PASCOM - Reflexões

Queridas amigas e amigos,

O evangelho da liturgia de hoje (Jo 21,1-19) é uma verdadeira lição de comunicação.
Dividido em duas partes, a primeira se encerra com a seguinte frase: "Esta foi vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos". (Jo 21,14).
João descreve como se deu este encontro entre os discípulos e aquele que havia caminhado durante três anos com eles, e que agora, aparentemente, não estava mais com eles.
O discípulo começa falando que os discípulos estavam à beira do mar de Tiberíades. Ao longo desta mar, também chamado da Galileia, os discípulos viveram muitas experiências ao lado de Jesus. Foi ali que os discípulos foram chamados. Foi ali que Jesus disse que eles seriam pescadores de homens.
No desânimo da perda do amigo, resolvem voltar à vida de pescadores de peixes. Esqueceram daquilo que Jesus havia dito. Não sabem como comunicar a grande maravilha da mensagem do mestre. Às vezes, em nossa missão de comunicadores isso nos acontece. Desanimamos. Parece que não vemos mais sentido naquilo que comunicamos. Uma sensação da termos perdido Jesus. Não nos sentimos motivados.
Partem para a pesca. Vão desanimados. Sem vontade de pescar. Esse sentimento faz da pesca um desastre. Um trabalho sem resultado.
O desânimo faz com que não reconheçam Jesus, mas aceitam a proposta de lançar a rede ao lado do barco. Quem sabe aquela pessoa esteja vendo alguma coisa que nós não vemos. 
João comunica que as redes ficaram cheias. A pesca foi um sucesso. E este é atribuído a Jesus: "É o Senhor!" Um nova forma de pescar, com Jesus. Uma nova forma de comunicar, com Jesus. Uma nova forma de ver a vida, com Jesus. Com Jesus a atividade pastoral passa a ter uma nova forma. Com em Jesus, por Jesus, em Jesus temos o que comunicar sempre.
Ao chegarem a praia observam que existe uma fogueira com peixe e pão. Jesus podeira dar direto o alimento. Poderia comunicar diretamente aquilo que Ele queria. Entretanto, quer contar com nossa ajuda: "Trazei alguns peixes que apanhastes". Trazei aquilo que prepararam para comunicar. Trazei vossos artigos, fotos, vídeos. Você olha o mundo com os olhos de Jesus, e comunica isso.
A segunda parte do Evangelho fala do amor por Jesus. O amor com o qual realizamos nosso trabalho de agentes da PASCOM. Jesus pergunta a Pedro e a nós: "Tu me amas?" "Apascenta minhas ovelhas". Tu amas Jesus? Comunica com alegria. Enfrenta as dificuldades. Anuncia a alegria do encontro com o senhor. Apascenta as ovelhas que foram colocadas diante de ti.
Irmãos e irmãs, é hora de levantar a cabeça. É hora de comunicar o amor que venceu a morte. É hora de anunciar que ele vive, e está no meio de nós. É hora de anunciar a experiência da ressurreição que você vive e experimenta.
Não desanime. "Apascenta minhas ovelhas"! Comunica. Anuncia. Fala. Proclama.




Durante a Quaresma vou escrever uma série de textos de reflexão sobre os Domingos da Quaresma e nossa atividade Pastoral na PASCOM. Inicio com o texto do Primeiro Domingo da Quaresma.

Texto - III - Terceiro Domingo da Quaresma - 03/03/2013

Conversão. Mudandça de vida. "Se vós não vos convertedes, ireis morrer todos do mesmo modo. Duas notícias. Dois fatos. Duas fontes distintas. A primeira vem das pessoas. Do povo. Falam de acontecimentos políticos de religiosos, pois o galileus mortos tiveram seu sangue misturado com os dos sacrifícios pagãos. Isto deveria incomadar Jesus, pois o sangue judeu não poderia ser impuro.
O segundo fato foi lembrado pelo próprio Jesus. Como divulgamos nossas notícias? Com que olhos vemos aquilo que nos acontece no dia-a-dia? Que interpretações damos aos fatos?
Aparentemente, Jesus não se comoveu. Mas suas palavras, "se não vos convertedes, ireis morrer do mesmo modo", nos mostra que Jesus está profundamente "antenado" com o que acontece ao seu redor. Do que adiantou aquelas mortes se os falecidos estavam com o coração longe de Deus? Deram a vida por coisas humanas. Sacrificaram-se por causas que não dão bons frutos. Que tipo de notícias colocamos em nossos meios de comunicação eclesial? Valorizamos a Palavra de Deus diante dos fatos, ou cobramos ações contrárias àquelas que estão na Palavra e nos Documentos da Igreja? Utilizamos nossos meios para aprofundar a vontade de Deus e mudarmos de vida?
Em seguida, Jesus fala da figueira. Uma árvore com frutos para saciar nossa fome. Ele nos fala que uma destas árvores estava inutilizando a terra onde estava plantada. Ocupando espaço. Retirando os nutrientes da terra e não dando fruto. Se assim era, o melhor era cortar e plantar outra coisa no lugar.
Entretanto, o agricultor, vinhateiro, pede mais uma chance para a árvore. Existe um livro de Ariano Suassuna, chamado Alto da Compadecida, onde Maria sempre intercede junto ao Filho mostrando porque as pessoas agiam daquela forma. É ela, como mãe, qu conhece nosso coração de filhos. O vinhateiro (Maria) intercede junto ao dono da Vinha, Pai-Filho. Ela pede um tempo. Vai colocar adubo: meditação da Palavra; oração; Sacramento da Penitência; obras de caridade. Espera-se que com isso ela dê frutos: paciência, acolhimento, bondade, misericórdia, perdão, conversão.
Irmãs e irmãos, aprendamos a saber o que comunicar. Jesus é o nosso inspirador. É dele que deve partir as orientações para aquilo que vamos divulgar.

Texto - II - Segundo Domingo da Quaresma - 24/02/2013

O segundo do Domingo da Quaresma nos traz a Transfiguração.
Após as Tentações, Jesus revela a sua glória. Mas algo interessante se revela para nós: "os discípulos ficaram calados...". Não conseguiram entrar no mistério do que lhes foi revelado. Tiveram uma experiência mística da glorificação do Senhor. Ouviram da boca do próprio Pai, que Jesus é o Filho. E quevemos escutá-lo. Isot tudo, envolto numa das representações de Deus, a nuvem. Além da voz, é claro. Esta foz fora ouvida tanto por Moisés, como por Elias.
"Ficaram calados!" Quantas vezes, ficamos calados de coisas que não conseguimos explicar em nossas vidas. Ficamos atônitos. Perplexos. A experiência mística destes apóstolos não os fez Comunicar nada. Ficaram meditando em seus corações. O que seria aquilo? Porque foram escolhidos para viver esta experiência? Logo homens simples. Sem a formação dos doutores da Lei.
Jesus chamou três dos discípulos para suberem a monatanha e orar junto com ele. Cada membro de Pascom, antes de inciar seus trabalhos, deve ir até a montanha e orar com o Senhor. Colocar-se diante do Santíssimo. Rezar a oração que o Senhor nos ensinou. Lembrar-se de que estamos ali cumprindo um mandato não apenas do pároco, do vicariatos, da forania, da Arquidiocese. Mas que estamos nos preparando para comunicar as coisas de Deus (este é o diferencial de uma Pastoral de Comunicação, para a imprensa comum).
Entretanto, muitas vezes nos deixamos dormir: "Pedro e os companheiros estavam com muito sono". Deixamos que as preocupações com a qualidade, simplesmente, nos afaste da oração. Chegar correndo. Não se colocar na presença de Deus. Não pedir para que a ação pastoral (outra nossa diferença, não estamos ali po trabalho, mas como agentes de pastoral) seja conforme a vontade de Deus: "... Escutai o que ele diz". Nas nossas ações devemos escutar a voz do Filho, não buscarmos colocar palavras que não foram ditas, inventar. Isso não é ser criativo. É ser mentiroso.
Quando estamos com sono, falamos qualquer coisa. O Evangelhista mostra isso: "Pedro não sabia o que estava dizendo". Quantas vezes, escrevemos textos para nossos blogs, jornais, e não sabemos o que estamos dizendo. O que comunicar? 
O silêncio da reflexão ("os discípulos ficaram calados...") é o que faz com que saibamos o que dizer, o que comunicar. Isso vale para os registros fotográficos ou de vídeo. O que mostrar, como mostrar.
Deixemo-nos envolver pela nuvem que desce até nós. Façamos deste momento quaresmal uma oportunidade de nos calarmos para deixar a voz de Deus ressoar dentro de nós. Em nossos corações.
Outra preocupação, qual o assunto dizer. Temos a mania de querermos falar de coisas boas, positivas, animadoras. Mas se olharmos bom o assunto tratado na glorificação de Jesus, observarmos que o papo girava em torno de que morte Jesus teria. Isto nos é muito significativo. Não estamos comunicando qualquer coisa. Falamos da vida, da paixão, da morte e ressurreição de Jesus. Não devemos temer falar da morte. Ela faz parte da vida. Sem ela não há ressurreição nem libertação. Disse Jesus certa vez, que ninguem chegaria ao Pai sem ele. Sem passar por ele. E passar por Jesus é tomar a nossa cruz e seguí-lo. É fazer de nossos sofrimentos uma ponte para se chegar ao Reino de Deus.
Queridas irmãs e irmãos, aproveitemos este momento para nos calarmos e refletirmos sobre aquilo que Deus quer nos comunicar.


Texto - I - Primeiro Domingo da Quaresma - 17/02/2013

No primeiro domingo da quaresma, dia 17/02/2013, meditamos sobre as tentações que Jesus sofreu logo após o seu Batismo. Tentações relacionadas com as paixões desordenadas da vida humana: poder, dinheiro, prestígio. Tudo aquilo que vivenciamos no nosso dia-a-dia, inclusivem em nossas atividades pastorais.
Pecebamos que Jesus vai ao deserto "cheio do Espírito Santo" (Lc 4,1), dixando-se guiar por ele. É o Espírito de Deus que deve guiar-nos em nossa atividade pastoral. Sem ele, com certeza chegará o cansaço. O desânimo. A falta de perseverança. Se tivermos a certeza de que quem nos move é o Espírito Santo, continuamos a caminhada, mesma nos momentos em que parece que estamos a sós (deserto). 
A primeira tentação refere-se à fome. Fome de pão, que leva a fome espiritual. Quantas vezes temos fome de comunicar alguma? Quantas vezes pece-nos não ter nada a falar? Quantas vezes não somos percebidos e compreendidos em nossas paróquias? Bate-nos uma fome! 
E nesta hora o diabo parece dizer: para que isso? ninguém te ouve? deixa isso para lá? tranforma todo esse teu conhecimento em algo produtivo para você. Você pode saciar sua fome em algo mais produtivo. É nesta hora que Jesus responde: "Nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus". Nosso pão não é apenas a informação pela informação. Nosso pão é a informação digerida à luz daquilo que Deus quer e que precisa ser dito. É este o nosso pão. O pão da escritura.
A segunda tentação, da glória, do poder. Porque dominamos recursos tecnológicos parece que somos Deuses. Midias Sociais. WebTvs e RadioWebs. Recursos antes tão distantes, agora ao nosso alcance. Simples. Basta um breve curso de algumas horas, e pronto, estamos aptos a comunicar. Mas o espírito mau diz: "precisar me adorar para isso". É necessário sacrificar seus momentos de oração. É preciso posicionar bem a câmera. Não participe da Missa, busque transmiti-la da melhor maneira possível. Verifique o som. Isto é prostrar-se. Adorar o meio.
Mais uma vez, porque era homem de oração, Jesus pode usar a Escritura: "Adorarás o Senhor teu Deus!". Antes de qualquer transmissão. Antes de qualquer foto. Tenha seu momento de intimidade com o Senhor na oração. Reserve uma Celebração Eucarística para você participar de verdade. Sem preocupação com sua atividade pasconeira. Você e Deus.
Terceira tentação. Tentar a Deus. Corremos o risco da seguinte oração: "Senhor tanto curso, tanta formação, tanto aprendizado, está na hora de colocar tudo isso a serviço. Vou me lançar. Sei que o Senhor está comigo. Tenho os recursos necessários. Guia-me. Ajuda-me". Sem perceber, muitas vezes fazemos isso. Mas não devemos tentar a Deus. Ele sabe quando e como. Somos apenas profetas que devemos estar no lugar certo e na hora certa. E isso ele vai providenciar, como fez com Moisés, Jeremias, Jonas, Maria, Paulo, Pedro-Tiago-João, em muitos outros.
As tentações sempre hão de existir em nossa caminhada. Pois assim encerra nosso texto: "Terminada toda tentação, o diabo afastou-se de Jesus, para retornar no tempo oportuno". Ele sempre aparece no tempo oportuno, aquele quando não estamos esperando.

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