domingo, 4 de agosto de 2024

A esperança da vida é o início e o fim de nossa fé


Início da chamada Carta de Barnabé
(Cap. 1,1-8; 2,1-5: Funk 1,3-7)
(Séc. II)

A esperança da vida é o início e o fim de nossa fé

Saúdo-vos na paz, filhos e filhas, em nome do Senhor que nos ama.
Por serem grandes e preciosas as liberalidades que Deus vos concedeu, mais que tudo e intensamente me alegro por vos saber felizes e esclarecidos. Pois assim acolhestes a graça do dom espiritual, enxertada na alma. Por isto ainda mais me felicito com a esperança de ser salvo, ao ver realmente derramado sobre vós o Espírito vindo da copiosa fonte do Senhor.
Estou plenamente convencido e consciente de que ao falar convosco vos ensinei muitas coisas, porque o Senhor me acompanhou no caminho da justiça; e sinto-me fortemente impelido a amar-vos mais do que a minha vida, porque são grandes a fé e a caridade que existem em vós pela esperança da vida. Tendo em consideração que, se é de meu interesse por vossa causa partilhar convosco algo do que recebi, será minha paga servir a tais pessoas. Decidi, então, escrever-vos poucas palavras, para que, junto com a fé, tenhais perfeita ciência.
São três os preceitos do Senhor: a esperança da vida, início e fim de nossa fé; a justiça, início e fim do direito; caridade alegre e jovial, testemunho das obras de justiça.
Pelos profetas, o Senhor fez-nos conhecer as coisas passadas, as presentes e deu-nos saborear as primícias das futuras. Ao vermos tudo acontecer por ordem, tal como falou, devemos nós, mais ricos e seguros, assimilar o seu temor.
Quanto a mim, não como mestre, mas como um de vós, mostrarei alguns poucos pontos, pelos quais vos alegrareis nas circunstâncias atuais.
Nestes dias maus, ele mostra seu poder; empenhemo-nos, pois, de coração em perscrutar os mandamentos do Senhor. Nossos auxiliares são o temor e a paciência; apóiam-nos a generosidade e a continência que, aos olhos do Senhor, permanecem castas, no convívio da sabedoria, inteligência, ciência e conhecimento.
Todos os profetas nos revelaram não ter ele necessidade de sacrifícios nem de holocaustos nem de oblações, dizendo: Que tenho a ver com a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto de holocaustos, de gorduras dos cordeiros; não quero o sangue de touros e de cabritos, mesmo que venhais à minha presença. Quem exige isto de vossas mãos? Não pisareis mais em meus átrios. Trazeis oblações de farinha? Será em vão. O incenso me é abominável; vossos novilúnios e solenidades, não as suporto (cf. Is 1,11-13).