segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Estive nu, com fome, preso, doente, e fostes me visitar.

Prezados irmãos e irmãs,

Ontem demos início a última semana litúrgica. Significa dizer que, a partir do próximo domingo, iniciaremos o Ano Novo litúrgico. O Advento marca nossa entrada em uma nova perspectiva de caminha rumo ao Reino de Deus. Durante esse ano que se encerra, meditamos o Evangelho de Mateus. No ano que se inicia, será o Evangelho de Marcos que no acompanhará. O objetivo da Igreja é que passemos pelos três sinóticos. Cada um com suas características. Cada um, apesar de suas diferenças, são complementares. Não podemos entender um sem o outro. Cada evangelista deus uma enfase ao ensinamento de Jesus e a resposta que as primeiras comunidades deram a essa doutrina.

No domingo passado festejamos Cristo, Rei do Universo. É uma festa muito interessante para meditarmos. Não temos uma tradição real. Não sabemos o que é ser súdito. Para povos onde existe a figura do real, fica claro e evidente o que é ser rei.

Mas minha reflexão fica no evangelho de ontem. Quem conhece a paróquia onde desenvolvo meu ministério, sabe que há nas paredes a via sacra. Normalmente, fico de frente para a primeira estação da via sacra, denominada, "Jesus é condenado à morte". Sempre medito sobre isso. Esse é o nosso rei. Um homem condenado à morte. Um rei sem exércitos. Um rei cujos súditos são pessoas sem roupas, famintas, presas, peregrinas. Além dos cegos, coxos, surdos.
A realeza de Jesus é diferente da realeza do mundo, pois o reino dele não é deste mundo, como ele mesmo afirmou.
Se queremos ser súditos desse rei, devemo agir como ele: ir ao encontro dos sofredores desse mundo. Estarmos dispostos a darmos a nossa vida pelo Reino. Irmos onde ninguém quer ir: na periferia da vida; onde se encontra o sofrimento. Não há ressurreição sem dor, sem morte.
Ao meditar sobre Jesus Rei, sempre me vem à mente um trono diferente: a cruz; súditos mal vestidos, famintos, presos.
Reflitamos sobre as pastorais sociais: carcerária, da saúde, de atendimento aos famintos. Busquemos ir ao encontro desses irmãos que sofrem, como fez o nosso Rei.

Aqueles que o mundo rejeitam, são esses os súditos de Jesus Rei.
Peçamos a Deus a graça de irmos ao encontro de seus súditos.

Deus abençoe a todos e a todas.

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