Falo sobre o estupro acontecido na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no dia 11 de maio de 2013, nos campi da Universidade. Uma festa promovida pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), chamada "CHOPADA". Meus queridos e queridas leitores e leitoras, uma festa com um tema desse nos faz ver que a "consciência" é alguma coisa que vai embora logo.
Nossa primeira reflexão, nossos jovens estão bebendo cada vez mais cedo. Estão fazendo uso de uma substância entorpecente, chamada de lícita, dentro de suas próprias casas. Pais que não sabem educar seus filhos e filhas, que não sabem dizer "não"; que tem complexo de culpa, que não participam da vida de seus filhos/filhas porque estão preocupados com suas carreiras, passam a ser permissíveis.
Em segundo lugar, a pornografia desenfreada. Não falo em sexualidade. Pois esta é positiva. A sexualidade é que nos faz homens e mulheres. A sexualidade é uma força interior que nos move a muitas ações positivas: esportes, pintura, religião, ações solidárias. A pornografia é uma desvirtuação da sexualidade. É uma doença social que causa males a todos nós.
Em terceiro, a liberdade. Ser livre não é fazer o que se tem vontade. A liberdade consiste em fazer aquilo que deve ser feito com responsabilidade. Entretanto, nos dias atuais, a liberdade está sendo confundida com fazer o que se dá na cabeça. Aquilo que se tem vontade. Então, surge um problema. A vontade de um(a) não é a vontade do outro(a). Mas considerando a definição de liberdade como aquilo que pode ser feito, o outro não pode dizer não.
Quarto. A falta de uma orientação religiosa séria. Digo "séria" porque existem muitos grupos religiosos que não dão a devida atenção àquilo que eles pregam. Ou pelo menos àquilo que eles pregam, ou aos livros sagrados que utilizam.
Tenho observado que as instâncias universitárias estão vivendo um caminho de mão dupla. Existem aqueles que fazem de tudo para fazer com que a chamada racionalidade se afaste da fé, da religião, da metafísica. E há os que creem que uma coisa não é incompatível com a outra. Entretanto, as ações violentas é que são causa de notícia. Existem muitos grupos religiosos nas universidades fazendo o exercício da tolerância religiosa. Existem professores, funcionários e alunos que estão buscando um entendimento dentro da especificidade de suas crenças. Isso não causa espanto. Nem é motivo para matéria dos meios de comunicação social. Nem os veículos de informação das universidades.
Queridas leitoras, queridos leitores, o que ocorreu na UERJ não foi a primeira vez. E infelizmente, não será a última. Enquanto não trabalharmos as questões religiosas no meio acadêmico; enquanto não colocarmos nossa fé acima das "chopadas"; enquanto nossos alunos continuarem a sofrer constrangimento na sua chegada à universidade; enquanto as autoridades universitárias não convocarem uma frente, uma comissão, um grupo de "vigilância" sobre as intolerâncias praticadas por certos grupos que insistem em "trotes" violentos e constrangedores (e isso pode ser visto nas ruas do entorno da UERJ - ou de qualquer outra universidade - ficando fácil a identificação dos veteranos e dos cursos), continuaremos assistindo a violência disseminada dentro da universidade.
Conclamo a todas e a todos que não suportam essa violência para a criação de uma frente supra-religiosa para um ato em desagravo das violências praticadas dentro da UERJ e das outras universidades.
Queridas e queridos, termino meu artigo tendo a luz de um título: "E Deus viu que era bom". Termino dizendo que a violência acontece na escuridão. E não na escuridão do tempo. Mas na escuridão de nossos corações, de nossa vida.