - O uso de instrumentos de comunicação social, nomeadamente a televisão, durante as orações de cura, tanto litúrgicas como não litúrgicas, é submetido à vigilância do Bispo diocesano, em conformidade com o estabelecido no can. 823 e com as normas emanadas pela Congregação para a Doutrina da Fé na Instrução de 30 de Março de 1992.(30)
Art. 7 - § 1. Mantendo-se em vigor quanto acima disposto no art. 3 e salvas as funções para os doentes previstas nos livros litúrgicos, não devem inserir-se orações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas, na celebração da Santíssima Eucaristia, dos Sacramentos e da Liturgia das Horas.
§ 2. Durante as celebrações, a que se refere o art. 1, é permitido inserir na oração universal ou «dos fiéis» intenções especiais de oração pela cura dos doentes, quando esta for nelas prevista.
Art. 8 - § 1. O ministério do exorcismo deve ser exercido na estreita dependência do Bispo diocesano e, em conformidade com o can. 1172, com a Carta da Congregação para a Doutrina da Fé de 29 de Setembro de 1985(31) e com o Rituale Romanum.(32)
§ 2. As orações de exorcismo, contidas no Rituale Romanum, devem manter-se distintas das celebrações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas.
§ 3. É absolutamente proibido inserir tais orações na celebração da Santa Missa, dos Sacramentos e da Liturgia das Horas.
Art. 9 - Os que presidem às celebrações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas, esforcem-se por manter na assembleia um clima de serena devoção, e actuem com a devida prudência, quando se verificarem curas entre os presentes. Terminada a celebração, poderão recolher, com simplicidade e precisão, os eventuais testemunhos e submeterão o facto à autoridade eclesiástica competente.
Art. 10 - A intervenção da autoridade do Bispo diocesano é obrigatória e necessária, quando se verificarem abusos nas celebrações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas, em caso de evidente escândalo para a comunidade dos fiéis ou quando houver grave inobservância das normas litúrgicas e disciplinares.
I. ASPECTOS DOUTRINAIS
1. Doença e cura: seu significado e valor na economia da salvação
«O homem é destinado à alegria, mas todos os dias experimenta variadíssimas formas de sofrimento e de dor».(1) Por isso, o Senhor, nas suas promessas de redenção, anuncia a alegria do coração ligada à libertação dos sofrimentos (cfr. Is 30,29; 35,19; Bar 4,29). Ele é, de facto, «aquele que liberta de todos os males» (Sab 16,8). Entre os sofrimentos, os provocados pela doença são uma realidade constantemente presente na história humana, tornando-se, ao mesmo tempo, objecto do profundo desejo do homem de se libertar de todo o mal.
No Antigo Testamento, «Israel tem a experiência de que a doença está misteriosamente ligada ao pecado e ao mal».(2) Entre os castigos com que Deus ameaça o povo pela sua infidelidade, as doenças ocupam espaço de relevo (cfr. Dt 28,21-22.27-29.35). O doente que pede a Deus a cura reconhece que é justamente castigado pelos seus pecados (cfr. Sal 37; 40; 106,17-21).
A doença porém atinge também os justos e o homem interroga- se sobre o porquê. No livro de Job, essa interrogação está presente em muitas das suas páginas. «Se é verdade que o sofrimento tem um sentido de castigo, quando ligado à culpa, já não é verdade que todo o sofrimento seja consequência da culpa e tenha um carácter de punição. A figura do justo Job é uma especial prova disso no Antigo Testamento. (...) Se o Senhor permite que Job seja provado com o sofrimento, fá-lo para demostrar a sua justiça. O sofrimento tem carácter de prova».(3)
A doença, embora possa ter uma conotação positiva, como demonstração da fidelidade do justo e meio de reparar a justiça violada pelo pecado, e também como forma de levar o pecador a arrepender- se, enveredando pelo caminho da conversão, continua todavia a ser um mal. Por isso, o profeta anuncia os tempos futuros em que não haverá mais desgraças nem invalidez, e o decurso da vida nunca mais será interrompido com doenças mortais (cfr. Is 35,5-6; 65,19-20).
É todavia no Novo Testamento que encontra plena resposta a interrogação porque a doença atinge também os justos. Na actividade pública de Jesus, as suas relações com os doentes não são casuais, mas constantes. Cura a muitos deles de forma prodigiosa, tanto que essas curas milagrosas tornam-se uma característica da sua actividade: «Jesus percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades» (Mt 9,35; cfr. 4,23). As curas são sinais da sua missão messiânica (cfr. Lc 7,20-23). Manifestam a vitória do reino de Deus sobre todas as espécies de mal e tornam-se símbolo do saneamento integral do homem, corpo e alma. Servem, de facto, para mostrar que Jesus tem o poder de perdoar os pecados (cfr. Mc 2,1- 12); são sinais dos bens salvíficos, como a cura do paralítico de Betsaida (cfr. Jo 5,2-9.19-21) e do cego de nascença (cfr. Jo 9).
Também a primeira evangelização, segundo as indicações do Novo Testamento, era acompanhada de numerosas curas prodigiosas que corroboravam o poder do anúncio evangélico. Aliás, tinha sido essa a promessa de Jesus ressuscitado, e as primeiras comunidades cristãs viam nelas que a promessa se cumpria entre eles: «Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: (...) quando impuserem as mãos sobre os doentes, ficarão curados» (Mc 16,17-18). A pregação de Filipe na Samaria foi acompanhada de curas milagrosas: «Filipe desceu a uma cidade da Samaria e começou a pregar o Messias àquela gente. As multidões aderiam unanimemente às palavras de Filipe, ao ouvi-las e ao ver os milagres que fazia. De muitos possessos saíam espíritos impuros, soltando enormes gritos, e numerosos paralíticos e coxos foram curados» (Actos 8,5-7). São Paulo apresenta o seu anúncio do Evangelho como sendo caracterizado por sinais e prodígios realizados com o poder do Espírito: «não ousaria falar senão do que Cristo realizou por meu intermédio, para levar os gentios à obediência da fé, pela palavra e pela acção, pelo poder dos sinais e prodígios, pelo poder do Espírito» (Rom 15,18-19; cfr. 1 Tes 1,5; 1 Cor 2,4-5). Não é por nada arbitrário supor que muitos desses sinais e prodígios, manifestação do poder divino que acompanhava a pregação, fossem curas prodigiosas. Eram prodígios que não estavam ligados exclusivamente à pessoa do Apóstolo, mas que se manifestavam também através dos fiéis: «Aquele que vos dá o Espírito e realiza milagres entre vós procede assim por cumprirdes as obras da Lei ou porque ouvistes a mensagem da fé?» (Gal 3,5).
A vitória messiânica sobre a doença, aliás como sobre outros sofrimentos humanos, não se realiza apenas eliminando-a com curas prodigiosas, mas também com o sofrimento voluntário e inocente de Cristo na sua paixão, e dando a cada homem a possibilidade de se associar à mesma. De facto, «o próprio Cristo, embora fosse sem pecado, sofreu na sua paixão penas e tormentos de toda a espécie e fez seus os sofrimentos de todos os homens: cumpria assim quanto d'Ele havia escrito o profeta Isaías (cfr. Is 53,4-5)».(4) Mais, «Na cruz de Cristo não só se realizou a Redenção através do sofrimento, mas também o próprio sofrimento humano foi redimido. (...) Realizando a Redenção mediante o sofrimento, Cristo elevou ao mesmo tempo o sofrimento humano ao nível de Redenção. Por isso, todos os homens, com o seu sofrimento, se podem tornar também participantes do sofrimento redentor de Cristo».(5)
A Igreja acolhe os doentes, não apenas como objecto da sua solicitude amorosa, mas também reconhecendo neles a chamada «a viver a sua vocação humana e cristã e a participar no crescimento do Reino de Deus com novas modalidades e mesmo mais preciosas. As palavras do apóstolo Paulo hão-de tornar-se programa e, ainda mais, a luz que faz brilhar aos seus olhos o significado de graça da sua própria situação: "Completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo, em benefício do seu corpo que é a Igreja" (Col 1,24). Precisamente ao fazer tal descoberta, encontrou o apóstolo a alegria: "Por isso, alegro- me com os sofrimentos que suporto por vossa causa" (Col 1,24)».(6) Trata-se da alegria pascal, que é fruto do Espírito Santo. Como São Paulo, também «muitos doentes podem tornar-se veículo da "alegria do Espírito Santo em muitas tribulações" (1 Tes 1,6) e ser testemunhas da ressurreição de Jesus».(7)
2. O desejo da cura e a oração para alcançá-la
Salva a aceitação da vontade de Deus, o desejo que o doente sente de ser curado é bom e profundamente humano, sobretudo quando se traduz em oração confiante dirigida a Deus. O Ben-Sirá exorta a fazê-lo: «Filho, não desanimes na doença, mas reza ao Senhor e Ele curar-te-á» (Sir 38,9). Vários salmos são uma espécie de súplica de cura (cfr. Sal 6; 37; 40; 87).
Durante a actividade pública de Jesus, muitos doentes a Ele se dirigem, ou directamente ou através de seus amigos e parentes, implorando a recuperação da saúde. O Senhor acolhe esses pedidos, não se encontrando nos Evangelhos o mínimo aceno de reprovação dos mesmos. A única queixa do Senhor refere-se à eventual falta de fé: «Se posso? Tudo é possível a quem acredita» (Mc 9,23; cfr. Mc 6,5-6; Jo 4,48).
Não só é louvável a oração de todo o fiel que pede a cura, sua ou alheia, mas a própria Igreja na sua liturgia pede ao Senhor pela saúde dos enfermos. Antes de mais, tem um sacramento «destinado de modo especial a confortar os que sofrem com a doença: a Unção dos enfermos».(8) «Nele, por meio da unção e da oração dos presbíteros, a Igreja recomenda os doentes ao Senhor padecente e glorificado para que os alivie e salve».(9) Pouco antes, na bênção da óleo, a Igreja reza: «derramai a vossa santa bênção para que [o óleo] sirva a quantos forem com ele ungidos de auxílio do corpo, da alma e do espírito, para alívio de todas as dores, fraquezas e doenças»;(10) e, a seguir, nos dois primeiros formulários da oração após a Unção, pede-se mesmo a cura do enfermo.(11) A cura, uma vez que o sacramento é penhor e promessa do reino futuro, é também anúncio da ressurreição, quando «não haverá mais morte nem luto, nem gemidos nem dor, porque o mundo antigo desapareceu» (Ap 21,4). Por sua vez, o Missale Romanum contém uma Missa pro infirmis, onde, além de graças espirituais, se pede a saúde dos doentes.(12)
No De benedictionibus do Rituale Romanum existe um Ordo benedictionis infirmorum que contém diversos textos eucológicos para implorar a cura: no segundo formulário das Preces,(13) nas quatro Orationes benedictionis pro adultis,(14) nas duas Orationes benedictionis pro pueris,(15) na oração do Ritus brevior.(16)
É óbvio que o recurso à oração não exclui, antes encoraja, o emprego dos meios naturais úteis a conservar e a recuperar a saúde e, por outro lado, estimula os filhos da Igreja a cuidar dos doentes e a aliviá-los no corpo e no espírito, procurando vencer a doença. Com efeito, «reentra no próprio plano de Deus e da sua Providência que o homem lute com todas as forças contra a doença em todas as suas formas e se esforce, de todas as maneiras, por manter-se em saúde».(17)
3. O carisma da cura no Novo Testamento
Não só as curas prodigiosas confirmavam o poder do anúncio evangélico nos tempos apostólicos; o próprio Novo Testamento fala de uma verdadeira e própria concessão aos Apóstolos e aos outros primeiros evangelizadores de um poder de curar as enfermidades em nome de Jesus. Assim, ao enviar os Doze para a sua primeira missão, o Senhor, segundo a narração de Mateus e de Lucas, concede-lhes «o poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e enfermidades» (Mt 10,1; cfr. Lc 9,1) e dá-lhes a ordem: «Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios» (Mt 10,8). Também na primeira missão dos setenta e dois, a ordem do Senhor é: «curai os enfermos que aí houver» (Lc 10,9). O poder, portanto, é concedido dentro de um contexto missionário, não para exaltar as pessoas enviadas, mas para confirmar a sua missão.
Os Actos dos Apóstolos referem de modo genérico prodígios operados por estes: «inúmeros prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos» (Actos 2,43; cfr. 5,12). Eram prodígios e sinais e, portanto, obras portentosas que manifestavam a verdade e a força da sua missão. Mas, além destas breves indicações genéricas, os Actos referem sobretudo curas milagrosas, realizadas pelos evangelizadores individualmente: Estêvão (cfr. Actos 6,8), Filipe (cfr. Actos 8,6-7) e sobretudo Pedro (cfr. Actos 3,1-10; 5,15; 9,33-34.40-41) e Paulo (cfr. Actos 14,3.8-10; 15,12; 19,11-12; 20,9-10; 28,8-9).
Quer a parte final do Evangelho de Marcos quer a Carta aos Gálatas, como antes se viu, alargam a perspectiva e não circunscrevem as curas prodigiosas à actividade dos Apóstolos e de alguns evangelizadores que tiveram papel de relevo na primeira missão. Neste particular contexto, são de extrema importância as referências aos «carisma de cura» (1 Cor 12,9.28.30). O significado de carisma é, por si, muito amplo: o de «dom generoso»; no caso em questão, trata-se de «dons de curas obtidas». Estas graças, no plural, são atribuídas a um único sujeito (cfr. 1 Cor 12,9) e, portanto, não se devem entender em sentido distributivo, como curas que cada um dos curados recebe para si mesmo; devem, invés, entender-se como dom concedido a uma determinada pessoa de obter graças de curas em favor de outros. É dado in uno Spiritu, sem contudo se especificar o modo como essa pessoa obtém as curas. Não seria descabido subentender que o seja através da oração, talvez acompanhada de algum gesto simbólico.
Na Carta de São Tiago, faz-se aceno a uma intervenção da Igreja, através dos presbíteros, em favor da salvação, mesmo em sentido físico, dos doentes. Não se dá, porém, a entender se se trata de curas prodigiosas: estamos num contexto diferente do dos «carismas de curas» da 1 Cor 12,9. «Algum de vós está doente? Chame os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com o óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o confortará e, se tiver pecados, ser-lhe-ão perdoados» (Tg 5,14-15). Trata-se de um acto sacramental: unção do doente com óleo e oração sobre ele, não simplesmente «por ele», como se fosse apenas uma oração de intercessão ou de súplica. Mais propriamente, trata-se de uma acção eficaz sobre o enfermo.(18) Os verbos «salvará» e «confortará» não exprimem uma acção que tenha em vista, exclusivamente ou sobretudo, a cura física, mas de certo modo incluem-na. O primeiro verbo, se bem que nas outras vezes que aparece na dita Carta se refira à salvação espiritual (cfr. 1,21; 2,14; 4,12; 5,20), é também usado no Novo Testamento no sentido de «curar» (cfr. Mt 9,21; Mc 5,28.34; 6,56; 10,52; Lc 8,48); o segundo verbo, embora assuma por vezes o sentido de «ressuscitar» (cfr. Mt 10,8; 11,5; 14,2), também é usado para indicar o gesto de «levantar» a pessoa que está acamada por causa de uma doença, curando-a de forma prodigiosa (cfr. Mt 9,5; Mc 1,31; 9,27; Actos 3,7).
4. As orações para alcançar de Deus a cura na Tradição
Os Padres da Igreja consideravam normal que o crente pedisse a Deus, não só a saúde da alma, mas também a do corpo. A propósito dos bens da vida, da saúde e da integridade física, Santo Agostinho escrevia: «É preciso rezar para que nos sejam conservados, quando se os tem, e que nos sejam concedidos, quando não se os tem».(19) O mesmo Padre da Igreja deixou-nos o testemunho da cura de um amigo, alcançada graças às orações de um bispo, de um sacerdote e de alguns diáconos na sua casa.(20)
A mesma orientação se encontra nos ritos litúrgicos, tanto ocidentais como orientais. Numa oração depois da Comunhão, pede-se que «este sacramento celeste nos santifique totalmente a alma e o corpo».(21) Na solene liturgia da Sexta-Feira Santa convida-se a rezar a Deus Pai todo-poderoso para que «afaste as doenças... dê saúde aos enfermos».(22) Entre os textos mais significativos, destaca-se o da bênção do óleo dos enfermos. Nele pede-se a Deus que derrame a sua santa bênção sobre o óleo, a fim de que «sirva a quantos forem com ele ungidos de auxílio do corpo, da alma e do espírito, para alívio de todas as dores, fraquezas e doenças».(23)
Não são diferentes as expressões que se lêem nos rituais orientais da Unção dos enfermos. Citamos apenas alguns dos mais significativos. No rito bizantino, durante a unção do enfermo reza-se: «Pai Santo, médico das almas e dos corpos, Vós que enviastes o vosso Filho unigénito Jesus Cristo para curar de toda a doença e libertar-nos da morte, curai também, pela graça do vosso Cristo, este vosso servo da enfermidade do corpo e do espírito que o aflige».(24) No rito copto pede-se ao Senhor que abençoe o óleo para que todos os que com ele forem ungidos possam alcançar a saúde do espírito e do corpo. Depois, durante a unção do enfermo, os sacerdotes, depois de terem mencionado Jesus Cristo, mandado ao mundo «para curar todas as enfermidades e libertar da morte», pedem a Deus «que cure o enfermo das enfermidades do corpo e lhe indique o recto caminho».(25)
5. O «carisma de cura» no contexto actual
No decorrer dos séculos da história da Igreja, não faltaram santos taumaturgos que realizaram curas milagrosas. O fenómeno, portanto, não estava circunscrito ao tempo apostólico. O chamado «carisma de cura», sobre o qual convém hoje dar alguns esclarecimentos doutrinais, não fazia parte porém desses fenómenos taumaturgos. O problema põe- se sobretudo com as reuniões de oração que os acompanham, organizadas no intuito de obter curas prodigiosas entre os doentes que nelas participam, ou então com as orações de cura que, com o mesmo fim, se fazem a seguir à Comunhão eucarística.
As curas ligadas aos lugares de oração (nos santuários, junto de relíquias de mártires ou de outros santos, etc.) são abundantemente testemunhadas ao longo da história da Igreja. Na antiguidade e na idade média, contribuíram para concentrar as peregrinações em determinados santuários, que se tornaram famosos também por essa razão, como o de São Martinho de Tours ou a catedral de Santiago de Compostela e tantos outros. O mesmo acontece na actualidade, como, por exemplo, há mais de um século com Lourdes. Estas curas não comportam um «carisma de cura», porque não estão ligadas a um eventual detentor de tal carisma, mas há que tê-las em conta ao procurar ajuizar, sob o ponto de vista doutrinal, as referidas reuniões de oração.
No que concerne as reuniões de oração feitas com a finalidade precisa de alcançar curas, finalidade, se não dominante, ao menos certamente influente na programação das mesmas, convém distinguir entre as que possam dar a entender um «carisma de cura», verdadeiro ou aparente, e as que nada têm a ver com esse carisma. Para que possam estar ligadas a um eventual carisma, é necessário que nelas sobressaia, como elemento determinante para a eficácia da oração, a intervenção de uma ou várias pessoas individualmente ou de uma categoria qualificada, por exemplo, os dirigentes do grupo que promove a reunião. Não havendo relação com o «carisma de cura», é óbvio que as celebrações previstas nos livros litúrgicos, se realizadas em conformidade com as normas litúrgicas, são lícitas e até muitas vezes oportunas, como é o caso da Missa pro infirmis. Quando não respeitarem as normas litúrgicas, perdem a sua legitimidade.
Nos santuários são também frequentes outras celebrações que, por si, não se destinam especificamente a implorar de Deus graças de curas, mas que nas intenções dos organizadores e dos que nelas participam têm, como parte importante da sua finalidade, a obtenção de curas. Com esse objectivo, costumam fazer-se celebrações litúrgicas, como é o caso da exposição do Santíssimo Sacramento com bênção, ou não litúrgicas, mas de piedade popular, que a Igreja encoraja, como pode ser a solene reza do Terço. Também estas celebrações são legítimas, uma vez que não se altere o seu significado autêntico. Por exemplo, não se deveria pôr em primeiro plano o desejo de alcançar a cura dos doentes, fazendo com que a exposição da Santíssima Eucaristia venha a perder a sua finalidade; esta, de facto, «leva a reconhecer nela a admirável presença de Cristo e convida à íntima união com Ele, união que atinge o auge na comunhão sacramental».(26)
O «carisma de cura» não se atribui a uma determinada categoria de fiéis. É, aliás, bem claro que São Paulo, quando se refere aos diversos carismas em 1 Cor 12, não atribui o dom dos «carismas de cura» a um grupo particular: ao dos apóstolos ou dos profetas, ao dos mestres ou dos que governam, ou a outro qualquer. A lógica que preside à sua distribuição é, invés, outra: «é um só e mesmo Espírito que faz tudo isto, distribuindo os dons a cada um conforme Lhe agrada» (1 Cor 12,11). Por conseguinte, nas reuniões de oração organizadas com o intuito de implorar curas, seria completamente arbitrário atribuir um «carisma de cura» a uma categoria de participantes, por exemplo, aos dirigentes do grupo. Dever-se-ia confiar apenas na vontade totalmente livre do Espírito Santo, que dá a ahttp://www.blogger.com/img/blank.giflguns um especial carisma de cura para manifestar a força da graça do Ressuscitado. Há que recordar, por outro lado, que nem as orações mais intensas alcançam a cura de todas as doenças. Assim São Paulo tem de aprender do Senhor que «basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se manifesta todo o meu poder» (2 Cor 12,9) e que os sofrimentos que se têm de suportar podem ter o mesmo sentido do «completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo, em benefício do seu corpo que é a Igreja» (Col 1,24).
Quem quiser conferir a íntegra, pode acessar o site www.vatican.va e procurar a Congregação para a Doutrina da Fé.
Espero estar contribuindo para que nossa Igreja caminhe na unidade.
domingo, 15 de abril de 2012
II º Domingo da Páscoa - Domingo da Divina Misericórdia
Prezadas irmãs e imãos,
Hoje celebramos o segundo domingo da páscoa de 2012. Já a algum tempo, o Beato João Paulo II instituiu este domingo, como o Domingo da Misericórdia.
O Evangelho de hoje, reitado de João, capítulo 20, versículos de 19 a 31. Refer-se ao aparecimento de Jesus. A Inceredulidade de Tomé. O envio do Espírito Santo. O mandado para a missão. A bem aventurança para aqueles que acreditaram sem terem visto.
Teríamos muita coisa para falarmos desse texto. Entretanto, Santo Inácio de Loyola nos ensina que não é muito saber que sacia e satisfaz a alma, mas o sentir e saborear as coisas internamente.
Destaco uma pequena pequena frase: "A paz esteja convosco!" Jesus repete-a três vezes ao longo do texto. Vamos ver cada uma delas.
Inicalmente, Jesus se coloca no meio dos discípulos num momento de apreensão. Eles estavam com medo dos judeus. Jesus havia sido crucificado. Tinha morrido. Se fizeram isso com ele, o que não se poderia fazer com os seus discípulos. É precios ficar escondido. Fecha o coração. Fechar a mente. Tenho medo e vergonha de anunciar Jesus como o Cristo.
Jesus rompe as barreira. Ele entra sem que a porta seja aberta. Ele anima. Toma conta do coração. Da mente. Da palavra. Da evangelização. Ele oferece a Paz. A Paz de Jesus é animadora. Ao ouvirem essa palavra, os discípulos se alegraram. Mas note bem, a alegria da Paz vem depois de Jesus mostrar as marcas da crucificação. Elas não são tristeza, pois para chegar a ressurreição é preciso passar pela cruz. Pela dor.
Após livrar o coração de toda tristeza, de todo medo, de toda angústia, Jesus deseja, novamente, a sua Paz. Com a segunda Paz, ele envia o Espírito Santo sobre seus discípulos, e diz que eles são enviados em missão para perdoar os pescados.
Aqui faço uma digressão. Normalmente, se usa esse texto para se falar do sacramento da penitência, e é verdade. Mas eu gostaria de ir mais além. Veja, Jesus fala em dar o perdão. No Pai Nosso rezamos: "perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". Nós pedimos o perdão com a promessa de perdoar também. Somente será perdoado, aquele que perdoar. Em outros lugares do evangelho vemos isso. Mateus 5,24: "... deixa tua oferenda, vai reconciliar-te com teu irmão". Em Lucas 15,34: "este teu irmão estava morto e reviveu, gtinha-se perdido e foi reencontrado". João 15,13: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos". Assim, Jesus nos chama a sermos misericordiosos para com os outros, se quisermos ter a misericórdia, o perdão dos nossos pecados.
E a terceira Paz, é dada diante da incredulidade de Tomé. Esse discípulo representa um pouco de cada um de nós. Será que nossa fé é tão grande que cremos sem termos vistos? Jesus deseja a Paz. A Paz é símbolo da fé da comunidade. Tomé precisa ser inserido na comunidade. Tomé precisa receber a Paz. É necessário que ele se reconcilie com a Comunidade. Com o próprio Jesus.
Tomé queria ver para crer. Jesus mostra os símbolos de seu martírio e morte. Tomé entende que para se ter a Paz de Jesus, e se chegar à ressurreição. E anunciar que "vimos o Senhor", é preciso passar pela cruz. Sem cruz, não há ressurreição.
Três desejos de Paz. Três momentos diferentes de nosso crescimento de nossa fé.
E encerra, fazendo a única Bem Aventurança do evangelho de João: "Bem aventurados os que creram sem terem visto!"
Queridas irmãs e irmãos, é hora de vermos quem somos diante de Jesus: os discípulos, ou Tomé?
Hoje celebramos o segundo domingo da páscoa de 2012. Já a algum tempo, o Beato João Paulo II instituiu este domingo, como o Domingo da Misericórdia.
O Evangelho de hoje, reitado de João, capítulo 20, versículos de 19 a 31. Refer-se ao aparecimento de Jesus. A Inceredulidade de Tomé. O envio do Espírito Santo. O mandado para a missão. A bem aventurança para aqueles que acreditaram sem terem visto.
Teríamos muita coisa para falarmos desse texto. Entretanto, Santo Inácio de Loyola nos ensina que não é muito saber que sacia e satisfaz a alma, mas o sentir e saborear as coisas internamente.
Destaco uma pequena pequena frase: "A paz esteja convosco!" Jesus repete-a três vezes ao longo do texto. Vamos ver cada uma delas.
Inicalmente, Jesus se coloca no meio dos discípulos num momento de apreensão. Eles estavam com medo dos judeus. Jesus havia sido crucificado. Tinha morrido. Se fizeram isso com ele, o que não se poderia fazer com os seus discípulos. É precios ficar escondido. Fecha o coração. Fechar a mente. Tenho medo e vergonha de anunciar Jesus como o Cristo.
Jesus rompe as barreira. Ele entra sem que a porta seja aberta. Ele anima. Toma conta do coração. Da mente. Da palavra. Da evangelização. Ele oferece a Paz. A Paz de Jesus é animadora. Ao ouvirem essa palavra, os discípulos se alegraram. Mas note bem, a alegria da Paz vem depois de Jesus mostrar as marcas da crucificação. Elas não são tristeza, pois para chegar a ressurreição é preciso passar pela cruz. Pela dor.
Após livrar o coração de toda tristeza, de todo medo, de toda angústia, Jesus deseja, novamente, a sua Paz. Com a segunda Paz, ele envia o Espírito Santo sobre seus discípulos, e diz que eles são enviados em missão para perdoar os pescados.
Aqui faço uma digressão. Normalmente, se usa esse texto para se falar do sacramento da penitência, e é verdade. Mas eu gostaria de ir mais além. Veja, Jesus fala em dar o perdão. No Pai Nosso rezamos: "perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". Nós pedimos o perdão com a promessa de perdoar também. Somente será perdoado, aquele que perdoar. Em outros lugares do evangelho vemos isso. Mateus 5,24: "... deixa tua oferenda, vai reconciliar-te com teu irmão". Em Lucas 15,34: "este teu irmão estava morto e reviveu, gtinha-se perdido e foi reencontrado". João 15,13: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos". Assim, Jesus nos chama a sermos misericordiosos para com os outros, se quisermos ter a misericórdia, o perdão dos nossos pecados.
E a terceira Paz, é dada diante da incredulidade de Tomé. Esse discípulo representa um pouco de cada um de nós. Será que nossa fé é tão grande que cremos sem termos vistos? Jesus deseja a Paz. A Paz é símbolo da fé da comunidade. Tomé precisa ser inserido na comunidade. Tomé precisa receber a Paz. É necessário que ele se reconcilie com a Comunidade. Com o próprio Jesus.
Tomé queria ver para crer. Jesus mostra os símbolos de seu martírio e morte. Tomé entende que para se ter a Paz de Jesus, e se chegar à ressurreição. E anunciar que "vimos o Senhor", é preciso passar pela cruz. Sem cruz, não há ressurreição.
Três desejos de Paz. Três momentos diferentes de nosso crescimento de nossa fé.
E encerra, fazendo a única Bem Aventurança do evangelho de João: "Bem aventurados os que creram sem terem visto!"
Queridas irmãs e irmãos, é hora de vermos quem somos diante de Jesus: os discípulos, ou Tomé?
domingo, 1 de abril de 2012
Domingo de Ramos
Prezadas amigas e amigos,
Hoje inicamos nossa Semana Santa. Estamos chegando ao fim da quaresma. Depois de refletirmos sobre nossa fé, chegou a hora de irmos para Jerusalém com Jesus.
É em Jerusalém que o Senhor fará a sua última ceia pascal (e a primeira nossa).
O que significa Jerusalém? Jerrusalém é o centro religioso, centro político. Jerusalém é a base política do império romano no oriente médio.
Jerusalém dá a visibilidade necessária para uma das cenas mais marcantes da história da humanidade.
Um homem, que passou fazendo o bem será condenado por um crime hediondo que não cometeu. Isto o levará para a cruz. Um Deus, que veio ao encontro de suas criaturas não foi reconhecido, pois o nosso pecado nos cega.
Chegou da hora de refletirmos em nossos corações: queremos Barrabás ou Jesus? Vamos ficar com nossos pecados (Barrabás) ou vamos querer estar com Jesus, livres daquilo que nos impede de vermos Deus no meio de nós?
Mas ficar com Jesus significa sofrer. Significa ser flagelado. Significa ir para a cruz. Significa morrer. Morrer para tudo que nos afasta do nosso Deus: intrigas, fofocas, falta de caridade, desprezo pelo próximo.
Irmãs e irmãos, hoje é a grande oportunidade de fazermos nossa opção: "Quem vós quereis que eu vos solte, Barrabás ou Jesus?"
Hoje inicamos nossa Semana Santa. Estamos chegando ao fim da quaresma. Depois de refletirmos sobre nossa fé, chegou a hora de irmos para Jerusalém com Jesus.
É em Jerusalém que o Senhor fará a sua última ceia pascal (e a primeira nossa).
O que significa Jerusalém? Jerrusalém é o centro religioso, centro político. Jerusalém é a base política do império romano no oriente médio.
Jerusalém dá a visibilidade necessária para uma das cenas mais marcantes da história da humanidade.
Um homem, que passou fazendo o bem será condenado por um crime hediondo que não cometeu. Isto o levará para a cruz. Um Deus, que veio ao encontro de suas criaturas não foi reconhecido, pois o nosso pecado nos cega.
Chegou da hora de refletirmos em nossos corações: queremos Barrabás ou Jesus? Vamos ficar com nossos pecados (Barrabás) ou vamos querer estar com Jesus, livres daquilo que nos impede de vermos Deus no meio de nós?
Mas ficar com Jesus significa sofrer. Significa ser flagelado. Significa ir para a cruz. Significa morrer. Morrer para tudo que nos afasta do nosso Deus: intrigas, fofocas, falta de caridade, desprezo pelo próximo.
Irmãs e irmãos, hoje é a grande oportunidade de fazermos nossa opção: "Quem vós quereis que eu vos solte, Barrabás ou Jesus?"
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