terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Lutero e Nossa Senhora

É muito bom saber que Lutero, pai do protestantismo, tinha uma profunda veneração por Maria.
Leiam o texto abaixo e descubram a riqueza da mensagem.

A Devoção de Martinho Lutero a Maria

Apesar do atual preconceito protestante no que diz respeito aos tradicionais artigos de fé católi-cos, como a Comunhão dos Santos, confissão auricular, Purgatório, Papado, sacerdócio, matri-mônio sacramental etc, pode surpreender a mui-tos descobrir que Martinho Lutero era um profun-do conservador em algumas de suas posições doutrinais, como na regeneração batismal, na eucaristia e, particularmente, em relação à Bem-Aventurada Virgem Maria.
Lutero era completamente devotado a Nos-sa Senhora, e crente em todas as doutrinas tra-dicionais marianas. É certo que esta constatação não é muito freqüente nas biografias protestantes sobre o reformador, contudo, é um fato irrefuta-velmente verdadeiro. Parece ser uma tendência natural que os discípulos atuais do Protestantismo procurem se projetar no perfil do fundador do movimento que seguem. Saber que o Luteranismo de hoje não tem uma Mariologia muito consisten-te, leva-nos a supor que também Lutero tivesse – ele mesmo – opiniões similares com relação a este ponto.
Todavia, nós veremos, por meio de fontes escritas pelo próprio Lutero, que os fatos históricos são bem diferentes. Para tal, nós consideraremos citações do ex-monge nos vários aspectos da doutrina Mariana.
Lutero (bem como os principais reformadores, por exemplo, Calvino, Zwingli, Cranmer) aceitava a opinião de que Jesus não possuía nenhum irmão de sangue, crendo também na doutrina tradicio-nal da Perpétua Virgindade de Maria, e reconhe-cendo seu status como Teotokos (Mãe de Deus):
“Cristo era o único filho de Maria. Das entranhas de Maria, nenhuma criança além dEle. Os ‘irmãos’ significam realmente ‘primos’ aqui: a Sagrada Escritura e os judeus sempre chamaram os primos de ‘irmãos’.” (Martinho Lutero, Sermões sobre João 1-4, 1534-39)
“Cristo, nosso Salvador, foi o fruto real e natural do ventre virginal de Maria. Isto se deu sem a cooperação de um homem, permanecendo virgem depois do parto.” (Martinho Lutero, idem.)
“Deus diz: ‘o filho de Maria é meu Filho somente.’ Desta forma, Maria é a Mãe de Deus.” (Martinho Lutero, Ibidem)
“Deus não recebeu sua divindade de Maria; toda-via, não segue que seja conseqüentemente errado afirmar que Deus foi carregado por Maria, que Deus é filho de Maria, e que Maria é a Mãe de Deus. Ela é a Mãe verdadeira de Deus, a portado-ra de Deus. Maria amamentou o próprio Deus; ele foi embalado para dormir por ela, foi alimentado por ela, etc. Para o Deus e para o Homem, uma só pessoa, um só filho, um só Jesus, e não dois Cristos. Assim como o seu filho não são dois fi-lhos... Mesmo que tenha duas naturezas.” (Marti-nho Lutero, “Nos Conselhos e na Igreja”, em 1539)
Provavelmente, a opinião mariana mais anta-gonista de Lutero, seja a aceitação da Ima-culada Conceição de Maria que, na época, ainda não era artigo de fé, que só aconteceu em 1854 na Igreja Católica. A respeito deste fato há um questionamento: sobre os aspectos técnicos das teorias medievais sobre a concepção e sobre a alma teriam se alterado mais tarde em Lutero? Para alguns teólogos eminentes do Lute-ranismo, como Arthur Carl Piepkorn (1907-1973) do Seminário Concórdia em São Luis, nos Estados Unidos, mantêm a aceitação da doutrina:
“É uma opinião doce e piedosa que a infusão da alma de Maria ocorreu sem o pecado original; de modo que, ao infundir a sua alma imune ao peca-do original, foi adornada com presentes de Deus, recebendo uma alma pura, infusa por Deus; as-sim, desde o primeiro momento em que começou a viver ela esteve livre de todo o pecado.” (Ser-mão: “No dia da concepção da Mãe de Deus,” Dezembro [?] 1527, de Hartmann Grisar, S.J. Luther, da tradução da versão do alemão para o inglês por E.M. Lamond, editado por Luiggi Cop-padelta, Londres: Kegan Paul, trincheira, Trubner, primeira edição, 1915, Vol. IV [ de 6 ], p. 238; revisado por Werke alemão, Erlangen, 1826-1868, editado por J.G. Plochmann e J.A. Irmischer, edi-tado por L. Enders, Francoforte, 1862 ff., 67 vo-lumes; citação 15 2 , p. 58)
“É cheia de graça, proclamada para ser inteira-mente sem pecado, algo tremendamente grande. Para que fosse cheia pela graça de Deus com tudo de bom e para fazê-la vitoriosa sobre o dia-bo.” (Martinho Lutero, Livro Pessoal de Oração, 1522)
Uma das referências mais antigas à Imaculada Conceição aparecem no seu Sermão de Casa no Natal (1533) e em De Encontro ao Papado de Roma (1545). Lutero não acreditava que esta doutrina deveria ser imposta a todos os crentes, por achar que a Bíblia não ensina explicita e for-malmente sobre o assunto. Isso se justifica pela sua teoria da “Sola Scriptura”. Mas, ele mesmo acreditava na Assunção corpórea de Maria ao céu – crença que nunca renegou, embora criticasse excessos na celebração desta festa. No seu ser-mão em 15 de agosto de 1522, quando pregava pela última vez na festa da Assunção, afirmou:
“Não se pode haver nenhuma dúvida que a Vir-gem Maria está no céu. Como isso aconteceu, nós não sabemos. E já que o Espírito Santo não nos revelou nada sobre isso, não podemos fazer disso um artigo de fé. É suficiente sabermos que ela vive em Cristo.”
Lutero era favorável à pratica devocional da ve-neração a Maria e expressou isso em inúmeras ocasiões com veemência:
“A veneração de Maria está inscrita no mais pro-fundo do coração humano.” (Martinho Lutero, Sermão em 1º de setembro de 1522.)
“Maria é a mulher mais elevada e a pedra precio-sa mais nobre no Cristianismo depois de Cristo... Ela é a nobreza, a sabedoria e a santidade perso-nificadas. Nós não poderemos jamais honrá-la o bastante. Contudo, a honra e os louvores devem ser dados de tal forma que não ferem a Cristo nem às Escrituras.” (Martinho Lutero, Sermão na Festa da Visitação em 1537.)
“Nenhuma mulher é como tu! És mais que Eva ou Sara, sobretudo, pela nobreza, bem-aventurança, sabedoria e santidade!” (Martinho Lutero, Sermão na Festa da Visitação em 1537.)
“Devemos honrar Maria como ela mesma desejou e expressou no Magnificat. Louvou a Deus por suas obras. Como, então, podemos nós a exaltá-la? A honra verdadeira de Maria é a honra a Deus, louvor à graça de Deus. Maria não é nada para si mesma, mas para a causa de Cristo. Maria não deseja com isso que nós a contemplemos, mas, através dela, Deus.” (Martinho Lutero, Explicação do Magnificat, em 1521.)
Lutero vai além: dá à Bem-Aventurada Virgem Exaltada a posição de “Mãe Espiritual” para os cristãos.
“É a consolação e a bondade superabundante de Deus, o homem pode exultar por tal tesouro: Maria é sua verdadeira mãe, Jesus é seu irmão, Deus é seu Pai.” (Martinho Lutero, Sermão de Natal de 1522.)
“Maria é a Mãe de Jesus e a Mãe de todos nós, embora fosse só Cristo quem repousou no colo dela... Se ele é nosso, deveríamos estar na situa-ção dele; lá onde ele está, nós também devemos estar e tudo aquilo que ele tem deveria ser nosso. Portanto, a mãe dele também é nossa mãe..” (Martinho Lutero, Sermão de Natal de 1529.)
Uma coisa é certa: a rejeição dos protestantes atuais à Mãe de Deus é novidade, coisa recente...
(fonte: http://www.amigosdenossasenhora.hpg.ig.com.br/a_devocao.htm)

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