Esta reflexão é direcionada a nós, católicos e católicas, e está relacionada com a polêmica em torno do processo que o Ministério Público (MP) de São Paulo está movendo em relação a Comunidade Católica Canção Nova, e a Fundação João Paulo II.
Há um texto circulando no whatsapp que comete alguns erros jurídicos e comete equívocos contra a Teologia.
1º. O texto fala de um "bom cristianismo do PT-STF", e que este seria "domesticado e servil ao poder estatal", com práticas omissas "diante da ditadura".
O PT é um partido político, e como tal, não tem ingerência sobre as religiões que existem no Brasil, e podem exercer sua liberdade religiosa desde que não firam as leis civis.
A Comunidade Canção Nova é uma instituição religiosa. Seus estatutos devem estar em acordo com as leis brasileira e com o que determina o Código de Direito Canônico.
2º. O texto chama a Teologia da Libertação de famigerada, atribuindo a essa forma de fazer teologia como "um braço do comunismo", além disso, fala mal da Igreja quando quando cita que "amplos setores da Igreja Católica no Brasil" estão impregnados dessa forma de fazer teologia.
3º. O Brasil é um país laico (não ateu). O Estado Brasileiro não tem religião oficial.
4º. Ao dizer que a "Teologia da Libertação tira Jesus do centro do evangelho", demonstra um profundo desconhecimento do que seja a Teologia. Ainda acrescenta que a ideologia Marxista impregna a Teologia da Libertação. Nesse ponto, lembro que o Papa Bento XVI afirmou que Karl Max deu uma boa contribuição para que pudéssemos conhecer a realidade social que nos cerca. Isso não significa usar o marxismo para fazer Teologia.
5º. O texto encerra dizendo que o católico que "anuncia o evangelho e quer salvar almas é perseguido". Eu nunca fui perseguido por anunciar Jesus Cristo.
Por fim, que está movendo ação contra a Fundação João Paulo II é o Ministério Público de São Paulo, cujo governador se chama Tarcísio de Fretias (nem do PT ele é).
Procuremos conhecer o teor das denúncias. O MP não é leviano.