quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Diáconos Permanentes, discípulos missionários de Jesus Servidor

Prezadas amigas e amigos,

Conforme divulguei no facebook, aprofundo os três pontos que os bispos, reunidos em Aparecida, colocaram para o ministério do Diácono Permanente: Palavra, Caridade e Liturgia.
Essa reflexão tem como base o documento da Congregação para o Clero, número 157, que trata do Diretório do Ministério e da Vida dos Diáconos Permanentes.

Diaconia (serviço) da Palavra: na ordenação, o Diácono recebe das mãos do Bispo o livro dos Evangelhos que diz: "Recebe o Evangelho de Cristo do qual te tornaste anunciador". Assim, o Diácono é chamado a colaborar com o Bispo no "exercício do ministério da palavra de Deus, convidando todos a conversão e à santidade".
O Beato João Paulo II, em 11/09/1984, na "alocução aos sacerdotes, diáconos, religiosos e seminaristas na basílica do Oratório de São José - Montreal, Canadá, afirmou: "Na pregação, os diáconos participam no ministério dos sacerdotes".
"É próprio dos diáconos proclamar o Evangelho e pregar a palavra de Deus". Continua o documento citado, "tenham em consideração as grandes possibilidades que oferecem o ministério da Palavra o ensino da religião e da moral nas escolas, o ensino nas universidades católicas, nas civis e o uso adequado dos modernos meios de comunicação". Deve o diácono aproveitar de todas as oportunidades para proclamar e pregar a palavra de Deus. Portanto, o "diácono é chamado a proclamar a Escritura e a instruir e exortar o povo".
No documento 74 da CNBB, afirma-se que o diácono é "anunciador da Palavra" que dá "testemunho de um ouvinte assídup e convicto do Evangelho. (...) É um servidor da Palavra. Anuncia a Palavra de Deus com a autoridade que nasce da convivência com o Evangelho".

Diaconia da Caridade: na página 31, do documento citado, lemos: "o ministério do diácono (...) exerce-se na dedicação às obras de caridade e de assitência e na animação de comunidades ou setores da vida eclesial, de modo especial no que toca à caridade". Aqui podemos destacar a ação dos Diáconos na visita aos enfermos, aos encarcerados, na consolação daqueles que perderam seus entes queridos, no acolhimento dos pobres em nossas paróquias, na organização da distribuição das cestas básicas, na preparação de formação de qualificação profissional etc.
Continua afirmando que os diáconos "devem fazer com que todos os fiéis se coloquem ao serviço constante dos irmãos". E acrescenta como "serviço da caridade na educação cristã, a animação dos ortatórios, dos grupos eclesiais jovens e das profissões laicas; a promoção da vida em todas as suas fases e da transformação do mundo segundo a ordem cristã".
A Congregação para o Clero conclama os Diáconos para que "procurem servir a todos sem discriminação, prestando especial atenção aos que mais sofrem e aos pecadores (...). E que saibam superar todas as ideologias e interesses de grupos para não esvaziar a missão da Igreja da sua força que é a caridade de Cristo". Assim, "a diaconia deve fazer com que o homem experimente o amor de Cristo e levá-lo à conversão, a abrir o seu coração à graça".
No documento 74 da CNBB, no item 56, afirma-se que o diácono "é apóstolo da caridade com os pobres, envolvidos com a conquista da sua dignidade e dos seus direitos econômicos, políticos e sociais. (...) Deixa-se tocar e sensibilizar pela miséria e provações da vida e reveste-se de especial compaixão pelos pobres, pelos desempregados, sem-terra, sofredores de rua".
Portanto, a caridade vai além de ficar preso à paróquia distribuindo cestas básicas.

Diaconia da Liturgia:
Liturgicamente, o Diácono está ligado diretamente a "administração solene do batismo, na conservação e distribuição da Eucaristia, na assistência e bênção do matrimônio, na presidência do rito funeral e da sepultura e na administração dos sacramentais".
Continua, afirmando que "um outro aspecto do minitério diaconal é o serviço do altar", prestando uma "ajuda sacramental intrínsíca, orgânica, inconfundível". Devem ter a preocupação de promover celebrações que comprometam toda a assembleia, procurando a participação interior de todos e o exercício dos vários ministérios".
"O serviço dos diáconos estende-se à preparação dos fiéis para os sacramentos e à cura pastoral depois da celebração realizada".
O diácono é ministro ordinário do Batismo. Na Eucaristia, assiste e ajuda aqueles que a presidem e consagram o Corpo e o Sangue do Senhor.
"É ministro ordinário da sagrada comunhão, distribuí-a durante a celebração, e fora dela, leva-a aos doentes em forma de viático. É ministro ordinário da exposição do Santíssimo Sacramento e da benção eucarística. Compete-lhe presidir a eventuais celebrações domincais na ausência do presbítero".
"Compete presidir à celebração do matrimônio e dar a benção nupcial em nome da Igreja".
"O diácono pode conferir as bênçãos mais estritamente ligadas à vida eclesial e sacramental, que lhe são expressamente consentidas pelo direito e compete a ele presidir às exéquias celebradas sem missa e ao rito da sepultura".

Portanto, estas são as funções dos diáconos dentro da Igreja. Deixando de fazerem parte do mundo dos fiéis leigos (tornando-se clérgios, em conjunto com sacerdotes e bispos) exercem a animação pastoral de toda a vida humana e eclesial. São missionários nos meios em que estão inseridos. São presença da Igreja.
Encerro que duas palavras de Santo Inácio de Antioquia:
"...quanto aos diáconos, respeitai-os como a lei de Deus" (Catecismo 896).
"Que todos reverenciem os diáconos como Jesus Cristo (...) sem eles não se pode falar de Igreja".

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