quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

“Vai para longe de mim, Satanás!”

Naquele tempo, 27Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesaréia de Filipe. No caminho perguntou aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” 28Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas”. 29Então ele perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Messias”. 30Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito. 31Em seguida, começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, devia ser morto, e ressuscitar depois de três dias. 32Ele dizia isso abertamente. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo. 33Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: “Vai para longe de mim, Satanás!” Tu não pensas como Deus, e sim como os homens”. (Mc 8,27-33)

Reflexão.

Se observamos o mapa da palestina, veremos que a região de Cesaréia de Filipe fica fora da região central da vida judaica. Longe de Jerusalém, de Nazaré, de Carfarnaun. É uma região distante de tudo e de todos. Mas, por outro lado, é uma região onde está uma das nascentes do Rio Jordão. Portanto, uma região importante na vida de Jesus, pois as águas que o batizaram, vieram dessa fonte. 
Levar os discípulos à fonte é significativo. Sempre temos uma fonte, uma origem. Nascemos em uma família, em uma determinada localização no tempo e no espaço. Jesus faz aos discípulos a pergunta fundamental (a pergunta da fonte), e a faz “no caminho”: “Quem dizem as pessoas (‘os homens’) que eu sou”? Jesus quer saber se os seus discípulos estão atentos a experiência vivida por aqueles que não fazem parte do grupo que caminha com ele. Em seguida, diz: “E vós, quem dizeis que eu sou”? Isso, “no caminho”. E o caminho é a perseverança. É o estar junto. É a vivência diária. É conhecer intimamente. 
Aqui não vou me ater a resposta de Predo. Mas, a atitude de Pedro diante do fato de Jesus dizer que precisaria sofrer, morrer, e ressuscitar. Imediatamente, Jesus reage. Afasta Pedro de si. E lhe diz que seu pensamento não é o de Deus. E veja, que antes Pedro havia revelado quem era Jesus. Lembro-me da passagem em que jesus disse que nem todo aquele que o chamasse de Senhor, entraria no  Reino dos Céus. Mas sim aquela/aquele que fizesse a vontade de Deus.
Às vezes, temos práticas religiosas para cumprir preceitos, mas nosso coração está afastado de Deus e de sua justiça. Mas isso é matéria para outra conversa.
Ao afirmar que Jesus não sofreria, Pedro afasta-se do projeto de Deus, pelo qual Jesus deveria passar. Jesus identifica no coração de dele, ou em suas palavras, algo como, “deixa disso”, “não pensa assim”, “Deus não vai permitir tal coisa”. Mas, era preciso passar por aquilo.
Hoje, a liturgia nos chama a refletir sobre o que é fazer a vontade de Deus. Pensar como Deus. Amar como Deus. Entregar-se como Jesus, até a morte, e morte de cruz.
Estamos dispostos a isso? Ou preferimos nos afastar da vontade de Deus?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário!