segunda-feira, 25 de maio de 2015

Pentecostes

Queridas e queridos, neste domingo, 24 de maio de 2015, celebramos a Solenidade de Pentecostes.
Nossa liturgia nos brindou com duas narrativas sobre esse evento espiritual na vida dos primeiros seguidores de Jesus.
No livro do Atos dos Apóstolos (At 2,1-11), Lucas faz uma narrativa pirotécnica. Fala de vento impetuoso, línguas de fogo, e diz que os apóstolos começaram a falar em outras línguas, ou que, pelo menos, as pessoas entendiam em sua língua materna aquilo que era proclamado por eles.
A segunda narrativa encontra-se no evangelho de João (Jo. 20,19-23). Mais simples. Menos pirotécnica. Demonstra a situação dos discípulos: medo.
A narrativa lucana está inserida na expansão e no crescimento da Igreja. Lucas estava deslumbrado com a a nova fé. Com a forma com que aqueles homens, e mulheres, pouco letrados, demonstravam a fé com destemor. Somente um acontecimento forte (vento impetuoso) poderia ter mudado a vida deles. Ninguém sairia anunciando uma pessoa que havia morrido sem uma experiência espiritual marcante. Em Lucas, vive-se a experiência do Sinai antes das tábuas da Lei. A nova aliança, a partir de Jesus, reflete a mesma experiência do Sinai.
Em João, essa experiência se dá de uma outra forma. Estando os discípulos trancados em casa, por medo dos judeus, Jesus se coloca no meio deles. Sem haver a necessidade de se abrir as portas.
Somente a Paz pode extirpar o medo de testemunho. O medo não pode ser realidade na vida daqueles que viveram essa experiência de Jesus. Não cabe mais o medo. E somente a paz pode tirar o medo. Por isso, ele diz "a paz esteja convosco".
Mas a paz não estingue as marcas do sofrimento. Quem sofre com paz aprendeu a colocar nas mãos de Deus os acontecimentos difíceis da vida.
Mas quem pode experimentar pessoalmente as palavras e ações de Jesus deve partir em missão. Mas esta não é uma missão qualquer. É uma missão de paz. Por isso, antes de enviar em missão, Jesus deseja a paz novamente aos seus discípulos. O Pai enviou Jesus em missão de paz. Então, Jesus transfere essa missão para seus discípulos. Serem portadores da Paz.
Mas somente quem tem o Espírito Santo pode dar a Paz, pois a paz implica em perdoar as ofensas sofridas. Assim, ele afirma que os pecados serão perdoados ou retidos dependendo de nossa ação diante dele. Ele já havia ensinado, na oração do "pai-nosso" a pedir: "perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". A ação de pedir perdão implica em perdoar também. Se Deus te perdoar, você deve perdoar, caso contrário, seu perdão estará retido.
Irmãs e irmãos, poderíamos enumerar vários outros momentos de Pentecostes na sagrada escritura.
Entretanto, ao festejarmos Pentecostes, devemos partir em missão de Paz. Deus nos chama a perdoar as ofensas sofridas. As marcas ficam, mas as atitudes mudam.
Deus vos abençoe.

sábado, 9 de maio de 2015

Dia das mães

Dia das mães, sua origem é variada. Diz-se que tenha surgido na Grécia antiga. Há ainda os que defendem surgimento nos Estados Unidos. No Brasil, em 1932 o presidente Getúlio Vargas oficializou a data como sendo o segundo domingo do mês de Maio. E que Dom Jaime de Barros Câmara teria autorizado a celebração desse dia na Arquidiocese do Rio de Janeiro em 1947.
Trago à lembrança a mãe dos setes filhos do livro dos Macabeus (2Mc 7,1-41). Um exemplo de fé e de firmeza. O Rei Antioco queria que os hebreus renegassem a sua fé. Foram buscar os mais velhos, pois se eles fraquejassem, com certeza os mais novos aceitariam as heresias.
Entretanto, seguindo o exemplo de Eleazar, a mãe dos irmãos macabeus deu a sua vida pela fé. Animou cada um dos filhos a entregarem a vida e a não cometerem apostasia, ou seja, desviar-se e afastar-se da fé.
Essa mãe viu cada um dos seus sete filhos serem torturados pelo rei. Viu cada um morrer, do mais velho ao mais novo. Por fim, ela mesma foi morta sob tortura.
O segundo livro dos Macabeus (7,20) diz que "sobremaneira admirável e digna de abençoada memória foi a mãe, a qual vendo morrer seus sete filhos no espaço de um dia, soube portar-se animosamente por causa da esperança que tinha no Senhor". Foi um exemplo de fé para seus filhos e para toda a comunidade. Não renegou a fé.
O mesmo texto continua, "a cada um deles (dos filhos) exortava na língua dos seus antepassados, cheia de coragem e animando com força viril a sua ternura feminina" (2 Mc 7,20). Firme, não deixou a ternura ser abalada. Com ternura, soube ser exemplo aos filhos com a firmeza de um guerreiro.
Animava os filhos dizendo: "Não sei como vocês apareceram no meu ventre. Não fui eu que dei a vocês o espírito e a vida, nem fui eu que dei forma aos membros de cada um de vocês. Foi o Criador do mundo, que modela a humanidade e determina a origem de tudo. Ele, na sua misericórdia, lhes devolverá o espírito e a vida, se vocês agora se sacrificarem pelas leis dele (2 Mc 7,22-23).
E com essas palavras falava a cada um dos filhos. "Por último, depois dos filhos, foi morta a mãe" (2 Mc 7,41).
Queridas mães, vocês são as transmissoras da fé aos seus filhos. Felizes aquelas que tem bom senso e sabem orientar filhos para a fé em Jesus. (Eclo 25,8).
E por fim, a mãe de Jesus, Maria passou da tristeza a alegria. Da dor e do sofrimento do Filho soube suportar tudo em Deus. Ela exultou no Espírito e disse: "meu espírito se alegra em Deus meu salvador". A mãe Maria, chamada das dores, esteve ao lado dos apóstolos (At 1,14).
Oremos a Maria por todas as mães. Que Deus abençoe a todas vocês que são os pilares da fé em suas casas e famílias.
"Ó Deus, que quiseste se fazer presente no meio de nós através de Maria, que se tornou a mãe de Jesus e nossa mãe, enviai o vosso Espírito Santo para que nossas mães sejam exemplo de fé e esperança. Amém!"