quinta-feira, 15 de março de 2018

Marielle Franco! Presente!


“Irene preta. Irene boa. Irene sempre de bom humor. Imagino Irene chegando no céu: ”Dá licença, meu branco?! E São Pedro, todo bonachão: ‘Pode entrar Irene. Aqui você não precisa pedir licença’!”.

Não deu para não pensar nesse poema de Manuel Bandeira. Estou imaginando Marielle, preta, entrando no céu pelo seu martírio.
E, como religioso, não posso esquecer das frases de Jesus: “Eu garanto a vocês: se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto” (Jo. 12,24). E mais, “Não tenham medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma” (Mt. 10,28).

Ao dar sua vida como grão que germina, Marielle nos deixou o legado de não fugir à luta. De não deixar de lado os sonhos. De não abrir mão da libertação do povo pobre, negro, feminino. Povo colocado à margem pela burguesia detentora dos meios de produção. Que exclui, e cria excedentes, e “sobras” (Papa Francisco, EG).

Não vou escrever muito. Apenas dizer que a alma de Marielle, seus desejos, seus sonhos, sua luta germinará entre nós.
“Marielle! PPRESENTE!”

Choro e rezo por Marielle. É o pouco que posso fazer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário!