RETIRO QUARESMAL - 2013


Beato João Paulo II
Vamos iniciar um pequeno retiro quaresmal. Na medida do possível, vou postando comentários do evangelho de cada dia da quaresma nesta página. Os do domingo, estarão na página principal.




Queridas amigas e amigos, devido a problemas pessoais não consegui publicar os dias 7, 8 e 9 de nosso retiro quaresmal. Isto representa os 18º, 19º e 20º dias. Mas não fique apreensivo. Deus age do mesmo modo em nossas vidas. Espero que você tenha feito sua reflexão pessoal.

22º Dia (11/03/2013) - João, 4,43-54

Dentro do período quaresmal, a Liturgia da Igreja nos apresenta a leitura do Evangelho de João. Este evangelista apresenta os milagres de Jesus de forma muita concisa. João narra o segundo milagre do Senhor. Mas não vamos ficar no milagre propriamente dito. Aqui nos interessa a Fé. 
Um funcionário do rei se aproxima de Jesus e pede que ele vá até sua casa para curar seu filho. Jesus diz que o filho já havia sido curado. O funcionário crê e vai ao encontro do filho. 
Quantas vezes, queremos os milagres aconteçam imediatamente. Quantas vezes, queremos que Deus aja no nosso tempo. Quantas vezes cremos que apenas se Jesus estiver presente é que os milagres acontecem?
Jesus nos mostra que a FÉ, acreditar, crer que ele possa realiza uma milagre, este já aconteceu de verdade.
Reflitamos sobre como vivemos a nossa fé. Colocamo-a nas coisas, objetos; ou vivenciamos a fé com o coração, em espírito e verdade?
Reflita sobre sua fé.
Oremos: "Ó Deus, que renovais o mundo com admiráveis sacramentos, fazei a vossa Igreja caminhar segundo vossa vontade, sem que jamais lhe faltem neste mundo os auxílios de que necessita. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espirito Santo".


17 º Dia (06/03/2013) - Mateus 5,17-19

Jesus não veio modificar nada. Veio fazer com que aquilo que já estava dito nos profetas e na lei fosse cumprido. Muitas vezes, queremos novidades. É isto que esperamos.
A convocação do Ano da Fé, por Bento XVI, é uma oportunidade de refletirmos sobre nossa vida de crente. Estamos vivendo conforme o que está no Evangelho? Estamos adaptando as coisas para melhor aceitá-las? Estamos conformando a Palavra de Deus às nossas necessidades? 
A frase de Jesus é bem pernitente aos nossos dias. Queremos explicações racionais que façam com que a Palavra se molde às nossas necessidades.
A proposta de Jesus é outra. E não temos como fugir disso. Ele é claro. A lei e os profetas já revelaram a vontade de Deus. Cabe a cada um de nós "ensinar" isso. Mais do que ensinar, Jesus nos pede que pratiquemos. A prática é mais importante. Quem partica ensina por atos, e não por palavras. Quem vive os preceitos divinos, mostra que Deus realiza sua vontade.
Um paroquiano meu, refletindo sobre este texto, disse: "ao falar que veio dar cumprimento aos Profetas e à Lei, é como o autor de um livro que fala da interpretação do mesmo". Gostei muito desta visão. Pense!
Ao concluir a leitura de hoje, Jesus fala de como vivemos a Lei e as profecias. Lei divina não é para dizer o que deve ser feito ou não. Mas como nos relacionamos com os outros.
Oremos: "ò Deus de bondade, concedei que, formados pela observância da Quaresma e nutridos por vossa Palavra, saibamos mortificat-nos para vos servir com fervor, sempre unânimes na oração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo!".

16 º Dia (05/03/2013) - Mateus 18,21-35

O Evangelho de hoje fala do perdão. Pedro perguntou, "quantas vezes devo perdoar meu irmão, até sete vezes?" Pedro usa a lei. Era assim que ele aprendera. Vivendo a lei era o básico para a salvação. Mas a frase de Pedro expressa a angústia de quem caminha com Jesus e vive essa experiência pessoalmente. Jesus disse: "só te falta uma coisa, vai, vende o que tens, dá aos pobres, depois vem e segue-me". Seguir Jesus é mais do que cumprir a Lei. Seguir Jesus é mais do que simplesmente viver os sacramentos. Seguir Jesus não é apenas confessar com a boca.
Seguir Jesus é ir adiante da Lei. Seguir Jesus é dar de comer a quem tem fome. Seguir Jesus é visitar os doentes e encarcerados. Seguir Jesus e vestir aquele(a) que está nu. Seguir Jesus é dar abrigo ao peregrino. Seguir Jesus é perdoar os algozes. Aqueles que nos perseguem. É dar com amor, caridade.
O Reino dos Céus é perdão e misericórdia. É compaixão. É acolhimento. Aquele que vive isso, e faz com que isso aconteça no meio dos outros, está no caminho do Reino.

 15º Dia (04/03/2013) - Lucas 4,24-30

Diz Jesus: "Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria". Nossa meditação do dia de hoje é bem simples. Não muita coisas a se dizer. Jesus é bem claro, ele não é reconhecido pelos seus. Muitas vezes agimos assim com os nossos familiares que se convertaram. Quando alguém de casa nos diz alguma coisa para nos animar espiritualmente, retrucamos, "agora tá querendo ser santinho?"
Outro dia ouvi de uma pessoa a seguinte frase: "não quero fazer do meu coração um cemitério". Isso me intrigou. E ela explicou: "Eu não quero enterrar pessoas vivas". "Procuro procurar entender os motivos. Colocar-me no lugar da pessoas". Isso me emocionou. Quando Jesus fala que não é bem recebido em sua pátria, significa que aquelas pessoas enterraram Jesus em seus corações. Não estão abertos para este encontro. Não aceitam as palavras de Jesus. Não creem em seu milagres.
Pensemos nisso neste 15º dia de nosso retiro.
Oremos: "Ó Deus, na vossa incansável misericórdia, purificai e protejei a vossa Igreja, governando-a constantemente, pois sem vosso auxílio ela não pode salvar-nos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".

13º Dia (02/03/2013) - Lucas 15,1-3.11-32

Queridas irmãs e irmãos, nosso evangelho de hoje fala do Pai Misericordioso. Ou, como dizem alguns, do Filho Pródigo.
Fico com "Pai Misericordioso". Jesus conta a história de uma família, aparentemente sem mãe, pois não se fala de mulher, apenas do Pai com os filhos e os empregado. Mas aqui não é hora de polêmicas. Continuemos
Jesus fala de um pai que divide seus bens. Não fala de coração partido. Mas de herança partida. O pai dá aquilo que o filho acha que tem valor: o dinheiro. Lucas não fala de argumentação por parte do Pai. Simplesmente, dá ao filho aquilo que lhe cabe. A partir deste momento, a história se desenvolve como podemos ler e conhecemos.
Lucas diz que o filho "esbanjou tudo numa vida desenfreada". Pegou aquilo que lhe parecia de grande valor, e foi gastando. Colocou toda a sua vida e esperança no dinheiro. Na riqueza.
Porém, o evangelista diz que uma grande fome, uma caristia, uma falta do básico sobreveio aonde estava o filho. Podemos dizer que até uma falta de Deus. De espiritualidade. De comunhão com o próprio Pai.
Nestas horas é que nos vem a reflexão. E ele caiu em si. Viu a besteira que havia feito. Assim é o pecado em nossa vida. Quando Adão e Eva comeram do fruto da árvore da vida, e descobriram que estavam nus, é que perceberam a besteira que haviam feito. Quando a tempestade tomou conta do mar aonde estava Jonas, é que ele percebeu que não poderia fugir do chamado divino. Quando Judas Iscariotes se deu conta do que havia feito, bateu-lhe o desespero. Muitas vezes, queremos ter as rédeas de nossa vida. Mas é Deus que deve estar no comando.
O filho caiu em si. "Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura...". A partir deste momento, entra a profunda figura do Pai. Observe que é o Pai que lhe CORRE ao encontro. Abraça-o. Beija-o. A alegria é tão grande, que o Pai não dá ouvidos ao que o filho diz. Sente em seu coração que ele precisa ser perdoado. Acolhido. Reintegrado a comunidade. É hora de festa. Alegria. Roupa nova. Sandália. Anel. É hora de adornar a casa para receber aquele que havia estado morto, sem vida. Fora do Paraíso. "Este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado".
A partir deste momento, entra a figura do irmão mais velho. Aquele que não abandonara o Pai. Que sempre foi fiel. Esteve ao lado do Pai em todos os momentos. Nas alegrias e tristezas. No verão e no inverno. É aquele/aquela que sempre esteve na Igreja. Vai a missa todos os domingos. Confessa. Comunga. Paga o dízimo. Doa alimentos para as cestas básicas. Coordena algum grupo. Participa de todas as festas. E de repente surge alguém que havia ido embora e quer voltar com toda pompa?  Que vá para o último lugar da fila. Você saiu. Foi embora. Não deve voltar para o lugar que ocupava.
Mais uma vez, o Pai vai ao encontro do filho. É preciso fazer com que este observe qual a diferença entre os dois. Mas uma coisa une os dois filhos: eles são irmãos. Enquanto o que ficara diz, "este teu filho"; o Pai afirma, "era preciso alegrar-nos, pois este teu IRMÃO estava morto e tornou a viver...".
Na meditação de nosso retiro, devemos perguntar: Como tenho agido com os irmãos e irmãs que se afastaram da cada do Pai? Tenho sido uma pessoa acolhedora? Tenha mostrado que é possível voltar para a casa do Pai?
Oremos: "Ó Deus, dai-nos o dom de sermos acolhedores com os pecadores, a fim de que nos tornemos semelhantes a vós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".


12º Dia (01/03/2013) - Mateus 21,33-43.45-46

"Lembrai sempre as maravilhas do Senhor". Assim iniciamos este dia de nosso retiro. A parábola de hoje já nos é conhecida. Jesus fala de uma vinha e de dos empregados desta vinha.
Nossa meditação começa com a vinha. Esta é o Reino de Deus, o Paraíso criado no Gênese. Interessante observar que é o lugar onde se planta a uva para a fabricação do vinho. Vinho da Eucaristia. Vinho da Páscoa. Já no Salmo 104,15 encontramos o Salmista louvando ao senhor pela vinha que dá o vinho que alegra o coração do homem.
A Vinha pertence a Deus. Para que esta vinha não seja destruída, ele coloca a sua volta uma cerca. Ele protege a vinha. O Reino é protegido pelas Leis que Deus nos deu através de Moisés. As leis de Deus impedem que destruamos o Reino. E se este reino ainda está no meio de nós, é porque encontra homens e mulheres que vivem as Leis de Deus, cercando-se de sua proteção.
A torre que guarda a vinha são os profetas. Eles eram responsáveis por lembrar ao povo de quando este rompia com a aliança. Hoje, essa torre é a Igreja que, sob a guia do Espírito Santo, e conduzida pelo Papa e pelos Bispos, torna-se a vigia quando nos dirige lembrando da vida, paixão e morte de Cristo. E atualiza os ensinamentos de Jesus à luz do Evangelho.
Vinhateiro. Aqui devemos tomar cuidado. Os vinhateiros, neste caso, são aqueles que mesmo estando no Reino, na vinha, agem como inimigos de seus irmãos. Não acatam as Leis de Deus, não ouvem a palavra do Filho. Os vinhateiros se fecham às promessas de Deus. Só pensam em si. Não são capazes de se compadecerem com o sofrimento alheio. Para eles, até o filho deve ser morto para roubarem seus bens.
Jesus, então, nos faz este alerta: "o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos". A nós, nos é dado o Reino. Mas se não cuidamos para que este reino se faça presente em nossa vida, nós o perderemos. Somos aqueles que vieram depois dos judeus. A nação que recebeu a pregação do Reino e acolheu. Mas, tomemos cuidado. Podemos perder este Reino. Podemos perder a vinha que nos foi consagrada. Fiquemos atentos como estamos agindo.
Oremos: "Concedei-nos, ó Deus todo-poderoso, que, purificados pelo esforço da penitência, cheguemos de coração sincero às festas da Páscoa que se aproximam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".

11º Dia (28/02/2013) - Lucas 16,19-31

A leitura de nossa meditação de hoje é narrada exclusivamente por Lucas. O auto nos mostra dois homens, duas situações da vida, um rico e um miserável. Observe que o "pobre" descrito não é meramente um pobre. Mas uma pessoa miserável. Lucas descreve bem a situação desta pessoa: "cheio de feridas, estava no chão". Uma cena muito comum nos dias de hoje em nossas cidades. Não falo aqui nenhuma novidade. Este fato contrasta com a riqueza, a opulência do rico, que, observe, não tem nome. Ous se o tem, aqui não faz a menos diferença.
Esta fato é muito importante. E muitas vezes deixamos passar despercebido em nossas homilias. Se São Lucas nomeia o pobre, significa que Deus tem um carinho preferencial por este grupo social. Não que despreze os outros, pois Deus faz nascer o sol sobre bons e maus. Mas o próprio Jesus disse que veio trazer a boa nova aos pobres.
O rico cobre seu corpo com roupas finas; enquanto Lázaro é coberto de feridas. O rico tem um espaço bom e confortável para fazer festas "esplêndidas todos os dias"; Lázaro está no chão da porta do rico. Enquanto os amigos do rico vinham regalar-se com os manjares de sua mesa; a companhia de Lázaro eram os cachorros que lambiam duas feridas.
Lucas diz que os dois morreram quase que juntos. Esta é a única certeza que temos na vida peregrina: a morte.
Outro informação importante, o miserável foi levado para "junto de Abraão". Em seguida, aparece um fato, o rico foi enterrado (este fato não está para o pobre). Na região dos mortos. No meio dos tormentos. Um para o céu. O outro para o inferno.
Dai então, começa o grande diálogo que ns leva a nossa reflexão. O rico percebe que Lázaro está ao lado de Abraão, o grande pai da fé. O rico está no tormento. No vale da morte. Ao perceber que Lázaro tornou-se outra pessoa, um homem sem chagas. Sem dores. Sem problemas. Clama a Abrão para que, ao menos, Lázaro molhe com uma gota sua boca ressacada (volte no texto que perceba que Lázaro queria matar sua fome com as migalhas que caiam da mesa do rico. O texto não nos deixa claro se isso acontecia ou não). Aquelas migalhas que não foram dadas para Lázaro quando estava em vida, não se convertem em uma gota d'água agora para o rico.
Abraão diz: "lembra-te que tu recebestes rus bens durante a vida." E acrescenta que Lázaro "encontra consolo e tu és atormentado". E afirma que há um grande abismo entre um lado e outro. Qeu não há passagem.
Preocupado com sues familiares, o rico pede que Lázaro vá até a sua casa e comunique isso aos seus irmãos, para que sejam previnidos de tal tormento. Abraão dá a resposta. "Eles tem Moisés e os profetas (transfiguração), que os escutem". Mas o rico diz que se alguém voltar dos mortos, eles certamente acreditarão. E Abraão conclui, "se não escutam a Moisés e aos profetas, els não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos".
Jesus ressuscitou dos mortos. Nossa leitura manda que escutemos Jesus: "tive fome e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; estava nu e me vestiste; estava prisioneiro e doente e fostes me visistar". Temos a chave da porta que conduz ao Reino de Deus, para junto de Abraão. Cabe a nós, decisão pessoal e livre, querer ou não entrar no Reino.
Tomemos cuidado com aqueles que querem reduzir a palavra de Deus ao meramente espiritual. Ir ao encontro do outro é uma exigência da fé. Para entrar no Reino é preciso estarmos atentos às necessidades do outro. Não voltarmos as coisas para quem nos pede.
Oremos: "Ó Deus, que amais e restaurais a inocência, orientai para vós os corações dos vossos filhos e filhas, para que, renovados pelo vosso Espírito, sejamos firmes na fé e eficientes nas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".


10º Dia (27/02/2013) - Mateus 20,17-28

Chegamos ao décimo dia de nosso reitro. Continuamos caminhando com Jesus. A cada dia, para vos escrever, tenho que meditar sobre o que leio da Palavra, e sobre o que vou ouvindo das pessoas que me cercam. Claro que tenho que filtar algumas coisas. O demônio age utilizando a própria Palavra, e já meditamos sobre isso.
Deixo registrado que hoje o Papa Bento XVI fez seu último pronunicamento. Amanhã já não mais será Papa.
No Evangelho de hoje, Jesus nos fala sobre o lugar que ocupamos dentro da comunidade religiosa. Como devemos ser e agir.
Nossa pregação está dividida em três partes: versículos 17-19; depois, 20-23; e termina com 24-28.
Logo no início, Mateus diz que enquanto "Jesus subia para Jerusalém, ele tomou os doze discípulos à parte". Jesus instrui aqueles que vão continuar a missão dele. Jesus separa uma parte dos seus seguidores: 12. Fala-lhes de forma mais direta. Há de falar abertamente do que vai acontecer. Estamos nesta camimhada também. Estamos indo, nestes dias, com Jesus para Jerusalém. A meditação da Transfiguração, já antecipara de que morte Jesus haveria de sofrer. Jesus diz que os poderes deste mundo o hão de condenar. E que ele sofrerá ral como previu o profeta Isaías. Que seria flagelado e crucificado. Mas que ele ressuscitaria. 
Jesus tem consciência de que mexia com gente poderosa. O demonia já havia dito que todo poder lhe poderia ser dado. O poder que oprime. Que tiraniza. Que destrói o outro, não vem de Deus.
Este início do evangelho de hoje caberia muito bem com a terceira parte, versículos de 24-28. Fala do poder dos chefes das nações. Para o momento de saída de Bento XVI, nos serve muito bem. Jesus afirma que entre nós não deve ser da mesma forma que os poderosos agem. "Quem quiser tronar-se grande torne-se vosso servidor, quem quiser ser o primeiro seja vosso servo". A relação de poder é diferente. Quando o Papa percebeu que já não mais estava apto para servir da forma que era exigida, pediu sua aposentadoria. Preferiu servir como homem de clausura e oração. Está sendo servo de outro jeito. Está colocando a sua vida para o resgate de muitos. 
Saber é hora de parar, é também momento de oração. Saber a hora de retirar-se para que a barca seja conduzida por outro, é sábio.
Pedido da mãe dos filhos de Zebedeu. Toda mãe quer proteger seus filhos. Querem que eles ocupem os melhores lugares. Esteja bem colocados na vida. Possam ter uma vida boa.
Ela faz um pedido para que cada um deles se sentassem um à direita e outro a esquerda. Significa dizer que seriam aqueles que conduziriam o reino junto com o Rei.
Jesus mostra que eles terão o mesmo destino que ele, o martírio. Mas o Reino pertence ao Pai. E é ele quem vai definir essas coisas. Sentar-se à direita ou à esquerda não pertence a Jesus.
Nossa missão é fazer com que todos e todas possam ter acesso ao conhecimento do Reino de Deus. A adesão a este reino é uma questão pessoal.
Oremos: "Ó Deus, conservai constantemente vossa família na prática das boas obras e, assim como nos confortais agora com vossos auxílios, conduzi-nos aos bens eternos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".


 9º Dia (26/02/2013) - Mateus 5,43-48

No dia de hoje, Jesus nos faz um alerta muito severo. Devemos tomar cuidado com as posições que ocupamos dentro da comunidade Igreja. O mundo age de um jeito que não devemos repetir dentro da Igreja. Na comunidade eclesial, "o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve". Esta é grande reflexão que Jesus deixa para nós.
Ele nos manda absternos das ações praticadas pelos doutores da Lei. Ele reconhece a autoridade que eles têm para a interpretação das leis moisaicas. Entretanto, sua vida difere em muito daquilo que pregam. Jesus descreve este tipo de gente; "gostam de lugar de honra nos banquetes", dos primeiros lugares nas sinagogas; de serem cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de mestres.
Ai vem o alerta: "nunca vos deixeis chamar de mestre, pois um só é o vosso mestre e todos vós sois irmãos. Não chameis a ninguém de pai, um so é o vosso Pai, aquele que está nos céus. Não deixies qu vos chamem de guias, pois um só é o vosso guia, Cristo". Quantas vezes, vamos atrás dos discípulos como se fossem nossos guias. Cristo, ele é aquele que nos aponta o caminho. É através de sua palavra que encontramos a salvação. Por que mais que estudemos, que recebamos título acadêmicos, devemos reconhecer que sem a graça de Deus nada disso adiante. Recebemos autoridade da Igreja no sacramento da Ordem, mas sem a graça de Deus nos tornamos tiranos. Recebemos um mandato de catequista, coordenador, Ministro Extraordinário da Comunhão, mas sem a graça de Deus nada disso adianta. Se Deus não estiver a frente dos cargos e funçõesque recebemos, de nada adianta. Nem ser fundador de Nova Comunidade, de Congreção Religiosa. Sem a graça de Deus, sem a percepção de que isso tudo deve servir para que Deus seja glorificado, de nada adianta tanta honra humana.
Nossa breve meditação de hoje nos chama a refletirmos sobre nossa relação com Deus. Por isso, Jesus fala que o maior é aquele que serve. E o que serve não teme ir para a cruz em resgate dos outros. Ele é o maior. Ele serviu. Ele não negou a cruz. Portanto, foi exaltado porque se humilhou até a morte, "e morte de cruz".
Oremos: "Guardai, Senhor Deus, a vossa Igreja, com a vossa constante proteção e, como a fraqueza humana desfalece sem vosso auxílio, livrai-os constantemente do mal e conduzi-nos pelos caminhos da salvação. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espirito Santo".

8º Dia (25/02/2013) - Mateus 5,43-48

Conforme informei, está em minha página inicial a reflexão do sétimo dia de nosso Retiro Quaresmal. Iniciamos, ontem, nossa segunda semana do Retiro.
No sexto dia de nosso retiro, Jesus falava "sede perfeito como o vosso Pai celeste é perfeito" (veja meditação acima). Naquela oportunidade, meditávamos como agir em relação outro.
Hoje, continuamos no caminho da perfeição divina. Não há de extraordinário. São coisas simples, do dia-a-dia, da vida, que nos fazem ser perfeitos. Ser misericordioso. Não julgar. Não condenar. Dar. Perdoar. ações básicas do da vida. Relação com o outro. Formas simples de sermos perfeitos como nosso Pai é perfeito.
Somos chamados a colocar isso como medida em nossa vida. Muitas pessoas perguntam o que vão confessar. Como devem fazer seu exame de consciência. Como podem perceber se cometeram algum pecado. Sabemos que existem os pecados veniais e os graves. Estes últimos atentam contra as Leis de Deus. E os veniais, aqueles que estão relacionados com o nosso cotidiano, e são menos graves. Apesar de que todo pecado tem uma certa gravidade.
Podemos começar a fazer, nesse início de segunda semana de retiro, nosso exame de consciência. Tenho tido misericórdia com as pessoas? Tenho julgado as pessoas? Tenho condenado as pessoas? Tenho perdoado as pessoas? Tenho dado de coração e generosidade? Lembremos que na oração do Pai Nosso dizemos: "perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". E em seguida, "livrai-nos do mal". Do mal da falta de misericórdia. Do mal do julgamento precipitado. Do mal da condeção dos erros dos outros. Do mal da falta de perdão. Do mal de não ter dado a quem me pediu.
"Uma boa medida ... será colocada no vosso colo". E para que essa medida? Para medirmos nossas ações de caridade descritas acima. Da mesma forma com que cobrarmos os outros, seremos nós cobrados também.
Aproveitemos a quaresma para uma mudança de vida, Coversão. Conversão Pessoal e Conversão Pastoral.
Oremos: "Deus, que para remédio e salvação nossa nos ordenais a prática da mortificação, concedei que possamos evitar todo pecado e cumprir de coração os mandamentos do vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".

O 7º dia de nosso retiro está postado na página principal.

6º Dia (23/02/2013) - Mateus 5,43-48

Encerramos hoje a nossa primeira semana de nosso retiro quaresmal. Seja apresenta a a grande lição de todo aquele que busca fazer a vontade de Deus: "sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito". E em que consiste nossa perfeição para nos assemelharmos à perfeição divina? O próprio Jesus diz que ela está relacionada com o outro: "amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que nos céus." Não é assim que rezamos no Pai Nosso? Se o chamamos de Pai, é porque nos tornamos irmãos uns dos outros? E se Deus é Pai, não faz "ele nascer o sol sobre bons e maus"? "E cair a chuva sobre justos e injustos"? E Jesus continuou, do que adiante saudarmos e amarmos os nossos parentes e amigos? Não é isso que fazem os pecadores?
Hoje somos chamados a santidade. E ela é um processo. Não esqueçamos que Jesus crescia em estatura, sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens. Assim devemos ser também. Crescermos. Fazer o propósito de santidade a cada dia. Moisés disse ao povo: "Tu escolhestes hoje o Senhor para ser o teu Deus, para seguires os seus caminhos e guardares seus preceitos, mandamentos e decretos, e para obedeceres à sua voz". E a voz do Senhor hoje diz: "sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito".
Oremos: "Convertei para vós, ó Pai, nossos corações, a fim de que, buscando sempre o único necessário e praticando as obras de caridade, nos dediquemos ao vosso culto. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".



5º Dia (22/02/2013) - Mateus 16,13-19

Os tempos litúrgicos penitências abrem algumas brechas para que possamos meditar sobre outros fatos da vida de Jesus, dos Apóstolos, de Nossa Senhora e dos Santos e Santas.
Hoje, em especial, festaja-se a Cátedra de São Pedro. NUma pesquisa rápida pela internet encontramos várias explicações sobre a Cátedra. Lembramos que esta palavra significa cadeira. E qual a importância de se celebrar uma "Festa da Cadeira"? A princípio, nenhuma. Entretanto, a celebração não é em função de um assento, mas sim da importância de quem o ocupa. Lembremos que os Papas são sucessores de Pedro. Portanto, não é pela cadeira (cátedra) e si, mas pelo o que ela representa.
Vamos à nossa meditação.
Nosso evangelho de hoje inicia dizendo que Jesus foi à região de Cesarei de Filipe. Note que é um lugar afastado de todo o burbirinho da vida da cidade. Longe da Galiléia. Longe de Carfanaum e de Nazaré. Jesus se retira com seus apóstolos.
Retirar-se para conhecer a vontade de Deus é uma prática na Sagrada Escritura. Seja de forma voulntária ou não. Alguns personagens viveram essa experiência: Moisés, Jeremias, Isaias, Abraão, Paulo.
Ao chegar em Cesareia de Felipe pergunta aos apósotlos "quem dizem os homens ser o Filho do Homem?" Intrigante este questionamento. Jesus mede a capacidade que tem seus apósotlos, e nós hoje, em identificarmos o que pensam as pessoas de Jesus Cristo. O que vocês estão ouvindo o que as pessoas falam de mim? Se Jesus fosse uma messias terreno, um ativista político, a pergunta pararia por ai. Mas o que importa não é o que as pessoas pensam dele. Jesus sabe qual será o seu destino (Mt 16,21), morrer nas mãos dos anciãos e dos chefes do povo, e ressuscitar. Jesus vai além do meramente humano: "E vós, quem dizeis que eu sou?". Como vocês me veem? O que eu pareço ser? Jesus faz os seus discíplos pensarem em quem eles estão seguindo.
Muitas coisas devem ter passado pela cabeça daqueles homens.  Longe de casa. Longe do conforto. Longe de tudo que poderia desviar a atenção. É neste lugar que Jesus quer saber o que os apóstolos pensam ser ele. Imagino que nesta hora todos olharam imediatamente para Pedro. E agora? O que vamos dizer? Quem é este homem que estamos seguindo. Nenhum deles, até aquele momento, tinha se feito esta pergunta. Pergunte para você mesmo: "Quem é Jesus para mim hoje?" Século XXI. Você que vai à Igreja. Que comunga. Confessa. Participa de algum movimento, Nova Comunidade, Pastoral, Serviço. Você que reza o terço e lê a Sagrada Escritura. Você que participa do Círculo bíblico. Você que é catequista. Quem é Jesus para você?
Simão Pedro diz: "Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo!" Pedro faz a grande revelação daquele encontro. Somente o Filho de Deus poderia operar os milagres que Jesus operava. Somente o Filho de Deus poderia falar as coisas que Jesus falava. Somente o Filho de Deus poderia encantar tantas pessoas ao mesmo tempo. Somente o Filho de Deus poderia nos ter tirado da comodidade de nossa vidinha cotidiana e nos fazer pescadores de homens. Somente o Filho de Deus poderia ter reunido tanta gente diferente em torno de Si. "Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo!"
Essa revelação só pode ser feita quando somos movidos pelo Espírito Santo. "Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu". Lembremos que uma das invocações do Pai Nosso é: "venha a nós o teu Reino". E Jesus é este reino de Deus que se faz presente no meio de nós. No evangelho de João, capítulo 17, a partir do versículo 20; e mais especificamente no 21, lemos: "Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviste". Esta é aconfissão de Simão para Jesus, inspirada pelo Pai.
Em seguida, Jesus caracteriza Pedro. Ela ainda não é a pedra. É Simão, filho de Jonas. Somente quem confessar que Jesus é o Filho de Deus pode ser a pedra que há de sustentar todas as dificuldades pelas quais passarão os crentes. Jesus precisa que sua obra continue. Ele há de partir. Mas a Igreja é continuadora de sua missão. Tu hás de deixar de se chamar Simão, mas passará a ser pedra, Pedro. E sobre esta pedra minha missão - Igreja - continuará, e nada poderá abalar esta obra divina. Nem o poder do inferno poderá vencê-la.
Irmãs e irmãos, colocamos nas costas do Sumo Pontífice essa resonsabilidade. E bem o fazemos. Mas, nós somos "pedros" também. Pai, mãe, coordenador, coordenadora, fundador, fundadora, diáconos, padres, bispos, qualquer pessoas que ocupe um cargo de direção na Igreja deve ser pedro para aquele grupo. Ser base. Sustento. Pilar. Alicerce.
Aproveitemos a Festa de hoje para meditarmos em nossos corações: tenho sido a base de minha Igreja doméstica? Tenho sido a base de minha Igreja pastoral? Tenho sido a base de minha Igreja comunidade? Tenho ajudado Pedro a fazer com que o "poder do inferno" não vença a Igreja?
Oremos: "Concedei, ó Deus todo-poderoso, que nada nos possa abalar, pois edificastes a vossa Igreja sobre aquela pedra que foi a profissão de fé do apóstolo Pedro. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".

4º Dia (21/02/2013) - Mateus 7,7-12

Voltamos ao tema da oração. E assim será nossa quaresma.
Jesus está instruindo os discípulos. Ela já havia ensinado a oração do Pai Nosso. Agora ele fala que Deus nos dá coisas boas: "... quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedirem".
Na instrução sobre o pedido, o mestre diz que todo aquele que pedir, receberá; aquele que procurar, encontrará; aquele que bater, vera a porta se abrindo. Mas o que devemos pedir? Procurar? E que porta se abrirá para nós?
Resposta: "coisas boas". Mesmo os maus dão coisas boas aos filhos. Quanto mais o Pai, que a todos criou.
Deus nos criou para o bem. E o bem deve ser praticado a todo instante. "Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". Isto é estar atento aquilo que queremos que nos façam. "Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles". Esta frase é enigmática. Mas é chamada da regra de ouro. Se quero que meus direitos sejam respeitados, tenho que respeitar o direito do outro.
O livro de Ester, o qual compõe a liturgia de hoje, nos mostra uma mulher em profunda oração: "Põe em meus lábios um discurso atraente, quando eu estiver diante do Leão, em muda o seu coração para que odeie aquele que nos ataca, para que este pereça com todos os seus cúmplices. E livra-nos das mãos de nossos inimigos".
Ester ora a Deus pedindo ajuda. Colco-se diante do Senhor. Mostra humildade em saber que somente de Deus vem aquilo que nos é bom.
Aprendamos com os exemplos que nos são colocados. Vivamos uma vida de entrega ao Senhor. Não deixemos que as maldades do mundo interfiram em nossa vida religiosa. Aprendamos a pedir aquilo que é bom aos olhos de Deus. Sejamos mulheres e homens missionários. Busquemos fazer o bem a qualquer custo. Quem pratica bondade está ao lado de Deus e se demonstra seu amigo.
Oremos: "Dai-nos, ó Deus, pensar sempre o que é reto e realizá-lo com solicitude. E como só podemos existir em vós, fazei-nos viver segundo a vossa vontade. Por Cristo nosso Senhor".

 3º Dia (20/02/2013) - Lucas 11,29-32

No primeiro dia de nosso Retiro, falamos das obras de Caridade (esmola). No segundo, da Oração. Hoje, vamos meditar sobre dois casos de Conversão.
As pessoas queriam que Jesus desse um sinal de sua messianidade. Queriam saber se ele era mesmo o messias esperado.
Entretanto, Jesus evoca uma pagã e um profeta para falar de si. Mas a situação vivida por esse profeta se refere a uma cidade pagã. Sem fé.
Iniciemos com Jonas. Jesus afirma que Jonas foi um "sinal pra os ninivitas" (Lc. 11,30). Recordemos. Após passar três dias dentro da barriga de uma baleia, Jonas resolve acatar o chamado de Deus. E anuncia aos ninivitas a mensagem de Deus. Jonas anuncia: "Dentro de quarenta dias Nínive será arrasada!" (Jn 3,4b) A população da cidade ouviu. Acreditou. Converteram-se. Começaram a dar demonstrações externas dessa mudança: "proclamaram um jejum, se vestiram de pano de saco, pequenos e grandes" (Jn. 3,5). O Rei de Nínive também se converteu (Jn 3,6). Além das obras já citadas, o Rei acrescentou: "Invoquem fervorosamente a Deus; cada qual se converta da sua má vida  e de suas ações violentas. Vamos ver se Deus se arrepende, cessa o incêndio de sua ira e não perecemos" (Jn. 8b-9).
O autor de Jonas continua: "Deus viu suas obras, viu que se haviam CONVERTIDO de sua má vida, e se arrependeu da catástrofe com que havia ameaçado Nínive, e não a executou" (Jn 3,10).
Este é o grande sinal deixado por Jonas. Um povo pagão, fora da raça eleita, ao ouvir a pregação de um profeta fujão, CONVERTEU-SE.
Logo em seguida, Jesus fala da Rainha de Sabá. Outra história que temos que recordar para entendermos nossa leitura de hoje.
No Primeiro Livro dos Reis, capítulo 10,1 lemos: "A rainha de sabá ouviu falar da fama de Salomão e foi desafiá-lo com enigmas". A fama da Sabedoria do Rei era grande dentre todos os povos que estavam ao redor do reino de Jerusalém. E continua o autor do livro dos Reis: "Salomão resolveu todas as suas perguntas; não houve nenhuma questão tão obscura que o rei não pudesse resolver" (1Rs. 10,3). Então, "quando a rainha de Sabá viu a sabedoria de Salomão (...) disse ao rei: É verdade tudo o que no meu país me contaram de ti e de tua sabedoria! Eu não queria acreditar, mas agora que vim e vejo com meus próprios olhos, constato que não me disseram nem a metade. (...) Bendito seja o Senhor teu Deus que, pelo amor eternos que tem a Israel, te escolheu para te colocar no trono de Israel e te nomeou rei para governares com justiça!" (1Rs. 10,4a.6-7b.9).
Jesus é o sábio por excelência. Maior que Salomão. A rainha de Sabá ouviu e deu testemunho da sabedoria do Rei. E mais do que isso, louvou a Deus que deu a Israel um rei com tanta sabedoria para governar. A sabedoria de Salomão serviu para o encontro de uma pagã com Deus.
Somos chamados a meditar sobre nossa Conversão, e pela nossa ação missionária. Pergunte: Estou anunciando a Graça de Deus em minha vida? Aceito a Palavra que aponta os meus defeitos, e procuro me corrigir? Estou ouvindo as Palavras de Jesus e mudando de vida? Preocupo-me com meu irmão? Estou me convertendo de minha "má vida"?
Oremos: "Considerai, ó Deus, com bondade o fervor do vosso povo. E, enquanto mortificamos o corpo, sejamos espiritualmente fortalecidos pelos frutos das boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".

2º Dia (19/02/2013) - Mateus6,7-15

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O evangelho de hoje nos mostra, dentro dos três pilares da quaresma (jejum, esmola e oração) como os discípulo devem orar.
Todo mestre espiritual tem sua forma de se colocar diante de Deus. Na época de Jesus não era diferente. Em nossa, também não.
A novidade da oração de Jesus está em chamar a Deus de Pai. E isso ele torna público. Uma grande revolução social. Jamais alguém ousou chamar a Deus assim. Esta é a oração da intimidade com Deus. Infelizmente, em nossa cultura latina a figura mais importante é a mãe. E na atualidade, para o povo judeu também. Tanto que para eles somente aqueles que nascem de mulher judia são considerados judeus. Se Jesus tivesse nascido em nosso tempos, com certeza diria "Mãe nossa...".
Logo no início desta oração ele identifica onde Deus está: "nos céus". Quer dizer, sendo Deus Pai, ele quer seus filhos junto dele. E se ele está no céu é para lá que devemos nos encaminhar. E é por Jesus que chegamos ao Pai. "Quem conhece o Pai é o Filho". E é o Filho que dá a conhecer o Pai.
Santificar o nome de Deus. Um dos dez mandamentos: não tomar o nome de Deus em vão (2º mandamento). Por isso, o seu nome deve ser santificado. Podes pensar: santifico o nome de Deus diariamente?
Logo em seguida, fazemos três pedidos: o reino; a vontade; o pão. Pedimos para que o Reino venha até nós. E Jesus é o anunciador desse Reino. E o Reino já está no meio de nós. Basta vermos as comparações que Jesus faz sobre o Reino: Lc 4,42-44; Lc, 9,2; Lc,10,9. Anunciar o Reino, e pedir que ele venha, faz parte da ação de todo discípulo missionário.
A vontade. Esta move toda nossa ação. Quando não estamos obrigados a fazer determinada tarefa, sacamos a vontade para dizer, "não estou com vontade". A vontade é a mola que nos impulsiona. Muitas vezes, não sentimos vontade de ir à Igreja. Não sentimos vontade de orarmos. Não sentimos vontade de estarmos com Deus. E arrumamos desculpas plausíveis. Até inquestionáveis.
Mas oramos que a vontade de Deus seja feita. A vontade de nosso Deus não é impositiva. Ele cria espírito de liberdade, compromisso e vontade pessaol. Deus não nos impõe nada. Entretanto, sempre pedimos que a vontade dele seja feita. Pense: eu realizo a vontade de Deus? Deixo Deus realizar a sua vontade em minha vida? Fujo da vontade de Deus? Apesar de pedir que a vontade de Deus seja feita, aceito quando ela acontece?
E o terceiro dos pedidos, o Pão. O alimento que nos sustenta. Lembremos da tentação de Jesus. Sentiu fome. Pedimos que o pão nos seja dado. Que não nos falte o sustento. Mas nossa oração deve ir além de nós. Fazemos com que outras pessoas tenham alimento? Buscamos nos alimentar com a Palavra de Deus? Deixamos esse alimento agir em nossas almas? Em nossa consciência? Nos movemos pela pão da Palavra?
Segundo ponto, o PERDÃO. Nossa relação com o irmão, pois chamamos a Deus de Pai. Sempre pedimos que Deus perdoe as nossas ofensas. Temos até um Sacramento para isso. Mas verdadeiramente, "perdoamos a quem nos tem ofendido"? Damos ao outro o perdão que pedimos a Deus? Somos capazes de dizermos como Jesus e Estêvão: Pai, perdoa-lhes por que não sabem o que fazem; Deus não vos leveis em conta este pecado? Na hora mais dolorosa de suas vidas, eles souberam dizer: "perdoamos a quem nos tem ofendido". O Perdão é a forma de evangelização que mais convence.
Terceiro ponto, "não nos deixeis cair em tentação". Veja, não estamos pedindo que nos afaste da tentação. Estamos pedindo para que não caiamos nela, tal como Jesus resistiu. As tentações sempre estarão à nossa frente. Mas com a força de Deus conseguimos vencê-las. As tentações acontecem. Mas não devemos aceitá-las. "Não nos deixeis cair..." é diferente não deixeis que a tentação aconteça.
E encerrando, "livra-nos do mal". Pedimos a Deus que o mal não nos possa atingir. Mas que mal? O mal da indiferença ao próximo, como meditamos no dia de ontem. O mal de não ver o sofrimento alheio. O de virarmos as costa para quem necessita de nós. O mal da preguiça que não evangeliza. O mal de não fazer a vontade de Deus, nem aceitá-la na própria vida. O mal de acumular o pão e não repartir.
Reflita sobre esta palavra no dia de hoje. Deixe o período quaresmal te questionar.
Oremos: "Ó Deus, dai-nos moderar os desejos terrenos e amar o bens celestes. Por Cristo, nosso Senhor".


1º Dia (18/02/2013) - Mateus, 25,31-46

O Evangelho de hoje pode ser visto como uma continuidade do Evangelho da Tentação de Jesus. Todas as tentações queriam afastar de Jesus dos sofredores. Elas tinham belas aparências. Coisas comum nos dias atuais.
Hoje somos convidados a meditarmos sobre nossa prática da caridade, da esmola, do doar-se ao outro. Além disso, aprendemos das Escrituras que existe a herança do Reino de Deus e o Castigo Eterno. Sofremos a tentação de acharmos que todos iremos para o Reino de Deus. Mas isso não fica claro nesta passagem. Alguns vão se perder por opção própria.
Quais são as condições para se entrar no Reino de Deus? Dar de comer a quem tem fome; vestir os nus; dar de beber a quem tem sede; abrigar os estrangeiros e peregrinos; consolar e confortar os presos e doentes. Quem assim fizer, ao menor que seja, tem a certeza da entrada no Reino de Deus.
Quando Jesus fala de fome ele nos remete à sua tentação da fome. Fome de pão material. Ajudar aqueles que passam por privações, "dai-lhes vos mesmo de comer" (Mt. 14,16). Em várias situações Jesus demonstra que alimentar os que passam fome é fazer a vontade de Deus. Mas, como "nem só de pão vive o homem" (ver o evangelho das tentações), é preciso falar de Deus. É preciso dizer que estamos alimentando por mandado de Deus. Que nossa ação é movida por nossa oração. Aproveite para orar com aquele que você alimenta. Dai-lhe o pão da palavra de Deus.
No Evangelho de João, capítulo 6,51-58, vemos o discurso de Jesus sobre o Pão. Ele se apresenta como o Pãp que desce do céu e vem alimentar nossa fome. Fome de justiça. Fome de eternidade. Fome de união e intimidade com o próprio Deus, em Jesus. O pão que dá a vida: "quem como deste pão viverá para sempre" (Jo 6,58c).
Sede. Disse Jesus na cruz, "tenho sede!" Quem bebe o sangue de Jesus permanece nEle. A água é fonte de vida.No episódio da Samaritana (Jo 4,5-15), ele diz: "aquele que beber a água que eu vou dar, esse nunca mais terá sede. E a água que eu lhe der, vai se tornar dentro dele uma fonte de água que jorra para a vida eterna". É a água que você oferece ao outro. Ao deixar-se inundar pela água que vem de Jesus, partimos para dar dessa água também. Saciando a sede daqueles que bebem e não se saciam. Faça com que os outros recebam a água que recebestes.
Nu. Jesus foi despido de suas vestes quanto foi julgado. Pregado na açoitado. Pregado na cruz. Viveu a experiência da prisão. Estava sozinho. Isolado. Sem ninguém. Só Deus. Vestir que está nu é lembrar-se de Jesus na prisão. Quem está nu não tem nada. Não tem dignidade. Não tem vontade de viver. É ridicularizado publicamente. Acolher é vestir. Existem os nus espirituais. Pessoas que se despem de sua dignidade de filhas e filhos de Deus. Acolha. Abrace. Traga-o de volta para a comunidade.
Doente e Preso. Duas situações em que somos afastados da convivência social. Jesus passou  pela experiência da prisão. Foi encarcerado. Quanto a doença, particularmente não exsite relato de Ele tenha ficado doente, mas conviveu com essas pessoas. Todas excluídas do convívio social. Colocadas à margem. Ao mandar que seus discípulos visitassem os doentes queria que todos nós lembrássemos dessas pessoas esquecidas pela sociedade. Em nosso país quantos pobres estão esquecidos nos leitos hospitalares.
Iniciamos nosso retiro com a prática do amor. Aquele que exerce a caridade, entrará o Reino dos Céus. Quem vive o amor ao próximo. Esta é a esmola que devemos dar.

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