Prezados irmãos e irmãs,
Nossa reflexão de hoje é tirada de Jo 6,1-15.
João começa dizendo que Jesus foi para o outro lado do mar, isto é, nos mostra que todos os lugares devem ser evangelizados, inclusive aqueles “territórios” não eclesiais. É preciso evangelizar nossos ambientes de trabalho, nossa casa, nossos grupos. Jesus nos convida ir para a outra margem.
Outra característica a apontar, uma grande multidão o seguia porque “via os sinais que ele operava”. Devemos refletir, estamos com Jesus por causa dos milagres (que tivemos ou que queremos ver) ou porque o reconhecemos como verdadeiro filho do Deus vivo. A multidão não tem rumo. Não tem pastor. Anda ao sabor daqueles que a influenciam.
Jesus sobe o monte. O que é o monte? É o lugar do encontro com Deus. É no monte que Moisés encontra Deus. É no monte que Moisés recebe as tábuas da lei. É no monte que o profeta Elias faz sua experiência definitiva com Deus. Portanto, o monte é o local do encontro com o Senhor.
Jesus está no monte. Ele é o Senhor. A multidão vai ao seu encontro no monte. Vendo aquela multidão, e para testar a fé de Filipe, pergunta onde haveriam de arrumar tanto pão para alimentar aquela multidão. Filipe dá a resposta humana: “nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. Não esqueçamos que era uma multidão. Felipe não consegue ir além das aparências. Filipe ainda não fez a experiência fundamental de Jesus. Filipe, somos todos aqueles que não conseguem ir além daquilo que se vê. Fica na visão terrestre e material.
André, cujo nome significa humanidade, ao contemplar aquela multidão dá um passo a mais. Indica que há um menino (uma criança) que traz consigo cinco pães e dois peixes. Mas o que seria isso para uma multidão? O que importa aqui, é que André vislumbra uma saída. É possível alimentar aquela multidão. Poderíamos supor que ele havia pensado o seguinte: “Se esse menino tem esse alimento, significa que outros também o tenham. Mas como fazer esse alimento render tanto?”
Após a intervenção de André, João nos mostra que Jesus indica aos seus discípulos que façam as pessoas sentarem. Que façam as pessoas se prepararem para receber o pão. Essa é a missão de todos aqueles que são evangelizadores e missionários: preparar os corações para receberem o pão.
Jesus dá graça. Isso é, oferece aqueles alimentos ao pai. Pede que os abençoe. Em seguida, ordena que eles sejam distribuídos conforme a necessidade de cada um. Outro ponto, a necessidade de cada um. Nossas necessidades são diferentes. Podemos ter necessidades de muitas coisas em comum: casa, comida, trabalho, diversão, roupa etc. Mas temos outras necessidades que são diferentes. E assim, a forma da saciá-las deve ser diferente. Após todos comerem, e ficarem saciados, foram recolhidos o que sobrou. Isso é importante. O que fazemos com as sobras? Jogamos no lixo. Mas as sobras servem para o futuro. Nunca nos damos conta disso. Jogamos fora o que sobra. As vezes, jogamos fora as “sobras” de nossa fé. Aquilo que julgamos lixo. Mas, muitas vezes, do lixo, Deus pode tirar mais comida.
Ao verem esse milagre, a multidão acreditou em Jesus e queriam fazê-lo rei. Mas Jesus se retirou. Voltou para o monte. Voltou para junto de Deus. Os reis estão longe do monte. Os reis não têm encontro pessoal com Deus. Os reis não seguem as leis de Deus. Jesus não é rei. Jesus é servo. Jesus não é servido. Jesus é o servidor. Jesus não recebe. Jesus dá.
Muitas vezes, fazemos Jesus de rei. Mas ele não o é. Muitas vezes esquecemos de ver Jesus naqueles que estão em condição mais simplória.
Peçamos a Deus que nos ajude a encontrarmos Jesus nas pessoas menos importantes de nossa sociedade. “Nosso Deus fica ao lado dos pobres, colhendo o que sobrou”, assim diz a letra de uma música. Coloquemo-nos ao lado dos pobres. Amém.
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